O ódio de amar escrita por Jenny Lovegood


Capítulo 6
Odiando a Atração


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem e não esqueçam do review, me incentivam muito!



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Estava sem rumo. Definitivamente sem rumo. Sua razão dizia a todo instante que aquele beijo nunca devia ter acontecido. Poderia estragar aquele ódio todo. Poderia criar poblemas devastadores que Luna não gostava nem de imaginar. Mas ao mesmo tempo - estava a ponto de explodir por isso - seu corpo e - mesmo que não quisesse admitir - seu coração pedia por mais de tudo aquilo. Fora tão bom.

Aquele idiota tinha mesmo que beijar bem daquele jeito? Ele tinha mesmo que ser lindo daquela forma? O olhar dele tinha mesmo que ser tão petrificante como era?

Draco conspirava á seu favor, essa era a única certeza que tinha.

Não conseguiu encontrá-lo pela multidão dentro da boate e deu graças por isso. Deixaria ele ali mesmo e iria embora com Ginny, dormir na casa da amiga. No dia seguinte daria uma desculpa qualquer para Narcisa. Não se importava com o sermão. Precisava ficar longe dele.

– Luna, dá pra ir mais devagar? - Pedia Ginny, que vez ou outra acenava para um garoto ou garota com quem esbarrava, se despedindo.

– Não, quero sair daqui o mais rápido que puder. - Luna ofegava enquanto andava apressada e com a cabeça baixa pelo local congestionado e com o barulho da música estridente.

E como se sua noite pudesse piorar, seu pesadelo momentâneo veio á tona quando - mesmo fitando os pés - vislumbrou aquela cabeleira loira chamativa entre tantas outras morenas.

– Merda. - A loira bufou quase desesperadamente quando o viu se aproximar.

Parecia ter reconhecido as duas de longe.

– Não dá pra fugir mais! - Ginny agarrou um braço de Luna fazendo-a parar quando Draco chegou próximo o suficiente. A loira triturou Ginny com o olhar.

– Oi. - Draco sibilou quando se encontrou de frente ás duas meninas.

– Oi? - Luna debochou, o coração palpitando. Droga, mil vezes droga.– Vamos embora.

Se voltando á Ginny, Luna fez menção de se soltar mas a ruivinha não permitiu, ato que fez a loira olhar a ameaçadoramente.

– Vamos embora! - Luna trincou os dentes ao falar. Draco observava as duas com as mãos enfiadas nos bolsos.

Era impressão de Luna ou o loiro estava.. confuso, assim como ela?

Era impressão de Draco ou a loira estava querendo evitá-lo, pelo que aconteceu?

– Você vai pra casa dela? - Indagou o loiro para Luna, se referindo a casa de Ginny.

– Vou, e daí? - A loira respondeu seca, já era torturando demais encarar os olhos de Draco depois de tudo o que aconteceu, ele ainda tinha que continuar fazendo-a ouvir sua voz?

– Ei, calma. - Pediu o loiro, nem mesmo sabendo de onde viera aquela vontade de ter um momento realmente civilizado com Luna em anos.

– Vai se ferrar Draco. - Era o sobrenome Luna, o sobrenome.

Os três saíram da boate, Luna tentando ignorar a presença de Draco atrás de si e de Ginny, Ginny rezando para os dois não discutirem daquele momento em diante.

– O caminho pra sua casa é outro. - Implicou Luna seguindo uma avenida com os dois.

– É, só que eu não tô indo pra minha casa. - Draco retrucou, já se esquecendo do desejo de serem civilizados um com o outro naquele fim de noite.

– Ah, qual é. - Luna parou em uma calçada e olhou diretamente para Draco. Era isso, se eles se odiavam, iam continuar se odiando. Nada aconteceu.– Não banque a babá.

– Ou sai comigo ou não sai, lembra? - O tom da voz de Draco foi sarcástico, seus olhos estavam vidrados nos dela mais uma vez naquela interminável noite.

Luna revirou os olhos, Ginny deu um passo para trás enquanto tentava não sorrir marotamente.

– Não quero você na minha cola. - Luna colocou as mãos na cintura, como fazia sempre que estava irritada e estressada.

– Mamãezinha vai ficar chateada com a filhinha andando sozinha por aí. - Debochou o loiro vendo Luna fechar os olhar e meditar algo que ele só entendeu por ler os lábios dela. A loira contava até dez.

– Você é insuportável. - Reclamou Luna entre dentes, abrindo os olhos e encontrando os dele novamente.

– Você não reclamou quando me beijava. - Draco resolveu jogar a toalha, arqueou as sobrancelhas e viu Luna se perder nas palavras pela segunda vez na noite.

– Cala a boca. - Foi o que ela conseguiu dizer depois de segundos o fitando com irritação e desafio. Se virou sem saber mais o que dizer e viu uma ruiva sorrindo malandra observando a cena. Teve vontade de matá-la e faria se não tivesse sido segurada fortemente pelo braço.

