Pesadelo | Amor Imortal 01 escrita por Lolli Blanchard


Capítulo 65
Capítulo 66




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Alguns meses depois.

Ellylan estava sentada sobre um banco de pedra no jardim, seus olhos estavam fechados para contemplar o leve calor do sol contra a sua pele e apesar de fazer mais de 1 ano que estava no inferno, Elly ainda não conseguia se acostumar com a falta do calor dele. Ela também não se lembrava o por que era importante algo como isso, mas sua pele parecia reclamar por ter apenas esse sol fraco para esquentá-la.

Mas Ellylan estava feliz. Muito feliz.

E não via a hora de encontrar Maximus para falar sobre a sua nova novidade.

Elly já havia alcançado sua imortalidade por completo, o que permitiu que todos dessem espaço para que pudesse respirar sozinha sem que algum tenente a seguisse para tomar sol no jardim junto com ela. No entanto, comer carne humana ainda não era algo fácil. Talvez nunca fosse, mas ela não teve nenhum arrependimento sobre as suas escolhas até agora.

Na verdade, Ellylan nunca teria.

E Elly soube disso no momento em que caminhou até Maximus durante a cerimônia que a assumia como imperatriz do inferno e como esposa do arcanjo.

Levou algum tempo para que o anjo loiro a assumisse como sua amante depois de tudo o que aconteceu com Diane, mas Ellylan não o forçou a fazer nada. Além do mais, ela foi pega completamente de surpresa quando o anjo disse que era melhor se preparar para as diversas festas que estariam por vir com imortais a olhando com ódio.

Claro que Ellylan odiou a parte das festas, mas ao ver que os arcanjos estavam rindo juntos novamente, foi impossivel não se sentir bem com elas. Tudo parecia estar se normalizado agora, apesar de Diane ainda ser uma memória que machucava várias pessoas. Contudo, Maximus e seus irmãos conseguiram superar o assunto muito bem, eles já não evitavam esse problema e muito menos demonstravam a frieza quando falavam o nome dela.

E quando Ellylan se atreveu a perguntar para Niffie e Katherine se elas se sentiam mal por terem perdido uma amiga, ambas deram quase a mesma resposta que tinha o único significado de “Como posso sentir tristeza por alguém que tentou me matar?”

Tudo estava indo bem, Elly pensou com um sorriso, e nada poderia ser melhor.

Ela abriu seus olhos no momento em que sentiu outra presença no local, encontrando Maximus pousando no chão e próximo o suficiente para que suas asas criassem um vendaval quase incontrolável. E isso era uma das coisas que ela jamais iria gostar por estar casada com um anjo, ou ter que viver em um mundo de anjos. Eles sempre estragavam seu penteado e não lhe davam escolhas sobre ter que segurar seus cabelos para não cegá-la ou as saias dos seus vestidos.

Bom, pelo menos agora Ellylan não tinha mais que cortar seus vestidos e muito menos usar sapatilhas iguais das empregadas do castelo. Ela, finalmente, havia convencido o arcanjo de que não usaria vestidos longos e muito menos saltos.

— Sabe,— Maximus sorriu de maneira calma ao falar.— É um belo dia para voar nos braços de um anjo.—
— Esqueça isso.— Ela resmungou.— Eu não estou preparada para tirar meus pés do chão ainda.—

E talvez não estivesse nos próximos meses também.

— Eu jamais a derrubaria.— Maximus fechou a cara.— A menos que me provocasse durante o vôo.—
— Esse é o problema. Eu sempre o considerei bipolar, então não arriscarei minha vida.— Ellylan o olhou por inteiro e viu que as pernas de suas calças estavam sujas de barro.— Onde você estava?—
— Por aí.— Ele deu de ombros.
Maximus.—
— Você sabe o que eu estava fazendo.— Ele sorriu de maneira descarada.— Eu ainda não desisti de encontrar o sujeito que a trouxe para o inferno.—
— Você prometeu que não iria fazer isso.—
— Não me lembro de ter prometido algo.—

E o arcanjo realmente não tinha.

