A Eterna Segunda Vida de Alex Tanner escrita por Laís Bohrer


Capítulo 12
Daydream


Notas iniciais do capítulo

Lay*: E novamente eu não tinha ideia do que fazer para esse capítulo, mas surgiu a inspiração e aqui estou! Antes de começarem a ler eu vou falar um pouco sobre Edgar Tanner. O nome Edgar é do significado 'o que protege suas riquezas com a lança', inicialmente ele era para ser só um irmão mais velho legal. Um personagem que vocês iam gostar, acho eu. Mas ele acabou me surpreendendo e surpreendendo talvez a vocês também unindo-se aos Volturi. Como no inicio da história Alex disse "Toda história tem um vilão assim como todo vilão tem uma história" (Poético, não?) Edgar também teve sua história, mas sobre isso eu não posso falar nada ainda.

—______________________________________
"Tudo o que um sonho precisa para ser realizado é alguém que acredite que ele possa ser realizado."
— Roberto Shinyashiki



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/457715/chapter/12

Sonhando Acordado

Não me lembro o quão menos complicado era o tempo quando eu ainda estava viva, mas desde que eu despertei para essa segunda vida passou a ser mais difícil de acreditar que o planeta terra gira lentamente. Difícil de acreditar que um dia tem vinte quatro horas, acho que isso se deve ao meu costume com a imortalidade.

Em minha primeira semana na mansão Foster eu já me sentia parte da família, dois anos se passaram eu acho... É difícil calcular isso como eu já disse, Carlisle está me ajudando a voltar ao que eu chamo de “fuso horário humano”. Bom, eu tinha mais de doze meses com o nome Foster...

– Vamos tentar criar um ponto de ligação, certo? – sugeriu Carlisle. – Pode me dizer o que acontecer antes de...

A sua voz vacilou, eu fiquei vários segundos ou minutos olhando para o nada na minha frente até que eu finalmente me pronunciasse.

– Você não lembra? – eu perguntei com um pouco de mágoa na voz, sem olhar para o Cullen. – Então é isso... Você não lembra mesmo.

Carlisle franziu o cenho.

Eu sacudi a cabeça e o encarei. Ambos estávamos sentados na escada de concreto, aquele dia estava ensolaradamente irritante, mas o tempo para mim era o mesmo: Nada. Liam brincava com Nessie enquanto mais distante estavam Jacob, Edward e Bella mais reservados, eu poderia prestar atenção no que eles falavam naquela distância, poderia ler seus lábios, mas Carlisle estava esperando minha resposta. Ergui os olhos para o céu azul acima de nós.

Esse céu... Eu pensei e então fechei os olhos quando uma nova imagem veio a minha mente. Eu e Bree tínhamos cinco anos, nós duas corríamos por um campo, mais a frente Edgar e nossos pais estendiam uma toalha de piquenique. O céu estava incrivelmente azul como os olhos do meu pai... Antes de Bree desaparecer os olhos do meu pai costumavam brilhar tanto como aquele sol.

Alex... – Bree chamava irritada, ela parou para tomar fôlego e então eu estava esperando eu provocá-la, porque eu sei que eu tinha feito isso, mas a lembrança não correspondeu à verdadeira memória.

Bree se endireitou, o rosto estava sério. O céu de repente ficara nublado e nossos pais e Edgar sumiram. Uma toalha de piquenique que antes era branca e amarela estava vermelha como o sangue.

Eu parei de correr de repente e virei-me para Bree.

Não... Isso não está certo. Eu pensei. Não foi isso o que aconteceu...

Bree sorriu docemente, exibindo suas presas, seus olhos estavam vermelhos como aquela toalha de piquenique mais adiante.

Corra. – ela sorriu.

E eu abri os olhos.

– Alex – Carlisle chamava preocupado.

Eu arregalei os olhos para ele. Edward estava na nossa frente agora com uma expressão estranha. Jacob e Bella olhavam curiosos mais distantes, Nessie e Liam nem percebiam o que estava acontecendo. Nem eu percebia o que estava acontecendo.

– O que foi isso? – eu perguntei para Carlisle.

– Isso o que? – perguntou ele.

– O que aconteceu? – perguntou o Tio Ed – O que foi aquilo?

– Sabe, eu já disse que é muito feio invadir a mente das pessoas, tio Ed? – eu perguntei. – Mas... Eu não sei.

A seguir eu contei a Carlisle os detalhes daquela visão. Não era uma lembrança, porque eu sabia que aquilo nunca havia acontecido. Contei também sobre as vozes de Bree que eu escutava de vez em quando, quando Charlie apareceu acima de nós, na escada.

– Aquilo foi real? – eu perguntei.

