Mantendo O Equilíbrio - Finale escrita por Alexis terminando a história


Capítulo 154
Capítulo 153


Notas iniciais do capítulo

HORA DE TOCAR ELLIE GOULDING!
Hora de repensar alguns planos, cuidados-mor e a própria sanidade.
E hora de sacar quem é o Mister Box da parada!



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Ellie Goulding – Starry Eyed

 

Sabe quando você acorda de um sonho sabendo EXATAMENTE os pontos do dia que o cérebro ligou? Vinha tendo tantos sonhos ruins que me impressiono com um sonho bom. Ainda mais pelo seu teor completamente arrebatador.

Que mistura intensa foi dessa vez, penso, levantando as sobrancelhas tão alto pra poder mandar esse recado extraoficial ao meu próprio órgão pensante.

Acontece que ele juntou a música Starry Eyed da Ellie, de estreita pegação, com a fala de mamãe sobre minha relação com o Vinícius e todo um sentimento de “coisa proibida”. O novo apelido do namorado, “Mister Box”, que eu lhe disse ser um bom trocadilho com Matchbox, também fez um efeito danado.

Porque tive um sonho bem vívido com ele. Um sonho quente. Desses que deixa a gente de coração saltitante e toda acesa do nada plena manhã e tendo que olhar não sei com que cara para toda a família. Porque hoje tem almoço na casa do seu Júlio.

As imagens voltam outra vez quando afundo a cabeça no travesseiro não querendo levantar. Sei que estávamos fugindo. Fomos para o telhado da casa dele. De lá, nos vi na rampa da faculdade, com o Vinícius me puxando pela mão, que era para correr, que não nos pegariam. Era de noite. Nos escondemos na sombra longa de uma mureta. Nesse canto ele me segurava pelo rosto e me roubava uns beijos, desses que mal deixa a gente respirar. Depois tínhamos que correr.

De algum modo fomos parar no velho casarão, onde tivemos o nosso primeiro beijo oficial. Lá, subimos as escadas correndo. Chegamos sem fôlego ao topo, a última sala, onde adentramos, um local também escuro e que eu me sentia vigiada. Dizia a ele que não era um bom lugar. Mas ele me interrompeu novamente com beijos ousados, daqueles que as pernas mal se sustentam de tão moles e entregues que ficam.

 

Next thing, we’re touching

You look at me, it’s like you hit me with lightning

Num próximo passo, estamos nos tocando

Você olha pra mim e é como se me atingisse com um raio

 

Vini me puxava para ele mais e mais e eu o interrompia, preocupada de que nos achariam. Então ele dizia: “deixa que achem, deixa que vejam”. E aí me levantava na parede com uma profunda paixão que eu me perdia e me entregava totalmente à paixão.

 

Next thing, we’re touching

Next thing, we’re touching

Next thing, we’re touching

Next thing, we’re touching

Next thing, we’re touchiiiing

Num próximo passo, estamos nos tocando

Num próximo passo, estamos nos tocando

Num próximo passo, estamos nos tocando

Num próximo passo, estamos nos tocando

Num próximo passo, estamos nos tocaaaaando

 

O mais doido é que eu sentia seu toque ao meu corpo e ao mesmo tempo assistia à cena como se eu visse um filme, a câmera girando no modo 360°, nos rodeando. Como seria possível, não sei.

E daí que ouvimos uma porta bater. Quer dizer, eu ouvi uma porta (?) bater em casa e acordei num pulo, desnorteada no mundo real. Só no processo de me localizar e entender o que aconteceu que entendi as ligações uau da minha cabeça.

Seria um presente depois de tanto inferno? Até de xuxu o Vinícius me chamou no sonho e eu nem reclamei.

Isso porque quando me contava sobre a sua confraternização, num restaurante próximo da faculdade, confessou o mico que passou lá. Estava na entrada conversando com os colegas quando Suzanna apareceu, escorregou e se apoiou justo nele. Mais precisamente na sua bermuda, que foi aos pés conforme ela puxou ao cair no chão, revelando sua cueca box preta. Daí surgiu o apelido de “Mister Box”, que revelou, todo sem graça. E eu disse que não ia contar pra ninguém.

