Draco descreveria o amor como insanidade. Começa aos poucos, como uma mecha de cabelo castanho que insiste em ficar fora do lugar... Então você fica ciente do aroma doce que inunda a sala sempre que a outra pessoa está presente. E você desconfia, mas não consegue evitar pensar que é passageiro. Logo vêm as cores, no dourado da pele mal iluminada na aula de Poções, o brilho intenso dos cabelos contra o sol enquanto ele a observa nas arquibancadas, o castanho escuro de olhos tristes que sofrem por outro amor. Você não tem mais controle e você não quer isso. Tantas noites você pensa: por que não outra? Mas toda vez que se depara com um sorriso dela, ele finge que é para si. Entre sonhos perturbados, na barreira entre a consciência e realidade, era quando a tinha. Ele podia colocar a mexa no lugar, se intoxicar no perfume de sua pele e encarar o castanho brilhante dos seus olhos para sempre. Ousava tocá-la ás vezes, deslizando os dedos pelo rosto macio, mal tocando seus lábios e sentindo tremê-la perto de si. Só podia imaginar. Estava tudo na sua cabeça, eternamente trancado. Como insanidade.