Não é mais Um Romance Literário escrita por Jacqueline Sampaio


Capítulo 41
Capítulo 41




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Eu queria poder desprender meu espírito de meu corpo naquele momento. Não estava preparada para encarar meus pais depois de ter descoberto que Edward tinha outra mulher em sua vida. Tudo foi tão rápido que não conseguiu acompanhar bem.

Vi minha mãe vir em minha direção a passos firmes e me esbofetear. O rosto ardia. Olhei aturdida a tudo.

-Mãe?

-Como... Como pôde? Fazer isso comigo e com seu pai... SUA VAGABUNDA! –Mamãe segurou-me fortemente pelo braço. Meu pai ainda estava sentado, os olhos fitando o nada. –ESSE FILHO É DELE, NÃO É? DAQUELE ROMANCISTA MISERÁVEL, NÃO É? –Mamãe sacudia-me com violência. Consegui me desvencilhar dela.

-É dele sim. –Murmurei.

-Depois de tudo o que fizemos para você é assim que nos agradece? Bancando a inconseqüente e engravidando de um tipo como aquele? O que você tem na cabeça, hein?

-Eu me entreguei a ele. Eu o amo.

-AMOR, SEMPRE AMOR! Tinha que amar um tipo daquele que a abandonou assim que nós descobrirmos? Que burrada você fez!

-SE EU TIVESSE ENGRAVIDADO DE JACOB SERÁ QUE VOCE RECLAMARIA? –Falei ferida. Mamãe crispou os olhos.

-Preferiria que engravidasse de Jacob que certamente assumiria do que daquele desgraçado irresponsável! –Permaneci calada. –Você pensa que a vida é como uma brincadeira de casinha, mas não é! Agora assumirá as conseqüências de seu erro!

-Eu estou disposta a assumir mãe. Nem que eu tenha que virar minha vida de cabeça para baixo e sustentar sozinha essa criança, mas eu o farei. –Minha voz embargada.

-E quem disse que você terá essa criança? Você irá abortá-la o quanto antes. Ter um filho agora seria o pior para você, ainda mais filho de quem é! Eu conheço uma pessoa que...

-EU NÃO VOU ABORTAR ESSA CRIANÇA! ESTÁ ME OUVINDO? –Meus olhos turvos pelas lágrimas. Eu não acreditava que minha mãe estava me dizendo isso, era irreal demais!

-Renée, as coisas não precisam ser assim. –Meu pai disse, a voz falha. Ele estava atormentado.

-MAS SERÃO CHARLIE! Escute-me bem Isabella: ou você tira essa criança e fica aqui ou você some com ela. Entendeu? Na minha casa você não fica! –Eu parecia estar morta. Vivia um pesadelo e queria muito acordar, mas eu não acordava. Realmente eu estava só. Eu deveria estar desesperada, aflita com a situação. Deveria aceitar a proposta de minha mãe, mas eu não iria fazer isso. Coloquei a mão em meu ventre, um ser crescia lá. Um ser inocente que não merecia perecer pelo ódio e egoísmo meu e dos outros. Eu não iria descontar em meu filho.

-Se é assim mãe, então eu deixo esta casa. –Minha voz soou firme. Meu pai se levantou da poltrona assustado.

-Espere Bella...

-ENTÃO VÁ EMBORA SUA INGRATA! VÁ EM... –Não ouvi mais as palavras de minha mãe. Agora, em meio à chuva torrencial eu corria. Corria sem rumo. Corria sem me preocupar com o que aconteceria a mim ou aquela criança. Eu não queria pensar no futuro naquele momento. Eu só queria morrer! Mas não poderia, não quando uma vida dependia de mim. Percebi que não precisava morrer literalmente falando. Eu já estava morta.

=^=^=

-BEN! SEU MISERÁVEL ATENDE LOGO! –Gritava Edward com o celular no ouvido enquanto dirigia sem rumo. Não sabia ao certo se deveria ir à casa de Bella. Queria falar com o irmão para confirmar suas suspeitas antes de fazer algo mais radical. Depois de tanto tentar, Ben atende.

-O que quer Edward?

-Quero falar com você. Onde você está?

-Não temos nada para falar idiota!

-Escuta aqui Ben eu não tenha nada a ver com a Rosalie! Aquela doida invadiu meu apartamento e usou minhas roupas! Eu não tenho nada com ela!

