Hiccup estava preocupado com tudo aquilo, esperava Banguela estivesse bem e ao mesmo tempo lhe surgia na mente a esperança de um oportunidade de encontrar Jack.

“Jack. Para ser honesto nem sei o que eu faria se o encontrasse, será que ele já esta namorando?? O que?? Não , não faz tanto tempo que eu me mudei, certo??”

–Hiccup? Esta tudo bem??- perguntou Astrid despertando o garoto de seus devaneios.

–Sim, estou apenas um pouco preocupado com Banguela, mas estou bem.

– entendo, mas relaxe vai ficar tudo bem.

–Eu sei.

Hiccup voltou o seu olhar para a janela, tudo estava coberto pela neve, por mais que quisesse ver Jack nem que fosse uma ultima vez ele não podia, tinha que manter-se focado no plano de salvar Banguela, ele sabia que se ninguém adota-se o cachorro a probabilidade de ele ser morto no canil era muito grande, o numero era tão grande que lhe assustava.

O trem preparava-se para parar na estação, Hiccup se levantou e avisou a todos que já iriam descer, todos se levantaram e desceram assim que o trem parou.

–E agora??- Perguntou Cabeça-Durar

–Agora nós pegamos um ônibus eu sei bem onde fica o canil.- pronunciou-se Hiccup.

Todos acompanharam o garoto até o lado de fora da estação, onde havia um ponto de ônibus, eles esperaram durante dez minutos. Assim que o ônibus chegou todos entraram sentando-se em lugares separados. Astrid sentou-se ao lado de Hiccup.

–Hiccup, como pretende recuperar o cachorro??- perguntou Astrid

– Digamos que eu tenho um plano simples.

– E qual é afinal de contas??

– Pedir ele de volta!

–Como é que é??

–É isso aí.

–Então, você simplesmente planejou ir até o canil pedir pra que devolvam seu cão??

–É, eu explicou que foi um engano, e pego ele de volta.

–Sério?? E você acha que o “recepcionista” simplesmente vai te entregar o Banguela. Assim de bandeja!?

Hiccup apenas concordou com a cabeça.

–Você só pode estar brincando né??

O garoto ficou quieto e voltou a olhar pela janela.

Vinte e cinco minutos se passaram e faltava apenas um ponto para que todos descessem, Hiccup olhou para Astrid que parecia um tanto nervosa pela conversa anterior, assim que se aproximavam do ponto, Hiccup deu o sinal.

Todos desceram em fila única, Hiccup não esperou ninguém e começou a andar apressadamente. sem muita alternativa todos começaram a segui-lo.

–Ele parece muito determinado para quem só esta pensando em “pedir” o cachorro de volta.

–Como é que é??- exclamou Melequento.- Você está brincando né??

Melequento ficou muito nervoso com isso, ele acelerou seu passo, apoiou a mão nos ombros de Hiccup e o virou para encara-lo nos olhos.

– Aeh o palhaço, você está brincando que esse é seu plano não é??

–Não Melequenton, não estou.

–Que merda- bufou Melequento de raiva-Então você nos trouxe tão longe pra nada?? E tudo por um animal estupido??

–Melequento, preta atenção, escuta tá legal?? Mas escuta bem, ninguém obrigou você a vir okay?? Aliás ninguém obrigou nenhum de vocês a virem comigo- gritou Hiccup- Não é o meu cachorro que esta naquele canil, é o meu amigo, que por sinal me tratou muito melhor do que vocês logo na primeira vez que ele me viu, ele fez o que vocês não fizeram em semanas. Ele me tratou com respeito. Olha só que ironia, um cachorro, um simples animal, soube me tratar melhor que um ser-humano; então Melequento, só pra encerrar essa nossa “conversa”, cala essa boca, porque aquele cão ao qual você chama de “estupido” foi muito mais “humano” do que você um dia jamais vai ser. Entendeu??

Melequento fervia de raiva, e Hiccup ainda mais, eles se encaravam sentindo o sangue subir-lhes pelas veias.

–Agora se você não esta a vontade para me acompanhar, o ponto de ônibus é logo ali-disse Hiccup apontando para o ponto- e se alguém quiser acompanhar o Melequento, tenho certeza de que ele não vai se importar. Não é??

O garoto deu as costas e prosseguiu seu caminho de cara fechada, todos o seguiram, incluindo Melequento, que não queria ficar pra traz.

Quando eles finalmente chegaram, Hiccup deu uma boa olhada no local.

–Esperem aqui.-disse ele.

Ele caminhou até a entrada, entrou no canil e foi até o atendente.

–Com licença.

– Que foi, garoto fala.

– Na noite passada, um homem veio aqui, sabe, um homem parrudo barba longa, cabelos presos castanhos, enorme na altura.

–Sei, e o que é que tem??

–Então. Acontece que, ele, é o meu pai e ele trouxe um cão com uma prótese, uma pata mecânica, e o cachorro é meu.

–Tá, e daí??

– E daí, que, eu queria saber se posso pega-lo de volta.

–Escuta aqui garoto, você tem como pagar pelo cachorro??

–Hã, não??

–Então, o que te faz pensar, que eu vou entregar o “seu” cachorro, assim, de graça??

–Ué, mas o cachorro é meu.

–Ué, mas eu não estou nem aí.- zombou o atendente.

– Você não pode fazer isso.

–Olha só, eu já fiz. Foi mal garoto, “sem dinheiro. Sem negócios”

Hiccup saiu de dentro do canil estressado, e caminhou em direção aos amigos.

–Viu! Eu disse que ele não ia conseguir, paga- disse Cabeça-Quente para o irmão.

Cabeça-Dura tirou três dólares do bolço da calça e entregou para a irmã emburrado.

–Mas é obvio que ele não ia conseguir- disse Melequento- O que vocês acham que ele ia conseguir com essa droga de plano.

Hiccup se aproximou de todos e Astrid se manifestou.

–Detesto ter que concordar com o Melequento, Hiccup, mas esse plano foi ruim mesmo. Mas o que você vai fazer agora??

–Agora?? É partir para o plano B.

–Plano B?? gostei disso- disse Cabeça-Dura.

– Espera, Plano B??

–O que foi?? Você não acharam mesmo que eu viria para cá sem um segundo plano, acharam??

– E qual é o plano B, Hiccup??- perguntou Perna-de-Peixe.

–Ele não quer devolver meu cachorro por bem, então, vou toma-lo a força.