Mantendo O Equilíbrio - Finale escrita por Alexis terminando a história


Capítulo 121
Capítulo 120


Notas iniciais do capítulo

APROVEITANDO QUE TÔ REVISANDO
Alguém tá alegrinha hoje haha

Enjoy!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/453816/chapter/121

Trilha indicada/citada: Matchbox Twenty – Bright Light

 

Balançando a cabeça com um trecho de música que grudou na minha cabeça desde cedo de manhã, música essa que tava ouvindo em repeat desde que voltei do fim de semana com o Vini, me empolgo um pouco cantando baixinho pra mim mesma enquanto arrumo as folhas do exercício que o professor Sanches havia passado. Tive que vir entregar na sala dos professores porque as questões eram um pouco trabalhosas e mesmo com dois horários de aula, tivemos que bater cabeça.

Minha dupla da vez foi o Acácio e acho que posso dizer que fizemos um bom trabalho. Apesar de já ter feito parceria com ele em outras oportunidades acadêmicas, nunca realmente tinha parado para avaliar sua desenvoltura. Tipo, ele é bem empenhado nos estudos. Quando me veio um pensamento sobre o antigo do grupinho de André, logo afastei, porque eu que não iria gastar meus neurônios com isso. Acácio era um cara legal e ponto.

Vez que ele teve que correr para a secretaria – que a essa hora, intervalo, sempre é cheia – vim deixar nossa folha (e de alguns colegas) com o professor, que foi outro que saiu de sala com pressa. Sabe-se lá porque, pois cheguei na sala dos professores e Sanches estava tomando seu cafezinho enquanto olhava para uns documentos da faculdade. Pelo que pude espiar, era a tabela de notas das últimas provas. Acho que posso dizer que ainda tinha traumas daquele seu provão. Mas eu estava tão de bom humor que não queria pensar sobre provas, notas ou se me daria mal. Não fazer o velório antes, como disse meus amigos.

— Alguém está bem alegrinha hoje.

Max.

Em outro momento, eu teria dado uma olhada quase cruel para Max, pra demonstrar o quanto não o queria por perto. Já não me sinto assim. De alguma maneira, confio nele. Ou tenho de confiar. Termino de ajeitar a papelada sobre a mesa e dou de ombros, graciosa, porque também gosto de provocar.

— Bons dias a gente tem que aproveitar, né?

Sanches se estica na sua cadeira, cansado em plena segunda-feira, e entra na conversa, o que chama atenção de outros professores por ali.

— Estou sonhando há dias com bons dias, minha cara. Acho que desaprendi o que é isso. Qual é a fórmula dessa questão mesmo?

— Não sei, professor, mas com certeza não são mil e umas tabelas cruzadas.

Sanches dá uma pequena gargalhada, sentindo a alfinetada sobre sua prova. Ao lado, Max pega seu cafezinho e se senta na mesa, também rindo pela minha ousadia. Já professora Amália, que igualmente mexia numa tabela – e imagino eu que era a tabela para lançar as notas no sistema – abaixa os óculos para mim e diz, maldosa, mas brincalhona:

— Vamos só ver se essa alegria passa no teste de quarta-feira.

Fazendo velório ou não, eu sabia que minhas notas iriam dar uma caída, e por isso mesmo, já aceitava esse fato e permanecia confiante.

— Acho que passa, professora, acho que passa.

Aceno brevemente para eles ali, com graça, e me retiro, ainda com a música grudada no cérebro. Parecia um aparelho de som com falha, que ficava repetindo e repetindo o mesmo trecho ao infinito. Não deixo de lembrar sobre a história que Vini me contou. Na verdade, um pequeno segredo, que me dava ideias para seu presente de Natal – que, convenhamos, não está tão longe.