-Como posso acreditar em você se a vi daquele jeito na sua casa, hein Edward?

-Seu imbecil! Novamente é levado pelo que ela fala. Agora você sabe por que não quis perdoá-lo! É tão fácil para você duvidar de mim, não é? –Ben permaneceu calado. –Pense o que quiser, eu não ligo. Mas quero saber sobre a Bella. Ela estava com você no hotel, não é? Ela viu Rosalie? O que aquela mulher falou para ela? –Ben permaneceu calado. –VAMOS! FALA ALGO PORRA!

-Eu estou na casa de uma amiga da Bella conversando com ela. Seu nome é Angela.

-Angela? Conheço ela. Estou a caminho.

Angela olhada aos dois na sala, esta estava sentada nos degraus da escada de sua casa. Observou o modo sério como Ben comunicava a Edward o que havia acontecido e o modo como Edward reagiu. Viu Edward perder a força nas pernas quase pendendo ao chão. Precisou de ajuda de Ben para sentar-se no sofá.

-Bella... Grávida? –A voz não passava de um murmúrio débil.

-Sim Edward. Agora não sei o que acontecerá. Bella acha que você está com Rosalie. Não sei o que fará. Ela temia que você negligenciasse a criança e vendo Rosalie foi como confirmar o que viria a seguir.

-EU MATO... EU MATO AQUELA DESGRAÇADA! POR CULPA DELA A BELLA...

-Temos de falar com Bella. Explicar o mal entendido antes que ela faça uma besteira. Ela está muito perturbada com os últimos acontecimentos.

-E-Eu vou à casa dela agora! Eu vou falar com ela e...

-Não acho uma boa idéia. –Pronuncia-se Angela interrompendo Edward. –Acho melhor ligar para a Bella e pedir que venha para cá. Os pais de Bella ainda não sabem disso.

-Angela tem razão. –Diz Ben. –Não vamos fazer nada que cause mais problemas a Bella. Vamos chamá-la até aqui.

-Que idéia ridícula Ben! Olha só a tempestade que está caindo lá fora! Acha que vou permitir que a Bella venha para cá nessa chuva: Eu vou buscá-la!

-Mas Edward...

-QUE SE DANE O QUE OS PAIS DELA IRÃO PENSAR!

-Olha Edward... –Angela fala. –Deixe-me ligar para lá. Não seja precipitado, ok? –Antes que Edward pudesse protestar Angela vai até o telefone e liga para a casa de Bella. Logo alguém atende.

-Alô? Aqui é a Angela, amiga da Bella. –Bella permanece calada. Edward aproxima-se da garota junto com Ben. –O QUÊ? Não a Bella não está aqui. Eu liguei por que queria falar com ela, senhor Swan.

-O que está acontecendo? Bella não está lá? –Edward sente os primeiros indícios de um colapso. Angela prossegue com a conversa.

-... Mas vocês não sabem para onde a Bella foi? Onde ela pode ter ido com uma tempestade dessas? –Angela estava visivelmente exasperada. Edward sentou-se no sofá enquanto Ben estava próximo da garota. –Ok, eu vou fazer o possível para encontrá-la. Até mais. Se tiverem noticias de Bella avisem-me. –Angela desligou o telefone. Edward já imaginava o que se passava. Colocou as mãos pesadamente em sua cabeça.

-O que aconteceu Angela? –Perguntou Ben com aparente calma. Angela estava trêmula.

-Os pais da Bella descobriram tudo e tiveram uma discussão feia. Ela... A mãe da Bella disse que ela deveria abortar se quisesse morar em sua casa, mas a Bella recusou. Os pais dela estão desesperados! Bella não atende o celular e sumiu em meio à chuva! E agora? Para onde a foi? Está quase anoitecendo, é perigoso ela vagar por ai. Nessa chuva ela vai acabar adoecendo. –Ben padeceu do desespero de Angela e a abraçou.

-Tudo bem. Vamos fazer algo por Bella. Vamos procurá-la. Edward você... –Ao olharem para a sala não viram mais Edward. A porta da sala aberta.

...

Eu não sabia muito bem para onde estava indo. Meu corpo movia-se por inércia. Ao atravessar uma avenida pude ouvir o barulho ensurdecedor de freios e de uma buzina. Não me importei.