O namorado então soltou a pérola:

— Que bom, xuxu.

Me afastei na mesma hora, sobressaltada.

— É O QUE, VINI?

Ele abriu um sorriso mais bobo ainda, todo sacana.

— Tava te testando.

— Se testar mais uma vez, eu dou meus pulos pra levantar e te escorraçar daqui.

— Faria isso com seu namorado apaixonado?

— Faria de boa. Xuxu não, xuxu é demais. De onde veio isso?

— A Suzanna mandou um abraço pra você, desejando melhoras. Só que ela falou xuxu se referindo a você e eu disse que apostava que você me largava se eu falasse uma coisa dessas.

— Ainda bem que tu me conhece.

— E amo conhecer cada vez mais.

Eu sabia que meu cérebro era poderoso, mas fazer essas conexões todas num mesmo paralelo, fora todo apelo ardente, sei nem o que dizer ou o que fazer.

Como que sai da cama depois dessa? Minha respiração tá entregando muita coisa.

Acho que aquele papo ontem de gerar bebês também me deixou toda desconcertada – toda vez deixa. O que me lembra de certo papo pendente que tenho de sinalizar e discutir com o namorado.

Acordar desse jeito, contudo, me faz nem querer tocar no assunto. Tenho é que tentar passar despercebida. Um bom banho talvez ajude.

Aí lembro que ainda não tomo banho sozinha. Vou ter que me virar com muitas respiradas e água fria no rosto. Daria pra improvisar um banho na pia do banheiro assim?

É, eu tô doida nesse nível.

Meu próprio cérebro aprontando gostoso comigo.

 

~;~

 

Quando finalmente me sinto decente pra encarar o mundo e afastar as imagens do sonho avassalador, sigo a passos lentos para a sala. Topo com a criatura parada do lado da mesa de estudos, piscando loucamente os olhos, incomodado.

— Mu?

— É que... Ahrg. Tem um olho no meu...

— Quê?

— Tem um cabelo no meu olho.

Isso meio que desbloqueia uma memória não tão recente. Estava na casa da Flávia me preparando para uma bateria de provas quando Gui soltou uma pérola semelhante. Disse “tem mato nesse cachorro”.

Foi também um dia que conversamos sobre fatos escusos que ele tentava adivinhar. Sobre as respostas que eu tinha sobre Sávio e não poderia revelar ao momento.

Ao passo que Murilo passa por mim coçando o olho, não deixo de encarar a janela da sala, onde mamãe deixou a muda de girassol para pegar bastante luz solar pelas manhãs. Só havia dito a ela que havia ganhado de presente.

Sou interrompida então por dona Helena, que me encontra por ali, ela vindo da dispensa:

— Já de pé? Tá muito cedo.

— Quão cedo?

— Vai dar 8h ainda.

Ainda por cima acordo cedo num domingo. Esqueci de olhar o celular.

— Tô com um pouco de fome e achei melhor vir andando pra não atrapalhar ninguém.

O que não é de todo mentira.

— Acabei de passar um café. Chega de café instantâneo, né?

— Às vezes a gente passa, mas... Nem sempre dá.

— Seu irmão parece mais organizado agora. Os horários dele também estão mudando. Eu não gostava muito dessa história de plantão.

— Era o que ele tinha no momento, né. E o Murilo AMA o trabalho dele. Acho que nunca o vi tão centrado em algo como ele é com o serviço. Ele apronta, mas é apaixonado por esse universo.

Eu sei que muito desse interesse invicto veio de uma preocupação por minha relação com trovões, mas acho bonito que ele foi tão além.

Sento à mesa e mamãe prepara meus utensílios.

— Seu irmão deu mesmo pra isso, né? Quando foi prestar o vestibular pra Geografia, nem eu nem seu pai entendemos muito bem a escolha dele. E ele nem nos avisou, sabia?

— Não?

— Descobrimos por acaso quando a escola ligou para parabenizá-lo por passar no vestibular. Até fui atrás do jornal. Por incrível que pareça, procurei o nome dele em outros cursos, como Direito, Administração e até Jornalismo!

— Caramba!

Pela nossa diferença de idade, eu devia ter uns 11 anos quando isso aconteceu. Estava no ensino fundamental ainda.

