I Wish You Love escrita por hatsuyukisan


Capítulo 10
Capítulo X


Notas iniciais do capítulo

Ok, vocês vão me chamar de enrolona, mas eu achei esse capítulo válido certo? Achei que tinha que ter um momento entre amigas e umas opiniões da Yuki sobre a novela da vida dela. Não me trucidem pela encheção de linguiça ok?



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Yuki chamou um táxi e foi para casa. No caminho não pensou em Uruha, mas pensou no que diria à Asuka quando chegasse em casa. Ela tinha que contar. Nunca escondera nada da amiga. Sentia-se mal guardando aquilo dentro de si. A vocalista chegou ao portão de casa, pagou o táxi e subiu. Quando abriu a porta viu que a amiga estava sentada no sofá lendo um livro, que imediatamente pôs de lado ao ver a mais nova entrar e lançou-lhe um olhar de “Eu sabia!”.

             - Posso saber onde a senhorita andou? – ela perguntou já sabendo o que esperava de resposta.

             - Por aí. – Yuki deu de ombros e pendurou o casaco no cabide.

             - Por um acaso, “por aí” é alto, louro, olhos castanhos, sedutor e toca guitarra numa banda?

             - Asuka, antes de você começar a fazer suas perguntas, eu preciso que você me ouça.

             - Tá. – Asuka se espantou com a seriedade nas palavras da menor.

             - Senta. – disse Yuki, se sentando no sofá.

             - Desembucha. – disse a mais velha, se sentando e observando a amiga apreensiva.

             - Quer saber o que realmente aconteceu aquele dia em Kamakura? – era a hora de dizer toda a verdade.

             - Quero. – Asuka engoliu em seco.

             - Ótimo. Mas eu quero que me escute antes e faça perguntas depois, tudo bem?

             - Tá.

             - É o seguinte... No dia em que nós chegamos em Kamakura, nós descobrimos que teríamos dois dias de folga, e então, naquela noite, eu aproveitei para ligar pro Hizumi. Mas aí, não foi ele quem atendeu. Foi uma garota. Essa história você já sabe. Bom, acredite ou não, eu fiquei triste, porque eu realmente achava que o Hizumi tinha mudado, o que pelo menos ele ia demorar a voltar a fazer essas bobagens. Eu não liguei de novo pra ele, desliguei o celular, eu realmente não queria saber dele. Então, no outro dia, eu acordei antes do sol nascer, e fui caminhar na praia. Sabe... Eu não queria pensar nos meus problemas, queria esquecer tudo. O sol tava começando a nascer e eu tentando não pensar em nada, foi aí que eu vi alguém na praia, parado longe. Eu andei até essa pessoa e o reconheci. Era alguém da gravadora.

              - Qu... – Asuka abriu a boca para perguntar.

              - Você já vai saber. Nós começamos a conversar, alugamos um carro e demos uma volta na praia. Ele me fazia esquecer do Hizumi. A companhia dele... Era como se nada mais existisse. Nós almoçamos juntos. Era como se nós dois tivéssemos sido trazidos até ali por algo maior que nossas vontades. E no final da tarde, o sol já estava se pondo e nós fomos até a praia e sentamos em cima do capô, assistindo o pôr-do-sol. E foi aí que ele me beijou. Não. Nós nos beijamos. Era tão natural entre nós dois, como se nós nos conhecêssemos há anos. O jeito que ele pegava na minha mão. Tão doce, como um amor adolescente. E aí nós fomos pro hotel. Eu nunca tinha parado pra olhar pra ele direito até aquele dia. – Yuki abraçava os joelhos – Ele era bonito, e eu descobri isso da maneira mais bonita possível. Foi tão intenso, repentino, que eu mal sei como explicar. Só sei que quando abri os olhos naquela manhã e me vi deitada no peito dele, eu tive certeza de que amava aquele homem. Eu perguntei se ele me amava, e assim naturalmente, com sinceridade, ele disse que sim. E aquilo era a solução pra tudo. Ele foi embora do quarto, pra que não suspeitassem de nós dois, pelo menos por enquanto. Eu estava no quarto curtindo a minha felicidade inesperada quando o Hizumi chegou. Quando eu o vi, eu tive certeza de que não o amava. E aí eu disse pra ele que só o queria como amigo e tudo mais. Ele entendeu, um pouco triste, mas entendeu e foi embora. E aí você chegou. Meu coração queria extrapolar e te contar tudo o que eu tinha vivido, mas eu esperei. Queria te contar que havia conhecido o homem da minha vida, mas eu esperei. O pouco tempo que esperei bastou para que você me contasse que ele estava noivo e a futura esposa dele estava grávida.