Quando sua relação com Djane ficou bem tensa e ele quis se emancipar, um dia ele tentou fugir de casa, pegar um ônibus na rodoviária e partir para a antiga casa de Filipe, no interior. E pra conseguir dinheiro, ele vendeu seu DVD do Matchbox Twenty, que na época, era uma de suas bandas favoritas. Quem comprou foi o Wellington e só agora que pude entender umas das piadas milenares deles sobre algumas músicas. Mas nem o Wellington nunca soube para quê era o dinheiro. Ninguém, na realidade. Acabou que Filipe o levou para uma viagem de fim de semana mesmo, e o Vini nem precisou comprar passagem. Nunca comprou o DVD de volta também. Às vezes ele ainda assiste pelo youtube.

A banda não era por mim desconhecida, tampouco grande referência. Tinha uma e outra dentro do meu repertório, mas me senti muito mais conectada ao Vini por conhecer esse seu passado musical. Confessou que gostava mais de N’Sync que Backstreet Boys – e eu me pergunto como – e Blink 182, Green Day, Foo Fighters, Three Days Grace, dentre outros, fizeram grande parte de sua adolescência. Boas e más memórias; foi um bom passeio por sua história. E vê-lo encabuladinho por contar seus guilty pleasures era um prazer à parte. Sk8er Boi então, da Avril Lavigne, rendeu gostosas conversas sobre. Mas foi Matchbox que grudou no meu cérebro pra valer.

Ando para o pátio e topo com as mesas já lotadas. Pensar no Vini me deixa um tanto aérea, que fico uns dois minutinhos encarando toda aquela gente, sem saber pra onde ir. Isso até alguém aparecer e me segurar nos ombros, o que dou pulo.

— Caraca, Bruno, faz isso com meu coração não.

— Desculpe, é que você parecia perdida. A galera tá pro lado do jardim.

Ele aponta para trás de si e dou uma esticada, vendo umas cabeças através de umas plantas. A maioria era da minha turma.

— Valeu. Eu vim entregar um material na sala dos professores e meio que esqueci da vida.

— Tô vendo.

Bruno ri sem muita vontade, sabendo bem como é minha peça. Quando acho que ele vai seguir caminho pro jardim, que eu iria acompanhar, ele insinua que vai pro outro lado.

— É que eu tenho que passar esse pendrive pro Sávio. Ele tá na xérox.

— Ah, vou com você então.

— Beleza.

Emparelho com ele e vamos atravessando o pátio, passando as mesas e as altas conversas. Acabo me distraindo de novo, que mal noto o caminho. Acordo pra vida de novo quando chegamos na sala da xerox, que, milagrosamente, não está lotada. Há três atendentes ativos do outro lado do balcão e Sávio está num canto, distraído por consultar algo no celular, esperando sua vez. Era o próximo.

Meio avulsos ali, eu e Bruno sentamos no banquinho do lado, após ele entregar o pen-drive e ficamos de bobeira, observando o movimento. Sávio me pergunta sobre a atividade de agora há pouco e confirmo que estava entregue. A da dupla dele foi uma das folhas que entreguei também.

— Dei até uma alfinetada no Sanches. Aquele provão traumático dele. Max até riu, palhaço.

Sávio me deu uma olhada rápida, risonha, quase dizendo “tu gosta de mexer com o perigo”, o que gosto mesmo, mas dividíamos um feeling mais aliviado por saber que em Max poderíamos confiar, afinal, ele estava ali para fazer um... bem.

— Falando em Max, vocês notaram que ele tem estado... diferente?

Me volto para o Bruno, que, infelizmente, não pôde ser contemplado quanto ao grande bafafá de Max e sua investigação, e assinto, solidarizando ante a sua observação. Também fito Sávio de rabo de olho, que assente junto.

— Diferente de um jeito bom. Acho que ele tá mais... equilibrado. Só falta mesmo largar com os apelidinhos melosos. Ainda não me desce aquele queridês dele.

Bruno gargalha de virar a cabeça pra trás, mas ninguém na sala presta muito atenção. Sávio ri mais pela reação de Bruno, se atrapalhando na hora de passar as coordenadas para o atendente, junto ao pen-drive.

Era bom ver que meu amigo estava mais relaxado. Desde sua confissão sobre a viagem, ele tem andado bem pra baixo. Nem ele tem conversado com a Dani praticamente, ainda mais numa semana complicada que foi essa última, com tantas provas. Por enquanto, até onde sei, eles estão dando um tempo.

