Facção. Dos. Perdedores escrita por jonny gat


Capítulo 97
Pergunta, Resposta, Possibilidade, Verdade...




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Quem devolveu a cebola para Edésia?

Você contou direitinho?  Foram cinco coisas que tocaram Edésia? É aquela a quinta coisa que irá matá-la: alguém? Não irá matá-la.

Um herói conseguiu salvá-la da cebola e outro herói a salvará da morte. Mas queria informar antes que não é só porque os personagens masculinos estão salvando a personagem feminina que isso tem alguma coisa a ver com mulheres sendo fracas e precisando de homens para defendê-la. Eu nem sei porque eu to fazendo isso, mas faz parte da história agora. Sinto muito por não ter trajado a história até esse momento de um outro jeito. Um menos estereotipado, um mais criativo.

Edésia não precisa de pessoas que a defenda, essa é a verdade.

Mas as coisas ficaram malucas ultimamente.

Em um outro universo, existia um homem que queria se tornar a pessoa mais feliz do mundo. Ele pensava que felicidade poderia ser encontrada trabalhando duro e ajudando os outros. E fez isso, teve seus momentos de felicidade por consequência. Mas a felicidade é tão facilmente destruída, dura tão pouco. O homem percebeu que felicidade nem existia, que era algo que era tão momentâneo e que evaporava tão rapidamente que era como uma dessas coisas subatômicas que se transformam em outras em questões de menos de qualquer segundo. Ele desistiu de viver pela felicidade e então decidiu viver por viver. Foi assim que aconteceu.

O homem do outro universo tem nome e então foi ajudar seus amigos simplesmente por ajudar. E viveu por viver. Teve um filho por ter e encontrou felicidade com seu filho. Seu filho... Não viveu muito, mas teve uma filha. Sua filha decidiu procurar porque vivíamos tão presos nesse mundo e distantes da verdade terra. A terra prometida da felicidade – o lugar que sempre nos é prometido, como quando é prometida a uma criança um brinquedo.

Ela decidiu procurar respostas para isso. Respostas dentro do seu mundo. Existiam histórias sobre o início daquele mundo e sobre como seria seu fim. Era místico e poético, mas as respostas não estavam lá, ela sentia apenas perguntas daquelas histórias. Mas ela percebeu que a vida era apenas feita de perguntas, até mesmo quando as respostas estão na nossa frente. As resposta meio que são perguntas, ela concluiu.

A resposta mais próxima que encontrou foi o poder. Um poder que não entendia, que estava aos seus pés e parecia estar lá apenas para ela. Tocou o poder e sua mente foi preenchida com novas informações que pareciam ser respostas. Mas para seu cérebro... Tornou-se apenas perguntas.

Foi melhor que Quenium. Quenium, ao encontrar as respostas, apenas esqueceu-as... Sua mente pouco possuía da essência do universo, por ter a lógica do Cosmos. Cada um é nascido com sua própria parte da consciência dos Cosmos. E quando o Cosmos lhe diz algo, é preciso entender parte da língua pela qual o universo fala. Quenium não descobriu sobre a língua dos Cosmos. Quenium gostou de ter conhecido todos aqueles símbolos. Deixou-o muito feliz.

Quenium ama a vida, a existência... E por isso amou o Cosmos. É como o Cosmos consciente que fazia parte de Terry, mas um Cosmos consciente que tem apenas componentes da consciência do Cosmos que difere o Cosmos de Terry que tem componentes da consciência humana. As conversas que Quenium e os Cosmos tiveram foram ótimas, mas foram ótimas demais. Foram também, demais para seu Cérebro com pouca essência cósmica.

Para a mulher, a essência cósmica penetrou no seu ser e parte foi embora com o vento, com o tempo.

Ela nunca conseguiu traduzir as perguntas que tinha para outras pessoas. Elas dificilmente conseguiam entender a essência cósmica naquela simbologia e naquela linguagem. Foi então que um personagem surgiu naquele universo por motivos difíceis de entender e perguntou quais eram as perguntas. Ela então entregou-o o poder que entrara muitos anos depois e ele sentiu toda a energia dentro dele mesmo fluindo traduzindo toda a linguagem com a essência cósmica.

