I Wish You Love escrita por hatsuyukisan


Capítulo 12
Capítulo XII


Notas iniciais do capítulo

O tamanho do XII compensa o do XI 8D Draminha básico, de leve. E tem gente que vai adorar ver uma justicinha sendo feita. Mas ok.. leiam e depois me digam *-*



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     Um pouco mais de um mês se passou, Yuki e Uruha continuavam saindo juntos. Eram felizes e estavam cada vez mais apaixonados. Naquela quarta-feira, eles embarcariam para Europa, para a turnê das bandas, tocariam em alguns festivais e depois voltariam para o Japão para as férias.

     A primeira cidade no itinerário era Londres. Tocaram dois dias na Inglaterra e então foram para Berlim, onde tocariam em um festival. Ficaram hospedados num hotel um pouco afastado do centro da cidade. Yuki dormia em um quarto com Asuka, que havia ido junto para a turnê européia. Yuki e Uruha decidiram não expor o relacionamento então nem dormiam no mesmo quarto na turnê. Eles chegaram na Alemanha numa  madrugada de quinta-feira chuvosa e fria. Na sexta pela manhã, manhã de show, Yuki acordou muito cedo e foi dar uma volta no jardim do hotel. Ela sentou num banco e ficou observando o orvalho sobre as folhas das arvores, pensando em coisa alguma, meio surpresa pela sua mudança de vida. Agora ela era famosa, tinha seu próprio cd, era musica 24 horas por dia e namorava Uruha. Há seis meses atrás ela cozinhava num restaurante de dia, tocava em clubes meia boca a noite e namorava Hizumi.

                  - Yuki? – Hizumi. No exato momento em que pensou nele, sentiu uma mão tocar seu ombro e ouviu aquela voz, velha conhecida de noites em claro com um violão e um monte de gatos.

                  - Hizumi! – ela pulou do banco ao vê-lo.

                  - Eu sabia que você estaria no festival, mas não sabia que estaríamos no mesmo hotel. – ele disse, um tanto surpreso quando ela o abraçou forte.

                  - Nem eu! Que surpresa! Como você tá?

                  - Tô bem. – Yuki sentiu uma certa insegurança nas palavras dele.

                  - Tá mesmo? – ela olhou nos olhos dele.

                  - Tô. – ele forçou um sorriso. O peito de Yuki apertou ao ver aquela expressão no rosto dele. Por mais que não fosse mais seu namorado, por mais que não fosse o melhor cara do mundo, ela gostava dele, admirava-o. – E você?

                  - Tô bem, sim. – ela sentou de volta no banco e ele sentou ao lado dele. O silencio se estabeleceu por alguns instantes e então Yuki o quebrou. – Que bom te ver! Desde aquela vez em Kamakura a gente não se viu mais.

                  - É. – ele riu um pouco triste quando ela tocou sua mão.

                  - Hizu... – ele virou o rosto e olhou-a nos olhos. Ela só o chamava assim quando eles estavam em seu apartamento, deitados no futon no chão da sala, só de roupa de baixo, sob pilhas de cobertores, abraçados esperando a neve chegar. – O que houve? Você... não tá... Você tá triste.

                  - Não é nada, Yuki, não se preocupa.

                  - Não mente pra mim. – ela tocou o rosto dele.

                  - É só... o meu clichê preferido... – Yuki não entendeu, encarou-o esperando uma resposta – Sinto sua falta, Yuki.

                  - Hizumi, eu... – ela não soube o que dizer, não tinha o que dizer. Então o abraçou. Talvez entendesse como ele se sentia, talvez fosse só a nostalgia de sempre alojada em seu peito, mas sentiu que precisava abraçá-lo. Abraçou-o forte, um abraço demorado. O perfume dele entrou pelas suas narinas e trouxe consigo um livro todo de recordações. Fotos velhas, cartas rabiscadas, beijos perdidos, promessas partidas.

                   - Você não precisa dizer nada, Yuki. Não vou te pedir pra voltar.

                   - Hizumi... – ela tocou o rosto dele mais uma vez.

                   - Não, Yuki, não quero que você diga nada. Nem mereço as suas palavras. Eu tenho que ir. Meus ensaios começam daqui a pouco. – ele levantou do banco.

                   - Tá. – Yuki não sabia o que dizer.

