Querido Cúpido escrita por Sáskya


Capítulo 20
Capítulo: 19 - Beijos não mentem


Notas iniciais do capítulo

Oi gente linda do meu core! O nome do capítulo é bem sugestivo né? Será que os beijos realmente não mentem? hmmm.
Enfim, boa leitura e nós vemos nas notas finais!



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Bella

Saí apressadamente do prédio que eu tinha assistido a minha última aula do dia. Não queria encontrar meus amigos pelos corredores, não queria ser pega no flagra. Não queria que ninguém soubesse que eu estava indo ao encontro de Dereck Collins.

Dando uma última olhada para trás, destravei o meu carro e joguei minha mochila no banco do carona. No momento que eu dei a volta para entrar no banco do motorista, eis que uma voz grita por mim.

— BELLA!

Olhei para trás, notando Jacob correndo com um sorriso imenso em minha direção.

O sangue fugiu do meu rosto.

PUTA MERDA! FUI PEGA NO FLAGRA!

— Oi Jake. – sorri nervosamente.

Meu amigo parou na minha frente, ainda sustentando o largo sorriso.

— Poderia me dá uma carona? Vim com o Emm hoje e não tô a fim de esperá-lo.

Quase soltei um suspiro de alivio ao escutar aquilo.

Não fui pega no flagra.

— Ah, o treino nem vai ser tão longo Jake. O Emmett pode ficar chateado. – tentei despistá-lo.

Ele franziu o cenho.

— O Emmett vai achar é bom. – seus olhos se arregalaram – Está negando uma carona ao seu melhor amigo de todo mundo?

Neguei rapidamente com a cabeça. Jacob estreitou os olhos, desconfiado.

— Está escondendo alguma coisa?

Minhas mãos começaram a suar. Amigos de muitos anos têm um ponto negativo: te conhecem um pouco bem demais.

Contorne isso agora, Isabella!

— Eu? Que isso Jacob. – bufei, dando-lhe as costas para que ela não visse o meu rosto. – Entra logo aí. Sabe que nunca nego carona aos amigos. – entrei no banco do motorista, tentando me acalmar.

Sem fazer mais nenhum questionamento, Jacob entrou no banco do carona, jogando nossas mochilas para trás.

Fizemos o caminho todo escutando algumas músicas que passavam no rádio, comentando sobre algumas coisas do jornal e da escola. Jacob decidiu no meio do caminho de que iria para a minha casa, a fim de discutir algumas coisas com Jasper, acabando com qualquer possibilidade de encontro.

Uma parte de mim estava agradecida por Jacob ter aparecido. Já a outra queria ter comparecido para matar a curiosidade (e por receio de que a minha falta fosse acarretar outra procura de Dereck por mim).

Rosalie

Caminhava apressadamente para a quadra externa da escola. O treino das líderes começaria em instantes, mas como era de praxe, atrasava-me na quinta-feira por conta da aula de reforço de matemática que eu tinha. Andava com problemas com essa disciplina, assim como algumas pessoas da minha turma, então Miles, um inteligente aluno, ofereceu-nos algumas aulas.

Na quadra estavam apenas alguns jogadores do time de futebol americano e as líderes. Entre elas estava Tiffany, que já tinha se recuperado da queda ocorrida no seu último treino.

— Rose, ainda bem que chegou. – Tiffany falou.

— Troco-me em cinco minutos. – avisei, indo em direção ao vestiário.

— Espere! – ela pediu, correndo até mim. – Já que está indo para os vestiários, poderia chamar Emmett para mim? Ele está no vestiário masculino.

— Ah, claro. – franzi a testa.

Ela apenas sorriu enquanto se afastava.

Soltei um suspiro assim que me virei. Emmett McCarty não era um grande fã meu e, infelizmente, eu não poderia tirar sua razão.

O corredor dos vestiários estava em silêncio no momento em que entrei, mas à medida que eu me aproximava do vestiário masculino, barulhos incomuns assaltavam-me a audição. Parecia que tinha gente se divertindo no vestiário.

Fiz uma careta, imaginando o divertindo que acontecia. Essa é uma coisa que não estava nem um pouco a fim de ver.

Quando estava quase desistindo de atrapalhar o que sei lá estavam fazendo, escuto uma risada conhecida. Isso fez com que o meu corpo estranhamente fosse atraído para o vestiário, e a adrenalina passasse a tomar conta do meu sistema nervoso.