Aquela maldita pegada de novo.

Seu corpo virou e se chocou com o de Draco, os olhos do loiro absorveram o olhar dela e Luna sentiu suas pernas ficarem bambas. Não perca o controle Luna, não de novo.

– Você tem um beijo estupidamente gostoso. - O loiro disparou, e percebeu Luna em choque por alguns milésimos de segundo. Mas só por esse tempo.

– Pena eu não poder dizer o mesmo. - A loira retrucou, se soltando dos braços dele e se afastando, indo até Ginny e a matando internamente com o olhar. Se tivesse visão de calor, teria feito. A loira voltou a caminhar pela calçada rumo á casa da ruivinha e Draco seguiu-as, ignorando o desgosto de Luna por estar sendo "seguida" e sabendo que aquela confissão idiota era mentira.

Se ela não tivesse gostado não teria continuado.

Ótimo, pensando nela mais uma vez?

O caminho inteiro calados, apenas Ginny tentava puxar assunto vez ou outra com Luna, que parecia estar irritada demais para conversar.

Demoraram umas meia hora para chegar á casa de Ginny.

A ruivinha olhou os dois antes de tocar o interfone do prédio e chamar o porteiro.

– Vocês vão dormir aqui? - Perguntou com simplicidade. Luna estava de cara amarrada e Draco tinha uma expressão de falsa indiferença.

– Eu vou, ele não. - A loira praguejou olhando Draco de relance. O loiro riu com sarcasmo.

– Se ela vai, eu vou. - Respondeu Draco agora olhando Ginny.

– Ah mas não vai mesmo! - Luna contrapôs com indignação.

Ginny suspirou, cansada e escorou o rosto com uma das mãos pousadas no ar.

– Tomem uma decisão por favor. - Pediu a ruiva entre mais um suspiro.

Luna já ia intervir quando vou Draco pegar o telefone do bolso que vibrava e atender.

Ah, oi mãe.– O loiro respondeu sem ânimo. - Tô com a insuportável.– Luna rolou os olhos quando ele falou. - Eu sei, tá tarde.– O loiro bufou sem paciência. - Não devíamos, eu sei, eu sei. Luna tá querendo dormir na casa da amiguinha dela.– Ginny contraiu as sobrancelhas quando ouvir o tom da palavra a que fora referida. - Tá bom, não pode né.– O loiro lançou um olhar vitorioso para Luna, que bufou e bateu um pé no chão.

– Quero falar com ela. - Luna praticamente mandou mas Draco fingiu não ouvir.

Sim, estamos voltando.– Draco continuou falando com a mãe ao telefone, agora o sorriso sarcástico e vitorioso nos lábios era presente.

– Quero falar com ela! - Luna esticou o braço para pegar o telefone, e o loiro desviou.

Aham, terei cuidado.– Draco sorria descaradamente.

– Draco me dá! - Luna avançou na direção do loiro, que se esquivou, olhando- agora nos olhos. Ginny agora olhava a cena com curiosidade.

Tchau mamãe.– A voz de deboche de Draco foi se esvaindo quando finalizou a ligação, tendo Luna quase em cima dele, mas estando no controle por ser muito mais alto e forte que ela.

– Caralho, me dá esse telefone! - Luna rugiu quando sentiu as mãos de Draco segurarem seus pulsos.

Ginny riu baixinho, eles pareciam duas crianças birrentas brigando por um brinquedo naquele momento. Denominou internamente que ou aquela cena acabaria em tapas ou em bico torcido ou em beijo. A ruiva foi dando passos lentos para trás, sumindo de vista, entrando no portão e indo para o porteiro pedir sua chave. Logo estavam apenas Draco e Luna em plena calçada ás tardes da noite.

– Eu não vou te dar nada. - Draco segurava firme os pulsos da loira, os olhos estavam vidrados e o vento noturno varriam suas cabeleiras, os de Luna contra as costas, os de Draco por sobre os olhos.

– Você é um imbecíl. - A voz de Luna era de completa irritação. Irritação por não estar fazendo o mínimo esforço para se soltar, irritação por estar vidrada em seus olhos, irritação por estar sedenta por ele.

– É mesmo? - Draco trouxe o corpo de Luna mais para o seu e olhou-a com as sobrancelhas arqueadas. - Você não reclamou de nada hoje na boate.

– Aquilo nunca aconteceu. - Luna praguejou, a respiração acelerada por estar próxima demais dele.

– Sei que quer de novo. - O loiro tinha um tom convencido na voz.

– Eu? - Luna riu com deboche. - Continue sonhando, assim você vai longe Draquinho.

– Você é tão irritante. - Draco falou entredentes, ainda assim olhando Luna nos olhos.

– Eu digo o mesmo de você. - Luna pareceu, por um instante, um instante de insanidade pura, se perder no olhar de Draco e quase, ela quase cedeu a proximidade dos rostos.

