[Insira seu título aqui] escrita por Helo, William Groth, Matt the Robot, gomdrop, Ana Dapper


Capítulo 19
Pegamos Caronas em Unicórnios


Notas iniciais do capítulo

Olá galera, Will aqui novamente o/ Curtam o capítulo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/457506/chapter/19

Peter

A ideia de termos sido encurralados por uma dúzia de lindas garotas em um esgoto parecia ser a mais estranha de toda a minha vida, até eu virar um porquinho-da-índia. Você não faz ideia do sofrimento que era, fiquei transformado por apenas alguns minutos, mas foram os minutos mais tediosos da minha vida. Quando me dei por conta, uma das garotas estava com os braços esticados para mim e para Matt dizendo algumas palavras estranhas e complicadas que, com meu déficit de atenção, foram mais difíceis ainda de distinguir. Num piscar de olhos, eu estava encolhido e sendo transportado para uma gaiola, até que eu era um lindo porquinho-da-índia. Para onde eu olhava havia grades e eu me senti terrivelmente preso, o que é meio óbvio. E esse é um dos motivos de por que agora tenho dó de todos os hamsters e porquinhos que eu já tivera, assim como vontade de soltar todos os que eu encontrar em minha frente.

Outro momento estranho foi quando eu vi Samilee, a ex-namorada de Will, meu gêmeo que eu nunca conheci vivo. Digo isso porque ele me apareceu como espectro, me guiando até o acampamento. Primeiro eu achei que fosse algum refletor, mas aí mais tarde eu descobri toda a história. Samilee era linda, majestosa, incrível, poderosa... enfim, maravilhosa, eu sabia por que Will havia se apaixonado por ela, eu o compreendia, tínhamos os mesmos gostos. O que ela me disse vinha retumbando em minha cabeça a todo momento, “eu e você nos veremos em breve, não terminei com você ainda.” Ela me olhava a todo momento, como se para se certificar que eu não fosse mesmo meu irmão. Dava para ver como ela ainda gostava dele, mesmo depois de morto. Quando olhou nos meus olhos, vi o quanto eles brilharam, como se ela ansiasse o retorno de Will a qualquer momento, o que era impossível, ele estava morto, Marceline mesmo me disse que sua alma apareceu para alguns no acampamento, inclusive Samilee.

Meus sonhos estavam piores a cada noite que se passava. No shopping eu havia sonhado com Tétis, a ninfa que nos enganara, sonhei com Ana, estávamos andando sozinhos por um lugar escuro, seus olhos haviam voltado ao normal, ela me olhou, disse algumas palavras em uma língua antiga e quando me dei por conta, abriu um portal mágico e de lá saiu um ganso de três cabeças, ele me atacou e me matou. Sonhei também com Nêmesis me dizendo novamente frases confusas em que eu apenas entendia uma palavra, vingança. E por fim sonhei com o Acampamento Meio-Sangue, eu andava tranquilamente olhando os campos de morango e então avistei Helo, Marceline, Ana e Matt conversando, parei e cheguei mais perto para ouvir. “Ele é tão tosco”, dizia Matt. “Realmente, não sei por que eu ainda continuo fingindo que gosto dele”, respondia Ana. Marceline olhou em volta e comentou: “Ele é fraco, nossa missão não será bem-sucedida se ele estiver conosco, Will era muito melhor que ele”. Peguei uma pedra do chão e ataquei contra eles, ela voltou para mim como um boomerang e eu pus meus braços na frente da cabeça para me defender, ela me acertou e me fez um corte profundo. Me afastei correndo às pressas e mergulhei em minha cama, cobrindo-me com um cobertor. Acordei com raiva no rosto, meu braço estava ferido e sangrando, rapidamente estanquei o sangue e fiz uns curativos de primeiros-socorros. Tentei parecer calmo. Nos quartos das feiticeiras eu também tivera pesadelos, dessa vez eu os entendi perfeitamente. Éris, a deusa da discórdia, havia aparecido para mim, eu sabia que os deuses estavam divididos entre nos matar ou não, sabia também que ela estava do lado de Ares. Ela dissera: “Peter, meu querido Peter, grande filho de Hades. Seus sentimentos são confusos, eu sei o porquê, seu passado fora tumultuado, e eu também sei o porquê disso. A culpa é de seu pai, você já sabe a história, fora ele que te separou da sua família verdadeira e te colocou junto a desconhecidos. Ele pensou apenas nele e nem um pouco em você. Sabe, ele sempre preferiu seu irmão. Era o heroizinho favorito dele, agora o gêmeo está morto, mesmo assim ele não te dá valor. Will sempre fora melhor, seus amigos também sabem disso, eles te desprezam, você precisa enxergar, eles querem o outro e não você, aceite isso, meu querido, mas eu posso te ajudar, junto a mim seguindo meus conselhos, eles verão quem é você de verdade, eles te darão o valor merecido, é só você aceitar minha ajuda, é só você segurar minha mão”. Nesse momento eu estendi minha mão a ela e o sonho mudou, me vi em frente a uma praça abandonada, do outro lado três idosas tricotando, elas olharam para mim e sorriram friamente, cortando o fio e também minha vida, minha visão ficou escura, tudo rodou e então eu acordei.

