Enigmas escrita por Catarina Pereira


Capítulo 4
Capitulo 3 – Os Hopp


Notas iniciais do capítulo

Boa pessoal, tudo bom? Desculpem demorar TANTO pra postar... Depois que minhas aulas começaram eu nem tenho tenho pra fazer nada além de ler os textos e fazer as atividades. Pra quem pensa que Psicologia é coxa, não é! IAUHAUIHAUI Enfim, mais um capítulo pra vocês, espero que gostem e que comentem.



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Realmente, estar com um pé machucado em pleno aeroporto não é uma das melhores coisas que já tinham acontecido a Luca. Depois de despedir-se da moça distraída de olhos intensos que o havia atropelado, começar a sentir a dor. Não acreditava que seu pé estava quebrado, mas assim mesmo resolveu ter cuidado ao caminhar.

Aproximou-se de um banco e jogou o corpo. Além de tudo, a viagem havia sido cansativa, vários problemas a resolver, vários clientes a atender e o escritório de advocacia no qual trabalha não parou nem um instante. Entretanto, estava feliz de ter conseguido a confiança de um cliente que, ao parecer, lhe ganharia um lugar ao sol. Luca levara consigo documentos, papeis, anotações importantes do depoimento do rapaz que o havia contratado e pretendia revisá-los nos próximos dias, tirando folga apensas no dia do casamento de sua irmã.

Duas coisas o fizeram sair de seus pensamentos e voltar à realidade: seu pé que doía mais intensamente e a presença do motorista da família, o qual tocara o pé de Luca quando chegou, causando portanto a dor lancinante. Gus, o senhor idoso que trabalha na família há três gerações, ofereceu apoio a Luca e ajuda com a bagagem, uma maleta que carregava os documentos e uma mala pequena com as roupas.

Luca sentia nostalgia ao lembrar dos bons momentos que passara com Gus na infância. Idas e voltas do colégio, travessuras de Luca e seus irmãos encobertas... Gus era como um avô para Luca. Enquanto encaminhava-se com dificuldade para o carro parado logo adiante, o motorista, como sempre, advertiu-lhe o que iria encontrar quando chegasse à mansão da família Hopp.

– Sabe, garoto, sua mãe está com os nervos à flor da pele hoje!

– Eu já esperava, Gus... Com o casamento e o perfeccionismo dela, as coisas não devem estar fáceis por lá.

Gus responde com uma risada e logo percebe Luca pensativo.

– E o que você pensa fazer a respeito?

– Acho que não vou ficar lá dessa vez. – Gus permanece em silêncio, o que faz Luca se explicar. – Tenho trabalho a fazer e não posso me concentrar com tanta gente na casa. Você acha que...

– Garoto, eu entendo, a casa de seus pais é muito viva. Mas tente não fazer nenhuma besteira. Seus irmãos podem sofrer as consequências dos seus atos...

– Fique tranquilo Gus. Vou pensar melhor no que fazer. – Luca abriu a porta do carro e entrou. – Vamos?

***

A visão da rua onde passara a infância correndo e brincando com os vizinhos deixava Luca inquieto. Observou enquanto se aproximavam dos portões da grande mansão que a pintura sempre fora a mesma, clássica, séria, os jardins impecavelmente bem cuidados, todas as janelas providas de cortinas de seda brancas e vermelhas. Sempre havia sido a mesma casa.

Gus estacionou e ajudou Luca a sair do veículo, visivelmente preocupado com o pé do patrão. Os dois entraram pela porta da frente, que levava a um hall espaçoso, no qual um grande armárioesperava por seus casacos. Passando pela porta, adentraram a um corredor, no qual a primeira porta levava a uma sala de visitas, para onde Gus levou Luca para que este pudesse ser anunciado.

Normalmente, as coisas aconteciam assim da casa dos Hopp: qualquer pessoa que não morasse na casa era levada à sala de visitas, na qual aguardava longos e tortuosos minutos até que a senhora Hopp fosse avisada da presença estranha na casa. Com Luca passou a acontecer o mesmo a partir do momento em que este comunicou à família que se mudaria a Boston para trabalhar em um escritório de advocacia. Lhe foi advertido que ele seria um estranho. Todo este drama para convencê-lo a trabalhar do escritório da família, tudo em vão, pois Luca nunca se havia deixado levar pelas vontades da mãe.

Sentado em um dos sofás brancos, pôde ouvir a característica mais marcante de sua mãe: a voz. Uma voz alta, estridente, autoritária. Luca sorriu, afinal poderia ser um pouco rebelde, porém sentia falta de Catarina.

