A Eterna Segunda Vida de Alex Tanner escrita por Laís Bohrer


Capítulo 16
Traces of Extinction


Notas iniciais do capítulo

Lay*: Primeiro eu gostaria de dizer que não vou fazer essa coisa de calendário de postagens, pois minha criatividade parece não gostar de seguir regras - o que é bom e resultou em um deus do vento viciado em nutella (Longa história...)
Mas agora vou falar sobre essa fanfic. Eu já sei o final que vai ter, ou melhor, eu sei os finais que pode ter essa história. Mas são todos alternativos e vão mudando no decorrer da história - acho que a vida não é diferente, ela muda de acordo com as nossas decisões, não é?
Agora me encontro em uma montagem de um quebra cabeça muito complicado, até porque acho que essa é a primeira fanfic livre que eu faço, digo... As fanfics que criei até agora eram reescritas de outro livro, apesar de estranhamente eu conseguir fazer muitas coisas diferentes. Em resumo, esse foi um capítulo complicado e espero que gostem pois... Bem, reescrevi ele várias vezes. Espero poder lhes dar um final com sentido.
Boa leitura!
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"Perder, dói! Não adianta dizer NÃO SOFRA, NÃO CHORE; só não podemos ficar parados no tempo chorando nossa dor diante das nossas percas."
— Lya Luft



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Rastros da Extinção

Osimples fato de eu ter fugido após praticamente arrancar a cabeça de Jasper Cullen me atormentava. Toda vez que eu olhava para Jolly – ou Naru-chan, ou simplesmente Naru. – que estava mais a minha frente de costas para mim, eu via o Jasper de trás. E nesse momento eu começo a duvidar da minha sanidade. Para ser sincera eu começo a duvidar de tudo, até de mim.

O que eu sou nessa história?Surge a pergunta quando eu penso novamente na cabeça de Jasper caindo aos meus pés. Por mais incrível que pareça, sorri com o pensamento. O que eu sou?

Espanto o sorriso forçando-me a me concentrar em qualquer coisa ao meu redor – o efeito degrade das nuvens no céu laranja, o sol no poente, o farfalhar das folhas dos pinheiros, os corvos que nos espreitam e principalmente o fato de que não estávamos sozinhos há pouco tempo atrás.

Minha audição afiada me dissera isso. Porém, do mesmo modo que a presença aparecera, sumira. Naru – ou Jolly – tivesse ou não notado, não mostrava reação o que ela típico. Até o momento eu só vira seus sorrisos sarcásticos e uma áurea de irritação ao seu redor.

O moreno era intimidador. Sua postura dizia: Sou bom em tudo, melhor que todos.Seus olhos violetas eram ambiciosos e muito surreais, lindos, no entanto surreais. Em uma bainha que envolvia sua cintura, estava uma adaga de prata que tinha o mesmo brilho que seus olhos.

Até o momento Jolly não fora muito simpático comigo. Agia de modo suspeito e reservado e nunca perdia uma oportunidade de me fazer ficar com cara de idiota. Quando elogiei seus olhos há minutos antes ele simplesmente disse “Eu sei me olhar no espelho”.Outro momento questionei suas origens, perguntei a ele como podia existir um menino meio lobo e meio vampiro e a resposta:

– Você quer dizer como nasci – ele disse. – Bom, que teoria você prefere? A das abelhas, sementes ou cegonhas?

Realmente me fazendo de idiota.

Parei um instante para pensar em Liam e Charlie. Eu havia escapado dos Cullen, me afastado deles e automaticamente me afastando de Liam e Charlie. Eu esperava que eles não levassem a culpa pela minha falta de controle.

Sacudi a cabeça.

Pare de pensar nisso...

Então me voltei para Naru:

– Então... – eu disse. – Quer dizer, se você é metade vampiro então você deve ter uma super evolução, certo? O que significa que sou mais velha que você.

– Não tire esse tipo de conclusão – ele disse sem olhar para mim. – Você deve ter morrido aos dezesseis ou quinze anos, hoje você teria um pouco menos de vinte anos. Eu parei de crescer aos cinco anos, aparento ter dezessete, mesmo que eu tenha cento e quinze.

– Faz sentido – eu disse. – Você só sabe reclamar, você é um velho.

– Você é imortal, se não se esqueceu. – ele respondeu, sem me encarar e sem parar de caminhar. – O que não me surpreenderia nem um pouco. De qualquer modo se você sobreviver a isso talvez chegue aos cento e quinze.

