Never Try to Give Up escrita por Luíza AD


Capítulo 4
Quarto


Notas iniciais do capítulo

Hello! Então, aproveita.



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– Não filha, a realidade é diferente. – sua mãe a encarou. – Você é linda, a garota mais linda que eu conheço.

– Mas eu sou a única garota que você conhece! – acusou Lynn, rindo. – Oras mãe, mesmo se eu passasse nesse troço, você sabe que eu desistiria, não sou o padrão daquela escola.

– Então por que... – sua mãe empurrou Lynn de leve. – Não cria outro padrão para a escola?

– Como?

– Seja você mesma! – Ângela voltou ao trabalho. – Seja a Lynn, trabalhadora e corajosa, que salva qualquer um por nada! Essa você maravilhosa que só eu conheço bem.

– Mas mãe! – a loira reclamou. – Aquele garoto, Nathaniel, ele não gostou de mim! E tinha garotas lá com os melhores currículos da França, e elas ainda eram lindas. Isso não é... Justo.

– Nada na vida é justo, Lynn. – os olhos de Ângela perderam o foco por alguns segundos. – Mas eu tenho fé em você.

Depois disso, as duas permaneceram em silêncio. A mãe de Lynn trabalhava com agilidade, e ela observava, perguntando-se por quanto tempo agüentaria trabalhar tanto assim. Suspirou, olhando no relógio dos fundos.

Quando Lynn voltou para o local de trabalho de sua mãe, havia um burburinho que não parava. Todas as pessoas que estavam trabalhando perto de Ângela tagarelavam sobre alguma notícia idiota.

– Mas ela é da parte sul, não é? – disse um homem, sorrindo com um misto de nervosismo e agitação.

– Sim, sim. – uma mulher de cabelos brancos respondeu, mostrando-se a líder das mulheres. – Passou ainda com a recomendação da diretora e do menino lá. Ele podia ter escolhido uma princesa, uma modelo internacional, uma atriz famosa ou uma garota com as melhores notas de todas. Mas não! Ele escolheu uma de nós!

– Meu Deus! – gritou outra. – Finalmente um pouco de valor para nós.

Lynn sentou em cima de uma mesa que estava perto. Aquela conversa parecia ser de alguma novela, ou filme. E como ela não queria estar desatualizada, ficou atenta a conversa.

– Qual o nome dela mesmo? – perguntou Ângela, mostrando-se presente na fofoca.

– Acho que era Denise. – alguém falou. – Não lembro. Ou será que era Lia?

– Lynn, seu idiota! – a mulher de cabelos brancos bateu na pessoa que falou. – Lynn Ângela foi o nome da garota que passou pro colégio Sweet Amoris.

Lynn quase desmaiou. Sentiu seu chão cair, e se não estivesse sentada na mesa, teria caído no chão, certamente. Sua mãe a olhou com os olhos arregalados e sorriu ao ver a reação de Lynn. Sua boca estava escancarada, os olhos arregalados de terror. Estava tremendo, e chorando de susto por ter ouvido seu nome.

– Isso... – Lynn chamou a mulher de cabelos brancos. – é verdade? Lynn é a escolhida?

– Sim, por que eu mentiria sobre isso? – ela riu. – Essa Lynn deve estar aos prantos agora. Ouvi dizer que ela é linda, a mais bonita de todas. Talvez seja um rumor, nunca se sabe.

– Será que ela namoraria comigo? – um dos caras disse, brincando.

– Agora é esperar. – disse outra mulher. – Essa Lynn tem que aparecer lá amanhã, aí todo o material e instrução vai ser dado para ela.

– Ei. – sua mãe estava ao seu lado o tempo todo? – Parabéns, viu só? Eu te disse que ia conseguir.

Parecia uma garotinha chorando no abraço de sua mãe. Agarrou uma parte da blusa de lã meio mofada dela e chorou. Tentava parar de chorar, mas quando tentava limpar as lágrimas, mais delas apareciam.

– Calma. – sua mãe riu. – Ninguém morreu. Vamos para casa. Quero conversar com você.

Lynn não percebeu que sua mãe também estava chorando. De orgulho. “Não acredito, não acredito! Como que eu passei? Minhas respostas ridículas, meu atrevimento com aquele garoto? Nada faz sentido nessa vida!” Pegaram um trem, mesmo sem ter comido nada de tarde, comida poderia esperar.

Aquela gangue não estava lá naquele dia, e Lynn se sentiu aliviada. Apesar da gangue não mexer com ela, Lynn tinha medo de andar sozinha pelos bairros. Era estranho, tudo lá era quieto demais, e deixava Lynn amedrontada.

– Surpresa? – Ângela perguntou, sentando no sofá.

– Ainda não acredito.

– Acredite. – sua mãe riu. – Mas você entende, não é? Que agora podemos ter um futuro melhor. Ligue para Chino, vamos lá! Você é oficialmente uma estudante de Sweet Amoris! Vamos arrumar umas roupas novas para você amanhã, não pode usar esses trapos na escola.