Maldição, Ellylan tinha que começar a ser mais esperta para conseguir controlar esse homem.

— Mas,— Maximus chamou a anteção dela com essa única palavra.— Eu falei com Gaia e ela disse que algumas vezes a natureza age por si mesma para que o equilibrio seja mantido.—
— Você acha que os anciões são responsáveis por isso?—
— Talvez.— Sua resposta foi um suspiro.— Mas também acho que nunca descobrirei a verdade.—
— Ótimo.— Ellylan se levantou do banco para caminhar em sua direção.— Então, desista de procurar a verdade.—
— Você não se sente curiosa?—
— Na verdade, nem um pouco.— Ela falou a verdade.— E nós estaremos ocupados nos próximos anos para que isso seja algo importante.—
— É mesmo?— Maximus perguntou, enquanto passava seus braços ao redor da sua cintura para levar seu corpo em direção do dele.— E por que eu estarei ocupado nos próximos anos?—
— Maximus,— Ellylan mordeu seu lábio inferior de maneira hesitante.— Eu tenho uma novidade—

— Você nunca possuí boas novidades.— Ele falou.

Ellylan respirou fundo e logo em seguida soltou o ar que havia prendido em seus pulmões antes que pudesse voltar a falar. E se ela não falasse agora, provavelmente perderia toda a sua coragem.— Estou grávida.—

O arcanjo do inferno ficou rígido naquele momento e seus olhos que antes eram suaves se tornaram vazios, muito vazios. Ela até mesmo pode notar que ele tinha ficado um pouco pálido com suas palavras. Claro que Ellylan esperava algo como essa reação, mas...

— Eu sei que não sou normal e isso pode ser um problema... O que está crescendo dentro de mim pode ser... Eu não sei o que...—

Maximus se curvou até que sua boca cobrisse a dela em um beijo com a intenção obvia de calá-la. E quando ele se afastou para que pudesse ver seus olhos, Ellylan não podia se sentir mais apaixonada do que já estava pelo o seu anjo.

— Não diga bobagens.— Ele disse, os azuis dos seus olhos queimavam em um tipo de amor que Elly jamais poderia compreender.— Essa criança será perfeita.—
— Me assusta.— Ela sussurrou.— E se...—
— Não acontecerá nada.— O arcanjo garantiu.— E se o nosso bebê nascer diferente, vamos amá-lo de qualquer forma.—
— Maximus...— Ellylan sentiu as lágrimas se formarem em seus olhos, ao mesmo tempo que sorria.— Obrigada... Obrigada por permitir que eu viva uma segunda vez.—

Elly sabia que sua vida humana tinha chegado próximo ao que todos desprezam, próximo de algo que nem ao menos poderia se chamar de vida. Com apenas uma visão de Patrick, ela teve certeza de que jamais desejaria esse tipo de vida nem mesmo para sua maior inimiga. E ela teve uma segunda chance quando acordou no inferno, mesmo que odiasse o fato de não poder lembrar nem mesmo seu nome, Ellylan nunca soltaria essa segunda chance, nunca desistiria.

— Imagino que esses agradecimentos devem ficar para a pessoa que a trouxe até mim.— O arcanjo murmurou de maneira irônica.— Mas não me importo de levar um pouco dos créditos. Afinal, não é nada educado largar uma dama em meio de um pântana. Principalmente quando se está nua.—

Ellylan quase estremeceu ao se lembrar do pavor que sentiu naquela noite, mas também não pode deixar de lado o fato de que foi graças ao seu medo que conheceu Maximus.

— Eu pensei que estava vivendo em um pesadelo quando acordei no inferno, mas não estou.— Elly sorriu.— Realmente não estou.—

Na verdade, tudo isso era mais perfeito que um sonho e a melhor parte era saber que ele nunca acabaria no dia seguinte.

Fim.

Destruction #2: http://fanfiction.com.br/historia/514790/Destruction_2/


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