Argh! Odiava pensar na minha imortalidade. Era algo tão confuso. Eu tentava me imaginar daqui a cem anos - o que não era difícil, aparentemente eu não seria afetada pelo tempo, no entanto pensar no futuro sempre foi desagradável para mim.

– Tem uma coisa que ainda não entendo. – eu disse.

Nenhuma resposta. Abracei a mim mesma por mais que eu não sentisse frio, eu me sentia fria por dentro, não fria do tipo por causa do tempo, porém por causa da confusão de sentimentos que havia dentro de mim, um misto de culpa e realização. Bem e mal ao mesmo tempo.

– Se você é metade vampiro deve ter super velocidade, não é? – eu questionei. – Nós poderíamos usar isso para chegar aonde quer que seja, então por que...

– Mesmo que você tenha alguns poderes sobrenaturais, você é totalmente desequilibrada – ele falou.

– Você quer me tirar do sério mesmo...

Naru deu de ombros.

– Não poderia acompanhar o meu ritmo.

– Ah claro... Porque será que eu não pensei nisso? – eu disse irônica parando de andar.

– Você não pensa. – ele continuou andando.

– Você é irritante. – eu enfatizei.

– Irônico vindo de você – disse Naru. – Sabia que quando as pessoas começam a xingar umas as outras é porque não tem nada mais inteligente para dizer?

Contei até três e continuei o seguindo para onde quer que ele esteja me levando, tentando afastar aquele frio interior de mim.

– Ah! – eu exclamei. – Espere, não diga que você pode tipo... Se transformar em um lobo também...

– Obviamente – ele disse entre os dentes. – Agora, quer calar a boca e continuar me seguindo em silêncio?

– Isso também, poderia pelo menos me dizer onde estamos indo?

Ele continuou seguindo em silêncio.

– Você realmente não é bom em fazer amizade.

– Não faço amizade com aberrações. – ele retrucou.

– Irônico vindo de você. – eu o imitei. – Sabia que quando as pessoas começam a...

Foi tão rápido que eu nem vi. Naru me prendeu contra um tronco, seus olhos reluzindo de ódio. Seu rosto estava muito próximo do meu, corvos empoleirados naquele pinheiro soltaram sons horríveis e foram embora, desaparecendo no céu do fim da tarde.

– Naru... – eu comecei.

– Não me chame assim – ele rosnou. – Sabe por que os Foster e os Kobayashi eram rivais? Mortes. Eles mataram um membro da nossa alcateia e nós revidamos, desde então sempre que um Foster e um Kobayashi se encontram acaba em morte. Na época eu não sabia que eu era hibrido. Minha mãe era uma vampira do clã Foster, tente adivinhar.

Eu tentei não olhar diretamente para aqueles furiosos olhos violetas, mas era impossível. Eu não conhecia ninguém que fosse tão irritante no clã Foster. Todos eram amigos – Claire que apesar de assustadora, Liam e Charlie apesar de brigarem o tempo todo, Leon, Lucy e...

Arregalei os olhos. Aquele jeito enigmático... Só tinha uma pessoa, mas não podia ser. Não podia ser filho dela...

– Mirajane – eu murmurei. – Você é filho da Mirajane com um Kobayashi.

– E esse Kobayashi, o maldito do meu pai matou o amante da minha mãe, outro Foster... Entende? Tudo começou com um estúpido romance proibido entre um lobo e um vampiro.

– Idiota. – eu disse simplesmente.

– O que?

– Idiota. Isso é muito idiota.

Naru simplesmente assentiu.

– Sim, é sim. – ele disse. – Eu nunca fui aceito em um clã por ser metade lobo, nunca fui aceito em uma alcateia novamente por ser metade vampiro. Eu nunca pertenci a lugar nenhum. Estive sozinho pela ignorância das duas espécies.

– Então porque você não odeia os Kobayashi também?

– Eu odeio a todos eles. Todos. – ele disse. Seu rosto ameaçadoramente perto do meu. – Sem exceção. Odeio os Kobayashi por serem lobos, ignorantes e Japoneses. E os Foster... São semelhantes e diferentes.

Com a minha mente, eu fiz uma pedra se atirar diretamente para Naru, ele se virou e a pegou com a mão, lançou-a a de volta.

– Porque não arranca logo a minha cabeça? – eu perguntei. – Você quer isso, não quer?

– Infelizmente estamos do mesmo lado – ele contou. – Ambos odiamos os Volturi mais do que tudo.

Ódio...A voz de Bree ecoou distante na minha mente, olhei ao redor. Eu odeio você, Alex. Por que me deixou sozinha?

– Eu não deixei. – eu murmurei.