Ele conseguiu traduzir uma pergunta em uma resposta e isso fez toda a diferença para a sua vida e para a vida de muitos. Fará muita diferença para a vida de Edésia.

A pergunta respondida agora deu-lhe grandes habilidades e poderes. A resposta do seu espírito fez a atualidade mudar tanto....

Ele fora o quinto a tocar Edésia e agora estava fadado à vontade extraordinária de matá-la. Uma maldição que a divindade recebera após ter escapado do loop eterno da Ordem nos mares congelados. Ela estava andando e de repente esbarrou nele, provavelmente o único que podia matá-la naquele universo.

Aristóteles queria que aquilo não acontecesse porque isso não o ajudava muito. Ele sentia tanta dependência do Alto das Constelações que precisava voltar para lá. Ele só queria o Alto das Constelações porque se sentia tão dependente desse lugar. Não conseguiria retornar sem a ajuda da Edésia. Matá-la não ajudava-o em nada. “Foi o que ela comprou para si mesma, não nos ajudando...”. Não estava no jornal dessa vez. Estava nos olhos da quinta coisa.

A quinta coisa desculpou-se por ter esbarrado em Edésia e disse a ela que tomaria cuidado a andar pelas cidades agora. Edésia se sentiu meio sem graça por esse pequeno acontecimento ter mudado tanto a mentalidade do homem a ponto dele perceber que precisava mudar o jeito que ele anda pelas cidades. É algo grande.

— Tudo bem – disse Edésia e então voltou a andar.

As ruas naquela parte da cidade eram bem grandes, mas muito menos movimentado do que o Centro. As lojas estavam fechadas naquele dia porque estava chovendo e havia previsão de chuva. É aquele tipo de loja que nem vale muito a pena abrir se estiver chovendo.

O homem começava a pensar em matar. Matar. Matar.Matar. Matar. Estava pensando tanto em matar mesmo que tenha percebido que matar nem tinha nada a ver com o que andava pensando. Eram apenas “Matar” repetidos. Um pensamento bem chato de se ter em sequências tão frequente assim e quando é descontextualizado a qualquer coisa.

Edésia voltava a caminhar seus quilômetros quando pensou que não tinha muito para fazer pelo dia a não ser continuar andando e depois quando chegasse em casa não faria nada de especial.  Depois de alguns segundos andando. Não poucos segundos, mas segundos mais que suficientes para deixar de ter coisas sobre o que aconteceu recentemente para pensar e só pensar em coisas aleatórias. O homem não deixou que fossem segundos demais de Edésia pensando enquanto anda pela cidade. Ele apoiou sua mão no ombro de Edésia enquanto ela voltava a caminhar.

Foi muito estranho. Movimento bem típico de alguém que vai te matar logo em seguida, mas ele não a matou em seguida.

— Com licença, sabe me dizer como que eu faço para chegar na Rua Geralda Vandré?

Ela era muito nova naquela cidade para saber o nome de alguma rua. Ela respondeu sinceramente que não. Estava um pouco perturbada por ter sido tocada tão convenientemente por qualquer pessoa depois de ter aquela conversa estranha com Aristóteles quando o tempo estava parado.

A transformação do homem que sabia a resposta tinha sido completa e ele estava pensando tanto em matar que ele nem conseguia mais reagir a qualquer estímulo exterior. Ele estava numa conversa profunda e introspectiva sobre matar dentro de sua consciência e tentava compreender quem ele mesmo num momento repentino de falta de identidade durante o monólogo sobre matar. Edésia respondeu-lhe e voltou a andar. Que sentimento estranho ela estava tendo.

 Ele atacou-a com uma espada dourada de metal pesado que brilhava como diamante e resplendia a luz incrivelmente. Essa espada surgira de seus movimentos e emanava calor em labaredas de fogo em seu redor.