                   - A gente se vê por aí. – ele virou as costas e voltou para dentro do hotel.

     Yuki ficou sentada encarando as árvores novamente, sentindo-se culpada pela tristeza de Hizumi.

     O vocalista subiu as escadas do hotel cabisbaixo, andou pelo corredor até seu quarto. Mas antes que pudesse abrir a porta ouviu uma voz:

                    - Hey! Você! – ele se virou para olhar e viu um sujeito loiro, alto, já o tinha visto alguma vez na vida mas não lembrava quem ele era.

                    - Eu? – Hizumi perguntou.

                    - É, você. O que você acha que tá fazendo com a Yuki? – disse Uruha.

                    - Quê?! – o menor não entendeu do que ele falava.

                    - Eu vi tudo pela janela. Eu não sou idiota.

                    - O quê? Como? Mas porque é que você tá me perguntando tudo isso? Quem é você?

                    - Eu sou o namorado dela.

                    - Quê?! – Hizumi congelou – Tá. Até parece.

                    - O que foi que você disse? – o guitarrista soou um pouco nervoso.

                    - Até parece. Foi o que eu disse. – disse Hizumi em tom de deboche.

                    - Por quê?! Tá duvidando que eu esteja com ela?! – o loiro sentiu o sangue ferver, aquele deboche todo era demais para ele.

                    - Claro! A Yuki não é do tipo que dá mole pra caras como você.

                    - Caras como eu?!

                    - É. Um rostinho bonito e mais nada. – segundos depois que Hizumi terminou de falar, um punho veio em sua direção, rápido, com força, acertando-o direto no olho. O vocalista cambaleou um pouco e então voou para cima do guitarrista, acertando um soco em sua boca.

                    - Parem! – Yuki chegou correndo e puxou Hizumi pelo braço, impedindo-o de acertar outro soco em Uruha. – Parem com isso, agora! Mas o que significa isso?!

                    - Yuki, esse idiota, quem é ele? – disse Uruha, enxugando uma gota de sangue do canto da boca com a manga do casaco.

                    - Pra começar ele não é um idiota. – Yuki soltou o braço de Hizumi visto que ele já tinha se acalmado.

                    - Quê?! Você tá defendendo ele?! – Uruha estava quase gritando.

                    - Fala baixo. Mas que droga. Não tô defendendo ninguém. Ele não é um idiota, ele é meu ex-namorado. Hizumi, esse é o Uruha, meu namorado.

                    - Você tá namorando esse cara? – Hizumi arqueou a sobrancelha.

                    - Você namorava esse cara? – disse Uruha apontando Hizumi.

                    - Sim e sim. Olha, tudo bem que vocês não sabiam um do outro, mas também não precisavam brigar feito duas crianças.

                    - Não precisava se eu não tivesse visto ele dando em cima de você lá no jardim. – Uruha cruzou os braços.

                    - Ele não tava dando em cima de mim. – disse Yuki.

                    - Ah, é certo.. você é que tava dando em cima dele.

                    - Uruha! – Yuki balançou a cabeça desaprovando a infantilidade do namorado. – Quer falar baixo?!

       Uruha virou as costas e foi para o quarto, a passos largos, nervoso. Yuki saiu correndo atrás dele. Hizumi ficou olhando aqueles cabelos longos ondearem no ar enquanto ela corria. Ele balançou a cabeça e entrou no quarto, se jogando na cama em seguida.

                    - Uru! – Yuki entrou no quarto atrás dele e fechou a porta. – Dá pra ser menos infantil pelo amor de Deus?!

                    - Daria! – ele apertou os lábios e Yuki viu seus olhos lacrimejando, mas não de tristeza, e sim de raiva. – Daria se você não amasse aquele idiota!

                    - Uruha... – Yuki suspirou – Eu não o amo.

                    - Não?! Então porque é que você defendeu ele?!

                    - Me escuta. – ela se aproximou do loiro e segurou suas mãos – Eu e o Hizumi tivemos uma história, sim. Tivemos. Não temos mais. Nem vamos ter. Eu gosto dele, admiro, como amigo. Mas eu não o amo, de forma alguma. Eu amo você, seu chato. – ela riu um pouco.

                    - Yuki... – ele balançou a cabeça e sorriu um pouco.