– O que disse? – Naru me trouxe de volta.

Sacudi a cabeça.

– Nada – falei. – Vamos continuar andando então?

Então nós continuamos nossa caminhada em silêncio quando a presença que nos observava desapareceu subitamente.




Poucos minutos depois, com Naru-chan andando bem ao meu lado. A floresta parecia mais sombria e o meu desejo de retornar pelo mesmo caminho morrera ali no instante em que eu olhar para a escuridão. Não, não estava com medo do escuro, estava com medo do que poderia encontrar lá, afinal de contas ninguém tem realmente medo do escuro, mas do que pode se esconder nele.

Era disso que eu estava com medo, com tanto medo que...

– O que está fazendo? – perguntou Naru sem emoção, seu rosto estava vermelho.

Inconscientemente eu havia agarrado seu braço enquanto olhava na direção do escuro que parecia nunca acabar.

– Desculpe... – eu me afastei no mesmo instante. – Eu...

– Esqueça. – ele passou por mim quase me derrubando no chão.

Assisti Naru caminha ao lado de um córrego e parar diante do que parecia uma camuflagem, ele remexeu em alguns arbustos e liberou a passagem para uma caverna bem no meio da floresta. Imaginei o quão longe de casa eu poderia estar...

Que casa?Perguntei-me mentalmente, lembrando das ruínas da mansão Foster. Eu não tenho mais isso.

Naru se virou para mim:

– Você vai ficar ai?

Demorei um pouco para responder, Naru estava... Vermelho mesmo?

Eu sacudi a cabeça e caminhei na sua direção.

Inicialmente a caverna era escura, eu ainda ouvia o barulho da água correndo. Dei-me direto com um labirinto de rochas. Naru segurou meu pulso e me arrastou para as profundezas daquele labirinto.

Eu conseguia ver no caminho desenhos estranhos – lobos malfeitos, vampiros bebendo sangue de animais e outros rabiscos, palavras em espanhol.

A luz de uma grande chama fazia sombras nas rochas. Um grupo de pessoas – cinco ao todo. – se uniam perto da fogueira. Todos eles voltaram seus olhos para nós, alguns se encolhiam em algum canto apenas ergueram o olhar e o abaixaram novamente.

Uma mulher de trinta anos acariciava a cabeça de um menino de quinze anos. Era ruiva e alta, esquelética e pálida, seu rosto era cheio de sardas. Uma vampira.

– Jolly, você voltou. – disse a mulher com um mínimo sorriso.

– Se você está me vendo aqui.

A mulher assentiu, sem se alterar.

– Vejo que tem companhia. – ela se levantou e andou até a mim. – Eu sou Leyla Kobayashi.

– Alex Foster – eu disse.

– Ah... – ela disse e então sorriu. – Bom, creio que Jolly não tenha sido muito educado, não?

Leyla olhou para Naru que apenas virou o rosto e saiu andando, mergulhando no labirinto. Leyla suspirou.

– Ele não é sempre assim, tudo bem? – ela disse com ternura.

– Porque estou aqui? – eu fui direto ao assunto, estava cansada de enrolar.

Leyla não perdeu a paciência, apenas suspirou novamente.

– Bom...

– Conte para ela. – disse a voz de uma garota de olhos dourados que fitava as chamas, ela tinha cabelos loiros e trançados, seu rosto era oval e aparentava ter dezenove anos. – Pode contar o que ele fez a cada um de nós ou pelo menos a mim.

Ever... – advertiu um garoto com cabelos negros que batiam na metade de seu pescoço, ele usava vestes pretas e tinha sombras ao redor dos olhos dourados como os de um vegetariano.

– O que é Damon? – ela perguntou irritada. – Ela não é tão diferente de nós.

– Não, não é. – diz Naru.

Eu pulo de susto. O hibrido está sentado no canto da caverna, fitando as chamas a distância enquanto elas sobem e descem fazendo uma dança de sombras horrível ao redor.

– Mas não me inclua nesse “nós”, Rodriguez – ele diz olhando para a vampira loira. – Eu não quero ser comparado a vocês e nem a essa ai.

– Vocês são um clã? – eu perguntei.

O garoto no canto riu, ele não era um vampiro. Tinha os olhos negros e puxados, rosto fino e o cabelo escuro que não parecia ter sido penteado há algum tempo. Ele tinha uma cicatriz que ia do topo da sua testa até a bochecha, uma expressão divertida no rosto.

– Também poder ser. – ele disse com um sotaque diferente. - Wǒmen shì...Ser...

