Pesadelo | Amor Imortal 01 escrita por Lolli Blanchard


Capítulo 57
Capítulo 58




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Maximus ajudou Ellylan a descer do cavalo quando eles chegaram no local em que seus irmãos estavam, mas não ficou tão próximo dela como antes. No momento em que ela foi colocada ao chão, o arcanjo do inferno se aproximou de Meridius que, para sua surpresa, demonstrava seus sentimentos pela primeira vez. Aquela barreira que não permitia que ninguém imaginasse o que ele sentia havia desaparecido completamente e tudo o que Elly viu foi a agonia de saber onde sua esposa estava e não poder entrar no local para encontrá-la.

Ellylan deu alguns passos para se aproximar dos arcanjos, mas sua atenção foi para o buraco estreito que parecia pequeno até mesmo para ela. Havia uma escada feita de pedras e pelo estado dela, podia-se dizer que aquele lugar era muito velho.

Os arcanjos conversaram apenas por alguns segundos antes que a atenção deles se voltasse para Elly. No momento em que eles ficarem em silêncio, ela sentiu três olhares ficarem fixos nela e isso foi o suficiente para que se virasse para olhar os anjos.

Maximus estava prestes a dar um passo para se aproximar dela, mas antes que pudesse realizar esse movimento, Meridius foi mais rápido quando puxou a espada de um cinto do anjo loiro com olhos pequenos e puxados que estava ao seu lado. O irmão mais velho do arcanjo do inferno se aproximou de Ellylan rapidamente, a fazendo ficar paralisada.

Podia até ficar obvio que ela tinha medo desse arcanjo, mas Meridius com um humor assassino, sugurando uma espada e caminhando em sua direção não era uma imagem muito bonita. Mesmo que ele fosse tão lindo quanto Maximus.

Elly procurou os olhos do anjo loiro no momento em que Meridius parou de caminhar e ficou em frente dela, ela procurou por qualquer sinal de que o anjo na sua frente não a torturaria para entrar naquele buraco e quando Maximus acenou com sua cabeça em toda a sua calma, Ellylan pode voltar a respirar normalmente.

— Não há nenhum sinal de outra vida lá dentro além de Niffie, mas leve essa espada para se proteger caso seja necessário.— Ele entregou aquela lamina para Elly.— Mesmo que você não saiba usá-la corretamente, imagino que humanos são bem criativos quando o assunto é se manter vivo.—

Apesar do desdém que foi usado na palavra “humanos”, Ellylan tomaria isso como um elogio desde que ela estava prestes a entrar em um buraco para salvar a esposa sequestrada do arcanjo em sua frente.

— Tudo bem.— Ela sussurrou, segurando a espada com força entre seus dedos como se aquilo fosse fazer seu medo ir embora.
— Ellylan,— Meridius disse o nome dela em um suspiro, permitindo que todos vissem que o arcanjo, realmente, não queria dizer suas próximas palavras.— Obrigado por isso.—
Elly pensou que jamais ouviria essa palavra saindo da boca do anjo que governava o paraíso, normalmente ele sempre a ofendia quando tinha a chance e no momento que viu o choque nos olhos escuro de Dimitrius, ela soube que Meridius não era alguém que dizia essas palavras gentis com tanta facilidade.— Eu irei trazê-la de volta para você, Meridius.—
— Eu sei.— Meridius falou ao mesmo tempo que tirava do seu bolso uma bola de cristal mediana que passou a brilhar no momento em que ela pegou depois que o anjo estendeu em sua direção.— Isso iluminará seu caminho.—

Ellylan olhou para Maximus novamente antes de se virar para entrar naquele buraco, o arcanjo do inferno sorriu para ela, mesmo que fosse um pequeno sorriso para que ninguém notasse aquilo, Elly sabia que ele estava estava a encorajando para seguir em frente. E no momento em que ela passou a descer aqueles degraus pequenos, com seus ombros quase tocando as paredes, aquelas pontadas lentas e carinhosas surgiram em sua mente.

A ideia de saber que o arcanjo estava junto com ela, mesmo que fosse apenas em sua mente, a tranquilizou. Afinal, entrar em um lugar pequeno e escuro não era algo agradável, principalmente quando se fazia isso sozinha.

Ellylan desceu aquela escada o mais rápido que podia, mas com cautela desde que elas estavam cheias de limbo e úmidade. Os arcanjos não precisavam de uma humana escorregando e batendo a cabeça naquele momento, eles precisavam de ajuda e não problemas.

