Alec espreguiçou-se, sorrindo. O cheiro de Magnus Bane estava por todo lugar. Rico, cítrico, exótico. Deixava-lhe feliz. Completamente feliz, como não era há um bom tempo.

Fechou os dedos, sentindo o tecido macio sobre eles. Seda. Ou talvez algum outro tecido. Provavelmente o segundo, afinal Alec nunca havia sentido uma seda tão macia. Mas, Magnus sabia, o caçador de sombras era um completo leigo quando se tratava de moda, tecidos, QUALQUER COISA DO TIPO!

Abriu os olhos e encarou ao cobertor negro como o cabelo de certo feiticeiro, percebendo que estava sozinho na cama. Provavelmente Magnus estava assistindo a algum programa mundano – Alec havia descoberto, naquele tempo de namoro, que o bruxo amava programas de perguntas e respostas.

Deu de ombros e fechou novamente os olhos, aninhando-se nos cobertores escorregadios, a cabeça no travesseiro branco.

Na noite anterior observara, sentado no sofá, a luz da TV dançando sobre o rosto de Magnus, ao seu lado, os olhos felinos focados nos participantes mundanos do programa.

Ainda lhe era estranho, sentir-se feliz. Mas era mais estranho ainda perceber que nunca fora realmente apaixonado por Jace. Quando conheceu Magnus e se deparou com esse incrível sentimento, percebeu que havia se enganado. Jace fora a primeira pessoa a olhar para Alec de igual para igual, ele, o incrível Jace, se importava com Alec e o queria como seu parabatai! Alec já o admirava e este sentimento aumentou ainda mais. Como nunca havia se apaixonado, não percebera seu erro.

Divagando sobre sua nova e mais feliz vida, acabou adormecendo no sofá, provavelmente encostando a cabeça no ombro de Magnus e talvez – ele tinha até vergonha de pensar – babado um pouco.

Aparentemente, Magnus havia lhe carregado até a cama e – constatou, tateando o peito nu – lhe tirado a blusa.

Mas tudo bem. Não importava se talvez Alec tivesse feito papel de bobo. Nada estragaria sua felicidade.

Sentou-se em um rompante, assustado. ELE DORMIRA FORA! Pelo Anjo, o que sua irmã e Jace iam pensar? E sua... CARAMBA, SUA MÃE! Ela estava no Instituto! Com certeza eles não iriam pensar que Magnus e Alec haviam apenas dormido.

Levantou, jogando os cobertores para o lado. Procurou ao redor pela sua camisa, encontrando-a perto do pé da cômoda.

E também um bilhete.

Tive que resolver alguns problemas.

Por favor, deixe sua chave na mesa.
M.

O que aquilo queria dizer? Magnus estava terminando tudo com ele? Será que um pouco de baba era o suficiente para terminar um relacionamento?

Alec: Você está exagerando. Eu não sou assim tão exagerado! Descreveu-me como se eu fosse um desesperado.

Magnus: Você é muito exagerado, Alexander.

Alec: Pare de falar assim! Olhe só, é óbvio que um pouco de baba não acabaria um relacionamento.

Magnus: Então, você está assumindo que babou? *arqueia uma sobrancelha*

Alec: NÃO PERCAM O PRÓXIMO CAPÍTULO, PESSOAL. AGORA EU TENHO QUE IR. TCHAU! *corre*

Magnus: *revira os olhos* Nephilim idiota.