– Provavelmente não – disse Carlisle – Deve ter sido apenas uma ilusão. Você disse que Edgar, seu... – Eu o encarei alerta – Edgar Volturi, você disse que ele invade sua mente freqüentemente não é?

Eu assenti, Charlie sentou-se ao meu lado.

– Ele fala através da minha mente – eu disse – Acha que essas ilusões que eu tenho tido é obra dele?

Carlisle não respondeu.

– Se Edgar invadiu a sua mente talvez ele possa ter bagunçado seus pensamentos – O Tio Ed falou – Eu ainda consigo lê-los, mas eles estão confusos. Como um quebra-cabeça desmontado.

– Obrigada? – eu disse.

– De nada – Edgar... Ed... Edward deu um meio sorriso.

– Mas espere – Charlie se pronunciou finalmente – Isso significa que ele sabe onde estamos?

– Bem provável que ele já esteja à espreita – disse Carlisle.

– Parece que isso é um problema – disse Charlie – Ele talvez esteja apenas esperando uma oportunidade de terminar o serviço.

Carlisle se levantou.

– O que nos resta é esperar – disse ele. – Caso tenha mais um blecaute, não hesite em falar.

– Não prometo nada. – murmurei.

Carlisle ergueu as sobrancelhas. Ergui as mãos em rendimento.

– Ok. Eu não vou hesitar! – eu disse – Olhe, nenhum dedo cruzado.

Carlisle não parecer satisfeito, mas acenou com a cabeça e adentrou a casa.
Bufei em frustração, pensando no que Edgar me diria... “Confraternizando com o inimigo, não é Alex?” É ele diria algo parecido eu acho...

– Eu vou indo, então – disse Edward – Alex, não somos inimigos até que você mude de ideia.

Então ele se foi, indo logo atrás de Carlisle. Então só sobramos eu e Charlie.

– O que acha que ele quis dizer? – perguntou ele.

Dei de ombros.

– Não faço ideia – menti.

Fiquei olhando para Liam e Nessie brincando mais longe, Liam empurrava Nessie em um balanço pendurado em uma árvore mais a frente. Liam empurrava a garota um pouco forte demais, fazendo o balanço dar um perfeito giro de 360º.

– Liam, pare de girar a minha filha – disse Bella gritando outra coisa logo em seguida.

Então eu senti a mão de Charlie pousar na minha, ele sorria para mim.

– Vai dar tudo certo – disse ele. – Não vou deixar Edgar chegar perto de você.

Assenti agradecida, mesmo que naquele tempo eu não soubesse, era tarde demais para fazer uma promessa daquelas. Meus olhos estavam fixos nos de Charlie, seu rosto estava muito próximo agora. Meus lábios há apenas centímetros de distancia, até que Liam se senta entre nós e eu me afasto bruscamente.

– Ei, crianças! – ele passou seu braço ao redor do meu pescoço fazendo o mesmo com Charlie que parecia irritado. – O que estão fazendo? – ele tinha um sorriso malicioso nos lábios.

Conversando, Liam, conversando – disse Charlie entre os dentes e eu tive que segurar o riso.

Ele ia mesmo me...

– Ahhh! Conversando! Saquei – ele lançou a Charlie um olhar cúmplice. – E você, Alis, estava conversando com o Charlie também?

Eu não queria saber a definição de “conversando” para Liam, mas acho que era isso mesmo.

– Alis? – repeti.

– Alex já é um apelido, seu baka – disse Charlie, o que era basicamente o mesmo que chamar a Liam de idiota.

– Ou! Quem você está chamando de baka? – desafiou Liam.

– Você né, sua anta.

– Ah, quer brigar, lacraia de olhos dourados?

– Você também tem olhos dourados, e pode vir... Baka.

Liam suspirou.

– Hoje não, Charles – ele deu tapinhas nas costas do moreno e eu estranhei o gesto... Quer dizer, Liam estava recuando uma briga com Charlie? E a Claire nem está aqui! – Hoje eu quero um pouco de paz e aproveitar a paisagem deste lindo dia de sol, apreciar o canto dos pássaros na floresta e...

– Liam, você está bem mesmo? – eu perguntei colocando a mão em sua testa. – Acho que você está com febre.

– Não sei o que é isso há mais de oitenta e cinco anos, irmãzinha. – disse ele. – Mas eu estou bem, só estou esperançoso.

Charlie olhou para mim.

– Ele não está parecendo àquelas princesas da Disney?

– Não sei do que você está falando – eu respondi.

– Uau, eu não posso ser normal de vez enquanto que vocês já começam com isso – bufou Liam.

Eu sorri.

– Liam, você não seria normal nem se tentasse. – falei.