Aquele cristal que Meridius deu a Ellylan parecia ter uma luz muito fraca enquanto estava lá fora, mas no momento em que ela foi se misturando na escuridão daquele lugar, a luz foi ficando cada vez mais forte. Tão forte que Elly foi capaz de ver grades de uma cela fechada no fundo de um corredor mesmo não tendo se afastado muito da escada.

Pelo fato da cela estar fechada, ela imaginou que Niffie poderia estar lá dentro. Então, antes de checar qualquer outro caminho, Ellylan caminhou até lá. E no momento que se aproximou, ela viu a forma de um corpo encolhido contra a parede enquanto abraçava seus joelhos e mantia a cabeça baixa. Por um momento Elly pensou que não poderia ser Niffie, pois os cabelos negros não eram longos como o dela, mas o vestido que essa pessoa usava era o mesmo que ela usou na noite do baile.

Ellylan ficou em choque quando sua mente aceitou que aquela pessoa tão machucada era Niffie. Era quase inacreditável que ela podia ser a imperatriz do paraíso naquele momento já que seu cabelo estava cortado de maneira irregular até seus ombros, vários machucados cobriam sua pele, assim como o sangue.

E no momento que Elly se aproximou o suficiente para ver as costas nua da imperatriz, raiva surgiu em seu interior de uma maneira que quase a sufocou. A parte superior do vestido cor de vinho de Niffie havia sido rasgada em suas costas e em sua pele tão branca, havia uma enorme queimadura feita no formato da letra “A”.

Ellylan quis chorar naquele momento, pois aquele jogo de palavras havia começado por causa dela e agora Niffie havia sido usada para continuar a sequência. Era horrivel ver que alguém tão delicada havia sido machucada por culpa dela.

Respirando fundo para deixar suas emoções de lado, Elly pegou uma capa negra e brilhante que havia sido pendurada do lado daquela cela. Seja de quem fosse aquele pedaço de pano, ele seria útil para esconder o corpo da imperatriz. Haviam diversos anjos lá fora e ela sabia melhor do que ninguém o quanto esses imortais adoravam fofocas. Ellylan não queria dar a chance deles arruinarem Niffie nesse momento em que ela estava tão frágil.

Ellylan tocou na corrente e cadeado que estavam trancando aquela cela quando os viu. Ela não tinha certeza do que iria fazer para abri-los, mas antes de fazer qualquer barulho grande Elly tinha que se certificar de não assustar Niffie. Afinal, a imperatriz do paraíso nem ao menos havia a notado ainda.

Se abaixando para que seus olhos ficassem na mesma direção dos dela, caso Niffie levantasse sua cabeça, Ellylan tentou se comunicar com ela.

— Niffie.— Elly disse o nome da imperatriz de maneira carinhosa e calma.— Eu estou aqui para ajudá-la.—

Niffie continuou tão imóvel quanto uma pedra quando Ellylan falou com ela, na verdade, parecia que ela havia ficado ainda mais paralisada quando ouviu alguém falar naquele ambiente tão silencioso.


— Niffie,— Ellylan resolveu tentar novamente, usando algo muito mais significante do que suas palavras anteriores.— Meridius está a esperando lá fora para levá-la pra casa... Por favor, olhe para mim.—

Naquele momento Niffie olhou para Elly, seus olhos azuis estavam cheios de lágrimas e seu lábio inferior tremia devido ao medo, mas tocar no nome do seu marido a fez voltar a vida em questão de segundos.


— Elly...— Ela sussurrou o nome de Ellylan de maneira rouca, sua voz era tão baixa que ela quase não conseguiu ouvir.
— Sim.— Elly sorriu.— Eu vim para ajudá-la.—
— Onde está Meridius?— Niffie perguntou, lágrimas escorrendo por seu rosto.— Ele não está em minha mente, eu não o vejo mais... Meridius deveria estar em minha mente...—
— Hey, hey.— Ellylan chamou a atenção dela para que não entrasse em nenhuma crise e no momento que aqueles olhos azuis apavorados encontraram os dela, ela tentou tranquilizá-la.— Meridius está lá fora e ele a ajudará encontrá-lo novamente em sua mente, mas nós precisamos sair daqui antes.—
— Ele não está bravo?—
— Não... Ele está desesperado.— Ellylan não ficou surpresa com a pergunta devido ao fato de saber o quão bipolar era o humor desses arcanjos.— Meridius estava prestes a arrancar suas próprias asas para vê-la.—
— Isso não soa como ele.— Niffie sorriu, um sorriso triste e cheio de dor devido a atual situação dela.— Mas eu acredito em você.—

Ellylan sorriu quando viu que a imperatriz do paraíso estava voltando a ser ela mesma. No entanto, Niffie apenas voltaria a ser quem era quando estivesse com o seu marido.

