Edward olhava mortiferamente, Jacob apenas sorria.

-A que devo a “honra” de sua visita, Edward Cullen?

-Não tenho interesse algum em visitá-lo.

-Então por que veio a minha casa?

-Ela está aqui, não está?

-Se fala de Bella... Sim, ela está. Está descansando.

-Desejo falar com ela.

-Não será possível, Cullen.

-Por que não? –Edward já demonstrava os primeiros sinais de descontrole.

-Bella estava muito abalada com tudo o que têm acontecido em sua vida. Finalmente conseguiu adormecer, eu não permitirei que ninguém a perturbe.

-Jacob, eu PRECISO falar com a Bella. Se ela está descansando, acorde-a.

-Isso está fora de cogitação Edward.

-EU QUERO FALAR COM ELA! –Antes que Edward pudesse reagir recebeu um pesado soco em sua face. Foi ao chão. Olhou aturdido para Jacob que o olhava com expressão mortífera.

-Você é o ser que mais desprezo nesse mundo! Machucou a pessoa que mais amo! Acha mesmo que vou deixar você arruinar ainda mais a vida de Bella? Eu tenho vontade de matá-lo por tudo o que fez a ela! –Jacob aproximou-se de Edward. O mesmo levantou-se olhando para Jacob.

-É, eu fiz muito idiotice. Talvez eu nunca consiga concertar meus erros para com a Bella. Talvez eu mereça apanhar. –Edward deu um meio sorriso. Jacob sorriu também. Voltou a golpear Edward sem pena enquanto o mesmo permanecia parado apanhando de Jacob. Em um determinado momento Edward caiu no chão ofegante, cuspiu um pouco de sangue. Jacob sorriu satisfeito.

-Deve estar mesmo se sentindo culpado para permitir que eu bata em você. –Jacob viu Edward levantar-se. –Ah! Quer apanhar mais? –Jacob tentou golpear Edward, mas o mesmo agarrou seu braço.

-Agora... É a minha vez! –Edward golpeia Jacob na face. Jacob cambaleia e logo é novamente golpeado recebendo um chute no peito. Quando Edward ia golpeá-lo, os seguranças do condomínio o interceptam. Jacob levanta-se vendo Edward ser imobilizado pelos funcionários.

-Por que me bateu? –Pergunta Jacob.

-Está tentando me afastar de Bella, está se aproveitando da situação! EU NÃO VOU PERMITIR!

-Idiota! Se quiser culpar alguém, culpe a si mesmo! Tarde demais para querer reparar os erros. Mas não se preocupe, eu cuidarei de Bella.

-Não pode me afastar dela para sempre idiota! –Edward começa a ser arrastado para fora.

-Veremos. Levem esse meliante para a delegacia. –Instrui os funcionários que tentam manter Edward imóvel. Edward fora arrastado para a delegacia.

Ben dormia. Subitamente desperta por culpa do barulho de seu celular. Fica surpreso por não reconhecer o número.

-Alô?

-Ben, sou eu. Edward.

-O que aconteceu?

-Estou na delegacia. Venha aqui, alguém precisa pagar a porcaria da fiança para eu sair.

-COMO DIABOS FOI PARA AI?

-Eu briguei com o tal de Jacob, primo da... QUE INFERNO BEN! VENHA LOGO PORRA! –Edward desliga.

-Bem que a Angela alertou para não contar... –Murmurou levantando-se.

Desperto relativamente cedo. Sinto-me melhor. Jacob não está próximo. Levanto sentindo uma tontura que resolvi ignorar. Eu o encontro deitado no sofá da sala, seu rosto ferido. Aproximo-me alarmada.

-Jake? Acorde! –Ele abre lentamente os olhos e sorri a me ver.

-Acordou Bella?

-O QUE HOUVE COM VOCÊ? POR QUE ESTÁ FERIDO?

-Ah, isso foi um pequeno desentendimento com uma pessoa. Nada demais. –Deu um meio sorriso.

-Eu vou cuidar disso. –Fui até a cozinha pegando um kit de primeiros socorros. Logo tratava dos ferimentos de Jacob. Eu conhecia Jacob o suficiente, ele não era do tipo que se deixava levar por uma briga. Algo mais grave certamente havia acontecido. Eu só o vi perder a compostura uma vez e foi diante de Edward Arrisquei.

-Edward esteve aqui? –Não ousei fitá-lo. Continuava trabalhando nos ferimentos de seu rosto. Jacob ficou calado, seus olhos em mim. Ele nem precisaria responder.

-Ele esteve aqui. –Disse. –Queria que tivesse chamado você? –A curiosidade ardeu em mim, mas o ódio queimava mais intensamente.

-Não. Eu não ligo.

-Vamos falar com seus pais hoje. Iremos o quanto antes para Londres. –Assenti. Eu não queria passar pela escola com barriga. Eu queria desaparecer o quanto antes.

-Eu vou tomar um banho.

-Pegarei suas roupas. Elas já devem estar secas. –Jacob levantou-se indo até a cozinha. Iria seguir para o banheiro. -Bella?

-Sim?

