Mestiça escrita por Mandy Sunshine


Capítulo 3
Capítulo 3: A Marca da Lua


Notas iniciais do capítulo

Terceiro capítulo. Imaginem essa lua em "3D" no pulso de Katherine.



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– Thommas! – O abracei

– Calma! O que foi que aconteceu? Por que você esta toda molhada? Por que você esta chorando?

– Eu sei que eu não te conheço muito bem. Mas sei que você não vai contar a ninguém, nem me fazer mal. Eu acho que eu matei uma garota.

– Como assim? Você acha?

– O nome dela é ou era Coraline. Nunca foi com a minha cara. E vice-versa. Hoje ela jogou água gelada em mim propositalmente, eu não seu muito bem como é que aconteceu. E, quando eu me dei conta, eu já estava em pé com o braço apontado para ela que estava se contorcendo de dor. Coraline caiu no chão e o amigo dela disse que ela... – Não consegui continuar – A sensação foi horrível. Uma raiva fora do comum me atingiu, eu não consegui controlar. Mas eu nem sei como isso aconteceu. Não teve nenhum contato físico ou material entre mim e ela.

– Parabéns! Hoje é o seu aniversário não é?

– Como você sabe?

– A marca. – A manga comprida estava recuada – Desde quando você tem feito coisas... – Ele parecia estar procurando uma palavra que não existia no vocabulário dele – Anormais?

– Desde hoje de manhã. Eu acordei “levitando” – Fiz aspas no ar – Mas... Qual o motivo da pergunta?

– Aceita café?

– Eu não bebo café

– Chocolate quente, talvez?

– Pode ser. Se não for incômodo.

– Claro que não. Pode entrar e se sentar aí – Apontou para uma poltrona – Eu vou pegar uma toalha e preparar o chocolate quente.

A casa não era até que arrumadinha, visto que é habitada por um adolescente de 17 anos.

Aguardei um pouco e ele veio com uma toalha para eu me enxugar, duas xícaras de chocolate quente e um livro grosso, que aparentava ser bem velho. E uma camisa.

– Pode tirar a camisa.

– Como? Você esta louco? – Que tarado!

– Você vai pegar um resfriado. Tome. Vista uma minha.

– Só tiro a camisa se você virar.

– Que criancice!

– Visto que você é do sexo oposto ao meu e que é eu não te conheço bem, não é criancice ficar só de sutiã, é precaução.

– Ok. Dou-me por vencido – Ele virou e eu tirei a camisa – Belo corpo.

– Como você... – Havia um espelho na parede – Seu idiota!

– Que é? Você só pediu para eu virar, não para fechar os olhos.

Me enxuguei e vesti a camisa rapidamente.

– Você ainda não respondeu a minha pergunta. – Falei

– Bem... Eu vou começar lendo.

– Eu quero respostas agora e acredito que não vou descobri-la lendo – Falei já me exaltando

– E você vai tê-las – Falou abrindo o livro – Há alguns anos atrás uma fada, chamada Bella, foi capturada por um bruxo para fazê-la de escrava. Mas um dos filhos do bruxo, chamado Arthur, se apaixonou por ela. E vice-versa. Depois de algum tempo decidiram fugir juntos. E assim o fizeram. Mas isso despertou uma fúria do pai de Arthur que mandou executá-los por traição da parte dos dois. Arthur deixou Bella, que agora estava grávida, com um de seus novos amigos e seu entregou para os capangas do pai, imaginando que ele se contentaria em apenas matar o filho. Mas isso não aconteceu. Porém, algo especial aconteceu. Quando a fada estava grávida, deitou-se em um campo e pôs-se a chorar, chorou tanto que formou um lago, O Lago da Bella. Também cantarolou uma música bela que fez com que a lua se sensibilizasse e a concedesse um pedido. Ela não hesitou em pedir que sua filha nascesse saudável, pois filhas de bruxos com fadas, chamados Mestiços, nunca nascem com vida. Também pediu para que sua filha fosse protegida do mal. E a lua o concedeu. Continuaram a caçar Bella. Nesse meio tempo ela teve sua filha, que não se sabe o paradeiro até hoje. Alguns acham que ela morreu, como todos os Mestiços. Outros acham que a encontraram e que ela vive até hoje. Só se sabe que ao fazer 15 anos a Marca da Lua irá aparecer em seu corpo e ela será o ser mais mágico de todos, o que irá despertar a inveja de muitos.

