I Wish You Love escrita por hatsuyukisan


Capítulo 14
Capítulo XIV


Notas iniciais do capítulo

Bem fofo *-* Todo mundo feliz e borboletas coloridas, ê beleza! Mas logo passa ç_ç



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   A turnê passou voando por eles. Multidões atrás de multidões, stress, correria, dores, cansaço, mas no fim tudo valia a pena. A turnê acabou deixando saudades no coração de todos e sorrisos nos rostos. Mas alivio também. Alívio por finalmente terem tempo pra relaxar, pra cuidar de suas vidas. Na volta a Tokyo, todos se reuniram na sede da gravadora para um coquetel de encerramento da turnê. Zenzo fez questão de parabenizar a todos, especialmente a Yuki, pela sua estréia bem sucedida.

   Yuki nunca aproveitara tão bem um tempo de descanso. Ficou junto do namorado, compôs musicas novas, passou um tempo com seus colegas de banda, saiu com Asuka – quando esta não estava com Ruki, é claro - , voltou com Uruha à casa dos pais dele. Dessa vez ela foi recebida como a namorada do caçula da família, e não como a colega de gravadora. Yuki pôde perceber o brilho nos da mãe de Uruha ao ver o filho ao lado de Yuki. A vocalista ouviu sem querer a conversa das irmãs e da mãe de Uruha quando foi ao banheiro.

          - Você acha mesmo, okaasan? – cochichou a irmã do meio da família da Takashima.

          - Claro. Kouyou está completamente encantado com essa moça. Não dou dois anos até que eles se casem. – Yuki prendeu a respiração ao ouvir o comentário de sua suposta-futura-sogra.

   A morena se apressou em sair do banheiro e fingir que não havia ouvido nada. Casar? Com Uruha? Talvez não fosse uma má idéia. Podia sim imaginar-se envelhecendo ao lado do Takashima. Yuki sorriu e suspirou no corredor da casa. Sentiu que pela primeira vez na vida, vivia o que sempre quisera viver. Um conto de fadas. Ela havia achado o homem que fazia seus sonhos virarem realidade. Sentiu vontade de agarrar-se à isso e nunca mais soltar.

   Alguns meses depois, mais precisamente em novembro, em um dia frio e borrado de laranja pelas folhas secas do outono, Yuki passava os dedos entre os cabelos dourados do seu adorado guitarrista, enquanto ele dedilhava o violão. As bandas gravaram alguns vídeos, deram entrevistas e tiraram fotos pra revistas nesse meio tempo. Mas a partir de outubro Kai fez questão de férias, não queria perder o nascimento do filho por nada. Uruha colocou o violão de lado e acolheu a namorada nos braços. No instante em que os dois colaram os lábios, o barulho do celular de Uruha vibrando sobre o criado mudo interrompeu o beijo dos dois. Yuki relutou um pouco em deixá-lo atender, fez cara feia, ele apenas riu e checou o visor, Ruki. Achou que devia atender.

          - Ruki? – Yuki suspirou e encostou a cabeça nas pernas do loiro quando esse atendeu ao telefone.

          - Uru... Onde você tá? – o vocalista parecia animado.

          - Na cama. – o outro respondeu, rindo. Yuki beliscou-lhe a coxa e sussurrou “Indecente!” – Por que, Ruki? Precisa de mim?

          - Não exatamente, mas é que o filho do Kai acabou de nascer, eu e Asuka estamos a caminho do hospital agora mesmo. – Uruha pôde ouvir o som da porta do carro fechando e o motor sendo ligado.

          - Sério?! Nossa que ótimo! Nós estaremos lá em dez minutos. Ja ne. – Uruha respondeu e desligou o telefone.

          - Onde nós estaremos em dez minutos? – perguntou Yuki quando o Takashima levantou e foi se vestir.

          - No hospital.

          - Por quê? – Yuki não parecia entender muito bem, mas levantou e começou a se vestir do mesmo jeito. – Aconteceu alguma coisa?

          - O filho do Kai nasceu, amor. – respondeu Uruha, enquanto abotoava a calça.

          - Ah, meu Deus, que cabeça a minha! Esqueci completamente! – disse Yuki, com a voz abafada pela camiseta que enfiava pela cabeça.

          - Pois é, eu também nem me toquei que o bebê nasceria por esses dias. – o guitarrista vestiu uma camiseta e jogou um casaco de moletom branco por cima.

          - O Kai deve tá morrendo de felicidade. – Yuki lutou para não tropeçar na própria calça enquanto enfiava-a com pressa pelas pernas. – Cadê meu casaco, Uru?

          - Lá na sala. Vamos. – ele puxou a morena pela mão.

    Yuki pegou o casaco do cabide na sala, vestiu-o e colocou os sapatos. O guitarrista fez o mesmo e então pegou a chave do carro. Os dois desceram até a garagem do prédio, entraram no carro e foram até o hospital. Ao chegarem lá, foram direto para a ala da maternidade no terceiro andar. Assim que saíram do elevador, encontraram os outros membros do Gazette – exceto Kai -, Asuka, Miyavi e uma amiga de Yuriko parados ali.