                    - Eu amo as suas birras, a sua infantilidade, o seu ciúme doentio... Me irrita, mas eu amo.

                    - Eu também te amo. – ele riu. – Aliás eu adorei quando você disse “esse é o Uruha, meu namorado.” – ele sorria de canto.

                    - Sua criança! – ela riu da cara que ele fez - Agora senta, deixa eu dar uma olhada nessa boca. – ela o empurrou pelo peito, fazendo-o se sentar na cama e segurou seu queixo, observando o canto dos lábios dele – Ai, ai. Que coisa feia nesse rosto lindo.

                    - Culpe o seu ex-namoradinho. – ele disse, enquanto ela molhava uma toalha limpa.

                    - Vai me dizer que você não teve culpa nenhuma agora? – ela encostou o cantinho da toalha no lábio dele.

                    - Não tive mesmo. Quem mandou ele mexer com a minha namorada. – ele franziu um pouco a testa quando ela pressionou a toalha sobre o machucado.

                    - Ah, que fofo. – ela deu um beijo estalado no canto da boca dele que não estava machucado. – Mas isso não justifica. Agora me fala... E não mente. Eu sei quando você tá mentindo, então nem tente não dizer a verdade...

                    - Fala, mãe. – ele riu e ela sentou ao lado dele na cama.

                    - Não brinca! Eu tô falando sério.

                    - Tá.

                    - Com sinceridade... quem foi que deu o primeiro soco?

                    - Ãhn...

                    - A verdade, Uruha!

                    - Eu dei.

                    - Eu sabia. – ela balançou a cabeça.

                    - Sabia?

                    - Sim. O Hizumi não é o tipo que sai dando socos por aí.

                    - E eu sou?!

                    - Acabou de provar que é. – ela riu. – Olha, eu te perdôo, mas que isso não se repita. Da próxima vez quero que fale comigo antes de enfiar o punho na cara de alguém.

                    - Tá bom. Mas eu juro que não sou o tipo de cara que sai socando os outros. Só que... ele falou que eu não era nada além de um rostinho bonito e que você não gostava de tipinhos como eu. E isso tudo depois de eu ter visto aquela cena do jardim... Sei lá.

                     - Cabeça-dura. No fundo você mereceu esse soco. Pra aprender a confiar em mim. – ela riu e beijou o rosto dele. – Já venho.

                     - Onde você vai? – ele perguntou quando ela se levantou.

                     - Lugar nenhum. – ela riu e saiu batendo a porta.

         O sorriso sumiu dos lábios dela. Ela precisava ir até lá. Uruha não ia gostar nada de saber que ela havia ido, mas sentia-se na obrigação de ir. Ela parou na frente da porta e bateu.

                     - Quem é? – a voz de Hizumi veio de dentro, meio triste.

                     - Sou eu. – disse Yuki junto à porta.

                       - Yuki? – ele veio abrir a porta.

                       - Vim ver como você tá. – ela entrou no quarto.

                       - Tô bem. – ele encarava os pés.

                       - Olha pra mim... – ela disse, parando de braços cruzados na frente dele. Ele levantou a cabeça. O olho dele estava vermelho, um pouquinho inchado, com certeza ficaria roxo. – Você tem gelo aí?

                       - Não precisa. Não machucou.

                       - É claro que machucou. – ela sorriu um pouco. – Até me surpreendo que tenha machucado, o Uruha é um fracote.

                       - Nossa, quanto carinho pelo namorado. – Hizumi riu, irônico.

                       - Você também não é o Super-Homem. Isso aí vai ficar roxo sabia? – ela apontou o olho dele.

                       - Não tem problema.

                       - Tem certeza de que não quer pôr gelo?

                       - Tenho. – ele sentou na cama.

                       - Olha... – ela sentou ao lado dele – Me desculpa pela atitude do Uruha.

                       - Não precisa pedir desculpa. Eu também não fui muito legal, não. Nem conheço o cara e já fui julgando ele só porque ele namora a mulher que eu a... – ele não continuou.

                       - Tudo bem, Hizumi. – ela balançou a cabeça, tentando tirá-lo do embaraço.

                       - Ele te faz feliz, Yuki?

                       - Faz. – Yuki respondeu com uma certeza que fez o coração de Hizumi doer e um meio sorriso surgir no canto da boca dele.