– Então... Você sugere que eu seja esse bebê. Isso são contos de fadas, para as crianças escutarem antes de dormir. Fadas e Bruxas não existem.

– Existem. E isso não é um conto de fadas, é uma história verídica, chama-se A Marca da Lua. Você é essa recém-nascida da história sim. Como você me explica essa marca? Ou o fato de ter acordado levitando? Ou de ter matado uma garota sem nenhum contato físico?

– Eu não tenho certeza que a matei.

– Não importa. E além do mais, você não é a única Mestiça, eu também sou um.

– Mas você disse que eu era a úni... – Fui interrompida

– Eu não expliquei bem. Mestiços são filhos de fadas com bruxos ou de vampiras com lobisomens. Filhos de vampiras com lobisomens não são impossíveis de nascer. É que eles se odeiam muito. Nunca se juntam. Mas minha mãe era apaixonada pelo meu pai, o hipnotizou e... Bem... Eu nasci.

– E por que você fugiu de casa?

– Meu pai matou a minha mãe quando eu tinha 12 anos porque o feitiço de hipnotizamento de minha mãe acabou. Meu pai foi morto pela irmã de minha dela, minha tia, na mesma hora. E no meio disso tudo eu fugi, desesperado. – Ele falou cabisbaixo

– Desculpe.

– Pelo que?

– Por ter entrado nesse assunto tão delicado

– Não importa. Não precisa pedir desculpas. O fato é que também querem me matar.

– Como assim... Também?

– Eles querem nos matar – Deu ênfase no nos – Porque somos mais fortes que eles. Por isso que eu estou perto da cidade, eles nunca vêm aqui. Então eu achei você. Foi o destino.

– Bem... Eu tenho que voltar para casa.

– A polícia já deve estar lá.

– Então, o que você sugere? Que eu fique aqui para sempre? Com um estranho?

– Mais sinais de sua anormalidade irão aparecer. E visto que se eu quisesse ter feito algum mal a você eu já teria feito sugiro que você pode ficar aqui. – Deu um sorriso de lado completamente perfeito

– Belo sorri... Argumento.

Passamos o resto do dia conversando animadamente. Ele é bem boni... Legal.

Ele fez o almoço. Bem gostoso por sinal.

Continuamos conversando. Pode-se dizer que pelo o que sabemos um do outro somos quase melhores amigos.

Chegou o jantar e eu me recusei a ficar sentada esperando ele cozinhar.

– Você não vai fazer o jantar. É visita. – Argumentou

– Eu vou fazer o jantar sim, apenas se você não quiser que eu vá embora.

– Você não iria já são 20:00 horas.

– Não se preocupe. Eu não vou sozinha. Eu tenho a Marca da Lua lembra? Os animais irão me proteger. Nada de mal vai acontecer comigo.

– Tem vários ingredientes na geladeira. Você pode fazer o que quiser. – Falou se dando por vencido

– Ótimo.

Preparei o jantar. Não é porque eu fiz, mas estava uma delícia.

Chegou à hora de dormir ele queria dormir no sofá.

– Claro que não. Você é o dono da casa.

– Mas você não pode dormir no sofá. É desconfortável.

– Justamente por isso você não pode ir dormir lá.

– E o que você sugere?

– A cama é de casal. Você pode ir dormir comigo.

– Não. – Falou na mesma hora – Eu não posso.

– Por quê? – Não entendi o motivo dele não poder.

– Não é isso. É que eu quero dormir no sofá, e é o que eu vou fazer. Como você disse, a casa é minha, e eu posso dormir aonde eu quiser.

É. Ele sabe argumentar.

Fui deitar na cama de cara fechada.

Como meus pais devem estar agora? Muito preocupados pelo visto. Tirando o fato da polícia, a uma hora dessas, estar em casa procurando pela assassina de Coraline. Mas será que eu a matei mesmo? O garoto falou que o coração dela havia parado.

A única coisa que eu sei é que eu não posso dar as caras na cidade por um bom tempo. Principalmente porque eu quero descobrir como controlar os meus dons. Acho que Thommas pode me ajudar com isso. Ele tem olhos boni... Vários livros.

Acho melhor eu ir dormir. O cansaço esta afetando a minha sanidade.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo capítulo!



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