Ao recuperar o fôlego, Bruno diz:

— Boa, Lena. Muito boa essa. Pelo visto, hoje tu tá pistola.

— Eu? Nada. Tô mó boazinha.

— Isso me faz pensar em dar uma fugida qualquer dia desses... A gente bem que podia matar aula.

Fico um pouco na dúvida sobre quem ele tava incluindo nesse “a gente”, mas não quero trazer essa carga pesada pra conversa. Então faço graça:

— Tu não me tenta, Oliveira, que eu te levo a sério. Ainda mais que a professora Amália me desafiou a sobreviver depois de quarta-feira, que é o dia que vão sair as primeiras notas no sistema.

— Taí, quarta-feira. Ou quinta. Sexta?

A gente tava tão entretido nessa bagaça que nem vimos quando uma pessoinha se aproximou. Na verdade, eu e Bruno só notamos, porque o Sávio ficou logo desconfortável, fechado, quase se espremendo pra dar espaço pra Dani. Pra ele isso já tinha virado uma resposta natural – se afastar o quanto puder. Por mais “acostumada” que estivesse com a dorzinha no coração toda vez que presenciava algo do tipo, era sempre um momento triste.

Dessa vez, no entanto, veio mais uma sensação diferente. Surpresa.

Um pouco sem jeito, Dani dá espaço pro Sávio e dispensa a vez na fila que ele tava cedendo pra ela. Diz:

— Vou só deixar isso aqui pra encadernar.

Desconcertado, Sávio replica:

— Pode ir, o meu é de... impressão.

— Não, tudo bem, mesmo. Eu... espero.

Fico tão sem reação quanto ao Bruno, também estático. O atendente fica alheio à situação e aceita o maço de papéis de Dani, enquanto o material de Sávio está em processo na impressora. Como encadernar é um procedimento que demora mais, ela fica de buscar depois, mas efetua o pagamento logo de antemão. Isso se desenrola a nossa frente em caso de dois ou três minutinhos e só quando ela sai, se despedindo com um “tchau” baixo, que eu e o Bruno parecemos sair do transe. Ele diz:

— O que foi que acabou de acontecer? Tipo, eu vi o que eu acho que... vi?

Eu, que acompanhei com o olhar a saída de Dani, volto-me para aquela pequena bolha com os dois tão surpresos quanto eu. Bruno continuava estático, perdido, e Sávio, bem, parecia estar soltando o fôlego que segurava, de tão tenso que costuma ficar em situações delicadas assim.

— Viu. Eu vi também. Acho que... Acho que se chama “a conversa fez efeito”.

— Você conversou com ela esses dias?

— Na verdade, foi o Vini.

Digo um pouco contente e orgulhosa do Vinícius, ainda surpresa com a cena que acabara de passar. Observo a reação dos meus amigos e era um pouco engraçado, mas nada que valia rir. Bruno processava a informação e Sávio parecia aliviado. Acho que mais aliviado pelo Vini ter feito a intervenção, algo que não esperaria mesmo.

Quando o Bruno parece despertar do que realmente houve, diz:

— Agradece o cara por mim.

Assinto, já não tão acanhada por ter revelado essa informação. Acho que cada situação precisa da pessoa certa para movimentar as coisas. O que prova a não necessidade de carregar tudo numa costa só. Às vezes a gente pode fazer umas coisas pequenas que podem operar milagres. Fico muito feliz mesmo por essa iniciativa do Vini. Melhor, intervenção. Ter partido dele significou muito.

O atendente chama a atenção de Sávio pra entregar as folhas solicitadas impressas e isso que nos acorda do transe de novo. Para amenizar o clima suspenso, tento distrai-los de volta:

— Então, Oliveira, acho que o Vini também tá doido pra matar uma aula.

~;~

— Desculpe se liguei tarde.

Murilo soa cansadíssimo, quase sem vontade de conversar. Após mais um dia de trabalho e faculdade, eu diria que também estava um tanto cansada. Só da jornada mesmo. Como Sanches havia dito, estava bem alegrinha no dia de hoje.

