[Insira seu título aqui] escrita por Helo, William Groth, Matt the Robot, gomdrop, Ana Dapper


Capítulo 28
Os bonitinhos sempre passam pro lado do mal


Notas iniciais do capítulo

Hey! Ana aqui :3 Espero que gostem >



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Eu não conseguia parar de pensar em Peter.

Tá certo que ele era realmente um traidor, e que eu não podia ter ido com ele. Mas eu queria. Conscientemente eu dizia a mim mesma que não podia querer. Mas eu queria. Eu realmente gostava daquele garoto, e não me importava se ele estava do nosso lado, ou não.

Meu sono foi um tanto turbulento, mas dessa vez não vi Hécate, o que pra mim foi um alívio. Eu não era igual a minha mãe, minha personalidade era abruptamente diferente da dela. Pelo menos foi assim que eu sempre pensei.

***

Eu estava sozinha no túnel, de novo. Corria de alguém, e quanto mais corria, mais me aproximava de uma luz, eu ouvia através da luz, e os gritos de dor que acariciavam maldosamente meus ouvidos eram assustadores. Eu me aproximava cada vez mais da luz, e quando a toquei, a cena mudou.

Estava sentada na beira de um penhasco, a vista era incrível, eu podia ver o mar, estava anoitecendo, e perto de mim uma fogueira crepitava. Só reparei na presença do homem quando ele começou a falar.

– É linda, não?

– Ahn?! Quem é você?! - Perguntei, assustada.

– Me chamo Anteros, sou o deus das ordens e do divórcio, é um prazer te conhecer, Ana.

– Como sabe meu nome?

– Eu sei de muitas coisas.

– Qual meu verdadeiro sobrenome?

– Fácil, Alethea. - Ele sorriu de uma maneira encantadora, e só então reparei na beleza do homem. Devia ter a aparência de uns vinte e três anos, os cabelos loiros, com um topete no estilo Superman, a pele era extremamente branca e seus olhos, tão azuis que me faziam desejar estar nadando neles. Suspirei, subitamente envolvida em seu olhar, mas logo voltando a mim.

– O que quer?

– Conversar, apenas.

– Diga.

– Sabe que seu namoradinho...

– Ele não é meu namorado! Ahn.,. Desculpe, pode continuar.., – falei meio sem graça, depois de ter demonstrado tanta irritação sem motivo aparente.

– Tanto faz. Sabe que ele passou para o outro lado, e sabe que agora que ele fez isso, não pode mais ser seu namoradinho, porque você ainda está bancando a heroína. Mas você e seus amigos vão ruir, isso vai acontecer muito em breve, e espero que esteja preparada para mudar de lado quando souber que não tem como vencer. Quando Peter brigou com a irmãzinha patética, eu sabia que você podia convencê-lo a pensar melhor. Então tive que alterar algumas coisas. – Ele sorriu malicioso, e eu juro, se não quisesse ouvir o resto do que ele tinha para falar, teria socado aquele lindo rosto imortal até ele se desfigurar totalment. e- Sou o deus do divórcio, e isso me ajudou muito. Seu relacionamento foi rompido com a minha ajuda, e só pode voltar se você mudar de lado.

– Ares já me fez essa oferta – contei, libertando minha espada em um silêncio mortal. – Eu pensei muito no caso, e acho que.. não vou ceder – eu cravei a espada em sua barriga. Estou certa que ele não pode morrer, mas com certeza doeu. E enquanto eu abria longos talhos em sua carne, o sangue dourado passava a escorrer. – Não sou tão fraca quanto pensa – sibilei. – Peter pode ter se entregado, mas não vou fazer isso tão facilmente. Não volte a substituir meus sonhos com a morte de meu pai, porque minhas únicas oportunidades de ver ele estão nesses sonhos, e mesmo que possa doer, prefiro isso a promessas vazias de um deus esquecido por muitos. Se quiser falar comigo novamente, espero que arrume um assunto melhor que o cara que traiu a mim e meus amigos, porque eu não vou perdoar esse erro e me juntar a ele.

