E quando ela saiu correndo para fora do chalé meu coração desabou, ela tava sendo importante para mim a cada coisa que acontecia não que eu estivesse apaixonado, mas talvez ela estivesse se tornando minha melhor amiga ou coisa aproximada, só ela me entendia se houvesse uma pessoa que eu lutaria até o final seria ela.

Sai correndo atrás dela, se eu falasse que começou a chover ficaria mais clichê que essa história já é?

–CLOVE! –Gritei indo até ela.

Quando a alcancei peguei e segurei seu pulso, ela me olhou com lagrimas nos olhos, a gente teve momentos bons sim apesar da marra dela e de alguns defeitos meus.

–Como assim aposta Cato? –Ela me perguntou, e quando vi havia uma rodinha atrás da gente.

–Conta para ela Cato! –Falou Marvel, às vezes eu o odeio tanto.

–Cala boca idiota! –Eu encarava Clove como se não quisesse que nada daquilo estivesse acontecendo.

–Clove, eu posso explicar, eu fiz sim uma aposta, mas depois... –Ela me interrompeu.

–Depois se apaixonou, depois começou a gostar de mim? Se liga cara eu não sou aquelas menininhas de filme de romance que vai aceitar isso que você ta falando e correr para seus braços na festa do final do ano. Cala essa porra dessa sua boca e some da minha frente, não finge que é meu amigo, você não é, só quero que me responda mais uma pergunta... –Eu olhei para baixo enquanto ela dizia tudo isso.

–O que quer? –Falei baixo com os olhares voltados para mim.

–Quanto eu vali? –Perguntou, eu não queria responder essa, foi muito baixo mesmo o motivo que apostei ela. –QUANTO EU VALI? HEIN CATO? –Ela gritou e eu a olhei.

–Uma transa de Peeta com a mulher de um bar ai... –Ela cuspiu na minha cara, isso mesmo.

–VOCÊ ME DA NOJO CATO! NOJO! –Assim ela partiu e saiu andando como se nada tivesse acontecido.

–ACABOU O SHOW PODEM IR EMBORA! –Berrei e vi todo mundo se afastando. Clove ainda seria minha amiga de novo, a gente teve algo sim, mas ela era demais para mim, mas minha amiga, ela seria de nojo nem que eu tivesse que morrer para isso.

Sério Clove era a única menina que deitou comigo em uma cama e só dormiu, a única que agüentava meu jeito, a única que não me respeitava, a única que falava a verdade, eu ia lutar por ela.

Sentei em um degrau da escada e fiquei olhando para baixo senti uma mão tocar meu ombro e como sempre era Annie.

–Eu gostava dela sabe? Tava seduzindo ela e tudo, mas ela é uma ótima amiga. –Falei olhando para frente, Annie se sentou ao meu lado.

–Parabéns fez a coisa mais ridícula do mundo. –Minha irmã sempre me alegrando.

–Ela era importante para mim, era como você é An... O que eu fiz? –Perguntei a Annie que me encarou.

–Uma idiotice para atender o capricho dos seus amigos, mas Cato se ela era como uma irmã, como eu sou para você, para que seduzi-la? –Olhei para Annie que me encarava.

–Era só a aposta entende, ela foi á primeira mulher fora você e a mamãe que eu deitei na cama e não fiz nada. Eu sou um babaca An. –Annie passou a mão nos meus cabelos.

(...)

Já fazia uma semana desde o ocorrido com Clove, ela não olhava na minha cara e lá estava eu tentando puxar papo com ela pela milésima vez, o que ela fez? Levantou e me deixou falando sozinho.

–Gatinho... –Glimmer sentou no meu colo na frente de todo mundo na cantina.

–Oi Glim. –Ela me olhou e segurou meu queixo.

–Aquela ratinha fazia mesmo diferença para você? –Perguntou ela.

–Não chama ela assim. –Senti uma raiva que se Glimmer fosse homem eu a socaria. –Ela é como a Annie para mim, para com isso e me deixa. –A tirei do meu colo e sai andando.

Marvel ria junto com uns amiguinhos idiotas e quando eu cheguei perto ele veio até mim.

–Mil meninas nesse lugar e você fica assim por uma? –Sai andando e deixei ele falando sozinho.

Passei pelas salas e via Katniss e Peeta se agarrando, e como eu não tava para muita conversa hoje eu vi uma das amiguinhas da Glimmer, Johanna, a chamei ela para um canto.

–Que foi Catinho? –Voz de vadia pior que a da Glimmer.

Apenas beijei Johanna ela retribuiu mesmo surpresa.

–Passa em casa hoje. –Falei e deixei-a sozinha plantada.

Indo para o portão quase saindo do colégio vi um caderno jogado no chão, abri ele e vi escrito Clove.

“Queria mudar meu jeito, minha história, minha vida, mas não tem como se adaptar no que não foi feito para você.” 20 de março de 2009.

Continuei lendo o caderno dela, ela parecia realmente se expressar ali, cada frase era por um sofrimento que ela teve, abri na ultima pagina escrita.

“Qualquer tipo de amor machuca, o único que não pode machucar é o amor que não é verdadeiro.”

Esse não tinha data era mais um verso escrito porque queria mesmo, fui folheando o resto das paginas e achei algo escrito lá:

“Perdi mais uma pessoa hoje, Matt se fora, como minha mãe se fora, como meu pai se fora, mesmo Matt e meu pai não morrendo eu sinto como se eles tivessem... O Matthew que eu conheci não é o mesmo, o pai que eu conheci deve ser outro alguém...”

Eu não sabia pelo que ela passava, eu a magoei tanto, eu não podia acreditar nos próximos versos.

“Cato, Matt e meu pai... Eles morreram, mais um para lista.”

Peguei aquele caderno e coloquei dentro da minha mochila, deixaria ele guardado comigo e entregaria para ela depois, eu não a abandonaria, eu não podia fazer isso, eu tinha que provar que era diferente, e eu iria.

Prometo por tudo que é mais sagrado, okay, assim fica gay, prometo que vou ter Clove de volta de uma maneira ou outra, dessa vez eu vou parar de ser estúpido.