– Hora de ir embora. - Draco soltou Luna quando se deu conta da vontade que lhe invadia novamente naquela noite. A loira se afastou, e talvez fosse imaginação de Draco - ou não -, ele percebeu um desapontamento no olhar dela quando ficaram distantes daquela maneira.

– Você vai, eu não. - Luna retrucou com irritação, olhando para os lados e não vendo Ginny. - Onde Ginny foi se meter?

– Já deve ter entrado. - Draco constatou também olhando em volta. - Anda logo, não tenho a noite inteira pra te esperar.

– Olha só. - Luna apontou o dedo para o loiro quando virou de frente a ele novamente. - Eu só vou porque não tô a fim de ouvir sermão.

– Aham. - Draco debochou já se virando e começando a andar.

– Não tenho que me explicar pra você. - Luna rolou os olhos, acompanhando o garoto a andar, mas mantendo uma distância racional entre os corpos. Deu uma última olhada para o apartamento atrás de si e bufou. - Você me paga Ginny.

– Tá indo porque ama ter minha compainha. - O loiro provocou, a voz quase inaudível, mas suficiente para Luna escutar e bufar novamente. A loira resolveu se calar, não estava a fim de escutar aquela voz - que parecia lhe chamar para si - novamente entre todo o caminho.

~~ ~~ ~~ ~~

– Ah, vocês dois! - Narcisa se levantou subitamente do sofá quando ouviu o barulho da porta de vidro se abrir. Adentraram um Draco e uma Luna emburrados aparentemente, e a mulher deduziu que ou brigaram feio ou estavam sem falar. Pior do que um brigar com o outro era um ficar sem falar com o outro. Era de berço isso.

– Oi tia. - Luna cumprimentou a mulher ao passar por Draco, empurrando-o propositalvemente. O loiro bufou quando quase se desequilibrou.

– Nada de oi tia! - Narcisa tinha as mãos na cintura, sua expressão estava séria.

– Sermão não mãe. - Pediu o loiro bufando e tirando o all star do pé.

– Sermão sim! Isso lá é hora? E nem pra avisarem! - Reclamou Narcisa olhando de um para o outro. - Draco, pega isso agora! - Ordenou ao filho vendo-o largar um par do tênis no chão da sala.

– Desculpa tia, eu saí com Ginny e essa criatura veio atrás, a gente esqueceu de avisar. - Explicou a loira com a voz cansada e sem ânimo.

– Posso saber onde estavam? - Narcisa arqueou as sobrancelhas e Draco e Luna se entreolharam por sobre o ombro. Era impressão ou estavam bolando uma resposta, juntos?

– A gente só tava andando. - O loiro mentiu e Luna suspirou. Se a tia descobrisse da boate contaria á sua mãe que descobriria aquele lugar "vulgar de adolescente sem classe" e acabaria com toda o "escape" de anos de Luna.

– Só mesmo? - Indagou Cissa, ainda com desconfiança. Luna e Draco assentiram no mesmo instante. - Tá bom. Mas da próxima, nada de sair á essa hora de novo!

– Tudo bem. - Luna respondeu desanimada.

– Cadê meu pai? - Perguntou Draco pegando os all star com a mão.

– Dormindo, amanhã sairemos cedo. - Respondeu Narcisa voltando ao sofá para continuar a ver seu programa de televisão. Luna e Draco caminharam juntos até a escada e se amaldiçoaram por se encontrarem um ao lado do outro para subir.

– Pra onde? - A voz displicente de Draco ecoou pela sala ao começar a subir os degraus da escada, passando na frente de Luna, que bufou por isso.

– Angra. - Narcisa falou com um tom animado. Draco parou de súbito e olhou para a mãe pela escada, Luna o imitou de imediato.

– Dos Reis? - O loiro pareceu surpreso.

– Sim. Aproveitem que chegaram e façam as malas. - Cissa pediu, olhando os dois loiros por cima do sofá.

– Espera, nós dois? - Luna indagou estupefata.

– Vamos todos para Angra! - Narcisa explicou ansiosa. - Não é ótimo?

– E vamos ficar até que dia? - Draco agora estava começando a travar um desespero interno dentro do peito. Não aguentaria ficar naquele lugar trancafiado com Luna por muito tempo. Ou se matariam ou ele correria um grande risco de desejar ainda mais aquela estúpida.

– Vamos passar a virada lá! - Explicou Narcisa sorridente.

– O quê? - Luna e Draco perguntaram em uníssono, a indignação era presente na voz de ambos.

Ótimo, já era bom demais estar na casa dos Malfoy na presença daquela doninha albina. Agora viajariam para um lugar maravilhoso que não seria maravilhoso pela presença poluente de Draco por lá.

Pelo menos teria a chance de terminar seu trabalho de criança. Quem sabe agora conseguiria afogar Draco sem arrependimentos passados segundos depois.


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Notas finais do capítulo

Desculpem qualquer erro..

O que será que vai acontecer nessa viagem? O que vocês querem que aconteça? Alguma dica?

Deixem os reviewzinhos lindos, xoxo.