*****

Estávamos de volta ao parque, eu de mão dada com Ana, como um cão-guia, Matt do meu outro lado e logo em seguida dele, Helo e Marceline mais perto que o comum, enfim virando amigas, pensei.

– O que a bússola mostra? – perguntou Ana.

– Não pode ser – disse Helo assustada. – Elas continuam do mesmo jeito, as setas ainda apontam para vários pontos deste parque. Ou o túnel não mudou de localização ou essa coisa endoidou de vez.

– Deixe-me dar uma olhada nisso – Matt pegou das mãos de Helo e sua expressão imitou a da amiga.

– É praticamente impossível, o túnel muda a cada doze horas, faltavam seis quando as feiticeiras apareceram no esgoto, nós passamos a noite lá! Já é manhã! Isso só pode estar pirando.

– Acalme-se, Matt, talvez... pode até ser estranho, mas me surgiu o pensamento de que talvez o túnel, ou o dono dele, queira que nós entremos logo – eu disse.

– Que pensamento idiota – comentou Helo. E eu segurei uns palavrões, porém eu tive que concordar. – Mas não custa nada vasculharmos por aqui novamente.

E assim fizemos, como numa brincadeira de caça ao tesouro, só que nessa brincadeira estávamos procurando um túnel com nossos piores medos.

Eu e Ana seguíamos para o lado do trem fantasma, o que poderia ser verdade, já que o lugar estava abandonado. Foi o melhor palpite que eu tive para um túnel do medo se “esconder”. Estávamos procurando separados, a não ser eu e a bruxinha, pois ela estava cega. Eu andava com a bainha da espada batendo em minha perna, o que era um pouco desconfortável, ela retinia sempre que eu dava um passo. Aproximamo-nos da entrada do trem, estava escuro, porém eu, como filho de Hades, podia enxergar nestes ambientes. O lugar fedia a mofo e estava cheio de teias de aranha.

– Você está estranho – comentou Ana.

– Hã? Claro que não, estou normal, como sempre.

– Não, você está estranho sim!

– Estou não.

– Está sendo estranho agora – ela parou de caminhar e eu também.

– Você está delirando, vem, precisamos achar a entrada disso logo.

– Peter! Ouça-me!

– Ok ruivinha, acalme-se, eu estou te ouvindo.

– Você está estranho, não está agindo como sempre agia, está distante, e também notei um ferimento em seu braço, acredito que não foi em nenhuma luta que tivemos, o que aconteceu? - Pus a mão no braço machucado.

– Hã... nada, não está acontecendo nada Ana, fique tranquila, confie em mim – aproximei-me de sua boca e a beijei, ela não correspondeu. – Ok, agora você que está estranha, venha, vamos procurar a entrada. – Segurei sua mão.