— Pensamos até que tinha sido um erro. Depois, consideramos até ser uma pegadinha. Mas aí ele sentou com a gente e falou a verdade. Queria experimentar essa área. Pelo menos por um semestre e ver se daria certo. Seu pai não gostou muito dessa ideia.

Outra vez chocada, só fico de sobrancelhas em pé. Mamãe segue, me servindo.

— Acho que porque não conhecíamos muito sobre o curso ou que profissão o Murilo poderia seguir. Geralmente os alunos se amontoam nos cursos mais clássicos. Nessa época eu nem trabalhava em escola ainda e também não tinha muitas noções sobre os testes de vocação. Trabalhava mais com crianças.

— O que fez o papai mudar de ideia?

— O Murilo disse o que o motivou.

Me encolho um pouco em mim mesma, embora não devesse.

— A minha relação com trovões.

Com o café esfumaçando abaixo de mim, mamãe se volta para a geladeira para pegar o pão e outras coisas mais.

— Sim. Ficamos orgulhosos e preocupados na mesma medida. Não queríamos que tentasse resolver algo que não estava no alcance dele. Havia outras formas. Mas... Ele parecia realmente encantado com o estudo do tempo. Mostrou suas pesquisas da área. Ver ele aplicado assim mudou nossa opinião. Ficamos acertados de experimentar esse semestre. Vê-lo hoje tão realizado na profissão nos dá muito orgulho. Foi a decisão certa.

Ao enfim se sentar, tão satisfeita pelo final feliz de meu irmão, me questiono sobre o meu final feliz. Quer dizer, profissionalmente. Não saberia dizer o que seria daqui pra frente.

— O que foi, filha?

— É só que... Sei lá. Gosto de Administração e vejo sentido nas coisas, mas não tenho uma verdadeira paixão assim.

— Mas você ama o que faz? Ou como faz?

Pego o pão e encaro-o, apesar de me deter a outro fato.

— Não sei mais dizer se amo, sei dizer que sei o que tô fazendo.

— Não precisa ser uma paixão sempre. Esse foi o jeito do Murilo, não quer dizer que tenha que ser o seu também. Muitas coisas, aliás, só vamos descobrindo no caminho. Murilo experimentou esse curso e poderia não ter dado certo. E tudo bem.

— Acho que só tô receosa com o fim da faculdade. E com o fato de que não sei no que quero me especializar.

— Tudo bem não saber agora. Tem tempo.

Quero essa tranquilidade de minha mãe para as decisões que tenho de logo tomar.

— Ai, mãe, não sei nem o que abordar na monografia. E eu já devia saber pelo menos o tema. Djane que vai me orientar.

— Ela sabe dos seus receios?

Como o Murilo, mamãe belisca um pouco do pão e queijo à mesa, distraída.

— Uhum. Disse que é muito comum também. E que vai me passar umas pesquisas pra afunilar os meus interesses. Ver o que podemos fazer.

— Parece um bom plano. E sendo orientada por Djane, eu confio. Você também poderia confiar um pouco mais. Confiar mais em si e ver mais do seu próprio potencial.

— Acho que só não tenho bem a noção das minhas ambições, sabe? Só fui seguindo o caminho natural das coisas conforme foram se apresentando. Escola, faculdade, trabalho. Tenho um emprego. Mas sinto que não tenho uma profissão de fato.

O curioso é que passei anos me reafirmando em Administração e agora tenho tido essas... Dúvidas. Até mesmo Djane perguntava, de brincadeira, se eu era mesmo de Administração, pois me daria bem em Psicologia. Na minha cabeça, era mais fácil eu saber de leis do que de... sei lá, coisas psicológicas. Apesar de gostar de ajudar as pessoas, como o meu coração dizia para fazer, Administração parecia ter mais a ver comigo quando decidi pelo curso. Envolvia números e pessoas.

Agora só não sei o que fazer com esses números e essas pessoas. Uma incógnita diferente. Beberico um pouco do café quente pra ver se a cafeína bate no ponto certo do cérebro, como se fosse disso que precisasse.

— Você tem uma profissão, só ainda não sentiu de fato. Mas vai acontecer alguma hora.