                       - Aposto que quando você liga pra ele, é sempre ele que atende. – ele disse, encarando o próprio joelho.

                       - Não. – ela sorriu – Às vezes é o Aoi, mas eles vivem juntos, então é normal.

                       - Hum... – ele ficou em silencio por alguns instantes. – Lembra daquela música que você escreveu pra mim?

                       - Lembro. – ela encarou o nada como se pudesse ver a cena de si própria mostrando um papel com uns rabiscos a um Hizumi bem diferente do que estava sentado ao seu lado agora.

                       “- Minhas mãos procuram você, meus braços estão estendidos na sua direção, eu sinto você na ponta dos meus dedos...

                       - Minha língua dança atrás dos meus lábios pra você...

                       - O fogo crescendo no meu ser, queimando, eu não estou acostumada a te ver, estou viva, viva... Posso te sentir em volta de mim, engrossando o ar que eu respiro...

                       - Agarrado ao que eu sinto, saboreando esse coração que está cicatrizando... – cada pedaço da música vinha em sua mente como se ela a tivesse composto há dois minutos.

                       - Minhas mãos flutuam sobre mim e você sussurra que me ama, e eu começo a esvair para o nosso lugar secreto... A música me faz oscilar, os anjos cantando dizem que nós estamos sozinhos com você...

                       - Eu estou e eles também estão, sozinhos com você... E então eu choro, a luz é branca, eu te vejo...

                       - Tome minha mão, eu te dou ela e agora você me deve tudo que eu sou...

                       - Você disse que nunca me deixaria, eu acredito em você, eu acredito.”

                       - É uma ótima música. – ele concluiu.

                       - É mesmo. – ela abaixou a cabeça.- Bons tempos.

                       - Poderiam ter sido melhores. Poderiam ter durado pra sempre... se eu não tivesse sido um completo idiota.

                       - A gente não sabe se algo deve durar pra sempre até que dure, Hizumi. – ela disse, levantando – Eu preciso ir.

                       - Tá. A gente se vê mais tarde no festival.

                       - Vê se coloca gelo nesse olho hein? – ela disse e saiu pela porta.

        Ela saiu andando pelo corredor, em direção ao próprio quarto, com algo pesando no peito. Não era certo. Aquilo não podia estar acontecendo. Hizumi devia estar feliz, seguindo sua vida, feliz, aumentando a sua lista de amantes, mas não. Yuki tinha plena certeza de que gostava de Uruha de verdade, mas ver Hizumi daquele jeito, não lhe parecia justo. Ela chegou no quarto e viu a melhor amiga sentada na cama checando um mapa da cidade.

                        - Oi. – disse Yuki ao chegar.

                        - Que cara é essa menina? – Asuka pôs o mapa de lado e olhou para a amiga que se sentou na outra cama.

                        - O Uruha e o Hizumi brigaram, acredita?

                        - Meu Deus. Brigaram? Como assim?

                        - É. O Uru me viu conversando com o Hizumi no quintal hoje mais cedo e foi tomar satisfações. O Hizumi não sabia que o Uru era meu namorado, nem o Uru sabia que o Hizumi era meu ex-namorado, então eles se falaram umas coisas e o Uruha voou pra cima do Hizumi.

                        - Gente, eles saíram no soco mesmo?

                          - Uhum. – Yuki balançou a cabeça, confirmando.

                          - Mas e aí, alguém se machucou?

                          - O Uru levou um soco na boca, sangrou um pouquinho, mas nada sério.

                          - Esse Hizumi não presta mesmo. Pobre, Uru. – disse Asuka.

                          - O Hizumi levou um do Uruha no olho, vai ficar roxo. – disse Yuki, como se estivesse lançando um contra-argumento à acusação da amiga.

                          - Grande coisa, ele supera. – a outra deu de ombros.

                          - Ah, Asuka... Não é pra tanto. Você não conhece o Hizumi direito. Ele pode ser a melhor pessoa do mundo quando não mente.

                          - Tá, tá. Mas que ele mereceu o soco que levou, isso mereceu. Aliás ele merece muito mais por ter te deixado sem noticias por dois anos.

                          - Ele parece estar bem arrependido sabe. A gente conversou um pouco. Ele me pareceu muito abatido. – disse Yuki, mas Asuka deu de ombros.