Leyla olhou para o garoto que parecia ter sérias dificuldades no inglês, a mulher disse alguma coisa em outra língua para o garoto que sorriu e assentiu.

Xièxiè. – disse ele.

– Ele disse que cheirou o que? – eu perguntei.

Naru suspirou.

– Shane é da família Lin, uma alcateia chinesa extinta há três anos pelos Volturi. – contou o moreno sem me encarar.

– Leyla é mais velha que a Terra. Ela é hibrida como a Miss simpatia ali – disse Damon apontando para Naru. – Já passou por muitos países e aprendeu várias línguas. Mais do que poderia aprender em uma vida.

– Meu pai era americano, um vampiro e minha mãe é a fundadora da alcateia dos Kobayashi, o que não me dava pontos no meio dos Kobayashi – contou Leyla. – Mas você não está aqui para falar disso.

– Na verdade não sei nem porque estou aqui, Naru-chan não quis me contar. – eu disse emburrada.

Leyla sorriu.

Naru-chan? Sim, creio ser um apelido adequado.

– Leyla, pare de enrolar a garota. – disse uma nova voz.

Surgindo entre as sombras da entrada da caverna, um homem com a pele escura como chocolate se pós na luz da lareira. Ele tinha uma barba rala e grisalha e olhos negros selvagens.

– Paul – cumprimentou Leyla. – Achei que tinha sido pego.

Paul riu.

– Eu? Pelo amor de Deus, Leyla, achei que confiasse mais em mim. – ele disse. Então seus olhos pousaram em mim. – Paul DiLaurents, alcateia extinta em 1798. Pelo clã dos Volturi. Digamos que provocamos uma guerra, mas não foi por nada.

– Ge... Há! – disse Shane no canto. - Kù lěng zhìzūn...

Lagrimas brotaram dos olhos de Shane, ele começou a soluçar.

– Sangue... Sangue de muito.– disse ele abraçando os próprios joelhos.

– Vinte anos e Shane ainda não superou a extinção dos Lin. – disse Damon. – Ele ainda está em choque.

Eu sacudi a cabeça.

– Não me diga que todos vocês...

Leyla mergulhou o rosto nas mãos e Paul a envolveu de modo protetor.

– Sim – ele disse. – Todos aqui incluindo você, queridinha, somos rastros de nossos clãs e alcateias extintos pelo orgulho e em nome do clã Volturi. Todos nós carregamos nossas histórias, não como vilões e nem como heróis.

No canto, Shane continuava a murmurar coisas desconexas em inglês e às vezes tropeçando no chinês.

Quase entramos em guerra com os Volturi...Lembrei do que me disse Edward quanto à existência de Nessie.

– Você pode nos chamar de Anti-Volturi. – disse Ever se erguendo e dando um meio sorriso. – Nós só temos um objetivo.

Cerrei os punhos.

– E qual seria esse objetivo?

Mas eu já sabia o que ela ia dizer.

Todos ali, vampiros e lobos rebaixados pelo nome Volturi. Claro, eu não conhecia a história deles, mas eu conhecia minha própria história. Os Volturi quase excluíram o clã Cullen só pela simples existência de uma humana metade vampira, eles excluíram o clã Foster... Pergunto-me se foi justo ou não o que eles fizeram. Então eu me lembro das cinzas da Mansão Foster.

Justo?Eu me perguntei. Eu me importo mesmo se foi justo ou não?

Além do mais eles tinham destruído a minha família... Duas vezes. Se aquilo era a justiça dos Volturi... Se no mundo dos vampiros aquilo era a justiça então eu...

– O clã Volturi. – falou Ever com ódio nos olhos dourados e perfeitamente redondos. – Queremos pagar na mesma moeda.


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Notas finais do capítulo

*Naru = Diminutivo japonês para Narcisista.

Vamos ver os personagens novos:
Leyla Kobayashi - Hibrida.
Paul DiLaurents - Lobo
Ever Rodriguez - Vampira
Damon McGreen - Vampiro
Shane Lin - Lobo.
Jolly Kobayashi - Hibrido. (Filho da Mirajane? O.O)

Os Anti-Volturi. Os protestantes. Os V1D4 L0K4. Chamem como quiser.
De todos eles eu gostei mais do Shane, ele é tão fofo que dá vontade de morder. - Liza-Oneesan você está me infectando!
Personagens, todos de última hora. Aliás não irei postar nessa fanfic mais de duas vezes por semana, certo? Porque a história é mais curta e eu gostaria que demorasse pra terminar, até porque ela poderia ficar melhor assim.
Então, até a próxima.
Beijos Azuis Vampirescos!



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