Ao entrar no recinto, os sussurros desconexos misturados ao som de beijos foram ficando mais claros, e as batidas do meu coração mais altas. Algo me alertava que tinha uma coisa muito errada acontecendo.

Temerosa, espiei atrás da parede de cimento que revestia uma das cabines de chuveiro. Meus olhos quase saltaram das órbitas com a imagem terrível que inundou minha mente, e que me quebrou por dentro em poucos segundos.

Prensando Esther Hill contra os armários em um beijo obsceno e com mãos bobas por toda parte, estava o meu digníssimo namorado. Ele parecia se deleitar com a boca dela, enquanto a ordinária quase lhe arrancava os cabelos da nuca.

— QUE PORRA É ESSA? – gritei, fazendo com que o casal se soltasse abruptamente.

Os olhos do meu definitivamente ex-namorado quase saltaram das órbitas ao ser pego de surpresa. Por outro lado, Esther parecia apenas nervosa ao seu lado.

— Ro-Ro-rose? – gaguejou com a cor sumindo do seu rosto aos poucos.

— Como você teve coragem de fazer isso?! – questionei com a voz esganada, sentindo toda dor da traição tomar conta do meu ser, querendo me fazer chorar.

— Não é bem assim, amor, me escuta... – tentou se aproximar de mim, porém me afastou.

— Não me chama de amor, não me chama de nada. Acabou tudo, TUDO! – gritei, dando as costas para ele e saindo correndo do vestiário.

Passei como um foguete por onde as meninas estavam, apenas pegando de relance seus olhares chocados para mim. Antes que eu pudesse continuar com minha fuga para qualquer longe daqui, alguém agarra meu braço fazendo-me parar abruptamente.

Olhei para trás chocada, apenas para me deparar com a droga do meu ex-namorado fitando-me com agonia.

— Rose, não vá. Por favor, me escuta. Eu te...

— CALA A BOCA. – berrei, atraindo a atenção de todos para mim. Não me importei. Estava machucada demais para me importar com qualquer coisa. – VOCÊ ESTÁ PROIBIDO DE CONTINUAR FALANDO ESSA MENTIRA PARA MIM! VOCÊ NÃO ME AMA! SE AMASSE, NÃO ESTARIA SE AGARRANDO COM AQUELA VAGABUNDA! – engoli em seco, tentando retardar as lágrimas que queriam cobrir minha face. – Eu pensei que o que nós tínhamos era real, mas parece que tudo não passou de uma mentira. E o pior é que eu não sei o que fiz para merecer isso. – minha voz tremeu no final e duas lágrimas escorreram por minha face.

Ele me puxou para si, tentando me abraçar, mas eu repudiei imediatamente a ideia e me debati em seus braços.

— Não se encoste a mim seu canalha sem escrúpulos! – bati em seu peito. – ME SOLTA! – gritei.

— Solta a garota, George. – uma voz grave e autoritária soou bem próxima a nós.

Olhei para trás deparando-me com Emmett de olhos semicerrados para o colega de time. Atrás dele estavam os outros jogadores, apenas observando o espetáculo.

— Sai daqui, McCarty. Isso não é da sua conta. – George rosnou.

— Ele está certo, G. Solte a Rose. – Thomas, um dos garotos do time, aproximou-se mais de nós.

Meu ex, notando as posturas nada amigáveis dos seus colegas de time, soltou-me lentamente. Corri para trás deles e recebi um olhar solene de Dean.

— Ah, meu Deus, você é um idiota, G! – Tiffany chegou berrando. – Como você pode fazer algo tão inescrupuloso? – chegou perto de mim, abraçando-me pelos ombros.

— Eu não fiz nada! Ela quem se jogou para cima de mim. – seus olhos fitaram-me com súplica. – A culpa é toda dela! – apontou para a traíra, que agora parecei acuada distante das outras meninas.

— Não queira tirar a sua culpa, seu imbecil! – rosnei. – E você, Esther. – chamei alto pela cadela, querendo encerrar logo aquele teatro. – É o pior tipo de amiga falsa. Espero que curta bastante o seu título de vadia de quinta categoria, por que você merece.

