O ódio de amar escrita por Jenny Lovegood


Capítulo 5
Errar por desejar


Notas iniciais do capítulo

Demorou está aqui,quentinho e saindo do forno, aproveitem Druna nesse capítulo;



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/456404/chapter/5

Deixando uma Astoria cuspindo fogo dentro da mansão Malfoy, Draco não pensou duas vezes para seguir Luna. Quase tropeçou nos degraus da escada quando descia correndo, a loira provavelmente já estaria longe e ele não queria perde-la de vista.

É logico que estava atrás dela só para ser um pé no saco. Não teria outro motivo. Claro que não teria.

Gostava de irritá-la. Ela realmente ficava linda toda bravinha. Ignorem essa última frase,passou involuntariamente pelos pensamentos de Draco.

Apressou o passo quando a viu virar a esquina com Ginny. Quando as alcançou, estava ofengante.

– Sua namoradinha vai ficar de mal hein. - Provocou Luna quando sentiu a presença de Draco atrás de si. Ginny riu da cara de deboche que Luna fazia.

– Astoria é só um passa-tempo. - Retrucou o loiro, enquanto atravessava uma avenida com as duas meninas.

– Assim como todas as outras né. - Luna retrucou, tinha repúgno dessa atitude de Draco.

– Elas não se dão valor, você quer o quê? - Draco se enfiou entre as duas amigas. Luna o olhou com irritação, mas o loiro fingiu não estar recebendo aquela reprovação.

– Nisso ele tá certo. - Argumentou Ginny, com sensatez. Draco a olhou com as sobrancelhas arqueadas. Não era todo dia que a Weasley concordava com algo que ele falava.

– Nisso ele tá certo. - Luna remedou a amiga, ouvindo uma risada da mesma em seguida. Draco rolou os olhos.

Só não brigaram no caminho por o lugar onde Luna estar indo ser mais perto do que Draco imaginava. Ficou surpreso quando pararam em frente ao local movimentando, com um entra e sai de pessoas vestidas um tanto vulgarmente.

– Caramba hein priminha. - O loiro riu, maldoso.

– Cale a boca. - Luna mandou, enquanto caminhavam os três até a portaria.

Um homem forte, careca e com uma expressão carrancuda e chapada olhou os três por dentro da cabine em que recebia os ingressos dos clientes.

– Luna Lovegood. - Luna se identificou, vendo o careca logo procurar por seu nome na lista. Draco ainda estava surpreso e Ginny olhava a entrada, animada.

– Estão com você? - O homem perguntou, sua voz era grossa e intimidadora.

– Imagina, estamos só apreciando essa moça a entrar em uma boate.. - Retrucou Draco quase inaudivelmente, mas para seu completo azar, o careca brutamonte parecia ter a audição bem aguçada.

– Como é? - O homem pigarreou e Draco olhou Luna, pela primeira vez na vida com receio. A loira teve de se segurar para não rir, Malfoy era um cagão.

– Sim, eles estão. - Respondeu a loira olhando Ginny de esguelha. O homem apenas arqueou as sobrancelhas e acenou para que os três passassem, mas não sem antes dar uma última olhada carrancuda e intimidadora para draco. Luna sorriu para a amiga ruivinha quando estavam entrando. Claro, Draco percebeu aquela troca de sorrisos. Mas ficou vidrado apenas em um.

– Pelo visto já tá acostumada a vir aqui né priminha? - Draco falou com sarcasmo, o tom de voz aumentando por o barulho dentro da boate estar atrapalhando qualquer conversa formal.

Luna ignorou aquele comentário idiota.

Tocava uma música animada, era quase dificil se movimentar pela quantidade de pessoas, que dançavam loucamente.

O lugar era amplo, um tanto chique para uma boate, mas o clima era sem dúvidas de festinhas de adolescentes á fim de se embebedar e fazer coisas proibidas para menores de 18 anos.

Ginny reconheceu a letra da música que tocava e fazia o chão vibrar, então começou a cantar, logo entrando na pista.

If you wanna scream, yeah

Let me know and I'll take you there

Luna foi para perto da amiga dançar, já completamente animada. As duas cantaram o refão juntas, executando um passo de dança coreográfico e batendo os cabelos. Loiro se misturava com ruivo. Draco olhava as duas empolgadas, o loiro ainda estava parado entre as pessoas que geralmente esbarravam em seu ombro.

Get you going like

Ah, oh baby baby, oh baby baby

– Qual é Malfoy. - Luna gritou na pista, vendo um Draco quase retardado olhando-a abobado. Que diabos era aquilo? Com certeza devia ter alguma garota gostosa atrás dela. - Vai ficar só babando?