O de cabelos loiros (Moreno pálido, que seja!) me olhou em desafio.

– Quer pagar para ver, Alis-chan? – ele disse.

– Ela tem razão – disse Charlie. – Lembre-se que você é um vampiro retardado e um Foster.

– Acho que ser um Foster me faz um vampiro retardado – disse ele olhando para o concreto do último degrau com um sorriso, como se a voz de Charlie tivesse saído de lá (estranho...). – Mas sabem ao que está direcionado o meu entusiasmo?

– Eu gostaria de saber – eu falei.

Liam sorriu e olhou para Charlie esperando que ele falasse alguma coisa, quando o mesmo notou que estava sendo encarado exclamou:

– Que é? – ele perguntou irritado.

Liam ignorou Charlie olhou sonhador para o nada, como se tivesse um pudim na sua frente... (N/L: Quê? Eu amo pudim!)

– Eu quero reconstruir o clã Foster – ele revelou – Nós três podíamos ser tipo... Xavier, Mira e Lucy.

Charlie riu, mas não zombeteiro como sempre, mas como se estivesse de acordo.

– Seria legal. O clã Foster renascendo das cinzas como uma fênix! – ele se animou.

– Exatamente, e ai Alis, o que acha? – perguntou Liam.

Eu não pensei duas vezes, assenti e sorri.

– Vamos fazer isso, vamos ter uma casa tipo à família Adams e vamos encher as paredes de kanjis – eu disse apontando para o ar.

Liam olhou para mim fingindo-se desanimado.

– Já sabemos quem vai ser o Xavier aqui.

Charlie olhou para mim com um sorriso.

– Eu posso quebrar as suas pernas e colocar você em uma cadeira de rodas, que tal? – ele perguntou.

– Você é mal. – eu disse emburrada. – Só queria passar o legado Foster.

Liam deu uma risada divertida.

– Certo, vamos fazer isso.

– Quebrar minhas pernas?

– Não. Passar o legado... Mas nada de Judô. – ele disse.

Assenti me animando de um jeito até infantil. Os garotos riram.

– Mas e então... – disse Liam – Qual o sonho de vocês para o futuro? E nem adianta roubar o meu humilde sonho.

Charlie riu.

– Eu não vou contar o meu sonho do futuro para vocês, sem chance.

– Qual é, cara! – exclamou Liam. – E você Alis?

Hesitei, parando para pensar um momento. Eu não tinha pensado no que ia fazer a seguir, só sabia que o clã Foster fora reduzido a cinzas naquelas ruínas. Mas eu fiz uma promessa a Charlie e a mim mesma. Essa promessa era meu sonho, minha maior ambição agora.

Uma nuvem tampou o sol, as risadas de Nessie pareciam mais distantes.

– Eu quero mostrar a eles – eu disse sem olhar para nenhum deles. – Mostrar a aos Volturi que não podem simplesmente destruir a família de alguém. Eles nos deram seu julgamento, meu sonho... Não. É uma ambição. Minha ambição é dar o julgamento dos Volturi. Mostrar que eu não tenho medo deles.

O silêncio tomara o local. Eu vi Jacob levando Renesmee para algum lugar, a mesma corria mais a frente do homem-lobo.

– Sabe, Liam – eu continuei a dizer. – Acho que nossos sonhos estão conectados de alguma forma.





– Porque seus olhos têm essa cor? – perguntou ela com a voz fina.

Com as mãos enfiadas no bolso eu olhei a garotinha. Tinha que ter aproximadamente dez anos de idade. Segurava um ursinho de pelúcia escuro, seus cabelos dourados caiam em uma trança pelo seu ombro. Ela vestia um vestido rodado e azul com fitas de seda, parecia uma boneca que Bree queria quando pequena.

Agachei-me para ficar na altura da garota, meus olhos voltaram-se para as duas meninas mais afastadas que observavam a cena. Tinham a mesma idade daquela loirinha. Aparentemente elas apostaram que a loirinha – Mandy pelo o que eu ouvi. – não teria coragem de se aproximar de mim e fazer aquela pergunta.

– Porque eu sou um monstro. – eu disse.

A garota não recuou.

– Você não se parece com um monstro.

– Tem razão, agora não. – eu disse dando-lhe um meio sorriso. – Mas as pessoas me odeiam porque eu sou diferente delas.

– Você parece igual a mim... – disse a garotinha.

Eu hesitei.

– Não pareço não. – então arreganhei as minhas presas para Mandy que recuou uns passos e caiu no chão deixando seu ursinho cair aos meus pés, eu podia ouvir seu coração acelerado.

Peguei o ursinho e ergui em sua direção, ela não se moveu, estendi minha mão para ela. Minha pele exposta ao sol começou a brilhar.