Desvencilhei-me de Tiffany, indo em direção a saída. Ainda escutei-a me chamar, mas não olhei para trás. Eu não estava com saco para treino e nem para nada. Tudo que eu queria era ir para casa e me afogar na minha própria desgraça.

— Rosalie, espera!

Totalmente chocada, virei para trás, deparando-me com Emmett McCarty vindo em minha direção.

— Eu não quero conversar. – fui ríspida.

Ele respirou fundo.

— Você não está em condições de dirigir e parece que precisa de um ombro amigo.

— Está se oferecendo? – perguntei incrédula.

Ele revirou os olhos.

— Não, mas eu conheço uma pessoa que poderia fazer isso por você.

[...]

— Isso é realmente terrível. – Nessie suspirou. – Vocês pareciam ser tão perfeitos!

Suspirei. Nós estávamos na quadra interna, local onde Renesmee estava jogando, mas assim que me viu entrando com Emmett rapidamente abandonou a quadra. Depois de contar-lhe a cena deplorável de alguns minutos atrás, ela parecia decepcionada.

— Nada é perfeito, não é mesmo? – sorri tristemente.

Ela assentiu, seus olhos se entristecendo por um momento. Era como se ela entendesse a minha dor, o que foi uma coisa bem estranha.

— Vou pegar minhas coisas e nós vamos, ok?

— Não quero te atrapalhar, Nessie. – baixei a cabeça, envergonhada. Começava a me arrepender de ter deixado Emmett me trazer até aqui.

Falando nele, o mesmo ainda estava na quadra, só que um pouco mais distante para nos dá privacidade.

— Não vai. Vou apenas atrás de Bella.

Ela chamou Emmett com a mão.

— Tudo ok? – perguntou olhando para nós duas.

— Tudo. Eu só preciso achar a Bella. Sabe onde ela está?

Ele franziu a testa.

— Acho que já foi para casa. Ela não tinha o último horário.

— Realmente, ela foi para casa. – Edward Cullen chegou falando, acompanhado de sua irmã. – Acabei de passar no estacionamento e o carro dela não estava mais lá.

Nessie assentiu.

— Onde está o Jasper? Se ela já foi, Emmett ou você terá que levá-lo para casa. Jacob também já foi.

— Eu não sei onde Jasper está o que é estranho, já que ele tem clube de xadrez conosco – apontou para irmã e para si – e não apareceu.

Nessie soltou um suspiro profundo.

— Tentem achá-lo, por favor. Agora preciso ir.

Ela beijou na bochecha dos garotos e abraçou Alice. Eu apenas sorri fracamente para eles quando a ruiva me puxou para irmos pegar suas coisas.

Tiffany

— Isso foi uma péssima ideia, Tiff! – exclamou Esther com a expressão completamente chorosa. – Agora eu vou ser linchada de vadia!

— Oh, baby, você seria linchada de vadia de qualquer forma e sabe disso. – pisquei um olho, guardando meus pertences no meu armário. – Não pense que me esqueci do seu caso com o amiguinho do seu irmão. Sem contar que você me devia uma.

Depois do espetáculo que acabou com o romancezinho de Rosalie Hale, as meninas ficaram sem ânimo para o treino e lógico que eu tinha que entrar na delas, mesmo que estivesse explodindo em fogos de artifício pela minha pequena vingança.

— Porque fazer isso com a Rose? Ela não faz mal a ninguém.

Fechei o meu armário com força, voltando os meus belos olhos azuis, que agora estavam flamejantes, para ela.

— Aprenda uma coisa, querida Esther: aqui quem manda é eu. Não queira entrar em meu caminho. – sorri docemente, apertando a sua bochecha.

Peguei minha bolsa em cima do banco e saí desfilando para fora do vestiário. No momento em que entraria em meu lindo conversível, meu celular toca na bolsa. Peguei o aparelho e sorri consideravelmente.

— Tudo pronto? – questionei sem rodeios.

— Apenas esperando a hora do show.

Edward

Emmett, Alice e eu caminhávamos pelos corredores praticamente desertos do PHS. Os alunos que restavam estavam nas salas assistindo as últimas aulas do dia.

— Onde será que o Jazz se meteu... – Emmett pensou alto.

Quando passamos ao lado da porta da sala do zelador, um barulho de algo caindo foi escutado seguido de um gemido. Alice, Emmett e eu nos entreolhamos e sem mais delongas, abrimos a porta.

