Forbidden Romance escrita por Madame Niklaus Kurayami


Capítulo 11
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Heey!
Tudo na boa?
Então.. não postei antes por causa das provas, e também porque estava travada e agora além de destravada estou inspirada em outra fic *-* ! Aproveitem esse capítulo :)



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(SARA)

Acordo com o barulho do celular. Vejo que Emily ainda dorme e levanto da cama, corro até o outro cômodo. Nem havia percebido que fui dormir no quarto de Em.

Pego o celular.

– Alô? – digo sem ver quem esta ligando.

Uma respiração lenta, e alguém limpa a garganta.

– Sara. – ele diz e eu preciso me sentar, faz muito tempo.

– Pai? – digo incerta mas certa de que é ele.

Tiro o celular e olho o número, é mesmo ele.

– Sim, como vocês estão? – ele pergunta referindo-se à mim e a Emily.

– Muito bem. – nem um pouco bem. Minha voz se compara a dele, calma e fria. – E o senhor?

– Estou bem sim. – ele limpa a garganta de novo. – Estou voando para Portland, tenho uma reunião logo cedo e queria almoçar com minha filha, já fiz as reservas e minha secretária irá te passar o endereço do restaurante.

– É claro. – respondo. – Bom, até mais então.

– Até. – ele diz e desliga.

Deixo o celular cair no chão.

Pego uma toalha e vou para o banho, ligo o chuveiro no quente e água encharca primeiros meus cabelos e depois o resto do corpo.

Faz muito tempo, desde que minha mãe morreu.

Eu havia visto ele no enterro e o vi chorar, ali eu vi meu herói cair aos prantos e ali eu também cai. Então tudo mudou, meu pai virou um homem frio que só vivia para o trabalho e nas poucas vezes que o via em casa ele evitava me olhar e me dirigir a palavra.

Um dia ouvi uma conversa dele e de minha tia Katherina. Ela o havia questionado sobre o porquê não conversar comigo ou ter qualquer contato e ele respondeu que eu era a cópia dela. Que era incapaz de conviver com uma lembrança. Foi ai que eu passei pela minha segunda morte, meu coração ainda não curado foi despedaçado. Essa foi uma das razões para a Inglaterra, naquela época parecia que tudo iria ficar bem e que ali eu talvez vivesse de novo.

Em todos esses anos eu só o vi em fotos nas revistas como o empresário bem sucedido, as poucas e rápidas conversar eram comumente sem emoção e por insistência de Katherina. E hoje vou ver-lo.

Enrolada na toalha vou até meu quarto e pego o celular no chão. Coloco no viva voz e começo a secar o cabelo.

– Bom dia querida. – a voz da minha tia preenche o espaço. – Como esta tudo? Não se apegou aos costumes americanos né?

– Bom dia titia. – digo sorrindo, enrolo uma toalha no cabelo e começo a me trocar. – Estamos bem, você tem que parar de falar mal do seu próprio país sabe... mas como estão as coisas em Cardiff?

– Maravilhosamente bem, o restaurante nunca recebeu tantos turistas. – ela diz animada. – E ao contrário minha querida, eu amo meu país à Inglaterra.

Balanço a cabeça sorrindo.

– Vou almoçar com meu pai hoje. – digo sem emoção.

Ela parece parar para assimilar a notícia.

– Entendo.. – diz e ouço-a sovando massa. – Espero que dê tudo certo querida.

– Bom, não tenho o que esperar. – digo e abro o armário. – Vou desligar, eu te amo tia.

– Eu também minha querida. – ela diz e a ligação acabada.

Solto um suspiro e visto o roupão.

Na cozinha faço um café forte e algumas panquecas, não pra mim e sim para Emily que vai precisar ter o café reforçado. Assim que acabo ela chega, esta com uma cara mais que horrível e a roupa do dia anterior ainda no corpo, não consegui ter forças para dar banho em uma pessoa desacordada.

– Anotou a placa do caminhão que te atropelou amiga? – pergunto e coloco as coisas na mesa.

– Sem graça, estou me sentindo péssima. – ela diz com a voz fraca. – O que raios aconteceu ontem?

Me viro e a encaro, essa pequena perda de memória é efeito do êxtase. Solto um suspiro e indico a mesa, ela se senta e eu também.

– É uma longa história. – digo pausadamente.

– Só conte devagar. – ela diz e pega a xícara de café, beberica um pouco e faz cara feia. – Deuses isso aqui esta forte.

– É exatamente disso que você precisa. – digo.

Conto que foi para a festa sem mim e que não consegui ir, deixo totalmente de fora a presença de Taylor e resolvo dizer que eu a procurei e que chamei um médico logo depois para examinar-la. Emily ouve tudo com uma expressão de choque enquanto acaba com o café e as panquecas, quando finalmente acabo ela cobre o rosto com as mãos.