– Você é muito bonita, Mandy – eu disse. – Só porque eu sou um monstro não significa que eu farei mal a você.

– Como sabe meu nome? – perguntou ela.

Eu dei um meio sorriso e joguei o ursinho para ela que pegou dessa vez, mas não tocou em minha mão ainda estendida, abaixei a mão de volta para as sombras

– Eu ouvi por ai. – contei. – Sabe Mandy, existem pessoas como eu que me matariam se te deixasse viva para contar o que viu aqui, mas eu vou deixar você ir, eu não sou tão ruim.

– Te matar... – ela repetiu.

– Melhor você ir – eu disse – Aquelas garotas te devem um pirulito. Você ganhou a aposta.

Então, mergulhei na floresta, eu podia ouvir os chamados de Mandy, clamando por mim, eu podia despistá-la facilmente, mas não o faria. Não podia deixar aquela garota sozinha no meio da floresta... Na verdade eu podia, mas eu não queria fazer isso.

Parei de correr esperando que Mandy me alcançasse, esperei para ouvir sua respiração pesada, seus pequenos pés tropeçando, sua voz chamando por mim, mas eu não ouvi mais nada além do farfalhar das folhas dos pinheiros sobre mim. Frestas de luz me tocavam fazendo meu corpo cintilar, ignorei isso.

– Mandy? – eu chamei. – Mandy!

Mas não recebi resposta, talvez ela tivesse voltado, dei de ombros para o nada e virei para a floresta novamente, a fim de atravessá-la e voltar a casa dos Cullen, mas...

Alex, me ajude. A voz de Mandy ecoou em cada canto do meu cérebro, isso não era possível, aquela menina não sabia meu nome.

– Estava esperando que aparecesse. – eu falei me virando para a figura encapuzada, queria parecer confiante e até mesmo me sentia confiante, até o momento em que eu vi o corpo da garotinha imóvel aos pés da figura.

O sangue de Mandy escorria pelos lábios de Edgar, ele lambeu os lábios.

– Olá, maninha – ele disse. – Sabe, eu admirava muito você...

Ele jogou o ursinho da garota aos meus pés, mas eu não tirei meus olhos deles.

– Estou lisonjeado por ter trazido esse lanchinho para mim – ele disse com um sorriso divertido que me dava nojo – Seu irmãozinho, sou seu irmãozinho ainda não é?

– Edgar – eu murmurei.

O mesmo apareceu atrás de mim, mergulhando o nariz em meus cabelos.

– Eu não esperava isso de você – ele falou, sua voz era grave e hipnótica. – Você reclama de eu estar ao lado dos Volturi, mas você...

Ele me empurrou para o chão.

– Você está com eles, não é? Está com aqueles que deixaram sua querida irmã morrer – ele me olhou com repulsa. – Você está se escondendo na asas dos Cullen.

– Edgar – coloquei toda minha fúria no seu nome. – Edgar... Eu vou acabar com você.

– Você me faz rir, Alexandra – ele sorriu. – O que vai fazer contra mim? Eu sou um Volturi agora.

– Dane-se! – eu gritei. – Eu te odeio... Volturi ou não, você destruiu minha família... Pela segunda vez.

– Oh... Está falando do seu querido clã Foster? – ele sugeriu. – Aliás, fui eu quem disse a localização deles. Não é fácil perder você de vista, Alex. Eu tentei te avisar, mas você não me deu atenção.

– Atenção é o que você vai precisar quando eu arrancar a sua cabeça fora...

Ele fez um gesto tipo: Espere um momento.

– Não vamos ser tão rudes, afinal somos irmãos – ele disse. – Você ainda pode se juntar a nós, Alex...

– Ou? – eu tinha certeza de que não queria ouvir a segunda opção.

– Seja descartada.

Eu me levantei, encarando seus grandes olhos vermelhos.

– Então venha, irmãozinho.

Eu esperava um ataque físico, cerrei os punhos pronta para a luta quando eu me vi de volta a Mansão Foster.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam? Será que o clã Foster vai realmente renascer? Liam vai realizar seu sonho? E...
BRAZIL... ZIL! ZIL! ZIL! ZIL!
Okay, sei que a copa ainda está longe, mas fazer o que né! Bem, talvez não dê para postar sempre um dia sim e um dia não como sempre faço, pois voltei as aulas (Nem é tãããão ruim assim, nada a temer! Sem monstros por enquanto...), mas eu vou ficar alternando entre duas fics, então...
Acho que é só isso, boa sorte pra vocês e obrigada a quem está lendo.
— Beijos Azuis da Lay!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Eterna Segunda Vida de Alex Tanner" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.