                          - Não é nem metade do que você sofreu enquanto ele tava lá nos Estados Unidos, transando com todas que aparecessem.

                          - É tarde demais pra ele sofrer por mim. – disse a vocalista, se levantando – O Uruha já tem lugar fixo na minha vida, já é parte de mim.

                          - Isso aí! É assim que eu gosto de ouvir você falar. – a ruiva levantou e passou a mão nos cabelos da amiga – Agora deixa eu ir que eu quero ver o Ruki antes do ensaio ainda.

                          - E eu vou atrás do Uruha, eu saí de lá e nem falei que ia ver o Hizumi, ele deve tá fulo da vida comigo.

            As duas amigas saíram do quarto atrás de seus respectivos namorados. Yuki bateu na porta do quarto de Uruha, ela ouviu passos vindos de dentro e Aoi veio atender.

                          - Yuki! Entra. – ele abriu caminho para ela – O Uru tá no banho, já deve tá saindo.

                          - Uhum. – ela disse, e sentou na cama, pegando uma camiseta do namorado que estava amontoada sobre a cama e dobrando-a com cuidado.

                          - Tá empolgada pro show aqui na Alemanha? – Aoi perguntou.

                          - Ah, sim. Bastante. – disse Yuki, ainda prestando atenção a camiseta.

                          - Você deve tá ansiosa pra ver a reação do público né?

                          - Ah, com certeza. – ela sorriu e finalmente colocou a camiseta de lado.

                          - O Uru me contou o que aconteceu mais cedo. Não sabia que você namorava o Hizumi. – disse Aoi, se apoiando na parede perto do banheiro.

                          - Foi há muito tempo atrás.

                          - Me surpreendeu o Uru ter partido pra cima dele daquele jeito. Ele não é o tipo de cara que faz essas coisas.

                          - Eu sei. – Yuki riu um pouco – O Hizumi também não é.

                          - É, mas quando o assunto é Yuki parece que as coisas mudam bastante, não é? – o moreno riu também.

                          - Pelo jeito sim.

                          - Mas você e o Uru, vocês tão bem né?

                          - Sim, claro. Muito bem.

                          - Ele gosta muito de você, sabia? – disse Aoi.

                          - Claro que ela sabe, Aoi – disse Uruha, saindo do banheiro com uma toalha enrolada na cintura e secando os cabelos com outra. Ele foi se sentar ao lado da moça – Ou você acha que eu não digo isso pra ela todos os dias?

                          - Uru! Você vai molhar a cama! – disse Yuki quando o loiro a abraçou e beijou sua bochecha – E que pouca vergonha é essa? Sair do banheiro só de toalha... Só você mesmo.

                          - Ah, tá, como se nenhum dos dois aqui nunca tivesse me visto nu. – ele riu, levantando e foi pegar roupas limpas na mala. Uruha se vestiu ali mesmo, na frente dos dois, sem o mínimo de pudor. Yuki balançou a cabeça e riu da atitude do guitarrista.

                          - Andou malhando, Uru-chan? – perguntou Aoi, rindo, quando Uruha pôs a camiseta que usaria sobre o ombro e foi até o banheiro se perfumar.

                          - Não. Impressão sua, Aoi-chan. – disse Uruha, saindo do banheiro e passando a mão na cintura do moreno.

                          - Se eu não conhecesse vocês dois... – Yuki riu da cena.

                          - Brincadeirinha, né Aoi? – Uruha riu e piscou para o outro, se sentando ao lado da namorada. – Onde você foi aquela hora, amor?

                          - No quarto do Hizumi. – Yuki respondeu com uma calma que fez Uruha arregalar os olhos.

                          - Hã?!

                          - Eu fui lá ver como ele tava. Ou você acha que seria justo eu fingir que ele nem existe depois de você ter enfiado a mão na cara dele?

                          - Acho justíssimo! Você me culpa pelo o que aconteceu, Yuki! Se eu sou tão errado assim, vai lá ficar com ele. Tadinho dele, deve estar sofrendo pra caramba. – Uruha usava um tom irônico – Imagina só, ele tenta reconquistar a ex-namorada e aí descobre que tem um rostinho bonito no lugar dele, e aí o panaca vem tomar satisfações com ele e enfia a mão nele só porque ele disse que o dito cujo não servia pra ela. Pobre coitado! Quer mais sofrimento que isso?

