[Insira seu título aqui] escrita por Helo, William Groth, Matt the Robot, gomdrop, Ana Dapper


Capítulo 9
A profecia


Notas iniciais do capítulo

Olá, aqui é o Will. Com o atraso do capítulo anterior, tentei adiantar esse o máximo que pude. Espero que gostem.



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Peter

– E então, está pronta? – perguntei.

– Eu nasci pronta – respondeu Ana. Ela estava usando uma capa que eu nunca a vira usar antes, achei bem maneira, sua coloração era perfeita em contraste com aquela pele e a fazia parecer mais sombria e ah... deixava-me louco.

Nós estávamos indo à caverna de Rachel para dizer sobre o tal sonho de Ana. Esperávamos encontrá-la lá; sua frequência pelo acampamento havia diminuído, mas ainda tínhamos esperança.

– Então quer dizer que você me acha bonito? – digo com um certo tom de encantamento e surpresa.

– Hã? Quê? Você está maluco? Quem te contou isso? – disse com cara de boba, espantada, parando subitamente a caminhada.

– Você mesma, bruxinha – solto um sorriso de canto. – Primeiro. Não é só porque você é bonito que pode me chamar assim! – digo em um falsete extremamente agudo e rio.

– Você é um idiota mesmo – e começa a andar me deixando para trás.

– Calma aí, Ana, me desculpe – digo apressando o passo para acompanhá-la. – Foi mal, de verdade. É que eu... – Olho nos olhos dela. - Ah, deixa para lá.

– O que você iria dizer?

– Nada não – e paro na frente da entrada da caverna.

– Acha que deveríamos chamá-la?

– Não, alguém pode acordar. Acho que deveríamos entrar – foi o que fiz, puxei a cortina roxa que cobria a entrada e me deparei com um apartamento completo, cheio de eletrônicos. Era um lugar bonito, aconchegante e muito misterioso.

– Peter, eu acho que não deveríamos entrar assim.

– Já entramos – rio. – Rachel? – o lugar estava vazio. Nenhum sinal dela.

– Ela não está aqui, Peter, vem, vamos sair daqui – enquanto andávamos de volta pelo gramado, reparei uma aura estranha em torno da capa, mas não quis falar nada.

– Hey bruxinha, eu tenho uma coisa para te contar.

– Diga – disse ela olhando para mim.

– Eu... eu.

– Fale logo, garoto.

– Eu acho melhor lhe mostrar – disse olhando para seus lábios e me aproximando.

– Rachel!

– Hã? Onde?

– O que vocês dois estão fazendo? – diz a ruivinha vindo de encontro a nós.

– Ah, nada – digo disfarçando e me distanciando de Ana.

– Como nada? É tarde da noite, o que estão fazendo acordados uma hora dessas aqui?

– Ah claro, sim... estávamos à sua procura.

– Engraçado, tive um pressentimento que deveria encontrar você – diz ela olhando para Ana. – Tudo bem? – Ela estende a mão para um cumprimento e Ana a segura. Nesse momento, Rachel fecha os olhos e desaba, corro para segurá-la e a sento no gramado, ela volta a abrir os olhos, mas agora não os mesmos, e uma fumaça verde começava a escorregar de sua boca meio entreaberta. Quando falou, também não era sua voz.

Luz e trevas caminham juntas

A filha da magia mostra o caminho

No túnel do medo encontrarás o que procuras

Corrente que une também o destino

Na escuridão total tudo se revelará

E o traidor com lágrimas se ajoelhará

No fim da última frase, seu corpo amoleceu em meus braços, deu uma leve tremida e lá estava Rachel novamente, em pé. Meu coração havia acelerado, seria uma profecia? É claro que sim, o que ela dizia? Deixaria para pensar nisso depois. Primeiro deveríamos anunciar a Quíron. Mas agora? Não. Olhei para Ana e ela estava boquiaberta. Com uma expressão na cara que dizia que estava com as mesmas perguntas que eu, e Rachel olhava-nos assustada.

– Peter...

– Você acabou de recitar uma profecia – mas ela não respondeu nada. – Ana, acho que você já conseguiu a resposta para seu sonho.

– Precisamos acordar os outros, venha – e correu puxando-me pelo braço. – Ah, obrigada, Rachel, nos encontre daqui a quinze minutos na Casa Grande, acorde Quíron.

– Ana, é melhor deixar para quando amanhecer, Quíron não vai gostar nada disso.

– Cale a boca, acabamos de receber uma profecia, acha que vou ficar esperando Apolo brilhar para contar aos outros? É lógico que não.

Corremos para o mini-chalé onde Helô, Marceline, Matt e Cass estavam dormindo. Ana tinha a chave e fomos logo acordando todos. As “unidas” estavam dormindo praticamente de conchinha, eu não pude conter o riso. Dissemos o que havia acontecido e corremos para A Casa Grande, deixando Cass no chalé. Lá, Quíron e Rachel nos esperavam na sala com a lareira.

