Eu estava de pé ainda debruçado sobre a janela, acenando para os meus pais, mesmo com a imagem deles já ter desaparecido do meu olhar, fazer isso foi por um tempo reconfortante, como se eles ainda estivessem ali para retribuir os meus acenos. Então quando finalmente volto a mim, vejo a imagem de meu irmão saindo da cabine, para ir ao encontro do meu primo Fred (Eu coloquei só Fred mais é o Fred II, porque eu pensei assim, se alguém for chamar o menino acho que não vai ficar falando Fred II vão falar simplesmente Fred), e por um momento sinto uma ponta de arrependimento, por não o ter seguido, pois fiquei na cabine ao lado de minha prima Rose, ouvindo ela falar o quando Hogwarts era incrível, e que já havia lido tudo sobre a escola em Hogwarts uma história, porém não estou prestando atenção, simplesmente me perco em meus pensamentos, com o medo que me assombra desde que recebi a minha carta de Hogwarts, para que casa me mandaram? Todos em minha família são da Grifinória, meu pai, minha mãe, meu irmão, primos, tios e até mesmo meus avós, eu não quero simplesmente quebrar tudo isso e acabar sendo designado para outra casa, sei que ao entrar nesse trem meu pai me falou que não importava para qual casa eu iria, mais sinto que no fundo ele quer eu vá para a Grifinória e, além disso, meu irmão não para de colocar pressão sobre mim, ele passara o verão todo me importunando, dizendo que eu iria para Sonserina e todos na família iriam me ignorar.

Acordo brutalmente dos meus pensamentos, quando vejo que minha prima percebeu que não estou prestando atenção.

– Al, o que houve? –diz ela ao me olhar intrigada, querendo adivinhar o que se passava pela minha cabeça, talvez tenha percebido há muito tempo que eu não estava prestando atenção, ao seu cansativo discurso sobre Hogwarts.

– Somente estava imaginando para qual casa o chapéu seletor me mandaria, eu não quero ir para outra casa que não seja a Grifinória.

– Não adianta ficar pensando sobre isso agora, só vai te deixar mais nervoso. E minha mãe me disse que todas as casas são importantes, não importa para que casa vamos ser mandados. – diz ela com o ar de superioridade e segurança que me irrita ao ponto de explodir.

– Como você pode ter certeza. Os adultos só dizem isso "não importa, não importa" mais importa sim, é claro que todos querem que nos vamos para a Grifinória como eles, não tente falar o que eles já me disseram, achando que vou concordar e me acalmar. – digo aos berros e saiu vermelho de raiva batendo a porta da cabine com toda a força que consegui juntar no momento, ao fazer isso sinto uma ponta de arrependimento, sinto vontade de voltar a cabine para lhe pedir desculpas, principalmente pelo fato de não ter um lugar para ir, se fosse atrás de meu irmão, ou ele não me deixaria entrar, ou eu iria passar o resto da viagem ouvindo o quanto papai e mamãe iriam ficar decepcionados comigo por eu entrar na Sonserina, o que ele afirma que irá acontecer.

Enquanto estou andando pelos corredores, acabo esbarrando em alguém e caiu no chão, olho pra cima e vejo um garoto de gentis olhos verdes e cabelos loiros exageradamente lisos com roupas escuras que não pareciam se assemelhar a sua personalidade o seu rosto me parecia estranhamente familiar, talvez o tenha visto de relance quando estava na plataforma.

– Me desculpe, eu deveria ter prestado mais atenção, sou Scorpion Hyperion Malfoy – ele me estende a mão para que eu levante com a sua ajuda, esse pequeno gesto acaba me surpreendendo, pois ouvi histórias sobre a família Malfoy, como tinham estado do lado de Voldemort na batalha em Hogwarts, como eram todos “sangues puro” e como todos pertenceram a Sonserina, sempre imaginei um Malfoy como alguém que se achasse superior a todos, que fosse mal e cruel, mas nunca passara pela minha cabeça que ele seria uma pessoa bondosa como pareceu nesse momento.

– Obrigado, sou Alvo Severo Potter – digo aceitando a mão que ele avia me estendido, mesmo incerto de que devesse confiar nele completamente. – Mas pode me chamar de Al.

– Ouvi falar de você! Seu pai salvou o mundo bruxo não é? – me lembro ao ouvir as palavras de Scorpion, que serei muitas vezes chamado em Hogwarts como o filho do salvador, o filho do famoso Harry Potter.

– Sim, me orgulho muito dele – essa frase se tornou tão comum para mim, normalmente falo ela ao menos uma vez por semana, e este número ira aumentar consideravelmente assim que eu entrar em Hogwarts, ao menos meu irmão já esta lá há dois anos então imagino que os antigos alunos não vão ficar tão surpreendidos de ter um filho de Harry Potter em Hogwarts.