Eu continuei enfiando a espada nele. Fiz isso até o deus desaparecer. Minhas mãos e a espada estavam cobertas pelo seu sangue, e a fogueira me aquecia, agora já era noite em meus sonhos, e por um momento imaginei se aquilo significava que fora do túnel era noite também. Eu não sabia. De repente, ao observar a incrível vista que eu tinha dali, senti falta de poder ver o que acontecia. Não que isso tenha mudado alguma coisa.

Acordei ainda suja pelo sangue de Anteros. Eu menti para ele. Eu faria tudo para estar com Peter novamente, mesmo que isso significasse passar para o lado escuro da força. Mas Anteros era um problema que havia se resolvido fácil e rapidamente. Meu maior problema agora era a fome. Em minha mochila ainda estavam os presentes de Hécate, e quando tateei por ali, foi fácil encontrar a capa negra, eu podia sentir sua aura arroxeada quando a vesti. No momento que cobri minha cabeça com o capuz, o calor da capa me envolveu, um calor delicioso, que me lembrou da fogueira em meu sonho.

Enquanto caminhava, passei o dedo indicador de uma mão na outra, sentindo a umidade do sangue, que insistia em permanecer ali, por algum motivo. Pensei em Cass, ela tinha mentido para mim sobre beber sangue, o que era algo extremamente sério, e jurei que se eu saísse daquele túnel, eu iria assassinar aquela garota, mas antes, torturar lentamente.

Helo e Marcy caminhavam logo atrás de mim, conversando aos sussurros, e eu ia à frente, para mostrar o caminho. Então nós chegamos a uma sala ampla. Mesmo não podendo enxergar, eu sabia que era um lugar antigo, e carregado por magia. Então, como se viesse treinando para aquele momento, apenas aguardando ele, minha boca se abriu, e mesmo sem saber o que dizia, minha voz falou por mim.

Ao chão sagrado chegarão,

O medo é o inimigo,

De modo diferente prosseguirão,

Para que a traída tome partido”

Um grito de pavor escapou pelos meus lábios, e todas as saídas se selaram. Eu não podia ver, mas sabia que estava presa.

– O que foi isso, o que está acontecendo? Ana, de onde você tirou isso? – Reconheci a voz de Marcy, incrédula, e senti seu olhar sobre mim. Eu não entendi o que havia dito por um momento, até uma voz masculina retumbar no salão.

– Vocês têm duas opções. Ou deixam uma para trás, ou ficam presas para sempre. Vocês escolhem, mas sejam rápidas, por favor.

– Jano... - ouvi Helo sibilar. – Não queremos nenhuma das suas opções.

– Você tem que escolher, fofa. - Ouvi a voz masculina rir debochadamente. - Não temos muito tempo.

Eu sentia a tensão, e sabia o que fazer, mas antes queria saber uma coisa.

– Senhor.. .hm, Jano, foi você que me fez recitar aqueles versos?

– Sim, querida.

– Por que eu?

– Sua mente era a mais frágil, oras. – ele riu, eu sentia meu sangue arder dentro de mim. Elevei minha voz e proclamei, decidida.

– Eu fico. Vocês devem permanecer unidas, e eu posso guiá-las daqui, vai me gastar muita energia, mas posso.

– Mas, An...

– Sem mas! Isso já é bastante difícil. Acho que vai ser melhor se eu ficar sozinha. - cortei Marcy antes que as lágrimas brotassem de meus olhos novamente.

– Boa sorte. – sussurrei e usei toda a força que tinha para afastá-las. Elas seguiram caminhando. Quando tornei a estar sozinha, o silêncio foi um tanto desconfortável. Tudo que eu queria era ter Peter novamente, mas aquele desgraçado havia me traído.

As coisas estavam realmente solitárias, até eu sentir que Helo e Marcy precisavam de ajuda. Eu pensei em um vento noturno, algo forte e silencioso. Protetor. Eu sabia a resposta que elas buscavam. Desejei que esse vento avisasse a elas que a resposta correta era a da direita, mas nunca soube se minhas amigas receberam minha informação.

Eu não tinha mais Marcy, nem Helo. Matt estava perdido em algum lugar do túnel. Meu pai estava morto. Alicia e Chris estavam longe. Peter havia me traído (e traído meus amigos), e mais que tudo, eu desejava tê-lo de volta. Tudo se tornou silencioso e solitário novamente.


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Notas finais do capítulo

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