O idiota sorriu. Por que Draco Malfoy foi sorrir? Ele nunca sorria para ela, é claro, a não ser se fosse um sorriso de deboche e ironia. Mas Luna percebeu, aquele era um sorriso diferente. Ela quase, quase, ficou vidrada na curva daqueles lábios.

Draco se aproximou das duas, começando a se mexer no ritmo da música lentamente. Ginny literalmente estava no clima, ela adorava festas. A ruiva despertava olhares "comíveis" e dedos de garotos tarados em sua direção. Luna já estava acostumada com aquilo, sabia que a amiga era muito bonita.

Mas é claro, Draco também percebera vários olhares para cima de Luna. E porque diabos estava querendo quebrar os dedos dos garotos que apontavam para a loira e cochichavam?

If you wanna turn right

Hope you're ready to go all night

Get you going like

Ah, oh baby baby, oh baby baby

– Acho que tem alguns garotos querendo te comer por aqui. - O loiro falou quando se aproximou o suficiente de Luna, ficando ao seu lado.

Ah, oh baby baby, oh baby

If you wanna scream

Yeah, come on

– Que ótimo. - Luna disse com displicência, mexendo a cintura. Que droga de movimentos sensuais eram aqueles? E porque Draco estava reparando nisso? Merda. - Tem umas garotinhas aqui também te querendo. - Beleza, agora era Luna que se amaldiçoava por reparar nisso.

Kill the lights, shut 'em off

You're electric

Devil eyes telling me

Come and get it

– Não estou muito interessado. - Draco tinha seus olhos atentos aos movimentos de Luna na dança, á essa altura Ginny nem mais ligava para os dois, estava em uma roda de garotos e garotas empolgados, alguns ela parecia até conhecer.

– É mesmo? - Luna debochou, agora já estavam frente a frente, dançando. - Descobriu que é gay?

– Parece que sabe bem a coreografia dessa música. - O loiro retrucou, ignorando aquele comentário ridiculamente considerado por ele.

– É, eu gosto de dançar. - Espera, estavam tendo uma conversa civilizada? Não, isso não podia acontecer. - Mas você não vai querer saber da minha vida, a não ser é claro, um ponto fraco que te faça me matar de uma forma lenta e dolorosa.

– É, por aí.. - Draco deu de ombros, seus pés também pareciam se concentrar na coreografia da música.

I have you like

Ah, oh baby baby, oh baby baby

Ah, oh baby baby, oh baby

Girl, tonight you're the prey

– Porque não vai se pegar com qualquer uma? - Luna não estava se incomodando com o loiro olhando-a bem atento, os olhos dele passando por seu corpo. Pelo contrário, ela estava se incomodando pelo fato de a própria estar imitando-o, só que dando atenção ao corpo da doninha anêmica.

Como ele era.. tudo bem, internamente ela podia confessar. Bonito. E gostoso.

– Porque quero ficar aqui, não posso? - Draco retrucou com a voz levemente irritada, ela não mudava nunca. Parece que sempre teria a imagem do Draco pegador irritante em sua cabeça. Lógico, talvez ele fosse mesmo.

– Não me faça rir. - A loira debochou com uma risada, mexendo sua cintura ritmicamente. - Você querendo ficar perto de mim?

– Por acaso eu disse que quero ficar perto de você? - Argumentou o loiro encarando-a pela primeira vez dentro daquela boate. Os olhos azuis oceânicos se encontraram com os azuis acizentados. Engraçado, pareciam fazer uma combinação tão.. única.

I'm the hunter

Take you here, take you there

Take you under

– Imagine eu sussurrando no seu ouvido.. - Draco movia seu corpo no ritmo da música e resolveu traduzir aquela parte em especial. Luna prendeu a respiração por alguns segundos quando o loiro se aproximou de seu corpo, dançando.

– Tá doido? - Ela indagou, vendo-o próximo demais. Ginny olhou a cena de esguelha e sorriu internamente. Não tomam jeito, foi o que pensou.

– Que quero tirar suas roupas.. - O olhar de Draco estava preso nos de Luna, á medida em que ele cantava, quase em um sussurro, aquela letra tão sem pudor, mas em português. - E colocar algo em você..

– Essa letra é maldosa. - Luna conseguiu respirar quando percebeu que Draco apenas traduzia a música. Ainda sim, o olhar dele não desgrudava do dela e aquilo estava fazendo-a ter os juízos alterados.