          - E aí? – Uruha se aproximou de Ruki.

          - Nós acabamos de chegar aqui, quando chegamos Kai havia acabado de vir aqui falar com o Aoi. Nasceu há uma hora mais ou menos. Yuriko e o bebê passam bem, já o Kai, não sei. – Ruki ria. – Eu acho que ele vai acabar rasgando a cara se continuar sorrindo.

          - Ele deve estar insuportavelmente feliz. – Uruha riu também.

          - Tá mesmo. – Aoi se aproximava. – Eu achei que nunca ia conhecer uma pessoa mais feliz que o Kai, mas conheci: o Kai com um filho.

          - É menino? – Miyavi perguntou, apoiando-se no ombro de Aoi.

          - Uhum. – o moreno balançou a cabeça.

          - Só não dá pra saber se vai ser baterista ou jogador de futebol. – disse Reita.

           - Eu aposto na segunda opção. – comentou Uruha.

           - Gente! – um Kai descabelado e mais sorridente do que nunca vinha andando em direção a eles. – Eu sou pai! – ele ria.

           - A gente sabe! – Ruki apertou o ombro do baterista e riu – Parabéns.

           - Pai! Eu! – Kai apontava o próprio peito e sorria – De um menino lindo, cheio de cabelo.

           - E a Yuriko? – perguntou Asuka, abraçada ao namorado.

           - Ela tá bem, tá descansando. O parto foi bem tranqüilo, mas eu tô tremendo até agora. – Kai mostrou as mãos trêmulas. – Querem ver o meu filho?

           - A gente já pode ver ele? – perguntou Miyavi.

           - Uhum. Já levaram ele pro berçário. A gente pode ver ele do corredor. – Kai saiu andando e os outros o seguiram até o corredor do berçário. Kai parou na frente do grande vidro que dava visão para dentro do berçário e apontou um dos berços na segunda fila. – Ali. Meu filho.

           - Ele é bem cabeludo mesmo. – Ruki riu.

           - Lindo, né? – Kai tinha o rosto quase colado ao vidro.

           - Que gordinho. – Miyavi comentou sorrindo.

           - Eu sei. – os olhos do baterista brilhavam.

           - Eu quero um desses. – Uruha abraçou Yuki pelas costas e sussurrou em seu ouvido. Yuki corou e sorriu.

           - Eu também. – respondeu, imaginando o dia em que seria Uruha com a cara colada no vidro, babando e sorrindo feito bobo.

           - Tá afim de ir fazer um agora? – o maior sussurrou, rindo. – Eu vi um armariozinho de vassouras ali no fim do corredor que parecia vazio.

           - Uruha! – Yuki riu da bobagem do loiro.

    Quase um mês depois, era Natal. Tokyo estava fria e cinzenta, esperando pela neve. Yuki acordou na manhã do dia 24, debaixo do cobertor, envolvida pelos braços de Uruha. Agradeceu por não ter que sair dali tão cedo e aninhou-se no abraço do outro, voltando a dormir. Só acordou horas mais tarde, com a voz de Uruha chamando seu nome baixinho. Ela abriu os olhos e sorriu, sentindo-o dar-lhe um selinho nos dentes. Yuki aconchegou-se nos braços do guitarrista como um gato que ronrona no colo do dono, enquanto ele passava os dedos entre seus cabelos escuros. Uruha lembrou Yuki da ceia de Natal na casa de Kai.

    Kai havia feito questão de convidar todos para passarem o Natal em sua casa, como a grande família que eram. E foi o que fizeram. Todos se reuniram na casa de Kai, em volta da mesa de jantar, comendo, bebendo, conversando, rindo. Kai não parava de falar do filho nem por um instante. Yuki sorria ao ver o baterista tão feliz. Lembrava vagamente de Kamakura, mas a mão de Uruha sobre a sua se encarregava de lembrá-la que agora era mil vezes mais feliz.

    Yuki olhou pela janela enquanto Uruha estava envolvido em uma conversa animada com Aoi. Ela lembrou-se do Natal retrasado. Asuka havia ido viajar e ela ficara sozinha. Não completamente. Hizumi estava com ela. Fitou o horizonte e se perguntou se ele estava sozinho agora. Do outro lado da cidade, o vocalista encarava o roxo escuro do vinho no copo e tentava se livrar daquela nostalgia que o abatia. O riso de Uruha ao seu lado despertou Yuki daquela viagem no tempo em que se encontrava. Ela balançou a cabeça e tomou a mão do guitarrista entre as suas. Uruha olhou para a morena, perguntando-se o porque do gesto repentino. Ela apenas sorriu e beijou a mão do Takashima. Em pouco tempo, Yuki pensou em todos os homens da sua vida, do sofrimento que passara, mas suspirou aliviada ao se dar conta de que era passado e que agora tudo estava em seu lugar, ao lado de Uruha.


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Notas finais do capítulo

Reviews amores :*



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