– Já pode se retirar, Gus. Leve as bagagens ao quarto de hóspedes.

Luca percebeu um silêncio como resposta às ordens, e novamente, a voz de sua mãe disse:

– Vamos, homem, o que está esperando? – Ela entrou na sala. – Luca, querido, levante-se e venha me dar um abraço!

Luca apoiou-se no sofá antes de se levantar. Parecia que agora seu pé doía um pouco menos, mas ainda o incomodava. Abraçou Catarina e livrou-se de seus braços antes de escutar o sermão das boas vindas. Ou, pelo menos, era o que esperava.

– Muito bem, agora que você chegou, temos muitos assuntos que conversar. Amanhã você deve estar pronto às 11h para o almoço. – Ela começou a caminhar pela sala. – Saiba que é um dia especial e almoçaremos com a família do noivo em nosso quintal. Não seja deselegante. Não fique fora das conversas. – Como se ela não precisasse respirar, continuou. – E, pelo que é mais sagrado, se vista decentemente.

Luca fez menção de dizer algo, mas ela o cortou:

– Ainda não terminei. – Ela o fitou com as sobrancelhas erguidas. – Não quero que mencione a palavra trabalho enquanto estiver nessa casa. Estamos reunidos para uma comemoração e não para você se gabar do incrível escritório no qual trabalha. Alguma dúvida?

– Suas condições foram claríssimas, meritíssima. – Luca riu diante da expressão de espanto de sua mãe. – Não se preocupe. Durante as comemorações, irei comemorar, como deve ser. Mas nos meus horários livres, eu preciso trabalhar. Mas eu não pretendo me hospedar aqui, então o trabalho não a incomodará.

Catarina parecia estar a ponto de explodir. Luca percebeu, pois aquela era a mesma expressão que usava quando ele e seus irmãos quebravam as leis da casa. Ele ainda percebeu Gus parado junto à porta, acompanhado da bagagem de Luca, esperando por uma nova ordem. Entretanto, antes que pudesse fazer qualquer coisa, Catarina já estava dizendo friamente ao motorista:

– Gus, leve a bagagem ao quarto. Luca ainda tem assuntos que discutir com a família.

Dizendo isso, ela se retirou deixando a Luca uma única opção: ir até o quarto de hóspedes esperar que a poeira baixasse para que ele pudesse explicar-se diante de todos e esperar, por fim, o julgamento final.

Passados alguns minutos, Luca ouviu batidas na porta. Seus quatro irmãos estavam lá, com olhares atônitos. Fecharam a porta atrás de si e seu irmão mais velho, Antônio, começou a dizer:

– Ahm... Como foi a viagem?

A irmã mais velha, Patrícia, a noiva, o cutucou, fazendo com que ele parasse de falar e passasse a voz a ela:

– Luca... Eu sei que você se incomoda bastante com as ordens da mamãe. Mas será que dessa vez você não pode aturar só um pouquinho?

Luca apenas os observava, enquanto os gêmeos falaram em jogral:

– É, bem, você não precisa nem ficar muito ligado nas conversas... – Disse George.

– Claro que nós entendemos tudo, mas a mamãe está tão estressada... – continuou Laura. – Você pode ficar né?

Ao final de várias tentativas de convencer Luca a hospedar-se na mansão da família, Luca concordou em ficar apenas uma noite. Dormiria ali, acordaria no outro dia de manhã, se arrumaria de acordo com as instruções e almoçaria com a família. No final do dia, entretanto, procuraria um hotel. Com todos os irmãos de acordo com a solução ao problema, todos se retiraram deixando Luca a sós com o estranho silêncio incomum à casa dos Hopp.

Verificou novamente o pé machucado. Já não parecia tão ruim quanto há duas horas atrás. Essa foi a deixa que Luca precisava para levantar-se, abrir a mala e buscar um roupa mais confortável. Tomou uma chuveirada antes de colocá-la, com o intuito de relaxar um pouco, e terminando, deitou-se na grande e confortável cama. Aguardaria, pois provavelmente o jantar seria servido em pouco tempo. Porém, seu cansaço falou mais alto e Luca acabou dormindo.


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Notas finais do capítulo

Que acharam do ambiente familiar do Luca? Bem conturbadinho né? E não, a mãe dele não sou eu /alok
Espero que tenham gostado! Comentem :D

beeijoos, até mais!
@Catpereira_



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