Renascida escrita por Jacqueline Sampaio


Capítulo 16
Capítulo 15




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Bella pov’s

 

Eu estava em meio à escuridão, dando vazão a tristeza que sentia. Eu estava sonhando por que naquele lugar eu era humana. Isso tinha que ser um sonho! Eu senti algo se aproximar e interrompi meus soluços. Era ele. Edward estava diante de mim tão belo como sempre. Ah como eu o amava! Era tão inacreditavelmente bom vê-lo que eu deixei a tristeza de lado para derrubar lágrimas de alegria. Algo estava errado. Edward ficava apenas parado olhando meu sofrimento. Eu não entendi. Em outros tempos ele correria até mim, perguntaria o porquê de meu choro, secaria minhas lágrimas e me beijaria. Agora ele estava só parado com um rosto plácido.

 

-Edward... Fique comigo. Ajude-me! Não me deixe! –Eu supliquei esperando que ele em fim se manifestasse, ele nada fez. Eu estava lá pedindo que ele permanecesse ao meu lado, afastasse meus demônios e ele continuava a me olhar como se eu nada significasse. Meu rosto antes tomado por um sentimento sofrido foi se modificando. Eu o amava tanto e Edward jogou-me no lixo! Meu futuro se perdeu por sua causa e ele nada fez. Meu rosto tomado pelo ódio, eu precisava odiar algo ou alguém e ele havia sido escolhido. Pude sentir a mesma queimação que senti quando me converti em vampira, agora eu não era mais a humana fraca e patética, sorri internamente com isso. Eu me aproximei de Edward e o olhei com uma cólera que jamais imaginei que sentiria por alguém.

 

-Eu... Odeio... Odeio Você. Odeio. Odeio você! –Eu falei entredentes e, após isso, caminhei para a escuridão. Eu estava perdida agora, Isabella Swan estava perdida.

 

Quando abri meus olhos eu não era mais a mesma, eu podia sentir que Isabella Swan havia morrido em definitivo em meu coração. Eu queria ter sido morta, mas eu não estava. A letargia deixou-me e eu me vi em um quarto estranho, com uma decoração antiga e muito luxuosa. Eu estava deitada em uma cama king, usava um longo vestido de seda vermelho. Levantei-me num átimo, onde eu estaria? Eu não reconhecia absolutamente nada, nem mesmo o cheiro do local. Eu podia ouvir vozes cercando o aposento assim como o cheiro doce característico dos vampiros, eu estava cercada. Meus olhos ficaram fixos na imagem refletida por um grande espelho oval com bordas douradas a minha frente, próximo a porta dupla. O que era tudo aquilo? A última coisa que recordava era que eu estava em um bosque cercado por vampiros trajando capas, diziam ser pertencentes aos Volturi. Eu já tinha ouvido falar sobre essa família, Edward havia dito que se tratava de uma poderosa família de vampiros que vivia na Itália, o mais próximo de uma família real. Eles eram letais, mas... Se era assim... Por que eu estava viva? Eu olhei a figura no espelho, os membros que havia perdido estavam ali, eu parecia saudável. E então eu vi mais atentamente minha face, algo estava errado. Eram meus olhos.

 

-AHHHHHHHHHHHHHH! –Quebrei o espelho com um soco. Meus olhos estavam rubros, isso não deveria ser assim. Até aquele momento eu não tinha sorvido sangue humano, me alimentei apenas do sangue de animais. Alguém havia me alimentado, a mesma pessoa que me colocou naquele quarto e trocou minhas roupas ensangüentadas por aquele belo vestido. Eu estava desnorteada. Fui para o canto mais extremo do quarto e me encolhi como um feto. No que eu havia me transformado? Onde eu estava? Quem eu era? Tudo estava confuso, minha vida estava perdida e eu contemplava o inferno. Eu sentia tanto ódio, tanto desespero! Eu queria descontar toda a minha ira em alguém e a única pessoa que me vinha na cabeça era Edward. Eu sei, ele não tinha culpa. Eu o amava, mas isso não me impedia de odiá-lo. Por que eu sabia que as coisas seriam diferentes se ele estivesse comigo. Edward, Edward... A única imagem que restou de minha humanidade era a dele. Estranhamente eu não estava conseguindo me lembrar do rosto de meus pais, do nome de alguns amigos, de como era meu quarto. Tudo estava se perdendo.