– Vocês cinco outra vez? – disse ele com certo tom de curiosidade.

– Sim senhor – comecei a dizer, mas fui interrompido pelo centauro.

– Sim, Peter, Rachel já me contou o que aconteceu, e isso é muito interessante, eu estava prestes a mandar semideuses em uma missão amanhã ao anoitecer. Podemos então dizer que vocês irão nela. Qual é a profecia?

Repeti todos os versos que eu havia de alguma maneira decorado e Matt, Marceline e Helô prestaram atenção nos versos também.

– Isso explica muita coisa dos meus sonhos recentes... – diz Helô.

– Eu digo o mesmo – Marceline comenta e Matt acena com a cabeça ainda meio sonolento.

– Mas eu não consegui entender, que túnel é esse? O que faremos lá? Nossa missão tem um destino exato? – perguntou Matt.

– Veremos isso amanhã na refeição do meio-dia semideuses. Vão para seus chalés – disse o centauro, e foi o que fizemos. Meu chalé e o da Ana ficavam do mesmo lado, então fomos juntos.

Desde que ela chegara ao acampamento, muitas das minhas ações haviam mudado. Eu já não encarava as filhas de Afrodite no refeitório, meus olhares tinham outras direções. Eu me sentia diferente perto dela, e acho que já estava na hora de contar-lhe.

– Ana... – já estávamos na frente do chalé dela.

– Não precisa dizer nada, eu já sei... – o que rolou foi muito espontâneo, eu não esperava nada vindo dela e me assustei quando nossos lábios se tocaram. Quando eles desgrudaram, ela apenas disse uma coisa.

– Não conte para ninguém – e entrou no chalé sorrindo. Eu estava bobo e só queria ir para o meu chalé.

Com Marceline e Cass dormindo em outros aposentos naquela noite, o chalé estava quase vazio. Deitei na cama, mas eu não tinha sono, o dia já estava quase amanhecendo e muitas coisas faziam minha cabeça borbulhar naquele momento. Felizmente consegui tirar um cochilo, mas não tão felizmente assim. Eu tive um pesadelo.

Lá estávamos os cinco em um túnel, o relacionei exatamente com o que Ana havia também sonhado. Nós percorríamos ele cansados, correndo de algo. Uma voz grossa e fria falou: “Vocês não conseguirão escapar por muito tempo, semideusinhos”. A voz chegou mais perto e tomei coragem para olhar para trás; um garoto corria a uns dez metros de distância, usava jeans surrado, camiseta preta e jaqueta de couro, uma bandana cobria seus cabelos e tinha uma faca em uma das mãos. Seus olhos eram da cor de chamas e brilhavam incandescentes. Era Phobos, deus do medo, filho de Ares. Então o sonho mudou, eu estava no mesmo túnel, porém sozinho, era o que parecia, até constatar uma mulher ao meu lado, vestida com um grande pano marrom e asas nas costas. “Eu sou Nêmesis, querido, e você está prestes a se vingar de quem o chamara de amigo”. Acordei sobressaltado e novamente atrasado para o café.

Sentei-me na mesa reservada para os cinco e olhei para Ana, que comia tranquilamente como se nada tivesse acontecido.

– Bom dia – disse a todos. Mas não fui respondido por Ana. Contei-lhes meu sonho, mas não todo. Retirei a parte da deusa da vingança. Algo me intrigava.

– Isso faz um pouco mais de sentido. É claro, o túnel do medo. Só pode ser de Phobos – comentou Marceline.

– Não estou gostando nada disso – Ana olhava para seu café.

Horas se passaram e lá estávamos nós outra vez no pavilhão do refeitório. Quíron estava no centro. Eu, Helô, Marceline, Matt e Ana estávamos em pé.

– Semideuses e semideusas... – começava Quíron – No dia em que me ausentei, no dia em que fui ao Olimpo, recebi ordens. Zeus me pediu para mandar uns de vocês a uma missão. Uma missão de busca. Acreditamos que Ben, filho de Hécate, fora assassinado. Assassinado por um deus. Ontem à noite, Rachel Elizabeth Dare, nossa Oráculo, professou uma profecia que se encaixa muito bem nessa missão. Diante de vocês estão os cinco que irão – ele apontara para nós, e as filhas de Afrodite soltavam risinhos para mim. Luanna, minha última ficante, estava na frente, envergonhada mas incrivelmente bela. – No último solstício, Ares enraiveceu-se. Ele prometeu... bem, acho que essa parte eu não posso contar – disse baixinho. – O Olimpo está um caos. E agora vou conversar com os cinco em particular. Bom almoço.


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Notas finais do capítulo

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