– Você acha? - Draco perguntou com um sorriso, retoricamente. De novo, um sorriso sem deboche. Ótimo, aquilo já estava sem pé nem cabeça. Porque a droga do olhar de Luna estava nos lábios de Draco? Porque a droga do corpo de Draco queria mais contato com o dela? Espera, eles estavam a menos de um palmo de distância, era isso?

– E não estou tentando lutar contra isso.. - Luna também se perdera na tradução da música, fazia um sentido e tanto para aquele momento.

– Mas você é tão magnética.. - O corpo do loiro se arrastava sem seu controle para mais perto da loira, e ela não parecia querer recuar. Draco estava a ponto de fazer uma loucura, ou era impressão?

– Só tem uma vida, apenas viva, apenas viva.. - Luna conseguia, vez ou outra, desviar o olhar dos lábios de Draco, e quando o fazia, os olhos ganhavam um novo rumo, o rumo de encontrar o olhar dele.

Now relax, sing it on your back

If you wanna scream, yeah

Let me know and I'll take you there

– É, você é bom no inglês. - Luna comentou, tentando desviar os pensamentos, mas mesmo assim estava completamente confusa. Não sabia que vontade era aquela de poder fazer algo que jamais imaginara justo com o loiro. Talvez, já até imaginara, mas estava fora de cogitação de acontecer.

– Eu sou bom em muitas coisas. - O loiro gabou-se, ainda sem sentidos, querendo apenas poder matar o que já estava o matando desde que a loira chegou em sua casa.
– Com certeza deve ser. - O som da voz de Luna foi de deboche, mas a realidade era que ela estava ocupada demais pra irritar-se com qualquer coisa quando se tinha um loiro daqueles olhando para si como se fosse te comer.

– Se quiser, posso te mostrar uma delas. - Draco deu mais um passo para frente, os olhos fixos nos dela. Luna já tinha a respiração descompaçada, seu corpo não se movia tão rápido e suas veias pareciam estar fervendo internamente. Não, ela não podia estar desejando Draco Malfoy.

Não podia.

Ele estaria pedindo permissão?

– Está se referindo em o quanto é bom em me irritar? - Luna indagou, arqueando as sobrancelhas, tentando controlar a respiração acelerada. No fundo, lá no fundo, sabia que estava insana por causa dele.

– Não. - O loiro impulsivamente envolveu a loira pela cintura. Luna mordeu os lábios com o ato, e sentindo o corpo prensado no dele, arfou. Puta merda. - Eu disse que posso mostrar se quiser.

– Depois vamos continuar nos odiando, certo? - A loira indagou sem juízo, sabia exatamente do que Draco estava falando. Seria aquilo, um acordo de momento para pegação?

– Sempre vou odiar você. - Draco sussurrou próximo ao ouvido dela, bem próximo, pelo som da música estar alto demais. Luna se arrepiou por completo e pela primeira vez não se amaldiçoou por tal efeito do loiro sobre si. Se amaldiçoou por estar desejando aquilo á muito tempo. Mas só confessara agora. Internamente, mas confessara.

Os olhos voltaram a se encontrar, e ambos demonstravam algo que jamais poderia se cruzar. Dejeso, vontade. Muita vontade.

Não poderia.

Não vindo de Draco por Luna. Não vindo de Luna por Draco. Aquilo era insano. Deviam estar com suas vidas hormonais bem alteradas naquele momento. Com certeza estavam pirando.

Uma das mãos de Luna fora parar involuntariamente na cabelereira loira e despenteada de Draco. O loiro envolvia-a com um braço, enquanto sua outra mão trouxe-a finalmente para si quando segurou em sua nuca macia e puxou seu rosto em um movimento sensual.

Os lábios se chocaram com desejo. O corpo de Luna reagiu institivamente, arrepiando e estremecendo. Draco não pensava, ele não conseguia pensar. Tinha uma barreira ali. Naquele momento, era só ele realizando o seu desejo de adolescência, de uma vida praticamente. Era só ele,a insuportável de sua "prima" e a música que já mudara e os animava.

Luna entrelaçou os dedos nos fios loiros e os puxou, quando sentiu que sua língua finalmente encontrou a de Draco.

Travaram uma batalha. Buscaram conhecer o gosto um do outro. Buscaram prazer. Uma dança sensual e tentadora foi realizada dentro daquelas bocas e os corpos só se acendiam.

Pareciam ter perdido o controle. Nada disso deveria estar acontecendo. Eles eram só os dois quase primos que se odiavam incondicionalmente. Eles se odiavam mais que tudo.

E que porra, Luna devia ter ouvido Ginny quando ela disse que atrás do ódio tudo era apenas desejo reprimido. E quanto desejo.