— Eu irei abrir essa cela.— Ellylan avisou ao mesmo tempo que passava aquela capa pelos buracos das grades para que Niffie a pegasse.— Coloque essa capa para esconder o seu corpo onde o vestido está rasgado.—

A imperatriz não disse mais nenhuma palavra, apenas pegou a capa das mãos de Elly e a jogou por cima dos seus ombros. Ela se levantou de maneira lenta também, soltando alguns pequenos gemidos devido ao fato de estar tão machucada. Niffie, como uma imortal, estava se recuperando mais rápido do que humanos, mas isso não poupava a dor que sentia. Alias, estava obvio que alguns machucados haviam sido feitos a pouco tempo desde que eles ainda estavam sangrando.

Ellylan se levantou também e se aproximou novamente daquele cadeado e corrente para encará-los. Sua única opção era bater no cadeado com a espada que Meridius lhe deu, mas ela temia que aquilo não fosse o suficiente. Elly colocou aquele cristal no chão para que iluminasse aquele lugar e segurou a espada com suas mãos para que toda sua força se concentrasse naquela lamina.


Os olhos de Ellylan se fecharam quando ela bateu no cadeado com força o suficiente para tentar abri-lo, mas quando o olhou novamente, ele estava perfeitamente bem. Elly bateu a lamina contra ele mais algumas vezes e em nenhum momento aquele metal pareceu ficar mais frágil.

Ela olhou ao seu redor quando se conformou de que não conseguiria abrir aquele cadeado com uma espada e quando encontrou uma pedra grande o suficiente para fazer uma tentativa, Elly largou aquela lamina inútil e pegou a pedra.

Ellylan estava ficando desesperada pela situação e imaginava que Meridius desejava matá-la diversas vezes pela demora, mas Elly realmente não tinha culpa se no seu passado ela era uma prostituta ao invés de ser uma assaltante de casas.

— Você consegue, Elly.— Niffie disse em um tom baixo, a deixando calma quando esse deveria ser o papel de Ellylan.

Elly bateu aquela pedra no cadeado de maneira rápida que nem ao menos teve a chance de contar quantas vezes fez esse movimento, mas pareceu funcionar. O cadeado começou a ficar torto e quando isso acorreu, ela largou a pedra e pegou a lamina novamente para enfiá-la no vão daquele objeto e forçá-lo para baixo. Ellylan usou todo o peso do seu corpo contra a lamina para que pudesse abrir o cadeado e quando ouviu o barulho de algo se partindo, ela soube que tinha conseguido.

Sua vontade foi de chorar no momento em que o cadeado caiu em seus pés, mas ela poderia fazer isso quando estivesse sozinha. Elly tinha que levar Niffie até Meridius, pois apenas aquele arcanjo tão frio poderia ajudar essa angelical ferida.


Ellylan puxou a corrente que estava transpassada nas grades para jogá-la no chão e quando abriu a cela, Niffie se jogou em cima dela para abraça-la. Elly nunca imaginou que uma angelical que havia sido torturada tivesse tanta força, mas não se importou quando a imperatriz do paraíso quase a esmagou em seus braços fracos.

— Obrigada, Elly.— Ela chorou.— Obrigada.—
— Não me agradeça.— Ellylan falou quando Niffie se afastou para olhá-la.— Não fui eu quem a encontrou, foi Meridius e seus irmãos.—

Niffie a abraçou novamente, mas Elly não fez a mesma coisa pelo medo de fazê-la sentir dor por encostar em suas costas com aquela queimadura horrivel. Ela sabia que era culpada por todas as coisas que estavam acontecendo com os arcanjos e não gostaria de piorar ao fazer essa angelical sentir dor.

— Vamos embora.— Ellylan disse.— Meridius esta a esperando.—
— Meridius...— Niffie sussurrou enquanto um sorriso se formava em seus lábios e no momento em que aquele nome saiu da sua boca, seus olhos brilharam com tanta vida que até mesmo surpreendeu Ellylan.

