Decidi que tentaria esquecer o máximo possível esse lance todo de vampiro, quero dizer, tentar viver o máximo possível como humano. Nada de supervelocidade, nada de super força, apenas eu.

No dia seguinte fui para a faculdade, estudei para valer, vi o caçador, mas não me importei com ele, ele não era problema meu.

Soube semanas depois que ele morrerá, nas mãos das caçadoras.

Eu faltava as reuniões do conselho de vampiros e lobisomens, eu não queria me envolver mais que o necessário nisso e eu já estava bem envolvido, Zara me contava tudo depois de uma maneira resumida.

Eu dava conta dos meus trabalhos da faculdade, tinha todos os livros na cabeça, havia aprendido tudo nos livros, e claro que ainda aprenderia nas aulas, mas eu sabia a teoria pelo menos.

Zara e os outros não ficaram para trás, eles devoraram os livros com a mesma rapidez que eu. Não víamos mais os estrangeiros com tanta frequência na verdade eu mesmo quase não os via, não por falta de interesse, mas eles me lembravam sempre o sobrenatural, o que eu era agora.

Não que estivesse rejeitando, de forma alguma, adorava ser um vampiro, mas queria um pouco de normalidade, desde que eu me tornei vampiro as coisas tem sido difíceis para mim. Eu precisava de paz.

Assim que o primeiro ano se foi e nós passamos em tudo com as melhores notas da turma, pedimos por aulas nas férias para nos adiantarmos.

Não podíamos viajar mesmo, os outros ainda estavam atrás de nós. Então eu iria estudar.

Eu passei a obter um habito de me alimentar com comida humana e beber sangue, era algo bem útil e me ajudava bastante a manter a fachada de humano para as pessoas.

Mas eu ainda não tinha como fugir de meus atos vampirescos, principalmente quando estava no momento intimo com Zara, ela me deixava louco, e eu atacava.

Nós fazíamos sexo apaixonado, e não tem nada melhor do que isso, era algo feroz, vivo, intenso, apaixonante, quebramos 5 camas nos últimos 5 dias e eu já estava constrangido de comprar uma cama por dia.

E de aguentar as zoeiras de Patrick e Anderson.

Mas ai eu retrucava, dizendo: e vocês dois ai encalhados.

Patrick me olhava irritado, pois sabia que eu estava me referindo a ele não estar com o Ande, e Ande dizia.

– Eu posso estar com quem eu quiser. – dizia ele. E Patrick se enfurecia ainda mais.

Nós estávamos estudando nas férias adiantando o segundo ano, tínhamos 5 anos para fazer, fora a especialização.

Outro dia durante a aula de genética, eu fiquei pensando nos meus genes, metade caçador A e a outra metade caçador B então me lembrei que nesse caso a ciência não se aplica porque isso esta alem do conhecimento dos cientistas, isso é magia.

Mas fiquei pensando comigo, nós possuímos um gene diferente, AB no caso mais o V de vampiro, quantos cromossomos será que possuímos, se é que possuímos algum?

As férias pareceram não passar, ou melhor, passaram e nós nem vimos, pois já emendamos nas aulas avançadas, cumprimos boa parte do segundo ano em dois meses de férias, e depois passamos a estudar o segundo ano de manhã, e o terceiro a noite. Estávamos atolados de deveres e matérias para estudar, eu gostava mantinha minha mente ocupada e focada em algo que eu podia lidar sem me estressar muito.

Eu não treinava mais combate com os outros, por que não achava necessário, o outros lá, os vampiros e lobisomens do mal por assim dizer não nos atacam a meses porque fariam isso agora.

– Eles estão procurando uma brecha. – dizia alguém lá da reunião, que mais uma vez eu não havia ido e Zara estava me contando. – um motivo real para nos atacar, algo que provoque pavor nas testemunhas, afinal por mais errado que estejam eles querem fazer isso do jeito certo.

– E como é fazer do jeito certo? – pergunto.

Quem me responde é o Patrick.

– Para haver um destronamento, essa é mais uma regra criada a mil anos, é preciso que algo extremamente grave seja feito por um dos reis ou por alguém de seu reino. – disse Patrick.

– E o que eles estão planejando fazer? – pergunto.

– Segundo Alexia eles querem achar algo para nos culpar, os lobos reis estão furiosos porque querem nos matar a qualquer custo por termos impedido eles de realizarem o feitiço que queriam. – disse Patrick. – E segundo Helena eles o queria para quebrar a maldição do lobisomem, para eles o liquido acabaria com a maldição da lua cheia, ou seja eles poderiam se transformar a hora que quisesse, mas esta é uma lenda falsa, segundo o grimório de Helena, isso tornaria o lobisomem um humano normal. Acabaria com a Maldição do Lobisomem, Bridgit acha que isso é uma jogada de seus irmãos, para eliminar os lobos reais e assim terem o mundo só para eles.

– Descobrimos outra coisa com o grimório de Helena, se um vampiro primeiro morrer, toda a sua linhagem morre também. – disse Anderson. – Quer dizer, todo vampiro que foi criado por seu veneno morrerá. Sabem-se lá quantos vampiros não foram criados por Diena e Pietro, sabem-se lá quantos não morrerão ao matarmos eles.

– Então como faremos? – pergunto.

– Bom segundo Roger, você não fará nada se continuar faltando as reuniões e aos treinos. – disse Patrick meio que deixando escapar.

– É mesmo? – pergunto. – quero muito saber quem vai ajuda-lo quando ele tiver rodeado de vampiros e lobisomens prontos para mata-lo, e ele não ter ninguém para incapacita-los para ele, eu não vou viver minha vida em função de um bando de cachorros fedorentos que querem me matar, se eles vierem eu estarei pronto para eles, se não vierem ótimo vou continuar levando minha vida o mais normal que puder e isso não inclui reuniões de guerras semanais nem treino de combate.

– Alguns dos nossos aliados estão se dispersando. – disse Zara. – estão dizendo o mesmo que você, que quando eles vierem estarão prontos, mas que por enquanto irão viver suas vidas.

– Vários clãs estão indo embora. – disse Anderson. – os romenos, os egípcios, os irlandeses, os da Noruega, os índios brasileiros, todos esses já se foram, nos reduzindo bastante. Disseram que voltaram assim que Alexia disse que vai haver uma guerra, mas enquanto isso ao viver da melhor maneira possível.

– Até alguns lobos estão indo embora. – disse Patrick. – a maior matilha fora a real é a dos brasileiros e estes mesmo já se foram, seguidos pelos chilenos e até mesmo os africanos. Charlote não entende o que estão fazendo e acusa alguns de traição o que em minha opinião não é algo justo a se fazer.

– Eles vão acabar perdendo os aliados que tem, por excesso de cuidados, excesso de treino e táticas. – digo. – eles vão acabar nos matando e não digo só a nós quatro. Digo a todos nós.

– Não vejo a hora de este tormento acabar. – disse Zara. – quero dizer, se eles vão atacar e se vai haver matança porque não vem logo.

– É como eu disse, eles querem uma imagem de que isso é só uma punição e não um massacre. – disse Patrick.

Mais uma vez me cansei e fui dormir. Algo que é bastante bom, mesmo para um vampiro que não precisa.