               - Kai?! – a mais velha ficou paralisada.

               - É. – Yuki concordou com a cabeça – E aí, eu te pedi pra gente descer. Eu precisava ir até lá e me certificar de que não era um pesadelo. Nós fomos. Era real. Mas parecia surreal. Eu fiquei parada lá, em meio à um turbilhão de pensamentos, vendo o Kai e a Yuriko naquela felicidade toda. E quando eu estava prestes a me afogar naquele mar revolto de sentimentos... – Yuki suspirou – Ele apareceu e me puxou pra superfície. Uruha. E aí, aquela cena dos noivos que antes parecia turva, ficou nítida. E Uruha ficou lá, segurando a minha mão e eu agradeci em silêncio a amizade dele. Eu e Kai não nos falamos mais desde aquele dia, até o último show em Tokyo. Ele veio me procurar depois da passagem de som. Pediu-me desculpas pelo acontecido. Eu ri. Percebi que havia confundido tudo mais uma vez. Foi uma noite bonita, daquelas que vale a pena viver pelo menos uma vez na vida, mas não passou de uma noite. Ele me abraçou e aí o Uruha apareceu. De novo na hora certa. E aí durante aquele tempo, meu coração permaneceu vazio. Mas esse vazio não me incomodava. Até porque o vazio era o que eu mais queria naquele momento. Tempos depois, no casamento, enquanto eu e Uruha dançávamos a valsa, ele disse que gostava de mim. Eu ouvi, mas por algum motivo, não pareci me dar conta. E então a história continua nesse domingo, ontem, quando eu acordei e vi você e o Ruki na cozinha. Eu vi vocês felizes, juntos, rindo, se amando. Eu me senti sozinha. Perdida. Lembrei-me de antes do Hizumi ir pros Estados Unidos, quando eu e ele dormíamos num futon na sala dele, junto com os gatos. Mas Hizumi não era quem eu queria naquele momento. E mais uma vez, ele chegou. E eu pensei comigo “Incrível como ele sabe exatamente a hora certa de aparecer”. Ele entrou e me disse que eu era como Holly Golightly. A diferença é que eu não tinha um Paul Varjak até então. E aí ele me levou pra Kanagawa, na casa dos pais dele.

               - Na casa dos pais dele?

               - É. Ele me apresentou à família dele. A mãe dele, tão preocupada com seu único filho homem, o caçula. – Yuki sorria. – O pai dele tão parecido com ele, alto, magro, com aquele mesmo andar. E os dois sobrinhos pequenos. O menor filho da irmã mais velha das duas, com quem ele não se dá muito bem e a menininha, filha da outra irmã. Uma graça. Ela perguntou se eu era namorada do tio dela. E disse que não e ela disse que eu devia namorar ele porque ele era um cara legal. E eu pensei comigo “Nunca pensei que uma menininha de seis anos pudesse me dar um conselho tão sábio”. Na volta pra Tokyo, eu coloquei minha mão sobre a dele, e ele esquentou a minha mão, daquele jeito que eu esperava que ele fizesse. Chegando em Tokyo, ele disse que iria me trazer pra casa, mas eu não queria sair do lado dele. Eu pedi pra ele estacionar o carro e caminhar comigo. Uma hora ele parou e me puxou pros braços dele, me protegendo do vento frio. E foi aí que ele disse que me amava. Eu não soube o que responder, eu gaguejei, tentei pensar numa resposta, mas aí, ele tocou meu rosto e as palavras sumiram de vez. Ele me beijou. Beijou-me de um jeito único. O mundo sumiu. E eu percebi que era dele que eu precisava.

                - Aleluia. – Asuka riu.

                - Sério Asuka.

                - Continua...

                - Aí nós fomos pra casa dele e bom, você sabe o que aconteceu depois.

                - Sei – Asuka sorriu maliciosamente.