Elly permitiu que a imperatriz do paraíso passasse em sua frente naquele corredor tão pequeno e apertado, mesmo que Niffie precisasse de ajuda para caminhar desde que ela não parecia ter forças para se manter em pé, não havia nada o que fazer naquele momento. No entanto, o fato de que ela estava prestes a ver o homem que tanto amava, fez com que Niffie tivesse forças para caminhar durante horas.


Idiotas eram aqueles que diziam que não existia amor entre esse casal tão problemático. Era obvio que Niffie deveria estar desmaiando pelo seu estado e não sorrindo, mas no momento em que ela ouviu o nome do seu marido pela primeira vez, isso mudou todo o seu comportamento de vitima que havia sido torturada e mantida presa por uma semana.

Niffie era uma guerreira, não uma simples dama que havia se casado com um arcanjo.

Elas subiram a escada daquele lugar depois de passarem pelo corredor pequeno que mal havia espaço para pessoas que nem ao menos possuíam asas, Ellylan ainda segurava o cristal que Meridius havia dado a ela pra iluminar o caminho para que nenhuma delas corressem o risco de encontrar o chão e Elly estava atenta a qualquer tipo de movimento do corpo de Niffie que daria o sinal de que iria cair desde que pareceu que ela não aguentaria subir tantos degraus. E quando elas chgaram ao topo, quando finalmente deixaram as sombras daquele buraco horrivel, que a imperatriz do paraíso havia sido mantida como prisioneira, para que o sol fraco entrasse em contato com a pele delas, nenhuma palavra poderia descrever o momento em que Meridius viu Niffie.

O arcanjo do paraíso estava conversando com seus irmãos, mas não estava distraído com essa conversa. Ele parecia saber que Niffie estava se aproximando e isso o deixou ainda mais aflito com toda essa situação. E no momento em que sua esposa saiu de dentro daquele buraco, Meridius ficou paralisado quando seus olhos encontraram Niffie.

O irmão mais velho de Maximus parecia não acreditar no estado atual que a imperatriz do paraíso se encontrava e quando Ellylan pensou que veria repulsa nos olhos escuros daquele anjo pela raiva que provavelmente sentia devido ao que aconteceu com sua esposa, o sentimento de dor surgiu em seu olhar para surpreendê-la.

Meridius.— Niffie sussurrou o nome dele de uma maneira muito vunerável, o tom da sua voz mostrava a fraqueza daquele momento e Elly sabia que isso não deveria acontecer quando existia uma plateia de anjos os vendo. Meridius já havia permitido que sua barreira desmoronasse para que todos os seus sentimentos estivessem livres daquela prisão que o tornava tão frio e o arcanjo simplesmente não se importava que as pessoas presentes vissem o quão machucado estava por tudo o que aconteceu com Niffie.

A imperatriz do paraíso deu alguns passos em direção daquele anjo que tanto amava para poder se aproximar, mas Meridius atravessou todo o caminho que os separavam em questão de segundos para que ela estivesse presa em seus braços ao invés de uma cela úmida e cheia de mofo. Ele a abraçou com força e mesmo que Niffie estivesse toda machucada, ela não pareceu se importar em sentir um pouco de dor quando ele trouxe o corpo dela contra o seu. Na verdade, parecia que ambos precisavam daquele momento para terem certeza de que o pesadelo havia acabado.

— Nire maitasuna,— Meridius falou naquela língua estranha, sua voz era tão carinhosa que Elly não precisava compreender o que ele dizia para saber que tudo estava relacionado ao amor.—Sentitzen.—

Niffie deixou que um pequeno soluço escapasse dos seus lábios, permitindo que todos soubessem que ela estava chorando desde que ninguém via o seu rosto já que estava sendo oculto pelo corpo de Meridius.

— Você não precisa mais chorar, Niffie.— O anjo voltou a falar ao mesmo tempo que que acariciava os cabelos cortados dela, um gesto simples que demonstrava tudo.— Nunca mais.—
— Me leve para casa, Meridius.— Niffie pediu em um tom baixo.— Eu quero ir pra casa.—

Meridius não disse nada sobre o pedido da sua esposa, ele apenas movimentou seus braços até a cintura de Niffie para colocá-los ao redor dela e então suas asas brancas abriram em um único estalo. A angelical em seus braços o segurou por seus ombros antes que o arcanjo começasse a debatar suas asas.