Draco envolveu Luna ainda mais pela cintura, buscando mais contato, buscando conhecê-la, desejando-a. Tantos anos se odiando, e no fim, tanta atração reprimida.

Ginny, assim como muitos, estava observando a cena quase boquiaberta. Aquele tom maroto estava presente em seu olhar. Nunca se enganava. Aqueles dois eram um poço de perdição juntos.

Quando precisaram de ar, mesmo lutando para aquele beijo não acabar, Luna se separou de Draco. Ambas as respirações estavam completamente descompassadas, os olhares se cruzaram assim que os lábios trocaram a última carícia.

Draco sabia que ela não queria mais ficar tão perto daquela maneira. Seu olhar estava confuso. Luna empurrou o corpo do loiro para longe do seu e saiu desconexa da pista, esbarrando em algumas pessoas. Ginny olhou o loiro ao passar por ele, não parecia um olhar de repreendimento, Draco não soube decifrá-lo. Só viu a ruiva seguir Luna por trás do bar de venda de bebidas.

Grande merda, o loiro estava sem rumo também. Como alguma garota podia fazer isso com ele? Como alguma garota conseguia tirar os sentidos de Draco? Isso nunca acontecera, em nenhuma vez em toda a sua vida. Luna definitivamente era um problema.

Olha que ótimo, pensando nela de novo enquanto as pessoas olhavam para ele entre risadinhas maldosas.

~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~

– O quê que foi aquilo? - Ginny perguntou estupefata, quando adentrou o banheiro feminino um pouco atrás de Luna. A loira se olhava no espelho, as mãos estavam escoradas sobre a pia, os olhos perdidos encarando a própria imagem.

– Não devia ter feito essa merda. - Luna se amaldiçoou,depois de minutos ignorando a presença da amiga com as mãos na cintura ao seu lado.

– Você não tem noção de como vocês se pegaram. - Ginny comentou lembrando dos dois loiros quase devorando um ao outro no meio da pista de dança.

– Droga! - Luna levou aos mãos enfiando-as entre os cabelos. - Isso não podia ter acontecido.

– Qual é, você queria tanto quanto ele. - Retrucou a ruiva olhando Luna de sobrancelhas arqueadas.

– Foi apenas um erro, só isso. - Luna contrapôs com a voz indignada.

– Para Luna. - Pediu Ginny já sem paciência. - Pare de mentir para si mesma.

– Você não entende. Eu odeio ele. Ele é o Malfoy, ele é um nojo. - A loira parecia um tanto desesperada agora.

– Deixa eu te falar uma coisa.. - Ginny se aproximou da amiga e a olhou nos olhos. Os azuis oceânicos de Luna queimavam. - Ele não pareceu o idiota que pega e joga fora quando estava olhando para você.

– Claro que não, ele só queria me comer. Como ele come Astoria. - Luna relembrou a cena do sofá na mansão dos Malfoy enojada.

– Não posso negar que ele te olhava como se fosse te comer. - Ginny retrucou. - Mas você não ficava atrás. - Quis provocar a amiga.

– Cala a boca. - Luna mandou com irritação e Ginny riu.

– Fala sério, olha a situação que o loiro deixou você. - A ruiva observava uma Luna a ponto de explodir.

– Como vou olhar na cara daquele idiota agora? - Luna perguntou em desespero interno.

– Ué, vocês não se odeiam? - Ginny deu de ombros. - Continue odiando-o.

– Nunca vou deixar de odiar aquela doninha. - Luna se olhou mais uma vez no espelho. Respirou fundo. Não podia pirar. Não por ele.

– É isso. Apenas continue odiando ele. Agora vamos voltar.- Ginny puxou a loira pelo braço, mas Luna recuou e se soltou. A ruivinha voltou a olhar a amiga e soltou um suspiro cansado.

– Não quero. Quero ir embora. Quero minha casa. - Luna abraçou os próprios braços. Se Ginny não conhecesse tanto a loira assim, se não soubesse que ela era tão forte e cabeça dura, diria que a amiga estava em um desesperto mortal por um erro fatal e choraria feito criança naquele momento.

– Luna.. - Ginny tentou intervir, mas Luna respirou fundo.

– Vamos embora? - Pediu, e Ginny sabendo que não teria como dizer não, apenas suspirou outra vez e assentiu. As duas saíram do banheiro minutos depois de Luna criar coragem. Ginny sabia que no fundo a loira era um poço de meiguisse e carencia. Só precisava ser cuidada.

E olha só no que deu aquele ódio todo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então? Ficou muito ruim ou gostaram?

Desculpem qualquer erro, estou indo pra uma festa e tô postando ás pressas..

Deixem suas opiniões, xoxo Jen ♥