— Será mesmo?

— Vai sim. E quando sentir, tudo vai fazer sentido. Como você disse, você sabe o que tá fazendo quando faz o que precisa fazer.

Foram muitas variações do verbo “fazer”, mas entendo o que ela quer dizer.

— E Administração trata muito disso, não é? Sobre prestar atenção aos detalhes, organizar, ter noção dos recursos, o que fazer com eles, entender a logística deles. Colocar isso tudo em ação com maestria e fazer funcionar da melhor forma. Isso tenho certeza que você sabe muito bem.

É, acho que sei sim.

— Obrigada por isso, mãe. E pelo café também.

— Tá muito bom, não está?

— Tá sim.

Com um gostinho de cuidado-mor.

 

~;~

 

O dia estava com um calor diferente – não aquele tipo de calor que me acordou logo cedo, mas algo que pedia definitivamente por uma roupa mais leve. Optei por um vestido bem soltinho e, por coincidência, branco (não aquele que faz eu parecer uma enfermeira), que tem um elástico que marca a cintura. Escolhi a peça também para facilitar a hora de vestir e sair, pois mesmo um conjuntinho de short e blusa poderia ser incômodo ainda estando com materiais ortopédicos.

Enquanto me vestia, me perguntava de onde ou o porquê de tantos vestidos brancos no meu guarda-roupa, não tinha percebido isso até então. A outra coincidência é que Iara comenta isso quando me recebe ainda na varanda da casa de seu Júlio.

— Você gosta mesmo dessa cor para vestidos, né?

— Pelo que parece, sim. Tava encarando minhas roupas hoje com essa mesma questão.

— Vai vestir branco no ano novo também?

— Sabe que ainda nem sei? Mal sei o dia de hoje.

Me arrasto com ela e a muleta para a sala, já que tô proibida de ser carregada. É para que eu possa manter os músculos e articulações em atividade. Um pouco chato, mas tô tentando não reclamar mais – embora tenha demorado uma vida tão longa para chegar à varanda que nem mamãe ou Murilo me esperaram para entrar. Deixei que fossem logo ir ver o vô-sogro, porque nossa mãe estava louca para revê-lo – a primeira e única vez que o viu foi também na situação de ele ir visitar o Murilo adoentado na casa de Djane.

Comento com Iara que mamãe também estava doida para rever meu sogrinho, vulgo Filipe.

— E ele também. Mas só vai poder vir mais tarde, porque fim de ano significa caos total na empresa, ainda mais com o fato de... é, o Sérgio foi demitido.

— E tu só me fala isso agora, criatura?

— Não quero falar de coisa ruim num bom dia como esse, Lena.

— Significa que vocês conseguiram as provas ao menos?

— Significa. Temos imagens dele na minha sala e a câmera do corredor deu pra captar ele mexendo no meu computador. Bate com a data daquele documento que ele alterou.

— Como o Filipe reagiu?

— Acho que nunca vi ele se segurar tanto pra não trucidar alguém. Até que foi bem ponderado de fazer as coisas, porque fez reunião de emergência com os outros executivos e entraram num consenso. Não dava pra confiar no Sérgio como profissional dentro da empresa. Só que isso meio que abriu um buraco no setor e papai tá tentando segurar as pontas.

— Como pai, aposto que ele prefere perder os cabelos para segurar essa barra corporativa do que ter que encarar aquele patife na equipe.

Iara se joga ao sofá ao meu lado assim que consigo cair e me ajeitar lá.

— Bem isso. Daí ele não vem pro almoço de hoje. Massssss... ele vai aprontar uma com o vô-Júlio que não posso revelar agora. Só digo que você vai descobrir no Natal.

Fico um pouco aérea com essa, ainda mais pela mudança de sua expressão, de fatigada pela história de Sérgio para uma total traquina que sabe de... coisas. Além disso, como vou descobrir no Natal?

— No Natal?

— É, vocês vão passar aqui, né? Ai, tô TÃO animada!

Pisco os olhos a processar a informação que vai e volta no cérebro e nada faz sentido. Quer dizer... A gente vai passar o Natal aqui? Aqui na cidade? Aqui na casa de seu Júlio? A gente quem? Como assim?