-SUA MALUCA O SINAL TÁ VERMELHO! –Gritou o motorista do taxi que por pouco não me atropelou, eu o ignorei. Continuei minha caminhada pelas ruas, o frio se intensificando. Todos certamente estranharam o fato de eu estar diante de uma tempestade sem guarda-chuva ou capa de chuva. O que me importava o frio? Estar encharcada? Uma futura doença? Eu ansiava por um local onde pudesse ter paz, um porto seguro. Só consegui pensar em um lugar. Mesmo estando longe eu iria andar até lá ignorando o cansaço que já se apossava de mim.

...

-MERDA! –Não conseguia falar com Bella. Estacionou bruscamente em frente à casa. Saiu ignorando a chuva e rumou para a porta. Não precisou passar muito tempo em frente à mesma, fora Charlie, pai de Bella, que atendeu a porta. Mostrou-se surpreso com a visita de Edward.

-Você? –Perguntou enquanto o olhava. Edward apenas o fitou com raiva.

-Charlie, quem é? É A BELLA? –Renée aproximou-se da porta com um largo sorriso, os olhos cansados. Seu sorriso morreu ao ver Edward prostrado na porta. –O QUE ESTÁ FAZENDO AQUI SEU DESGRAÇADO? VAI EMBORA! –Renée tentou fechar a porta, mas Charlie impediu.

-Pare Renée! Vamos ouvir o que ele tem a dizer. Além disso, ele pode nos ajudar a encontrar a nossa filha e consertar a burrada que você fez! –Charlie olhou com ressentimento para Renée. Esta apenas afastou-se da porta.

-Faça o que quiser. Eu é que não vou ficar aqui ouvindo esse daí. –Diz Renée com desdém.

-Espere. Eu tenho algo para dizer a vocês dois. Gostaria que a senhora não deixasse a sala senhora Swan. –Edward diz com aparente calma, mas seus olhos mostravam clara irritação contida. Charlie abriu mais a porta para permitir a passagem de Edward, o mesmo não se moveu.

-Entre Edward. –Disse Charlie. Edward permaneceu parado.

-Não tenho tempo a perder. Eu apenas vim dar um aviso a vocês dois. Eu estou disposto não só a assumir meu filho, como também Bella, se assim ela desejar. E uma coisa eu lhes digo: se algo acontecer a Bella eu certamente os culparei pelo ocorrido! COMO OUSAM PEDIR A ELA PARA ABORTAR? SE BELLA FIZER ISSO EU IREI PROCESSÁ-LOS, ESTÃO ME OUVINDO? E SE DEPENDER DE MIM NUNCA MAIS ELA OLHARÁ PARA VOCÊS DOIS, ESPECIALMENTE PARA A SENHORA QUE DEU ESSA IDEIA RIDÍCULA E A EXPULSOU DE CASA NESSE ESTADO!

-ORA SEU FEDELHO! QUEM É VOCÊ PARA ME CRITICAR? –Renée já ia dizer impropérios para Edward, mas o mesmo rumou para o carro, apressado.

...


Ainda não conseguia acreditar no que seus tios haviam falado pelo celular. Dirigia como um louco pelas ruas desejando chegar o quanto antes em seu apartamento. Quem sabe Bella não tivesse ido para lá? Era uma possibilidade. Nem se deu ao trabalho de perguntar ao porteiro se ele havia visto sua prima Isabella Swan lá, seguiu diretamente para o seu apartamento. Foi lá que a encontrou. Sentada de qualquer jeito próximo a porta, tremia sem parar, as roupas encharcadas. Bella fitava o chão completamente ausente. Nem mesmo a aproximação gradativa de Jacob a fez acordar de sua letargia. Este retirou o casaco que usava e colocou sobre os ombros de Bella. Seus olhos não deixaram a figura feminina. Bella experimentou olhá-lo enquanto Jacob abria a porta do apartamento. Então os olhos de ambos se encontraram. Os de Jacob cheios de amor e compaixão com a garota diante dele. Já os de Bella estavam vazios. Jacob ajoelhou-se em frente à Bella. Acariciou a face bonita com a ponta dos dedos.

-Ficará tudo bem. Eu cuidarei de você. –Disse com a voz suave. Bella suspirou fechando os olhos. Neste momento Jacob aproximou-se, tomou Bella nos braços e entrou em seu apartamento fechando a porta em seguida.


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Notas finais do capítulo

Cap adiantado devido aos comentarios. beijos gente e continuem comentando. o/