-Não está curiosa para saber o porquê de Edward ter vindo aqui? –Parei. O olhei e simplesmente respondi.

-Não. –Segui para o banheiro.

-Entendo. É uma decisão... Surpreendente eu devo dizer. –Confessou meu pai. Minha mãe olhava-me espantada.

-Eu garanto que cuidarei de Bella e deste bebê. Não precisam se preocupar. –Jacob falava. Eu estava ao seu lado, sentada no sofá, sem fitar meus pais. Meu pai, assim como minha mãe, pareciam assustados e relutantes com minha decisão, mas acataram.

-É isso o que quer filha? –Disse meu pai.

-Não quero abortar. Jake me ofereceu a chance que carecia para mim. Eu vou com ele. –Os olhei com confiança. –Mas não vou ficar de braços cruzados. Continuarei meus estudos lá e conseguirei um trabalho. Eu cuidarei dessa criança e farei o possível para ser uma boa mãe. Sei que magoei vocês. Não posso mudar o passado, mas eu posso tentar concertar meus erros.

-Quando você vai voltar? –Perguntou minha mãe aflita. Foi bom vê-la preocupada, sinal de que ainda se importava.

-Eu não sei. –Murmurei. Jacob segurou minha mão. –Talvez volte daqui a alguns anos, mas poderemos... –Mamãe correu e me abraçou, meu pai também. Fiquei embasbacada com o ato.

-É isso o que quer filha? –Perguntou meu pai.

-Sim. –Minha voz falhou.

-Eu não quero que vá... –Minha mãe parecia desesperada.

-Mas eu irei. Eu não quero atrapalhá-los. Eu... Bem, nós poderemos nos falar. –Sorri.

-Quando você irá? –Meu pai perguntou um pouco mais recomposto.

-O quanto antes. Pra falar a verdade... Vim arrumar minhas malas. –Meus pais ficaram perplexos. Eu não iria voltar atrás, não iria.

-Eu vou ajudar com as malas. –Disse minha mãe. Papai e Jacob ficaram na sala enquanto fomos para o quarto.

-MERDA!

-Acalme-se Edward! Você saiu, não saiu?

-POR QUE DEMOROU TANTO? –Edward entrou carrancudo no carro do primo.

-Porque pagar a fiança não adiantou. Por que teve que bancar o idiota e agredir Jacob Black ?

-Ele não me deixou vê-la. Eu não sei o que aquele filho da mãe pretende, mas está convicto que vai me afastar dela. –Edward mostrava profunda irritação.

-Temos que chegar até Bella e falar com ela, explicar a situação.

-Eu sei.

-Falarei com Angela para que...

-Ben, eu PRECISO falar com ela. Acha que a Bella vai acreditar na palavra de terceiros?

-E o que vai falar para ela Edward? Vai dizer “sinto muito” e dizer que vai assumir o filho? Se for isso melhor nem chegar perto dela. –Edward olhou para Ben que carregava uma expressão séria.

-Não.

-E o que vai dizer então? –Bem olhou para o primo. Edward parou, sorriu.

-Algo que Bella quer ouvir, algo que eu quero dizer.

-Você a ama, não é? –Bem olhou para o primo que voltou sorrir.

-É. Eu amo aquela pirralha.

-Então vamos fazer com que ocorra o encontro Edward.

-Eu... Eu sinto muito pelo que eu disse. –Minha mãe chorava enquanto me ajudava com as malas.

-Tudo bem. Eu que errei.

-Não precisa ir se não quiser. Eu e o seu pai damos um jeito.

-Não. Eu vou e vou o quanto antes. Pela primeira vez estou fazendo o certo, já errei muito. –Minhas malas já estavam quase arrumadas. Eu não levaria muito.

-E a sua escola?

-Cancele a matrícula e mande para mim os documentos. Eu vou tentar me matricular por lá em alguma escola. Vai ser meio difícil, mas eu preciso tentar.

-Por que quer sair tão de repente do país? Do que você foge Bella? Está fugindo de mim e de seu pai? Se for isso eu...

-Não estou fugindo de vocês. Não importa de quem eu estou fugindo. Mãe?

-O que foi?

-Pode me deixar sozinha? –Mamãe acatou. Quando ela saiu pela porta eu desabei. Cai de joelhos e coloquei as mãos na cabeça. Eu não sabia se estava saindo do fundo do poço, ou cavando para encontrar a saída pelos fundos. Senti o desespero tomar conta, mas tentei me recompor. Eu tinha um plano, deveria segui-lo. Teria uma nova vida e meu filho em outro país e faria meu filho e Jacob feliz. Senti uma brisa passar pela janela aberta, levantei-me para fechá-la. Então eu vi, próxima aos arbustos. Vi algo brilhar. Estranhei. Abri a janela, desci com cuidado pela árvore próxima a janela. Era um CD dentro e uma capa.

-Como esse CD... –E então eu me lembrei e um episódio antigo. Quando Edward terminou comigo havia oferecido um Cd com a história do nono livro que estava escrevendo. Seria o mesmo CD? Só havia um meio de descobrir. Voltei ao quarto pela janela, segui para o escritório de meu pai. Liguei o computador do mesmo.