– Isso foi terrível. – ela diz e começa a chorar. – Eu não podia ter feito isso, eu fui pro hotel com um cara que nem conhecia... tão burra.

Levanto e vou pro seu lado, abraço Emily.

– Não vou dizer que isso não foi idiotice, porquê foi e poderia ter acontecido coisa pior. – digo limpando suas lágrimas. – Mas, olha não aconteceu e você não pode reparar a noite de ontem dizendo que foi burra e que foi culpa sua, Emily você esta aqui e esta bem.

Ela me devolve o abraço.

– Você me salvou. – ela diz.

– Sim, e faria isso quantas vezes fosse possível. – digo. – E agora eu quero que me prometa que vai se cuidar quando eu não estiver por perto, que não vai jogar seu juízo fora. Promete?

– Sim, eu prometo. – ela diz assentindo e limpando as lágrimas.

Meia hora depois estou arrumada, coloquei uma bota de salto, calças azuis e uma camisa soltinha. Pego meu telefone e vejo que tem uma nova mensagem no meu e-mail, é o endereço do tal restaurante. Dou risada quando noto que já estive lá antes. Isso só pode ser o destino, desgraçado.

Mando uma mensagem para Dustin falando que vou chegar atrasada na livraria. Ele me responde rapidamente com um “OK!” e carinhas felizes e algumas tristes, dou risada.

– Ei eu posso ficar se quiser. – digo para Emily que esta deitada no sofá, ela acabou de botar pra fora o café da manhã e esta com um péssimo humor, típico de uma bela ressaca.

– Não, tudo bem. – ela diz e boceja. – É seu pai e sei o quanto é importante, tentem não se matar e diga que mandei lembranças.

– Claro. – respondo. – Mande mensagens o tempo inteiro ok?

– Hrum. – ela diz e se volta para a TV.

Chego ao local e logo vejo a mesa. Ele esta ali.

Seu cabelo castanho com alguns fios claros para trás, sua barba bem feita e seus dedos ágeis mexem no celular. Checo o relógio, chego atrasada assim como previsto, sei o quanto impaciente ele deve estar.

– Posso ajudar? – alguém pergunta.

– O Sr. Jackson. – digo e o homem arqueia as sobrancelhas, se apressa em me levar a mesa.

Meu pai me vê e se levanta, agora mais perto percebo as linhas de expressão. Grande parte da minha estética veio da minha mãe, mas meu pai sempre foi o cara que mexia com a cabeça das mulheres e agora percebo que isso não mudou.

– Sara. – ele diz, me olha como se nunca tivesse me visto antes. – Já faz tempo.

– É sim, já faz um tempinho. – ironizo e me sento na cadeira que ele puxou para mim. – Devo chamar-lo de Sr. Jackson ou pai?

Ele não deixa transparecer a surpresa mas sei que ficou, seus olhos cerram.

– Tomei a liberdade de pedir nosso almoço, espero que você aprecie o peixe filha. – sinto que fui respondida, sorrio e ao mesmo tempo pasmo ao perceber que ele sabe da minha comida favorita, sempre adorei peixe.

– Não duvido da sua escolha pai. – digo no mesmo tom de duelo.

(TAYLOR)

– Tem certeza? – Natalie diz pela segunda vez naquele dia. – Não é nenhuma mulher?

– Tenho certeza. – digo pra ela.

Natalie é minha irmã mais velha, que no momento discursa sobre meu humor. Ela se levanta e chama o marido, Daniel vem com Alissa no colo. Minha sobrinha parece uma obra abstrata depois de ter comido.

– Olha bem pra ele, isso ai é coisa de mulher né? – ela pergunta me olhando como se fosse um experimento.

Daniel olha dela para mim, acho que faço cara de suplica pois ele pigarreia.

– Nem é amor, deixa teu irmão em paz. – ele diz e entrega Alissa aos seus braços. – A mulher que o deixou assim já o esta importunando bastante.

Mostro o dedo do meio e ele dá risada ao sair da sala. Viro meu drink.

– É sério vão procurar o que fazer, ter outro filho ou sei lá. – digo e saio em direção ao quintal.

O dia esta ensolarado demais pra ser verdade, sei que vai cair uma bela de uma tempestade. Ou talvez só seja meu humor azedo.

Ela.

A única coisa, nome, rosto que povoa meus pensamentos. Suas lágrimas e sua frieza foram como um tiro no estomago, o pior é saber que eu sou a causa e com razão. Até eu tenho que admitir que fui um canalha.

– Idiota. – murmuro pro nada.

Sento nos degraus e suspiro. Só me senti tão lixo assim quando minha ex mulher me traiu, coisa que não é nem um pouco agradável de se lembrar, e ai de repente baixa uma nuvem negra em Portland que traz consigo Sara Morgan e ela é a causa do meu sono mau dormido, das minhas preocupações mais recentes e da minha ereção matinal.

