Avatar: A Lenda de Zara - Livro 2: Terra escrita por Evangeline


Capítulo 11
Cap 10: A Avaliação - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Me esforçando para uma boa luta de Dobra de Terra. :D



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Airon olhou-se no espelho com uma expressão rígida e fria. Mais uma vez rendia-se aos desejos daquela mulher em troca de algo que sequer sabia se ainda existia. Com um suspiro firme, o rapaz saiu pela porta com passos lentos e duros, dignos de sua nova patente.

Era o dia de sua Consagração. Teria que dar seu primeiro decreto, e demonstrar firmeza diante de seus homens. Muitos dos que o serviriam a partir de agora tinham idade para serem seus pais.

O garoto estava nervoso, sem sombra de dúvidas. Mas assim como todo o resto de seus sentimentos, aprendera a esconde-los com maestria.

Parou diante da grande porta do quartel general. Quando menos esperasse as portas seriam abertas, e todo o exército de patentes menores estaria ali, diante dele. O garoto podia visualizar mentalmente. Do outro lado do pátio estarão meus superiores, avaliando cada gesto. Lembrava-se.

Tinha ciência do que deveria fazer. Com passos firmes, caminharia até o Senhor do Fogo fazendo-lhe uma reverencia. Então, de um em um, cumprimentaria todos aqueles que tivessem uma patente maior do que a sua.

Mas de uma coisa tinha certeza: Com exceção da família real, Airon era o melhor dobrador de fogo dali.

As portas abriram e a luz cegou seus olhos amarelados por um breve instante. Então tudo ficou nítido, e o desafio estava dado.

Seis meses depois...

Deitada em sua cama sem conseguir dormir, Zara virava-se para um lado e para o outro. Nunca estivera tão ansiosa para uma Avaliação.

Depois que você passar no teste dos anciãos, vou te levar pro verdadeiro teste. Tinha dito Roen, entre risos. Aquela risada do seu colega lhe deu arrepios estranhos. Tinha confiança em sua dobra, mas algo mais difícil do que o teste dos anciãos lhe parecia um tanto arriscado.

A Avaliação seria realizada no palácio de Ba Sing Se, mas como Zara já conhecia as dimensões exatas do local, graças ao treino, o Conselho dos Anciãos resolveu escolher um outro território para tal prova.

Durante uma longa semana de treinos, Roen e Zara viajaram para Omashu, a cidade onde seria realizada a Avaliação. O Mestre de dobra tinha um sorriso que Zara não esqueceria. No fundo, Roen estava mais ansioso do que a jovem Avatar.

Na manhã do teste, Zara se levantou apressada e tomou um longo banho, tentando acalmar o coração que parecia que saltaria peito a fora. Roen, que dormia no quarto ao lado do da menina, fez o mesmo, inspirando e expirando profundamente. A ansiedade consumia ambos.

A Avaliação fora marcada para às nove da manhã, e uma hora antes, Avatar e seu Mestre já estavam diante dos anciãos. Para a surpresa de Zara, o local onde o teste seria realizado era no subterrâneo, e não ao ar livre como em Ba Sing Se.

A iluminação do local era composta por duas simples tochas, uma em cada extremidade da arena, cada uma sendo segurada por um homem. Numa das extremidades havia um tipo de camarote, uma plataforma alta onde o Conselho estava. Zara havia sido conduzida ao centro da arena, onde estava sozinha. Roen ficaria do lado de fora, esperando que acabasse o teste.

O Conselho dos Anciãos era composto por quatro idosos, uma mulher e três homens. Todos usavam as roupas típicas do Reino da Terra.

– Avatar Zara. – Falou alto um dos senhores, posicionando-se de pé. Zara ajoelhou-se e reverenciou o homem. – Está preparada? – Perguntou mais baixo, como se tentasse falar só com a menina dois andares abaixo, dentro da arena.

– Estou. – Falou a menina depois de ponderar um pouco.

Satisfeito, o senhor sorriu e fez um sinal para que os homens que seguravam as tochas apagarem-nas. E logo tudo ficou negro.

Um desespero tomou conta de Zara, mas logo a menina fechou os olhos. Sabia que se ficasse de olhos abertos o desespero por não enxergar a desconcentraria. Ficando na posição de expectativa – joelhos flexionados e coluna reta – a menina aguçou o máximo que pôde a sua audição.

Não conseguia ouvir sequer a respiração dos anciãos, o que a fez imaginar se eles haviam saído da sala. Mas uma outra questão lhe dominou o pensamento. Seria possível dobrar terra em completo silencio?