– Estou indo comprar sapos de chocolate e torta de abóbora quer ir comigo? – pergunta Scorpion olhando esperançoso para mim, o que me fez imaginar que ele não teve muitos amigos antes disso, talvez nenhum, não sei como é essa sensação, eu tenho tantos primos que até sinto um pouco de inveja dele, por poder ficar sozinho e ter seu próprio quarto, porém Scorpion não parece muito feliz com essa situação.

– Claro! Adoro torta de abóbora. – digo seguindo Scorpion em uma busca pela mulher vendedora de guloseimas.

– Por favor, me de 4 sapos de chocolates e 2 tortas de abobora. – diz Scorpion a ela – tome pegue uma torta e dois sapos de chocolate. – pego e agradeço a ele.

– Então em que cabine você esta? – pergunto.

– estou em uma no 5 vagão sozinho. – ele diz.

– Quer pegar suas coisas e vir comigo então? - pergunto - tenho que ir para a minha cabine pedir desculpas a Rose. - então conto a Scorpion tudo que aconteceu, enquanto pegamos as suas coisas e nos dirigimos à cabine aonde Rose esta.

Chegamos à cabine, hesito por um momento mas abro a porta, e encontro Rose em meio a diversos livros, que quando me vê começa a me olhar daquele jeito que sempre faz quando brigamos e eu volto para pedir desculpas quase como se dissesse eu sabia que você ia voltar isso me irrita tanto que quase saiu sem dizer uma palavra, como se não me lembrasse do porque estava ali, mas sabia que isso não era certo, então simplesmente me rendo.

– Me desculpe pelo que eu disse Rose, eu trouxe sapo de chocolate para você e um novo amigo. – digo esperando uma bronca imediatamente, porém ela fica quieta, talvez pelo fato de ter uma pessoa nova ali, se eu soubesse disso sempre que tivesse que pedir desculpas após uma discussão, teria trazido uma pessoa nova, para não ter que escutar ela falando – Esse é Scorpion Hyperion Malfoy.

– Prazer! Seu primo me contou que você é Rose Weasley – diz Scorpion ao estender a mão para Rose que a aperta em um gesto de comprimento.

– Sim, prazer!

– Vamos comer então – digo.

Comemos as tortas de abóbora e acabo dividindo a minha com Rose, então decido abrir o sapo de chocolate que para o meu azar sai voando, quando vejo meu cartão a imagem de Alvo Dumbledore esta refletida nele, o antigo diretor de Hogwarts que inspirou meu nome, sempre me perguntei o quanto Severo e Alvo foram importantes para meu pai, a ponto dele escolher esses nomes para serem o meu, sei que foram boas pessoas, e sei coisas que Dumbledore fez por ter sido um homem tão famoso, porém nunca soube como era a relação deles com o meu pai, às vezes tento perguntar a ele, mas acho que a conversa não lhe faz muito bem, talvez ele se sinta um pouco mal, por isso não forço muito ele a me dizer.

– Olhe Al!– fala Scorpion feliz, me mostrando a imagem do famoso Harry Potter enquanto ela vai desaparecendo. - Eu tirei o seu pai.

– Estamos chegando a Hogwarts é melhor irem vestir os seus trajes, os alunos do primeiro ano são os primeiros a saírem. – diz um garoto que abriu a porta da nossa cabine, ele já estava com o traje de Hogwarts, para ser mais exato da Grifinória, fico olhando a imagem do leão e imaginando como isso me persegue.

Logo após nos vestirmos, o trem chega a estação de Hogsmeade e somos chamados a descer pelos monitores, quando eu estava saindo do trem com Scorpion e Rose, me surpreendo ao ver meu irmão James gritando meu nome em meio à multidão de alunos do primeiro ano.

– Al! Al! Ainda bem que eu te encontrei antes de você ir. – diz James – Você parecia triste e confuso em relação ao chapéu seletor, então Fred falou que eu devia falar com você, e bem, me desculpar por ficar falando que você ia para a Sonserina, você vai para a casa que quiser – James começa a ficar vermelho o que eu estranho muito - E quero que fique na Grifinória comigo, vamos jogar juntos no time de Quadribol e vencer a taça das casas para a Grifinória, futuro apanhador do time – então ele bagunça o meu cabelo e da um sorriso travesso que ele sempre faz quando apronta alguma coisa, ou seja, todo dia mais adoro que ele sorria assim pra mim quando pede desculpas, é o único momento que ele é o irmão legal que eu queria ter, me despeço e desço do trem me preparando para o que me aguarda.