— Nada, ainda tô na casa do Gui. De vela.

Era quase meia-noite e eu esperava para ir pra casa – a casa de Flávia. Preferi ficar no terraço pra dar privacidade aos pombinhos. A mãe de Gui não estava em casa, então... nem quero saber o que está rolando lá dentro. Era fiel escudeira pra eles da mesma maneira que eles eram pra mim. Bem, a Flávia foi. E ainda agradecia a ela pelo que fez, mesmo tendo de esconder minhas roupas de mim. Pra todo caso, escutava música no fone quando apareceu a ligação de Murilo.

— De vela?

— É. Esses dois estão aprontando alguma coisa, só pode. Aliás, pensando bem... Eles andam um pouco estranhos.

De fato. Tem hora que parece que estão brigados, outras... sei lá. O Gui no outro dia dizia que eu estava de segredinho com o Bruno. Ora, ora, quem está de segredinhos agora, né? A Flávia quando quer, não solta nem à base de muito suborno. Eu nem me metia porque se não me contaram, talvez não seja para eu saber. Talvez seja uma coisa bem íntima deles. Coisas de casal mesmo.

— Estranhos como?

— Nem sei dizer. Só... estranhos. Pelo menos tinha lasanha. Tava boa. E você?

— Eu o quê?

— O que teve hoje para estar tão disposto – pra não dizer o contrário – de conversar com minha pessoa?

— Ah. Só liguei para dar um Oi mesmo, vou já deitar. Foi um dia cheio. Ainda vou ligar pra Aline.

— Como estão as coisas por aí?

— Posso te contar amanhã? Realmente tô acabado aqui.

Pela fala lenta de meu mano, meio incerta até, acho que não está no momento de processar muito. A curiosidade, por outro lado, fala mais alto.

— Ah, tudo bem. Mas o que houve de tão exaustivo?

Faz uns dias que ele não ligava. E tem uns dias que não tenho tido aqueles sonhos estranhos. Acho que meu cérebro tá começando a sossegar, o que é um grande alívio.

— Hã... O ex-noivo da Denise. Ele apareceu por aqui... Na verdade, a gente meio que se encontrou, conversamos brevemente e ele terminou vindo pra cá... É uma história um pouco longa. Por isso queria te contar melhor pela manhã.

— Ok, sem problemas.

— Ah, a Aline me falou que você fez aniversário de um ano com o Vini. Fiquei feliz por vocês. Esqueci de mandar mensagem pra ele. Pra, você sabe, reforçar que um “soquinho” eu ainda tô dando.

Murilo ri um pouco, descontraindo essa vibe de cansaço dele. O “soquinho” a que se refere é à vez que deu um soco no Sávio quando este fora lá em casa com a Iara, e tivemos uma tarde de jogatina. Ao final, Murilo foi dá um irmão mais velho, já que o Vini nem era tão ligado à I, e deixou uma pequena marca no estômago de Sávio.

— Murilo!

— Tô brincando.

— Acho bom.

Um pequeno silêncio se instala entre nós. Eu sei que meu mano tá derrubado, mas queria conversar mais, mesmo que bobeiras do dia a dia. Tento pensar rápido para dizer algo mais que possa preencher esse momento vago, porém, ele é mais rápido que eu.

— Acho que tá acabando.

— O que quer dizer?

— Acho que falta pouco. Essa viagem.

— Mesmo?

Meu coração se enche instantaneamente, embora cauteloso. Não quer cantar vitória antes do tempo, mas não deixa de abraçar a esperança consigo.

— Tô doido pra voltar pra casa. Só preciso... terminar o que vim fazer.

— Eu compreendo. E espero.

Ouço ele dar uma urrada de alívio. Ouço sua respiração um pouco pesada, cansada. Acho que está deitando na cama. Melhor dizendo, derrubado.

— Eu a vi, mana.

Sou tão pega de surpresa que não consigo dizer nada, nem me mexer.

— Você taí, Lena?

Demoro mais um pouco pra responder.

— Tô. Eu só... preciso de um segundo. Mais que um segundo.