Durante ano inteiro que passara treinando, não lembrava de “terra silenciosa”. Até mesmo para erguer uma rocha no ar fazia-se o mínimo de barulho.

Seus pensamentos foram interrompidos quando o chão abaixo de si ergueu-se de repente, lançando a menina para a parede, onde bateu antes de cair no chão. Ia resmungar algo, quando mais uma vez o mesmo golpe a atingiu, jogando-a para o outro lado onde o impacto fez seu corpo ser arrastado no chão.

Antes que pudesse ser atingida novamente, a menina se levantou num pulo silencioso, e quando voltou ao chão, socou o solo com toda a força, criando uma onda de terra a partir do ponto onde a sua mão batera.

Zara pôde ouvir alguns baques surdos, o que a fez deduzir que havia mais de um oponente. Pensando rápido, antes que algum dos que caíram pudesse se levantar, a menina aproximou o corpo do chão num giro veloz, trazendo toda a poeira da arena de modo que em qualquer lugar que os oponentes estivessem, estariam em contato com tal areia. Além de que a própria Zara estava conectada aos grãos. Ela permaneceu em sua posição de expectativa, apenas esperando.

Mais uma eternidade de silencio seguiu-se até que alguém, em algum ponto atrás da menina movesse o pé para o lado, iniciando alguma técnica. Antes que o oponente pudesse fazer a segunda marcação, Zara dobrou a areia ao redor dele, prendendo as duas pernas do mesmo. A menina, com mais um giro veloz, baixo e silencioso, transformou o chão ao redor do dobrador em areia movediça, puxando-o para o sobsolo, mas antes que pudesse terminar a técnica um casulo de terra a enrolou, prendendo-a quase sem ar.

Ela pôde ouvir o som de passos, um por cima do outro, confundindo sua mente. Permaneceu de olhos fechados para buscar uma solução.

Muito lentamente, a menina folgou o casulo o suficiente apenas para conseguir ficar em pé. Seus oponentes pareciam se confiar que a menina estava totalmente presa, e apenas continuaram andando.

Zara percebeu que a medida que os passos se aproximavam do casulo, o chão ao seu redor vibrava mais forte. Era uma vibração baixa e quase contínua, mas bastava que concentrasse-se e logo ela podia sentir a direção de onde vinha a vibração.

Com um sorriso no rosto, Zara bateu o pé no chão, sem medo do barulho que faria, e a batida de pé foi seguida de três toques com as pontas dos dedos nas paredes do casulo. As três paredes que ela tocara foram jogada na direção de três oponentes, que ela pôde reconhecer pelo caminhar. E antes que contra-atacassem, uma ideia rápida lhe ocorreu.

Não sabia como realizaria tal plano, mas precisava fazê-lo. Só assim poderia confundir de vez seus oponentes.

A menina dobrou toda a areia que pôde, trazendo para junto de si e com alguns giros e gestos rígidos de mãos Zara criou um pequeno redemoinho ao redor de seu corpo. Aos poucos, o único som da arena era o de areia se movendo para todos os lados. Os pés de Zara já não estavam no chão, o redemoinho de areia a havia erguido o suficiente para subir no “camarote” dos anciãos, mas a menina não o fez.

Com mais um pouco de concentração, dobrou a terra do teto da arena para abrir dois buracos bem específicos, um para cada um de seus pés.

Não demorou mais d três segundos para Zara estar presa, de cabeça para baixo no teto.

Ela expandiu o redemoinho de areia para que a arena inteira pudesse estar coberta de grãos, planejando apenas atordoar um pouco seus oponentes.

Lentamente, o redemoinho esvaiu-se em silencio, e os oponentes já não podiam localizar a menina.

Um sorriso vitorioso surgiu no rosto de Zara, quando o som de uma porta se abrindo foi ouvido.

– Agora o inimigo que você enfrenta é o melhor dobrador de terra que conhecemos. – A voz do Ancião se fez ouvida. Zara franziu o cenho e fechou os olhos para ouvir atentamente o som da porta por onde o Ancião tinha falado ser fechada.

Seus antigos oponentes saíram sem esconder seus passos, e Zara podia sentir que saiam por diversos túneis que eles mesmos haviam aberto.

O inimigo agora era apenas um.


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Notas finais do capítulo

Eu queria fazer um super agradecimento para a Vit e para a Danica, que recomendaram minha doce Zara. ^^ As recomendações de vocês são lindas! A Vit recomendou o primeiro livro e a Danica o segundo, então, muitíssimo obrigada, lindas. :*