– Trapos? – Lynn olhou para sua calça surrada e suja, a blusa velha e usada, o all star sujo e apertado no pé de Lynn. – Mãe, eu vou para uma escola, não para um desfile.

– Mas você sabe que esse colégio é de elite! – Ângela replicou, sentindo-se feliz.

– Mãe, você também deve saber que eu não me importo com isso. – a loira balançou a cabeça, sentando no chão. – Se minha roupa fosse um saco de batatas eu não iria me importar!

– Amanhã iremos a alguma dessas lojas! – sua mãe colocou um tom imperativo na voz. – Por favor. Minha única filha que não gosta de sair, eu realmente mereço isso.

Não que não gostasse de comprar roupa, o problema é o dinheiro. Não gostava de gastá-lo em si mesma, poderia doar o dinheiro, ou só pagar as contas!

– Ângela! – reclamou Lynn. – Quantas vezes eu preciso dizer que EU, Lynn, prefiro pagar a casa! A CASA, falta pouca coisa para pagar!

– Não, não falta pouca coisa. – ela implorou. – Por favor, filha, a casa pode esperar. ISSO não pode. Seu pai aprovaria meu ato, por que você não?

– Isso já é golpe baixo!

– Lembra no seu aniversário quando ele comprou o celular mais caro e pagou até a alma por ele? – ela disse, tocando no ponto fraco de Lynn. – Ele queria que você tivesse um pouco de luxo, estou só fazendo o mesmo com você! Por favor, me deixe te mimar! Só um pouco, por favor, por favor, por favor, Lynn!

– Parece até que eu sou a mãe aqui. – Lynn riu, passando a mão pelos cabelos. –Tudo bem, mas só se eu gostar da roupa!

– Oba! – a ruiva correu de um lado para o outro comemorando, fazer Lynn revirar os olhos.

– O que tem para comer? – Lynn perguntou, revirando o armário. – Cereal no almoço, topa?

– Claro! – elas se sentaram e começaram a mastigar o cereal.

Lynn ainda estava sentindo-se mole. Seria tudo aquilo uma brincadeira de mau gosto? Suspirou, buscando conforto em outro lugar sem ser sua mente. Sua mãe avisou que tinha de voltar ao trabalho, deixando Lynn sem nada para fazer. Entrou no quarto de sua mãe, que estava igual à antes. “Agora sei por que ela dormia no sofá.” O quarto tinha cheiro de seu pai, a cama, tudo.

Tudo a fazia lembrar-se dele. Apesar de o quarto ser pequeno, o perfume dele ainda estava lá, e fotos estavam espalhadas. Saiu de lá antes que começasse a chorar.

Lynn sempre foi emotiva. Chorava por qualquer coisa, até se alguma coisa boa estivesse acontecendo, ela sempre estava lá, chorando. Markus sempre dizia: “Você é chorona igual a sua mãe, anda, enxuga essas lágrimas e vamos continuar.”.

Entrou no seu quarto e jogou suas roupas em cima da cama. “Pelo menos lá não é um internato”, pensou “posso voltar para casa todo dia”

Ela nunca teve muitas roupas, só algumas boas, que durava bastante tempo. Em cima da cama, estavam lá, três calças jeans, quatro blusas e um all star. O outro estava em seus pés, ainda. Os tirou e colocou junto das outras roupas.

Além dessas roupas, Lynn tinha uma calça folgada cinza, luvas pretas e uma blusa de frio. Essa era a roupa necessária para patinar. Seu pai conseguiu a calça em um bazar, a blusa de frio era dela fazia quase cinco anos, mas... Não tinha crescido muito, então ainda podia usá-la. E as luvas eram de sua mãe, que foi passada para ela.

Abriu sua mochila, que teve de comprar para colocar as coisas, lá vendiam bolsas, mas além de ser mais caras, rasgavam fácil e não cabiam muitas coisas. Colocou a calça folgada, as luvas e a blusa dentro da mochila e se jogou na cama. Seu estômago estava se revirando cada vez em que pensava colocar os pés no gelo de novo. Era incrivelmente estranho. Escovou os dentes e deitou na cama. Sabia que nunca ia conseguir jantar, ou colocar alguma coisa para dentro com tudo aquilo acontecendo.

– Por favor, - pediu. – quando eu acordar, nada disso seja um sonho.

E dormiu.

– LYNN! – sua mãe gritou, fazendo-a cair da cama.

– O que houve?! – gritou, correndo até o quarto.

– Pensei que você não ia acordar nunca. – percebeu sua mãe arrumada, como se fosse sair para um encontro. – Anda, se arruma você prometeu que a gente ia comprar alguma coisa. Anda, vamos!

Duas horas depois de dito aquilo, lá estava Ângela e Lynn, andando pelo centro como duas idiotas, procurando alguma loja de roupas normais.

– Parece que todo mundo aqui gosta de usar roupas estranhas! – reclamou Ângela.