– Galera! Helo, Marcy! Venham aqui, Ana, Peter, acho que encontrei algo – gritou Matt, imediatamente todos estavam reunidos em torno de um carrossel infantil cheio de unicórnios feitos para cavalgar, infelizmente acho que eles eram pequenos demais para meu tamanho.

– O que foi, Matt? – perguntou Helo.

– Olhem isso – ele apontava para uma pegada logo em sua frente. – Não é humana nem animal, é “monstruosa”, tenho certeza que tem algo por aqui, me ajudem a vasculhar a área.

Rapidamente, de mãos dadas com Ana, fui para um unicórnio azul, ele estava desgastado e quebrado, algo havia sentado naquilo, algo grande demais. Encontrei uma inscrição grega no assento: Σήραγγα του φόβου, que significava: Túnel do medo. Tateei todo o brinquedo e de repente... ao tocar o chifre dele, algo aconteceu. A base giratória que ficava no meio do carrossel começou a descer, rapidamente todos os unicórnios se puseram em fila e entravam um por um para dentro do buraco que surgia.

– Gente, montem em seus unicórnios, vamos dar um passeio nesse brinquedo – todos assentiram, Ana percebeu o que estava acontecendo assim que montou em um dos brinquedos, subi em um logo à frente que me pareceu forte para aguentar-me, ele deu um giro em torno do poço que havia se criado, um trilho se formava aos nossos pés e descia logo abaixo. O unicórnio chegou perto da boca e despencou como um foguete, só que para baixo. Todos gritavam, eu me segurei com toda força que eu pude criar na hora. A fila estava assim: eu, Ana, Matt, Helo e Marceline. Gritávamos em uníssono, era a única coisa que éramos capazes de fazer. Ouvi um estralo e PUM. Aterrissei de cara no chão duro, seguido de outro estralo, eu caíra sobre meu braço. Ana e Matt caíram sobre mim, o que pirou minha situação, e ao lado, Helo e Marcy já se colocavam de pé constrangidas.

Nos encontrávamos em um túnel não muito iluminado, um corredor se estendia em nossa frente e nossas caronas davam meia volta e se dirigiam de volta ao parque. Fiquei de pé e urrei de dor, por sorte a bainha não me machucara na queda.

– O que foi, Peter? Ah minha nossa, o que você fez no seu braço? – perguntou Marcy.

– Acho que quebrei – nossas vozes ecoavam pelo túnel.

– Acho não, tenho certeza! – dissera Helo se aproximando para examinar. – Sou filha de Apolo, tenho dons medicinais.

– Obrigado, Helo.

– Desde quando você tem esse curativo no braço? – começou a retirar uns medicamentos da sua mochila.

– Ah, desde que virei um porquinho-da-índia – tentei inventar uma história rápido, mas ela me olhou desconfiada. Uns minutos depois, meu braço estava praticamente normal, ainda sentia um pequeno incômodo, mas bem pouco.

– Obrigado novamente.

– Não precisa agradecer, amigos são para isso.

Um minuto de silêncio para todos se recuperarem e então Matt comentou:

– Agora nós cinco procuramos um objeto que nem sabemos o que é aqui nesse túnel que não sabemos o tamanho?

– Acho que sim, mas só vocês quatro procurarão por enquanto, estou incapacitada – disse Ana. – Acho que não sou de grande utilidade.

– É claro que é, pare com isso – Helo tentou defendê-la.

– Peter, está sentindo isso? – Marceline olhava para mim. – Esse lugar tem cheiro de almas, mas almas diferentes do comum, não estou gostando nada disso.

– Nem eu – respondi.

Caminhamos reto, pois era o único caminho, nossas sombras se moviam fantasmagoricamente pelas paredes desgastadas e velhas, todos estavam com as armas nas mãos, prontos para um ataque surpresa. Enfim, estávamos no túnel, tudo poderia acontecer.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Enfim no túnel de verdade :) o que acontecerá agora? Muahaha, não vejo a hora de eu escrever novamente, estou com muitas ideias. Ah, se puderem divulgar nossa fanfic, ficaremos muito gratos, quanto mais leitores melhor, assim teremos mais empolgação na hora da escrita.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "[Insira seu título aqui]" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.