— Eu devia ter falado depois, eu sei, só que... acabei...

— Quando foi?

— Hoje. De tarde.

— Você tá bem?

— Estou. Só cansado mesmo. Foi lá no presídio que eu encontrei o ex-noivo dela. Ele não é tão ruim assim... O cara tá meio perdido. Tem hora que ele parece não acreditar. Foi um pouco estranho falar com ele lá e... acho que ele apareceu aqui porque ficou encucado por eu ter me despencado pra cá. Ele não sabe nada sobre nossa família. Nada mesmo. Acabei contando sobre o que ela fez com a gente. Como fez. Ele ficou bem abalado.

Das reportagens que li, o tal noivo não era o cara que eu tinha visto com Denise da última vez. Daí já se vê o quão fdp ela era. É.

— É de fato muito para a cabeça e de uma vez assim...

Até eu seguro o fôlego, porque é muita coisa mesmo.

— Acho que ele queria ver algo concreto, como o caderninho da Hello Kitty. Porque tudo que vê e ouve pela Denise, é ela se fazendo de vítima. Mesmo com tantas provas contra ela. E vídeos e fotos.

Fico mais um tempinho em silêncio, matutando sobre isso. E se existisse um caderninho? Talvez isso fosse um padrão dela. Mas será que seria falha de ter deixado um desses pra trás de novo?

— Lena?

— E se existisse um caderninho?

— Por que a polícia não teria encontrado até agora?

— Não sei. Não teriam procurado no lugar certo.

— E onde seria esse lugar?

— Li umas matérias dizendo que foi apreendido bastante coisa da quadrilha... Um dos locais era do esconderijo dela. Mas pelo que você já me contou, não vasculharam aí, vasculharam?

— Acho que... não.

Quase salto da cadeira de balanço que estou.

— MU! O quarto dela aí. Deve ter algo!

— Até hoje não entrei lá. Nem olho quando passo no corredor.

Agitada com a possibilidade, quase me dá vontade de ir lá e procurar eu mesma.

— Você tem que ir lá. Mesmo que não dê em nada. Só... dá uma olhada, ok?

— Acho que consigo fazer isso. Pode ser que tenha algo por lá mesmo.

Ouço quando ele expira forte, intrigado.

— Meu Deus, Mu, isso pode... Isso pode ajudar pessoas.

— Te ligo pela manhã, mana. Fica bem... Está acabando.

Meu coração se enche mais uma vez e o mesmo posso dizer dos meus olhos, emocionada. Quer dizer, WOW! Em resposta, só repito o meu mantra:

— Está acabando.

Eu sei que está.

— Beijo. Boa noite.

Desligamos e permaneço olhando para a tela brilhante, processando toda essa ligação, essas informações. Murilo viu a Denise. Hoje. E está bem. Parecia bem. E o caderninho... um possível caderninho. Meu Deus!

— Lena, já vamos, só vou... Ei, aconteceu algo?

Flávia aparece ali no terraço e ainda não consigo me mexer. A tela do meu celular desliga sozinha por inatividade e continuo a encará-la.

— Você tá legal? Tá me ouvindo?

Volto o olhar para minha amiga e inspiro, esperançosa. Pisco os olhos, rápida, porque eles realmente estavam cheios. De esperança. De animação. De saudades. Sinto que posso soltar foguetes de tão agitada que me sinto. Me levanto e declaro:

— Acho que o Murilo não demora a voltar.

— Sério? O que ele disse?

— Ele vai ligar amanhã pra contar mais detalhes. Mas pelo que me disse... Acho que pode vir uma coisa... Não quero criar esperanças, mas tá meio impossível aqui.

— Que coisa?

— Eu vou esperar a manhã chegar. Só pra ter certeza.

— Pode deixar que espero contigo. No que quer que seja.

Mal posso respirar, mas dou uma expirada de alívio por ouvir e poder contar com uma palavra amiga de força como a da Flá.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

EEEEEEEEITA
tá todo mundo bem depois desse cap?
o que será que nos espera?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Mantendo O Equilíbrio - Finale" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.