Hora de Jogar escrita por Luna Sapphire Calhoun


Capítulo 2
Wilbur e Vanellope




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A princípio Wilbur pensou que a máquina do tempo caíra na água, mas quando saiu percebeu que não era água. Ele pensou que era lama, por causa da cor, mas aquele cheiro... ele se permitiu beber um pouco do líquido.

"Chocolate?"ele perguntou-se surpreso.

Ele, então, deu uma olhada ao redor. Tudo ao alcance de sua vista, com exceção de sua máquina do tempo... era feita de doces. "Isso só pode ser brincadeira..." ele murmurou.

Wilbur puxou a nave de volta para terra firme e analisou os danos. O que havia bloqueado sua visão era nada menos que algodão-doce cor-de-rosa, que o fez olhar para o céu e para as nuvens. "Impossível!" Murmurou incrédulo.

Ele se livrou dos restos de nuvem presos à máquina do tempo e, não encontrando mais nenhum dano aparente, subiu na nave e ligou-a. "Pelo menos eu posso ir para casa," ele murmurou.

Mas assim que ele tinha levantado voo, faíscas elétricas começaram a correr por todo o painel e ela desceu de novo, batendo pela segunda vez. "Maravilha!" ele murmurou sarcasticamente, jogando a cabeça para trás e deixando escapar um suspiro profundo.

Outra vez ele desceu da nave, e tentou encontrar alguma coisa que poderia ajudá-lo. Mas não havia nada além de doces, doces e mais doces. Como aquele lugar podia sequer existir? Embora algo ali lhe parecesse familiar. Mas como e por que ele tinha ido parar lá? Minutos atrás ele estava no Egito e... espera! Onde estava Lewis? Ele estava ao lado dele, na outra máquina do tempo, quando eles deixaram o Egito! Mas não havia sinal dele ou da segunda nave em lugar algum.

Wilbur saiu e puxou a nave em alguns arbustos de pirulitos, tornando-a invisível antes de dar a volta no lago de chocolate e seguir a trilha que partia dali. Poucos minutos depois, e ele estava ficando um pouco enjoado. O cheiro doce no ar não estava lhe fazendo bem... e por que, apesar de toda a cor e o brilho do lugar, tinha uma predominância de branco e rosa? "Quem foi o louco que desenhou esse pesadelo açucarado?"

Em seguida, ele ouviu o som de gritos entusiasmados e motores de carros."Civilização. Finalmente!" ele exclamou, correndo em direção ao som.

Ele finalmente chegou ao que parecia ser a linha de chegada de uma pista de corrida. "... Agora é definitivo. Devo ter batido a cabeça bem forte quando caí."

Ele estava esperando encontrar algo normal, mas ali a coisa ficava ainda mais estranha depois de tudo o que ele já tinha visto. As pessoas que lotaram as arquibancadas eram feitas de doces! Os carros e roupas das únicas nove crianças que pareciam humanas também! Até mesmo as próprias arquibancadas eram caixas de doces! Para tornar as coisas completas, a maioria das crianças eram meninas! "Isso é pior do que meu pior pesadelo com aqueles chapéus malucos..." ele murmurou.

Vanellope estava feliz. Seu primeiro dia de corridas tinha sido um sucesso! Até melhor do que ela jamais imaginara. Ela animadamente saltou de seu kart, já planejando sair e se aventurar fora de seu jogo, o que pela primeira vez ela podia fazer, e estava se despedindo dos outros quando notou, do outro lado da pista de corrida, um menino olhando para eles, obviamente confuso.

Ele parecia muito com ela, exceto que seus olhos eram castanhos, e seu cabelo estava penteado em um topete. Ele também não estava coberto de doces. Ela também notou que ele era mais alto do que todos eles, provavelmente porque ele era mais velho que ela própria, mas não muito. Por suas roupas, ele certamente não pertencia a Sugar Rush. Curiosa, mas alerta, ela cruzou a pista de corrida, os outros a seguiram, "Quem é você?" Vanellope perguntou, simpática, mas com um pouco de autoridade.

"Wilbur Robinson. Que lugar maluco é esse?"

"Maluco?" Vanellope perguntou, ofendida. "Você está no jogo Sugar Rush, o sonho de toda criança neste Arcade e fora daqui!"

"Jogo? Arcade?" Wilbur perguntou de volta. "Pelo visto você é maluca também? Bem... para estar toda vestida de doces, acho que só pode ser."

"Eu não sou louca! E de onde você veio? Da lua?"

"Eu sou de Todayland. E você é uma menina irritante. Não sei do que você está falando, com toda essa história de jogos, apenas me mostre a saída desse pesadelo açucarado e eu fico fora do seu caminho!" ele exigiu.