Jasper estava encolhido em um canto da sala, alisando sua cabeça enquanto fitava desgostosamente um balde a sua frente.

— O que diabos está fazendo aqui? – Emmett interpelou.

— Escondendo-me. – fungou.

— Escondendo-se? – espantei-me.

— Sim. – murmurou tristemente.

— Alguém fez alguma maldade com você? – minha irmã perguntou complacente.

Jasper apenas negou com a cabeça, recusando-se a falar com a gente.

— Fala logo o que aconteceu, homem! – exclamou Emmett, perdendo a paciência.

Lentamente, Jasper ergueu o olhar para nós. Ele parecia está envergonhado com alguma coisa.

— É que, bem. – olhou para Alice. – Eu não vou conseguir falar com ela aqui.

Emmett riu.

— Borrou-se nas calças, seu mané? – zombou.

— Mais ou menos. – sua voz saiu em um fio.

Desconfiado, Emmett fitou Alice.

— Pode nos dá licença, baixinha? – sorriu para ela.

Minha irmã sorriu amarelo, e nos deixou a sós com o loiro envergonhado.

— Desembucha Jazz!

Tristemente, ele se levantou do chão e anunciou: — Brochei!

Emmett e eu ficamos alguns segundos encarando-o, sem realmente saber o que fazer, até que uma gargalhada rompe do fundo de nossas gargantas. Minha intenção não era essa, mas ver o pobre loiro tão envergonhado foi meio que impossível.

Jasper fez uma careta para nós.

— Acho que deveria ter ficado calado.

— Cara, me conta como foi essa loucura. – Emmett colocou um braço sobre os ombros do amigo. – Descobrisse que essa coca é fanta?

Jasper empurrou o amigo.

— Sai para lá! Eu sou muito macho, ok? – empinou o queixo. – Sou apenas uma pobre pessoa inexperiente. – murchou.

Pera, você é virgem? – uni as sobrancelhas. Ele assentiu. – Uau!

— Jasper é o último da espécie. – Emmett zombou, voltando a rir.

O loiro rosnou. Antes que acabasse em briga, resolvi intervir.

— Mas como veio parar aqui?

— Eu estava em um amasso muito louca com Melissa Carter, aquela loira que estava comigo na hora do intervalo. – assentimos. – Então, nós estávamos quase nos finalmente quando o nervosismo me bateu e eu não consegui seguir em frente. Envergonhado, e querendo fugir da louca que me perseguia, eu acabei vindo parar aqui.

— Cara, essa é a história mais absurda que já ouvi! – Emmett se acabava de rir, achando muito engraçada toda situação. – Preciso contar ao Jake.

Jasper se desesperou.

— Nada de Jake! Quando vocês dois se juntam não presta. Não, não, não.

Emmett apenas sorriu, travesso, e sacou o celular do bolso. Jasper saltou em suas costas, tentando roubar o celular do amigo, que se divertia ao cantarolar: ‘’Vou contar ao Jake que você é brocha e vamos fazer um rap sobre isso’’.

— GENTE! – gritei, fazendo com que os dois parassem com a criancice. – Porque, ao invés de ligar para Jacob a fim de zoação, não ligamos para ele nos ajudar a dá umas dicas para o Jasper?

Os olhos do loiro se iluminaram e Emmett sorriu, aprovando a ideia.

— Boa ideia, caro Ed, boa ideia. – deu uma tapinha em minhas costas. – Nós, como os gurus do sexo, devemos ensinar ao iniciante como é a arte da sacanagem.

Jasper revirou os olhos para as palavras do amigo. Eu apenas ri.

[...]

Jacob, Jasper, Emmett e eu já estávamos dispostos em uma lanchonete a duas quadras da rua em que Swans e eu morávamos, o que foi bom para Jacob, que tinha ido para residência Swan junto com a Bella.

— Jazz, o negócio é o seguinte. – Emmett foi o primeiro a abrir a boca depois que pedimos os nossos Milk-shakes, a fim de conter um pouco o calor de Phoenix. – Você tem que chegar chegando, sacudir geral as estruturas da gatinha.

— Gatinha? – abafei uma risada.

— Quieto, Cullen. Estou filosofando. – olhou para mim, se achando muito esperto. – Enfim, tudo se constrói através de uma conversa rápida para matar o coelho em uma cajada só.