O homem não era daquele universo, mas lá estava para encontrar pelo menos uma resposta. Uma que pudesse contextualizar melhor a primeira. Uma que justificasse a primeira. Era o único lugar que encontraria qualquer Verdade. Mas não foi verdade que encontrara.

Estava possuído pelo Matar, mas ocorreu que por um segundo ainda estava tentando encontrar lógica no Matar. E por esse tempo pouquíssimo, sua consciência esteve livre para sentir algo que viajantes no tempo sentem, mesmo não sendo um. Ele sentiu que estava a experienciar algo que já acontecera consigo antes. Ele sabia exatamente o que aconteceria a seguir. Alguém a defenderia, eles continuariam lutando e então conseguiria quase derrotar o primeiro defensor. Enfrentaria um segundo defensor e um dragão desceria dos céus para atacá-lo violentamente. Ele ficaria bem no final, mesmo depois de tantos embates.

Não teve tempo para processar tudo isso, mas parecia algo muito estranho de acontecer pelo restante momento que teve antes de ser possuído pelo Matar.

Edésia tinha derrubado não só as cebolas antes com quem esbarrara no centro da cidade.Ela também tinha derrubado uma nota de cinco reais! E Frota estava lá para devolver a ela, quando na verdade salvou a sua vida.

Frota não estava preparado para que quando a avistasse tivesse que correr para defendê-la. Foi emocionante como uma cena de filme de ação. Mas Edésia estava atrás de Frota que conseguia enfrentar, de alguma forma, a espada poderosa com a Okami Kenon.

Ele suspeitou que aquele homem fosse estranho quando o viu se aproximar dela, mas não esperava que surgisse uma espada laranja e pegando fogo. Tudo estava apontando que não seria um dia normal mais.

Aqueles que andavam por aquele lado da rua assustaram-se com a movimentação estranha de duas pessoas que não estavam simplesmente seguindo o dia. Elas estavam fazendo uma coisa diferente. Isso já é um alvoroço! Pior, estavam lutando. Eram poucas pessoas. Uma assistia de longe enquanto as outras seguiam com as suas vidas. Não sabiam que as variáveis que fizeram aquele combate acontecer eram tão inconvenientes e que aquilo era sequer um embate. Podia ser dois bêbados brigando, sei lá, preferiam não entrar em muito detalhe e fazer menor caso possível de qualquer coisa diferença no decorrer de suas caminhadas de lá pra cá e depois de cá pra lá. Enfim, elas tentavam permanecer distantes.

Claro que ele não conseguiria equipara-se à poderosa espada em força, mesmo Frota sendo todo musculoso. Ele conseguia apenas drenar a energia que a espada emanava com a sua luva. Estava prestes a perder aquela queda de braço com a espada e precisava pensar em um jeito de conseguir sair daquela situação horrível antes de estudar melhor o que precisava fazer para derrotá-lo. Frota estava estudando as Possibilidades.

Frota usou suas pernas musculosas para chutar o tronco do homem para mais distante. Ele via que ele parecia com a figura de Cracker quando parecia tão travado e tão determinado ao atacar. E também tão sombrio.

— O que você acha que está fazendo? – perguntou Frota. Ele tinha outras perguntas, mas acabou perguntando essa porque não sabia muito bem como formular tantas perguntas em uma só então acabou perguntando a que mais o indignava: por que o homem tinha atacado Edésia e porque persistia tanto com Frota? – Que espada é essa?

— Venha lutar contra mim. Eu sou Xupa Cabrinha.

O famoso e conhecido por você Xupa Cabrinha de outro universo que tinha aparecido vários capítulos atrás. É verdade, percebeu Frota, realmente parece um pouco com o Xupa. Só que o cabelo é um pouco maior e parece mais ondulado. Seus olhos pareciam ter uma cor diferente da de Xupa.

— Eu não acho que você é. Eu conheço ele – ressaltou Frota que não estava entendendo nada.

— Não há mais o que falar. Eu devo matá-la depois de matar você.

Eles então começariam a lutar.


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