O vento causado fez com que o cabelo de Ellylan criasse vida ao se movimentar para a frente de seu rosto, tampando quase toda a sua visão. No entanto, ela conseguiu ver o momento em que os pés de Meridius deixaram de tocar o chão e quando o arcanjo se misturou com as nuvens acinzentadas daquele céu vermelho até que não fosse mais possível vê-lo.

— Vamos.— Elly ouviu a voz de Dimitrius quebrar o silencio enquanto arrumava seus cabelos antes de ir até Maximus que estava próximo dos outros anjos. Isso era o que ela tinha em mente pelo menos, mas o arcanjo que cuidava de toda a humanidade estendeu suas asas também e vôo para longe do solo, fazendo com que suas mechas negras se tornassem uma bagunça novamente. E quando Ellylan estava prestes a arrumá-las, todos os anjos que estavam presentes no local fizeram o mesmo movimento que Dimitrius.

O vento se tornou ainda mais forte quando diversos anjos movimentaram suas asas para voar e Elly desistiu completamente de segurar seus cabelos quando a barra de seu vestido ameaçou se levantar. Contudo, todo aquele vendaval dos anjos que seguiram Dimitrius em seu vôo parou no momento em que Maximus se moveu até estar em frente dela. O arcanjo do inferno havia aberto suas asas para protegê-la do vento que estava quase a cegando.

— Você é um desastre completo.— Ele disse, seus olhos azuis fixos nos movimentos que Elly fazia para arrumar suas mechas rebeldes novamente.
— Eu imagino que deveria estar sendo elogiada por ter ajudado vocês ao invés de receber ofensas.— Ellylan o alfinetou.
— Meu bichinho de estimação está se tornando corajosa... Quem poderia imaginar isso?—

Ellylan se aproximou de Maximus para que pudesse passar seus braços pela cintura dele, ela poderia tomar outro tipo de atitude desde que o arcanjo estava tentando ofendê-la com suas brincadeiras ao invés de abraçá-lo. Mas Elly ficou tão chocada com o estado de Niffie que isso a assustou o suficiente para não querer o anjo loiro longe dela.


— Maximus,— Ellylan disse o nome do seu arcanjo ao mesmo tempo que descansava sua bochecha sobre o peito dele após Maximus retribuir o seu abraço.— Niffie foi marcada em suas costas com a letra “A”.—
— H.A.R.A.— Ele murmurio todas aquelas letras.— Ainda não faz nenhum sentido.—

O arcanjo que governava o inferno ficou em silêncio quando seus pensamentos levaram sua mente para longe de Ellylan, ele ainda a segurava contra o seu corpo com seus braços quentes ao redor dela e em nenhum momento fez nada que a afastasse.

— Niffie ficará bem?— Ellylan ousou perguntar para que Maximus não se aprofundasse tanto em seus pensamentos. Ao seu ver, imortais se tornavam muito mais sanguinários quando pensavam em algo que os incomodava sem antes ficarem calmos. No entanto, a única resposta que Elly teve do anjo loiro foi quando ele balançou sua cabeça para dizer que a imperatriz do paraíso ficaria bem. O arcanjo não a olhou, ele apenas manteve a sua cabeça apoiada contra a sua para respondê-la e isso a preocupou, pois Maximus não era o tipo de pessoa que poupava palavras.— E você? Você ficará bem, Maximus?—
— Eu sou um arcanjo, eu sempre estarei bem.—
— Isso é uma mentira.— Ellylan acusou.— Até mesmo Meridius, que é um monstro, foi afetado.—

Tudo bem que a esposa que havia sido sequestrada pertencia a ele, mas o arcanjo do paraíso demonstrou sentimentos na frente de diversas pessoas e Elly sabia que isso era como um pecado para esses imortais tão poderosos.

Maximus se moveu para que seus olhos tão azuis quanto uma piscina encontrassem os dela, o arcanjo também se curvou para que seus lábios quentes tocassem as bochechas de Ellylan. Aquele pequeno toque, o atrito do quente e o frio se misturando, foi o suficiente para que as borboletas em seu estomago retornassem a vida.

— Eu ficarei bem, não se preocupe.—

O problema, o único problema, era que Ellylan se preocupava. Ela foi avisada que o arcanjo estava beirando a loucura antes dela surgir no inferno sem nenhuma explicação e Elly não desejava que Maximus se tornasse uma pessoa cruel, mais do que já era.


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