Jasper, que anotava tudo furiosamente em um bloquinho, parou com sua atividade, pendendo a cabeça para o lado.

— O que ele disse? – perguntou-me.

— Eu não sei. – respondi sinceramente, igualmente perdido nas palavras malucas do Emmett.

— O que ele quis dizer... – Jacob tomou partido, fazendo um barulho irritante ao tomar o resto do líquido no copo – É que tem que encontrar uma garota pela qual se atraía, jogar uma boa cantada, manter um papo bom e rápido e partir logo para os finalmentes.

Jasper assentiu, concentrado em anotar tudo que lhe foi dito.

Fiz uma careta.

— Acho que uma primeira vez não deveria ser assim. Teria que ter um pouco mais de romance. – me virei para Jasper - Tem alguma paixão secreta?

Confuso, o loiro parou de anotar.

— Paixão? – Jacob intrometeu-se, descrente – Nós somos o bonde dos desapaixonados! Apenas curtimos. – completou com satisfação, colocando os óculos escuros no rosto.

Satisfeito com a fala do amigo, Emmett levantou a mão para trocar um high-five com Jacob.

— É isso aí! Que romance o que. Por acaso tu é virgem, Cullen? – Emmett arqueou uma sobrancelha.

— Não, mas saí dessa condição com uma garota que eu gostava. – sorri satisfeito. – O que acha Jazz? – voltei a fitá-lo.

O loiro, que olhava aturdido para nós, franziu o cenho.

— Quer que eu transe com a garota que você gostava?

Revirei os olhos enquanto os outros dois à mesa riam.

— Não, Jazz. Só estou dando a você uma possibilidade mais confortável.

— Ou desconfortável. – interrompeu Emmett.

Suspirei, desistindo de discutir com Emmett.

— Olha, vamos treinar as cantadas. Acho que todos concordam que elas são fundamentais. – Emmett pulou para a outra parte.

Jacob concordou com um sorriso enorme. Eu apenas dei de ombros.

— Jake, você é a mulher. – declarou.

— Porque eu? – indignou-se.

— Porque sim, agora escuta. – com um pigarro, Emmett se moveu na cadeira de forma que pudesse olhar melhor para Jacob. Meio contrariado, o moreno pousou as mãos sobre a mesa de forma bastante gay. – Gata, se você fosse um refrigerante eu seria soda, porque soda você! – jogou todo seu charme e um olhar quarenta e três.

— E se você fosse soda, eu seria foda, foda-se você! – Jacob respondeu, mexendo com os cabelos imaginários.

Jasper e eu caímos na gargalhada enquanto Emmett colocou uma carranca no rosto.

— Poxa! Não é assim o esquema. Você tem que rir e dizer que eu sou fofo!

— Sou muita areia pro teu camiãozinho. – Jacob soltou beijos para Emmett que lhe lançou o dedo médio. – Vamos, agora é a minha vez de ser o homem!

— Então Edward vai ser a mulher. Eu não sou dispensado, eu dispenso. – Emmett falou com azedume, cruzando os braços. – Ainda vou conquistar uma mulher com essa cantada e esfregar na tua cara!

— Estarei esperando ansiosamente. – zombou Jake.

Jasper só fazia rir da palhaçada alheia, eu revirava os olhos e Jacob se divertia também à custa do amigo idiota.

— Ok, vamos logo com isso. – Jacob começou, encarando-me com que eu imaginei ser o seu olhar sensual. Comprimi os lábios para não começar a rir dessa palhaçada toda. – Gata, você me deixa sem eira nem beira. Se eu te chamar pra minha casa a gente vai trepar a noite inteira?

Eu tentei. Juro que tentei, mas não consegui. A risada escapou pelos meus lábios. Jasper se juntou a mim, o pobre coitado já estava ficando vermelho e tinha abandonado seu bloquinho em cima da mesa. Ao contrário de nós, Emmett olhava chocado para o amigo.

— Seu animal! Que tipo de cantada é essa? – esbravejou.

— Ué, foi a que você deu para Jessica Stanley na última festa do time. – Jacob deu de ombros, como se aquilo não fosse muita coisa.

— Eu não falei isso! – exclamou alterado. – Você sabe que a única líder que eu transei foi a Nia Hilton no ano passado! Algumas outras foram apenas beijos roubados, porque você sabe da regra.

— Que regra? – confuso, parei com a risadagem.