— O que foi? Não vem me dizer que não quer comemorar o Natal, porque eu te arranco daquela casa. Tenho escudeiros pra isso também.

— Não é isso, eu só... Ando tão sei lá que tinha esquecido do Natal. Tipo, sei que tá bem próximo e tal, mas na minha cabeça eu ainda ia pegar estrada?

Ao que parece, cheguei nesse nível de caos mental.

— Viajar com esse pé, Mi? Tá doida?

— Sei lá, ninguém me falou nada disso. Nem pra confirmar, nem pra... nem pra desfazer nada. Já tinha preparado tanta coisa antes de... antes do incidente.

Coço a cabeça, realmente perdida nessa.

Nessa hora, mamãe, toda serelepe, aparece à sala vindo dos quartos. Pelo jeito, já tinha sido contagiada pelo seu Júlio. Ou melhor, se mancomunado com aquele senhorzinho de quem tanto falamos. Aproveito que ela passa por trás do sofá e lanço a pergunta:

— Mãe, como vai ser o Natal?

— Como assim, como vai ser o Natal?

Ela para antes de chegar à copa e se vira para nós com um olhar duvidoso. Esclareço... ou confundo as coisas:

— Pensei que iríamos viajar.

— Viajar? Como viajar, Milena? A véspera já é amanhã.

JÁ?

Olho de minha mãe para Iara, de Iara risonha para minha mãe questionando minha sanidade, da mesma maneira que Djane questionou a minha recentemente, e como fico calada e um pouco assustada com a informação, mamãe dá a volta pelo sofá para me situar do mundo.

— Não teríamos como viajar, querida. Vamos passar aqui com a família Muniz e Garra.

Isso me alarma um pouco. Não vejo problema em festejar o Natal com eles, vejo é problema de não estarmos com a nossa família. Tipo, ficaríamos longe de papai, vovô e vovó? POR MINHA CAUSA?

— Mas e o papai? E vovô e vovó?

Percebo que Iara leva uma mão à boca para esconder um riso. Já mamãe não é nada educada, escancara logo um sorriso bobo. Eu? Eu não sei nem o que dizer.

— Eles vêm para a festa, querida. Aliás, chegam daqui a pouco.

DAQUI A POUCO?

Acho que fica BEM NA CARA o quão desorientada eu estou com tudo isso que mamãe vem para mais perto de mim para estabelecer de vez a minha ordem cerebral. Com um carinho em meu rosto e uma mexida nas mechas soltas de meu cabelo, dessa vez ela é mais delicada em explanar:

— Você não sabia mesmo? O Murilo não te disse?

EU VOU MATAR O MURILO! Todo mundo sabia, menos eu.

Chateada de estar sabendo de último minuto, emendo outra preocupação:

— E eles vão ficar onde? Não tem espaço lá em casa pra todo mundo.

É uma sacanagem tão grande que vejo mamãe apertando um lábio no outro para não rir de mim outra vez. Por fim ela expira e explica:

— Vou ficar com seu pai na nossa casa e seus avós vão pra casa de Djane.

Mamãe fala assim, simplesmente. Eu? Fico CHOCADA. Tão chocada quanto paralisada, só piscando os olhos e quase ouvindo os grilos do jardim do silêncio que fica na sala diante da minha TOTAL IGNORÂNCIA a esse fato.

Mamãe, por fim, se compadece de mim.

— Ninguém te contou, filha?

Abaixo a cabeça e respondo só num fio de voz, desconcertada:

— Não.

— Não viu a gente arrumando a casa?

Pior que não vi. Ou vi e achei que era outra coisa? Não sei.

— Não.

— Ai, querida, foi tudo decidido às pressas.

Tão às pressas que ninguém se dignou a me avisar, é o que quero reivindicar.


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Notas finais do capítulo

Tô só a Iara, animada por esse Natal MUITO BEM ARRANJADO e descrente que aprontaram essa com a Milena, coitada HAHAHA

Mas haverá vingança... Não ministrada pela Milena, mas vai ter volta sim!
Até lá, ainda tem muitos souvenirs pra rolar *risadinha maliciosa*

CORRAM PRO PRÓXIMO JÁ!



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