 

-Vejo que acordou. –Vejo alguém na porta, uma mulher. Eu já havia visto, seu nome era Jane e ela estava com o grupo que interceptou Victoria. –Meu senhor deseja falar-lhe. Peço para que me acompanhe. –Ela me olhou obstinadamente.

 

-E se eu não quiser ir? –Falei ferina. Ela deu um meio sorriso.

 

-Será péssimo para você. –Ela voltou todo o poder de seus olhos rubros para mim. Seu sorriso foi se desmanchando, ela parecia concentrada em algo. Agora ela me olhava com fúria. –Impossível! –Ela falou antes de desaparecer pela porta. Eu permaneci quieta alheia a tudo. Aquilo era um pesadelo e eu não estava acordando.

 

“Acorde Bella! Acorde!” - Eu me levantei. Não quis nem olhar para uma pequena parte do espelho e ver aqueles olhos rubros.

 

O local era grande, de decoração antiga e de muito bom gosto. Tudo era branco, com detalhes em madeira e dourado nas portas, quadros antigos retratando a figura de deuses, deuses com olhos rubros. Eu caminhei pelos mais variados corredores, o que eu queria? Queria encontrar uma saída daquele lugar? Mas para onde iria? E então, após descer um lance de escadas, eu me deparei com uma porta que dava para fora da extensa propriedade. Era noite, quando tempo havia se passado? Do lado de fora muitos vampiros, Jane estava ao lado de uma figura estranha, ele era tão branco, a pele parecia ter a consistência de giz, cabelos incrivelmente preto e olhos de um rubro turvo. Era uma figura imponente, cercada por vampiros que certamente o protegiam. Usava uma túnica preta, sorriu ao me ver.

 

-Ora! Nossa convidada em fim despertou. Peço perdão por termos deixado a senhorita tanto tempo desacordada. Alec achou que seria bom mante-la dessa forma enquanto se recuperava do ataque que sofreu. –O estranho homem veio até mim lentamente seguido por uma comitiva que me olhava com desconfiança. Ele lançou um olhar duro para os vampiros que o seguiam, devia estar incomodado. Os vampiros recuaram um pouco. Ele continuou sua caminhada até mim com um sorriso, eu recuei.

 

-Saudações minha jovem. Eu sou Aro. Sei que deve estar confusa, serei sucinto em minha explanação. Soube de uma vampira que estava causando grande tumulto em Seattle, uma cidade da América do Norte. Enviei uma pequena comitiva para exterminar a ela e seus recém nascidos. Sabíamos exatamente a quantia de vampiros que a seguiam. E encontramos você que aparentemente não estava com o grupo, muito pelo contrário, estava sendo brutalmente atacada.

 

-Por que mataram Victoria? –Eu disse.

 

-Por que vampiro algum pode fazer algo que possa expor nossa raça e esta vampira de nome Victoria estava atraindo atenção demais. Tivemos de intervir e exterminá-la. –Aro olhava-me atentamente como se estivesse me estudando, os outros vampiros mantinham-se cautelosos.

 

-Por que eu não fui morta? –Perguntei sem conter o aborrecimento que sentia por não ter tido o mesmo fim que Victoria.

 

-Bem... Você não foi morta por que não é uma vampira comum. Meus servos detectaram isso antes de executá-la. Fico feliz que não tenham feito nada a você. É difícil encontrar espécies com poderes anormais para um vampiro.

 

-Não sei do que está falando. –Mas eu sabia. Algo havia acontecido, algo que me poupou de ser morta.

 

-Você é especial minha cara. É uma defensora.

 

-Defensora? O que é isso?

 

-Tem o poder de criar barreiras ao seu redor para proteger-se de ataques físicos e psíquicos. –Ele ergueu a mão e tocou a pele do meu rosto. –Oh! Fascinante! Graças ao seu dom você não recebeu o ataque de Jane em seu aposento e não posso ler sua mente. –Ler mentes? Esse era o talento daquela estranha figura? Um talento igual ao de... Não. Eu não queria lembrar o nome.

 

-Então por que me poupou? Só por que sou especial? Por que acha que deve me manter viva? –Eu o olhei furiosamente antecipando sua resposta. Aro deu um estonteante sorriso.

 

-Por que você será parte dessa família. Será uma Volturi.


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