— Os jogadores fizeram uma regra entre eles que só poderiam ficar com as líderes se gostassem realmente delas, ao ponto de namorar, senão, nem pensar. É para manter a união da equipe toda. – explicou Jasper.

— Interessante. – sussurrei, realmente fascinado com aquilo. Na minha outra escola eles não ligavam para esse tipo de coisa.

— Mas isso não muda o fato que você fez o convite. O bom que estava bêbado demais para ser levado a sério. – continuou Jacob.

— E tinha a nós dois para levar para te levar para casa antes que desse merda. – completou Jasper.

Emmett bufou, mas não retrucou.

— Para concluir o tópico inicial... – voltei ao que realmente interessava. – Relaxe. Não tenha pressa, saiba aproveitar o momento. Escolha alguém que você se interesse e jogue. Se ela aceitar fazer isso com você, maravilha, se não, parte para outra.

— Agora você falou algo interessante. – Emmett deu uma tapinha nas minhas costas. Revirei os olhos.

— Vou passar o rodo nas líderes de torcida! Finalmente vou realizar meu sonho de pegar uma líder! – os olhos de Jasper brilharam ao verbalizar aquilo.

Jacob deu um tapão em sua cabeça, cortando o barato.

— Aterrissa Jasperito. Se tu conseguir ficar com uma, já é lucro. – Jake zombou.

— Jasper agora é O cara, Jake. O nosso menininho está crescendo. – Emmett bagunçou o cabelo do loiro, que resmungou, arrancando as risadas minha e do Jacob.

— Vão querer mais alguma coisa? – a mesma garçonete que tinha nos atendido, perguntou com a voz mais suave que o normal e um sorriso charmoso.

Ela estava nos cantando?

— Bom. – Emmett inclinou-se mais na mesa, colocando um sorriso torto na cara e salientando uma de suas covinhas. – Eu gostaria de saber se aqui tinha soda, sabe? Porque soda você. – piscou para ela.

A garota soltou uma risadinha suave, colocando uma mecha do seu cabelo atrás da orelha. Eu mordi o lábio para não rir, assim como o Jasper. Jacob apenas observava, embasbacado.

— Acho que posso ver se ainda está no estoque. – ela se afastou um pouco de nós, mas antes de ir de vez, ela voltou, trazendo um pequeno papel na mão. – A propósito. – entregou a Emmett, piscando para ele e definitivamente se afastando para trazer a tal soda.

— Eu. Não. Acredito. – Jacob pontuou, ainda com a mesma cara de lesado.

Jasper e eu rimos na cara dura dele, enquanto Emmett sorria convencido e passava na cara dele o número da garota.

— É assim que se faz, Jazz. É assim que se faz. – enfatizou para o loiro.

[...]

Depois de um final de tarde regado de conversas e zoação, finalmente Emmett veio deixar Jasper e eu em nossas respectivas casas, para logo após deixar o Jake na sua. As estrelas já brilhavam no céu enquanto nos despedíamos uns dos outros.

— Então – Jasper começou enquanto observava o jipe se afastar – Quer entrar? – convidou.

— Quero falar uma coisa com a Bella, então estou aceitando o convite. – sorri.

Jasper olhou maliciosamente para mim.

— O que você quer falar com minha irmãzinha, Edward? Dá um beijinho de boa noite? Porque só é isso que eu estou deixando. – fingiu uma expressão brava.

Revirei os olhos.

— Cala a boca, Jazz. Você conhece bem o esquema da relação.

— Conheço mesmo? – arqueou uma sobrancelha, parecendo sincero em sua desconfiança.

— Por favor, Jasper. – dei as costas para ele e comecei a caminhar para casa.

Na verdade, eu estava tentando esconder meu nervosismo. Acho que ninguém precisava saber do encostar de lábios que Bella e eu trocamos duas vezes.

— Relaxa, Ed. Só estou brincando. – alcançou-me, tocando-me no ombro. — Sei que seu papo é com a Tiffany. – piscou um olho, pegando a chave do bolso para abrir o portão principal.

Franzi o cenho.

— Tiffany?

— É. Você sabe. Ela tá na sua, porque você não estaria na dela? Ela é bonita, gostosa e gosta de você. É perfeito! Só basta Bella parar de besteira e acabar com esse acordo. – divagou enquanto caminhávamos para dentro da casa. – Não é?