                         - Uru... – Yuki respirou fundo e levantou – Olha, quando você conseguir pensar com a cabeça de um homem de vinte e cinco e não com a de um pirralho de treze, eu volto aqui pra gente conversar.

                         - O que eu faço com uma mulher dessas, Aoi? – disse Uruha quando Yuki bateu a porta com força, saindo do quarto – O que é que eu faço, meu Deus?

                         - Olha, Uru, eu concordo com você. No seu lugar eu também teria ciúmes. Mas poxa, não precisava ter dito tudo aquilo. Ela já te disse que não sente mais nada pelo cara. Confia nela. Ela gosta de você.

                         - Gostar não é o suficiente. Eu a amo, Aoi. Ele ama também. E aí? E se ela só gostar de mim? E se o que ela sentia por ele voltar?

                         - Agora eu concordo plenamente com a Yuki. Ela te disse que te ama, Uruha! Larga de ser cabeça dura. Pra quê se preocupar com um cara que já é pagina virada na vida dela? Insegurança não combina com você, Uru. Você faz de tudo pra ver essa mulher feliz, não tem com o que se preocupar. Eu acho que você devia ir atrás dela e pedir desculpas. Seja homem, Uruha! Se tiver medo de perdê-la, não dê chances pra que isso aconteça.

                         - Tem razão, Aoi. – Uruha encarou os joelhos. Ele levantou, vestiu a camiseta, calçou os sapatos e colocou um casaco. – Eu vou atrás dela. A gente se vê no ensaio.

          O loiro saiu apressado pelos corredores do hotel, pensando no que diria a namorada quando a visse. Ele e Yuki nunca haviam brigado. Sempre se deram bem. Mas Uruha sabia que uma hora ou outra seu ciúme atrapalharia essa paz toda. Ele desceu as escadas e deparou-se com Yuki no lobby, sentada conversando com Asuka, Ruki e Reita.

                         - Bom dia. – ele disse quando chegou perto dos quatro.

                         - Bom dia, Uru. O que foi que aconteceu aí? – perguntou Reita apontando a boca do guitarrista.

                         - Ah, nada. Longa história. – ele disfarçou – Yuki, será que podemos conversar?

                         - Podemos mesmo? – disse Yuki, de braços cruzados.

                         - Por favor. – disse o loiro.

                         - Tá. – ela levantou e seguiu-o até um cantinho perto da sala de conferencias do hotel.

                         - Olha Yuki... Me desculpa pelas coisas que eu falei lá no quarto. Sabe, foi só... Infantilidade, insegurança, medo, ciúmes...

                         - Eu sei. – Yuki passou a mão pelos cabelos e encarou o chão.

                         - Eu te faço feliz, Yuki? – era a segunda vez que lhe perguntavam isso naquela mesma manhã.

                         - Não quando você fica fazendo cena por causa de um velho amigo. Mas sabe... quando você vem todo fofinho pedir desculpa depois, me faz muito feliz. – ela sorriu e se aproximou dele, segurando o rosto dele entre as mãos e beijando-o no canto da boca.

                         - Chata. – ele sorriu e abraçou-a pela cintura. – Me fez vir até aqui e fazer essa cena pra depois de duas palavras me perdoar.

                         - Quer que eu brigue mais, é? – ela passou os braços em volta do pescoço dele – Eu só queria que você reconhecesse que exagerou e que o Hizumi não é nada além de um velho amigo e que você é o ciumento mais lindo do mundo.

                         - Yuki... – ele corou, como uma criança que não é levada a serio.

                         - É claro que você me faz feliz, Uruha. – ela falou séria agora. – Mais feliz do que eu esperava. Eu nem sabia que podia ser feliz assim.

                         - Eu te amo. – o loiro sorriu de novo e abraçou a namorada apertado, beijando seus cabelos.

                         - Eu sei. – ela riu nos braços dele. – Agora vamos que os ensaios já vão começar. Vamos trabalhar, garoto!


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Notas finais do capítulo

Maior barraco, eu hein? 8D Brincadeira. Mas achei válido.

Preciso dizer que amo reviews? *-*



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