Estávamos na casa de Katniss vendo “A Última Música”, pois Katniss disse que se emocionava com esse filme, enfim Annie estava com uma carranca, e eu já até sei o motivo, Katniss ter gritado que ela estava de olho no Finnick.

Meu pensamento vira e mexe se voltavam para o que o Cato falara, ele não fazia idéia do quanto aquilo machucava, mesmo que ele fosse “Cato O Babaca do Colégio”, ele me chamava assim desde á sétima serie, mas como eu disse antes eu era mais forte, eu rebatia, não ligava para os xingamentos que eram dados, mas claro, ele estava ao meu lado, quem ligaria?

Estava deitada no sofá menor, enquanto Katniss e Annie comiam pipoca no maior, já era de tarde eu tinha almoçado na casa de Katniss, portanto não estava com fome, á mãe dela trabalhava no hospital diariamente. Meu pai duvidou no começo quando ela pediu para eu vir na casa dela, mas bem ele não ligará de eu vir.

Estávamos quase chegando às férias de julho, só eram provas e só alguns professores passavam trabalhos eu acho que é por isso que ele duvidara.

Olhei para Katniss que chorava enquanto via o filme, Annie que ainda estava com uma cara irritada e eu lá com a maior “cara de cu universal”, não me emocionava com filmes assim, alias quem se emocionaria? Meninas trouxas que acreditam no amor, o que pelo jeito é o caso da Katniss. Eu perdi meu pai assim como a menina do filme, mas não é por isso que vou achar um cara gostoso do caramba e nós vamos namorar e ter bebês.

Não que ela tenha bebês no filme!

–Ai meu Deus! –Gritou Everdeen enquanto estava nos créditos finais.

–Argh! –Murmurou Annie irritada.

–Annie se anime pelo amor de Deus! Olha desculpa se você secou o Odair totalmente. –Eu ri nesse momento e Annie fuzilou Katniss com os olhos.

–Fica quieta Katniss... Quem nunca olhou para o Finnick? E você não precisava gritar isso! –Katniss caiu na gargalhada com a indignação de Annie.

–Meninas. –Falei e elas me olharam. –Pare com isso vocês duas, Annie me desculpa, mas eu acho que todo mundo percebeu que você olhava para ele, e Katniss foi vacilo mesmo. –As duas se entreolharam.

–Okay, mas... Você gosta do Finnick mesmo Annie? –Perguntou Katniss para amiga.

–Ér... Bem... Quer dizer... Ele é bonito só... –Eu comecei a rir feita histérica quando ela falou isso e Katniss me acompanhou.

–Annie pelo amor de Deus, você gaguejou que nem uma louca quando foi nos responder sobre o Finn. Gosta dele? Assuma ninguém vai ficar brava. –Ela me encarou depois do meu discursinho básico.

–Você o chamou de Finn? –Perguntou ela, e eu senti meu rosto corar nesse momento.

–Annie bem... Ele me pediu desculpa e sugeriu ser meu amigo. –Falei sem jeito. –Olha... É pode ficar tranqüila, não tenho nada com ele okay? Não pense algo desse tipo de mim.

–Calma Clove... –Annie sempre é paciente. –Enfim eu gosto.

–UHUL! –Katniss berrou jogando os braços para cima e levantando do sofá.

Passamos a tarde toda falando sobre Annie e Finnick o que deixou a mesma sem graça, já eram sete da noite e eu disse para elas que precisava ir embora se não meu pai me trucidaria viva, e eu nem sei o que é isso.

Estava em frente minha casa e vi Cato andando de skate, isso sempre acontecia na minha rua, vira e mexe tinha meninos lá, mas eu nunca vi Cato por aqui, eu gelei na hora, coloquei a toca de minha blusa e sai correndo, estava parada em frente á porta de casa.

–Olha só! –Ele gritou. Merda!

–Cato fica na sua okay? –Ele me encarou sorrindo.

–Sabe... Essa desde aonde eu saiba é a casa do diretor. –Droga, se ele contar isso para alguém as coisas vão ficar piores do que já são para mim. –O que a ratinha faz ai? –Odiava que ele me chamava assim, pensa Clove, pensa.

–Não lhe devo satisfações. –Retirei minha toca e olhei ameaçadora para ele.

–Qual é ratinha... Eu posso inventar coisas cruéis sobre sua visita a casa do diretor. –Comecei a sentir um embrulho no estomago, e soar.

–Minha mãe... É ela... Pediu para eu entregar um documento a ele. É isso! Ta feliz? Com licença, nem vou mais ficar aqui. –Sai andando sabia que quando eu voltasse me encrencaria.

Comecei a andar com os braços cruzados e ouvi o barulho de passos atrás de mim.

–Para de me irrita dá um tempo, pelo menos fora da escola! –Virei e disse para ele que estava com o skate em seus braços. –VAI. PARA. O. INFERNO! –Gritei pausadamente e cuspi na cara dele.

Eu não agüentava mais o modo que ele me tratava eu tinha que voltar a ser aquela Clove forte que eu era nada pode me parar! Nem esse nojento que se chama Cato Ludwig! Foda-se quem ele é!

–Sua... sua... tampinha! –Ele me olhou ameaçadoramente com aqueles olhos azuis que demonstravam ódio.

–Eu te odeio! Sabe por quê? Porque suas palavras me machucam, as coisas que você me fala dói, me da um tempo, para de me provocar, para de querer fazer da minha vida um inferno, eu nunca fiz nada para você, e não me venha com o papo de que eu existir já é algo. Você é sujo, pessoas como você deveriam ser humilhadas, pessoas como você que só quer saber de deixar as outras mal, pessoas como você Cato... –Taquei meu dedo no peitoral forte dele. –Merecem ser...desprezadas. Você é um rato sim, o de marca pior. –Ele me encarava dessa vez não era mais com ódio.

–Sua... –Ele iria se pronunciar.

–Vamos me chama de rata, tampinha, rata de esgoto, mas eu quero saber quem tem um coração e uma alma melhor, eu sou errada em muitas coisas, mas eu sou mil vezes melhor que você, enquanto eu sou uma “rata” pela aparência, você é um “rato” por dentro. –Cato se virou, e eu sorri vencedora, eu tinha conseguido eu tinha voltado a ser aquela Clove.

Quando vi que o loiro sumiu de vista segui até minha casa, eram sete e meia graças a Deus.

–Papai. –Disse assim que abri a porta.

–Querida, ele não voltou vai ficar uma semana fora no seu colégio no México. –Beleza uma semana de liberdade.

–Sério Lena? –Ela assentiu sorrindo.

–Mas é o seguinte tire notas boas se não ele vai dizer que eu fiz com que você não estudasse. –Eu assenti.

–Lena... Eu consegui! –Falei sorrindo e jogando a bolsa no sofá.

–Conseguiu o que Clove? –Perguntou ela me olhando curiosa.

–Confrontei aquele menino. –Lena me deu um sorriso e eu sorri de volta.

–Você é forte Clove, forte como uma mulher que eu conheci por apenas um ano, mas era como você. –Abaixei minha cabeça e chorei, Lena veio até mim e me abraçou. –Clove, não chore se orgulhe disso. –Eu desfiz o abraço e fui correndo ao meu quarto.