Levanto e olho pro céu. Se meu pai ainda estivesse vivo ele me daria um chute e depois um abraço dizendo que eu tinha de correr atrás daquilo que eu quero. Só que ele não esta vivo.

– Algum sinal? – pergunto olhando pro céu na esperança de algum milagre ou experiência com et’s funcionar. Pro meu completo azar começa a chover, arqueio a sobrancelha. – Não era bem isso.

Volto para dentro.

Meu celular apita com mensagem. Pego e vejo a mensagem de Chris, ele diz que a garota que eu estava comendo com os olhos esta em seu restaurante. Sara, quase derrubo o celular quando chega outra mensagem com um anexo.

Minha mão se fecha no celular, a foto.

Sara e mais um homem, aparentemente mais velho que eu. Uma onde de adrenalina percorre minha espinha e sinto um súbito desejo de homem das cavernas.

(SARA)

Faz mais de trinta minutos que meu pai não voltou.

Estava tudo na básica tensão quando seu celular começou a tocar e ele pediu licença. Vejo que ele esta voltando e abotoa o terno, espero que esse almoço acabe logo.

– Me desculpe por isso querida. – ele diz num tom elegante, levanta o olhar e percebo que tem algo a dizer.

– Não por isso. – volto a olhar para a torta no meu prato, incrível que ele se lembre de que é minha preferida. – Problemas?

– Na verdade longe disso. – ele diz fazendo uma pausa e tomando um pouco de seu vinho. – É uma comemoração de inauguração do prédio da empresa, aliás isso me lembrou um pedido que quero fazer.

Paro de comer e o encaro.

– Sobre? – pergunto tentando mascarar minha curiosidade.

– A comemoração é um baile, e seria fascinante que a filha do dono da empresa aparecesse. – ele diz aquilo sem tirar o olhar do meu, esse gesto fez dele o empresário famoso que é hoje.

Fico um tempo só olhando seu rosto, tentando enxergar através de sua máscara algum mínimo sinal de culpa ou remorso por ter me abandonado.

– E por que eu iria? – pergunto, noto que ele levanta a sobrancelha. – Mamãe sempre odiou esses eventos.

Toquei na ferida e pude ver o efeito quando ele estreitou os olhos e os lábios em uma linha fina. Percebi meus próprios punhos cerrados.

– Não, realmente ela não gostava. – ele disse e pude perceber a força de vontade em sua voz. – Mas seria como um favor.

– Um favor? Por que eu faria um favor pra você? – deixei transparecer a surpresa e raiva na voz.

– Você vai entender. – ele diz e pede a conta.

Não diz nada e eu também não pergunto. Ao sairmos ele para e gesticula para o carro ao lado do seu.

– Penso que essa cor combina com você. – ele diz entrando em seu carro e me jogando uma chave. – Te mando o endereço.

Observo pasma o carro se distanciar, me viro para ver o meu carro. Um Veloster cinza. Entro no carro e o ligo, é incrível dirigir algo assim.

Suspiro ainda nervosa, ele sabia que eu ia reclamar de algum jeito e agora terei de ir pra porcaria de um baile.

Em pouco tempo chego em casa.

Abro a porta de um jeito nada delicado.

– Deuses garota. – Emily diz com a coberta na frente do corpo. – Que merda aconteceu? O restaurante ainda esta inteiro?

Vou direto pra cozinha e pego uma garrafa d’água, tomo a metade em um gole.

– Sara? – Emily sai do sofá.

– Estou bem, ótima na verdade. – digo e coloco a garrafa no balcão. – Se arrume, vamos sair.

Entro direto no meu quarto e substituo o salto por um tênis.

Ligo pra minha tia.

– Você sabia. – digo.

– Ah.. então você já ganhou. – ela diz num tom meio envergonhado. – Bom, pense na utilidade de um carro.

– Pense que agora eu terei de ir em um baile idiota. – digo calçando o tênis.

– Sara pare de reclamar tanto, você gostou e sabe disso. – ela diz e desliga.

– Saco. – murmuro.

Saio do quarto e vejo Emily já pronta.

– Olha eu estou de ressaca, é bom que me explique a nossa saída. – ela diz passando os dedos nos cabelos loiros.

– Compras. – digo e ela me responde com um sorriso.

Explico um resumo do que aconteceu no elevador, saímos e vamos para a garagem onde o carro esta.

– Uau. – ela diz olhando pro carro. – Tem de dar um nome pra ele, ah tem sim.

– Não tenho não. – imito seu tom de voz.


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Notas finais do capítulo

Ficou bom? Não??
Pois bem, não vou postar mais cedo por causa das provas! Fiquem com sua divindade favorita e até mais :)



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