— Provavelmente. – sorri de lado, não concordando exatamente com as palavras de Jasper.

Ele deu mais uma tapinha em minhas costas, antes de seguir para o seu quarto. Eu ainda fiquei parado no corredor do primeiro andar, preso as palavras de Jasper.

Tiffany na minha? Ok, ela meio que me agarrou no vestiário, isso deve significar alguma coisa. Mas eu na da Tiffany? Soltei uma pequena risada. Essa era outra história. Minha frequência era totalmente diferente da capitã das líderes. Na verdade, minha frequência estava em uma bela garota de cabelos castanhos que fazia parte do rádio-jornal da escola.

Respirei profundamente ao me lembrar de Isabella. Apaixonar-me por ela não foi algo que aconteceu da noite para o dia; foi a sequência de todos os fatos: desde a trombada no corredor até o dia de hoje. E esse foi um fato que tomei consciência há pouco tempo.

Confesso que ainda estava um pouco chateado pela forma nada amigável na qual ela me tratou na aula de educação física, mas se eu realmente quisesse conquistá-la teria que partir de algum início, sim? Então, baseando-me nisso, eu vim até a sua casa em busca de um tratado de paz. Começaria com algo mais simples, a conquistaria aos poucos, pois ainda sei que provavelmente ela ainda nutre algo pelo idiota do ex.

Com duas batidas suaves na porta, requisitei pela entrada no quarto de Bella.

Entra!— escutei-a ordenar.

Abri a porta o suficiente para colocar apenas a minha cabeça dentro do quarto. Sentada no chão, próxima a janela, Bella parecia entretida em organizar algumas coisas dentro de uma caixa ridiculamente decorada de rosa e coisas brilhantes, mas assim que subiu os olhos para ver quem estava à porta, surpreendeu-se por me encontrar.

— Edward? O que faz aqui? – fechou a caixa lentamente, afastando-a um pouco para o lado.

Um tanto desajeitado, entrei de vez em seu quarto e caminhei até ficar de frente para ela.

— Queria só conversar com você como tinha dito, lembra? Mamãe inventou de fazer a noite da culinária ontem e hoje eu não tive muito espaço para conversar com você a sós. – dei de ombros.

Curiosa, Bella apontou para que eu me juntasse a ela no chão.

— Então... – ela incitou.

— Eu vim propor um novo acordo de paz, mas esse agora é permanente. – olhei-a firmemente. – Quero que as brigas sejam menos frequentes entre nós e que você não me odeie tanto.

Pegando-me de surpresa, Bella riu.

— Eu não odeio você, Cullen. Confesso que não fui com sua cara nos primeiros dias, mas hoje em dia eu até gosto de você. – sorriu envergonhada, baixando a cabeça.

Foi impossível conter o sorriso idiota que cresceu em meu rosto. Ela até gosta de mim!

— E estou te devendo um pedido de desculpas. – sussurrou, dando continuidade a sua fala. – Sei que não fui muito agradável com você hoje durante a aula de educação física. Só que às vezes essa merda toda me deixa ranzinza. Desculpe-me.

Notando o semblante de tristeza que se abateu em seu rosto, eu aproximei-me mais dela. Um tanto hesitante, peguei uma das suas mãos e coloquei sobre a palma da minha. Para a minha eterna alegria, ela não se distanciou do toque. Na verdade, ela entrelaçou os nossos dedos.

— Quero que saiba que pode contar comigo pra qualquer coisa. Quero que saiba que sou seu amigo. – sussurrei de forma concreta.

Ela sorriu e direcionou seus belos olhos castanhos para mim.

— Obrigada. Não só por isso, mas por tudo. Você tem sido uma boa pessoa para mim, da forma que só um... Amigo seria.

— Sabe o que isso merece? Ataque de cócegas! – anunciei, querendo dissipar o momento contraído.

Não dei tempo para que ela reagisse e ataquei as laterais de sua barriga, causando muitas risadas e pedidos para que eu parasse. Bella se deitou no chão, mas isso não impediu meu ataque, fazendo com que eu ficasse parcialmente por cima dela.

— EU VOU TE MATAR! – declarou mais alto, ainda se contorcendo em minhas mãos.

— Acho que já ouvi isso. – zombei.