                - A noite com o Kai tinha sido a mais bonita da minha vida, até ontem.

                - Ah! Que lindo! Minha imoutou tá apaixonada! – a mais velha riu e foi abraçar a amiga. – Não. Apaixonada não.

                - Não?

                - Não. Menina, isso aí é amor.

                - Não. Amor é muito forte. Eu não o amo.

                - Vai dizer que o que você sente por ele é fraco? Você ama ele. Dá pra ver pelo jeito que o teu olho brilha quando você fala dele.

                - Não é fraco, mas não chega a ser amor, diferente do que você e o Ruki compartilham. – a mais nova riu.

                - Você tem mania de virar o jogo sempre. – a outra riu também.

                - Você tá gostando de verdade dele né?

                - Tô. – a ruiva sorriu.

                - Eu sei. – Yuki riu da cara de apaixonada da outra – O Ruki é legal.

                - Ele é mais que legal. Mas só eu posso achar isso.

                - E esse seu jeito possessivo de sempre.

                - É... – a mais velha riu um pouco, mas ficou séria depois – Yuki...

                - Ãhn?

                - O Kai... Você nunca mais sentiu nada por ele?

                - Por algum motivo, não.

                - E você acha que esse motivo possa ser o Uruha?

                - Talvez, não sei. Mas isso já não importa mais. – Yuki sorriu.

                - Tá feliz de ter ficado com o Uruha né? – pergunto Asuka ao perceber o sorriso da amiga.

                - Tô. Sabe... Ele foi tão doce, e ao mesmo tempo tão firme.

                - Eu te falei! Teimosa.

                - Tá. Eu sei que você me falou. – Yuki riu – Você venceu de novo.

                - Eu sempre venço. – a ruiva sorria vitoriosa – Escuta, o que você acha de nós fazermos algo à quatro? Eu, você, o Ruki e o Uruha? A gente podia chamar eles pra jantar ou algo assim.

                - Sei lá. Eu não sei se...

                - Se Uruha vai querer que a gente saiba que vocês são um casal? – Asuka a interrompeu.

                - É. Talvez ele queira manter em segredo por enquanto, sei lá... – Yuki estremeceu quando Asuka se referiu à ela e Uruha como um casal.

                - Olha, Yuki, eu te garanto que o Uruha não vê a hora de contar pra todo mundo que vocês tão juntos. Relaxa, deixa as coisas acontecerem.

                - Tá. – Yuki concordou.

                - Então eu posso ligar pro Ruki? Você liga pro Uruha? Às oito e meia tá bom pra você?

                - Quê?! Hoje? Como? Ãhn? Onde?

                - Liga pro Uruha. Você cozinha, eu assisto. – disse a mais velha levantando e indo para a cozinha.

                - Como assim “Liga pro Uruha”?! – Yuki a seguiu – Eu não vou ligar.

                - Ah, Yuki, pelo amor de Deus, quantos anos você tem, treze? Liga pra ele.

                - Não. É muito cedo. Ele vai achar que eu tô colando demais nele.

                - Tá, então eu ligo pro Ruki e digo pra ele ligar pro Uruha.

                - Não sei se eu quero cozinhar.

                - Por quê? Você cozinha tão bem. Ou vai dizer que prefere pedir uma pizza? – Asuka debochou, pegando uma maçã da fruteira e mordendo.

                - Não sei. Sei lá... O que eu cozinho? Pera! Por que é que eu tô concordando com essa sua idéia maluca de convidar o Ruki e o Uruha pra jantar aqui hoje à noite?!

                - Porque você não vê a hora de ver o Uruha de novo. – a mais velha respondeu – Porque você não vê a hora de abraçar ele de novo, de beijar ele... – ela provocou vendo Yuki corar – Te conheço menina. Então... Vai pro mercado e compra umas coisas e deixa que eu cuido do resto.

                - Asuka!

                - Vai!

                - Tá. Posso tomar banho antes?

                - Pode. – a outra riu – Eu te domino, Yuki, nunca se esqueça disso.

                - Aham. – Yuki riu também e foi para o banheiro.


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Notas finais do capítulo

Gomen de novo pelo capítulo gigante e praticamente inútil ._. Reviews ok? Mesmo que seja pra me chamar de fraude! xD



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