– Mãe, são lindas essas roupas. – Lynn revirou os olhos. – Mas não é o meu estilo roupas vitorianas, apesar de eu morrer de inveja de quem consegue desenhar esses modelos tão lindos.

– Quem usa isso? – sua mãe, cética, a perguntou.

– Lysandre. – a loira respondeu rapidamente.

– Quem é esse?

– É... – pensou. Ele não era seu amigo, nem alguém próximo, só se apresentaram um para o outro, apesar de sua ‘apresentação’ ser bastante atrevida. – uma pessoa que eu conheci, mas ele não é meu amigo, nem um conhecido.

– Ele é gato? – Lynn riu com o atrevimento de sua mãe. – Que foi? Preciso saber o tipo de garotos minha filha está conhecendo!

Lynn revirou os olhos e entrou em outra loja, deixando sua mãe falando sozinha. Olhou para tudo de lá, e talvez... Só talvez, havia algumas roupas que Lynn poderia gostar.

– Olá! – a loira quase caiu no chão de susto. – Posso ajudar você?

“O centro é o lugar de garotos bonitos? Isso só pode ser brincadeira!”

– Não sei. – Lynn desviou os olhos do garoto. Era alto, com cabelos negros.

– Você veio aqui e não sabe? – ele riu. – Nós vendemos modelos de época aqui.

– Ah. – foi o único som que Lynn conseguiu emitir. – Eu queria ver alguns modelos de calça, ou blusa, se você pudesse me mostrar. Ou não.

– Claro. – ela o seguiu. – Temos esse tipo, ou esse.

Os dois eram bons, e o preço consideravelmente bom, não era sua alma, mas poderia comprar. Lynn os observou.

– Qual o seu tamanho? – o garoto perguntou.

– Tamanho? – Lynn olhou para sua cintura. – Como assim, tamanho?

– Você não sabe suas medidas? – Lynn fez ‘não’, com a cabeça. – Ainda bem que a Rosa não está aqui hoje. – ele disse, puxando uma fita métrica.

Ela queria perguntar muitas coisas. Talvez “Quem é Rosa?” ou “Por que a fita métrica?” Mas não pôde dizer nada, ele a mediu. Mediu seu busto, deixando-a sem jeito e vermelha. Também mediu seu quadril.

– Me desculpe pelo jeito, eu realmente sinto muito por isso. – ele respondeu, um pouco embaraçado. – Só estou com pressa hoje.

– Hoje é algum dia especial? – Lynn perguntou, ignorando o fato de estar corada.

– Aniversário de três anos de namoro. – ele suspirou, deixando o nervosismo transparecer.

– Você preparou alguma coisa para ela? – ela indagou, olhando ele escolher algumas roupas, depois mudar de idéia e procurar outras.

– Sim. – o moreno respondeu. – Mas é surpresa. Ah, sim. Meu nome é Leight, e o seu?

“Leight? Que nome diferente.”

– O meu é Lynn. – apertaram as mãos. – Prazer em te conhecer.

– Lynn? – Leight colocou as mãos no cabelo. – Tipo, Lynn Ângela? A nova estudante?

– Sim. – Lynn revirou os olhos. – Prefiro somente Lynn, a garota que não precisa de rótulos.

– Oh, desculpe. – ele pegou uma saia. – Gosta?

– Saias? – Lynn reprovou. – Não fazem meu estilo. “Como se eu tivesse isso.”

– Tudo bem. – ele respirou, provavelmente irritado demais para falar alguma coisa. – Você gostou de alguma coisa?

– Na verdade, - Lynn olhou para os fundos da loja. – Você vende aquilo ali?

– Ah, sim. – ele a olhou dos pés a cabeça. – Mas ninguém quer aquelas roupas, são as mais antigas.

– Se servirem em mim, eu levo. – Lynn mostrou um cartão de crédito, fazendo Leight ir buscar as roupas.

As roupas que Lynn pediu, eram simplesmente sete calças jeans em promoção, quatro blusas e duas sapatilhas, tudo em promoção. Provou todas as roupas, o que ocupou sua manhã toda, e quando estava pagando, sua mãe reapareceu.

– Cansada de ficar longe de mim? – Lynn perguntou, sorrindo ironicamente.

– Eu estava trabalhando, Lynn. – sua mãe respondeu, olhando as roupas que Lynn escolheu, respirando fundo. – Pelo menos escolheu bem, não preciso intervir.

– Pronto, aqui está. – Leight entregou a Lynn o pacote com as roupas. – Boa sorte na escola, espero que tenha sorte e caia na sala da Rosa, ela adora fazer amizades.

– Obrigada. – Lynn e Ângela saíram da loja, mas agora tinham agora outro destino. Sweet Amoris.


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Notas finais do capítulo

Não me batam, no próximo ela já vai estar na escola e conhecer os meninos :x
Ah, quem quer adivinhar quem é a Rosa? [risos] Todo garoto bonito tem namorada, a Lynn merece isso? :c não.

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