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Depois de um minuto, ela conseguiu me empurrar para o lado, fazendo com que eu me deitasse no chão. Ela tentou me atacar com cócegas também, porém fui mais rápido e peguei em seus pulsos, ocasionando seu desequilíbrio e consequentemente sua queda sobre mim.

Todo clima descontraído tornou-se denso quando nossos olhares encontraram-se. O castanho estava mais luminoso, e eu acreditava piamente que meus olhos estavam parecendo uma verdadeira constelação. Lentamente, Bella aproximou o rosto do meu e eu fiquei bastante quieto, mesmo vibrando em expectativa por dentro, deixei que ela tomasse a liberdade para qualquer ato.

Primeiro, ela passou a mão por meus cabelos, puxando-os suavemente. Eu quase fechei os meus olhos, mas não quis perder contato com os seus. Sua mão desceu suavemente até a minha bochecha, onde ela acariciou levemente enquanto se aproximava até tocar sutilmente seus lábios nos meus, não demorando muito para querer algo mais profundo. Também querendo mais do que um encostar de lábios, aceitei de bom grado quando sua língua quis entrar em contato com a minha. Escorreguei minhas mãos para a sua cintura, acariciando o local.

O beijo que tinha iniciado hesitante e suave, se tornou mais intenso quando eu mudei nossas posições sem desgrudar nossos lábios. As mãos de Bella passearam por minha nuca e costas enquanto as minhas se contentavam em afagar a sua cintura. Aquele momento teve um gosto de libertação e satisfação, e antes que ele pudesse se estender a um nível mais elevado, Bella desgrudou nossas bocas. Entreolhamos-nos com ambas as respirações descompassadas.

— Uau! – exclamou baixinho, mordendo o lábio inferior.

Sorri torto.

— Eu sei que sou demais, gata. – pisquei um olho.

Bella riu, dando-me uma tapa no ombro. Eu quase suspirei aliviado. Aquilo era um sinal que estava tudo bem.

— Você é bem convencido, Cullen. Não está com essa bola toda. – falou convencida, arqueando uma sobrancelha.

— Não estou? E o que foi esse uau? E essa falta de ar? – cutuquei sua barriga, fazendo-a rir e me empurrar para longe de si.

— Idiota. – murmurou com um sorriso.

Fiz minha melhor cara de galã.

— Então... Isso é um passe livre para sua boca? – mexi as sobrancelhas, torcendo fervorosamente por um sim.

— Talvez. – se fez de difícil, mas mesmo assim vibrei por dentro. Não era um não — Mas não pense que isso é um namoro de verdade. – alertou.

Aquilo poderia até ter me desanimado, mas eu não desistiria tão fácil, afinal, eu luto por aquilo que eu quero.

— Nem pensei nisso. – sorri de lado, erguendo as mãos na altura dos ombros.

Pelo menos não agora.

Kisses don’t

No they don’t

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(Beijos não

Eles não

Nunca mentem)

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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Beijo Beward PODE COMEMORAR MINHA GENTE! 7#$%¨&*(. Edward tá apaixonadinho gente e a Bella tá indo por esse caminho também. Ela não foi ao encontro do Dereck (santo Jacob), mas parece que o nosso teenage dream não vai deixar por aí não... E esse PV da Tiffany? Próximo capítulo vai explicitar ele bem direitinho e ele também vai ser o que eu chamo de O capítulo, segurem as emoções. Falando em Tiffany, sacanagem que ela aprontou pra Rose (e ainda o George caiu na lábia da lambisgóia da Esther). Esse capítulo tem um tantinho de coisa a ser explorada mais adiante, então venham comentar nos comentários fghjk. Tô sentindo falta deles, mais de 150 leitores pra no máximo 10 coments no capítulo? Bora trabalhar ai gente, porque não está sendo fácil manter as fics em dia. Fiz esse capítulo durante as brechas de tempo que eu tinha e vim corrigi-lo hoje depois de um fim de semana exaustivo fazendo simulado (se tiver algum errinho por aí relevem hjk).
Isso tá ficando grande, então eu já vou indo. Deixem seus rewiens bonitinhos aí em baixo, ok????????
P.s: ainda vou responder os do capítulo passado, não se preocupem.
P.s2: Kisses Don't Lie era mais pra o PV da Bella sobre o beijo, mas como achei melhor o do Edward, ficou o dele.
BEIJOOOS!