"Pesadelo?! Quer saber? Encontre a saída sozinho!" ela respondeu com raiva, cruzando os braços e virando as costas para ele.

"Eu vou! Melhor do que ficar na companhia de um bando de pirralhos!" ele respondeu, imitando ela.

"Boa sorte! Agora, se vocês me dão licença, eu tenho um monte de coisas importantes para fazer."

Ela começou a se afastar, até que ouviu a voz de Taffyta.

"Mas você disse que estava saindo do jogo, então por que não pode levá-lo com você?"

Taffyta e sua boca grande... Vanellope pensou, irritada.

"Eu não sou a babá dele! Ele pode cuidar de si mesmo!" Ela respondeu.

"Mas se você o deixar aqui, quem pode imaginar o que ele seria capaz de fazer para o nosso jogo enquanto você está fora!" Perguntou Rancis.

Todos eles queriam ver o menino fora dali, quanto mais cedo, melhor, e querendo ou não, Vanellope agora era a responsável.

"Você não quer que aconteça de novo como aconteceu com Turbo, não é?" Minty acrescentou.

Wilbur sorriu maliciosamente. Ele não sabe nada sobre a história do jogo, nem sobre quem era Turbo, mas a ideia de causar confusão soava boa para ele. Criar uma grande confusão para fazer aquela menina maluca perder aquela pose. Talvez comer alguma coisa, quem sabe?

Vanellope suspirou. Sim, ela tinha acabado de reocuparam sua posição como princesa/presidente, e se aquele menino colocasse seu jogo em perigo de novo e, desta vez, ela não fosse capaz de salvá-lo?

"... Tudo bem, Sr. Robinson. Você pode vir comigo, mas apenas até sairmos do jogo. Então você está por conta própria." Ela se virou para ele e estendeu a mão. "Negócio fechado?"

Para sua surpresa, Wilbur não apertou sua mão. "Sem trato, garota. Eu não confio em você. Mas se você pode me mostrar a saída, melhor fazer isso. Ou então..."

"Você não faria isso."

"Arrisca então!"

Wilbur olhou maliciosamente para Vanellope, então ela se afastou, irritada, e Wilbur revirou os olhos antes de segui-la. Ela saltou em seu kart e fez um sinal para Wilbur para se sentar na parte de trás.

Perto da ponte do arco-íris, ela pulou do veículo.

"Está vendo? Saída!" ela apontou para a saída de jogo. "Uma vez lá fora, você me deixa em paz e segue seu caminho."

"Parece bom para mim."

Mas quando eles pularam no trem para deixar o jogo...

"Por que você continua perguntando sobre os jogos?" Vanellope perguntou, deixando a curiosidade assumir o controle.

"Por que você continua falando sobre jogos?"

"Porque estamos em um jogo."

"Isso é impossível! Jogos não são reais, são apenas imagens em uma tela!"

"Você está dizendo que você é um jogador?" ela se virou para ele, surpresa.

"Eu acho que sim. Como é possível estar em um jogo?"

"Bem, eu não sei como explicar isso, mas você está agora, e você pode ver que eu sou real. Como você chegou até aqui, então, se você não sabe?"

"Eu não sei. Eu viajei para o passado para um projeto da escola e estava voltando para casa quando eu apareci aqui, e aquelas nuvens me fizeram cair. Tentei voltar para casa, mas a máquina do tempo não estava funcionando, então... preciso de alguém para consertá-la."

"Consertar? Eu sei quem pode ajudá-lo!" Vanellope exclamou, feliz, pelo visto seria fácil se livrar dele. "Mas, uma máquina do tempo? Sério?"

"É. Eu sou de... em que ano estamos?"

"Hmm... Eu acho que 2012."

"Eu vim de 2037, do futuro."

Vanellope não podia acreditar. A primeira vez que ela deixava o jogo era para evitar problemas, e agora ela estava com um garoto maluco, que se parecia com ela. Essa ideia era tão impossível de se imaginar, mas tudo estava acontecendo.

"Então, onde você deixou sua máquina do tempo?" perguntou ela, fazendo a palavra "máquina do tempo" soar sarcástica.

"Dentro de seu jogo," Wilbur respondeu, com o mesmo tom sarcástico.

"Então, se eu encontrar alguém que possa consertar o seu bilhete de volta para casa você vai embora?"

"Não exatamente... Eu tinha um amigo comigo, em outra máquina do tempo. Você acha que ele caiu aqui também?"

"Eu não sei. Mas isso é problema seu."

Ela saltou para fora do trem.

"Siga-me!" ela ordenou.


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