Facção. Dos. Perdedores escrita por jonny gat


Capítulo 20
A graça da coisa.




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Falcão, frustrado, já estava fora do hospital que havia sido aparentemente expulsado por seu colega de trabalho. Iria para casa, não porque estava com fome – afinal, estava com fome e uma gororoba cairia muito bem agora –, mas porque queria ficar mais morte. A fórmula, obviamente, para ficar mais forte, é o treinamento. Não mencionei os anabolizantes na frase anterior simplesmente porque eles não aumentam sua força e sim a sua moral por ter seus braços cheios de droga que aparentam serem músculos.

Olhava para a rua vazia, frustrado, enquanto pensava em algumas outras coisas. O seu desempenho contra a policial do dia anterior, por exemplo, era uma das coisas que rondassem a sua cabeça e caso se autoavaliasse no momento, de um a dez, a nota seria cinco e estaria de bom tamanho. Não que estivesse se menosprezando, mas pouco fez na luta, mesmo sendo uma peça importante por um momento ao dar certo trabalho à adversária. Desceu a escada que ligava o hospital, um prédio grande e amarelo muito mal pintado, com o asfalto e andou pela rua. Em zigue-zague, costume que tinha desde a infância mesmo com sua mãe repreendendo esse ato que a envergonhava ao andarem pela rua.

Sua casa não era longe. Era óbvio que precisaria de disposição o suficiente para percorrer uma maratona olímpica e sair como medalhista de ouro – isso caso quisesse chegar a seu lar antes da madrugada. Porém pressa não era o adjetivo que o definia no momento, frustração também deixara de ser tal. Parecia estar despreocupado e com fome, sentia um vazio dentro do coração que lembra o de um fumante ao tentar largar o fumo.

Antes que percebesse já haviam passado mais de meia hora e estava cansado, e principalmente com o dobro da fome de anteriormente, há meia hora. Agora sentia uma dor tremenda na barriga que era conseqüente ao fato de que não comia alimento algum desde a manhã anterior, e isso era um grande problema. Quem sabe aquele problema poderia agravar e tornar-se algo perpétuo, um grave problema estomacal. Não ligava para isso porque não poderia resolver aquela fome no momento, não havia nenhum estabelecimento aberto, principalmente porque nada estava aberto e caso estivesse seria obrigatoriamente fechado pelo policial vigilante do perímetro, ou da área.

Enquanto isso, na mesma direção a qual o piloto se dirigia, um encontro parecia estar acontecendo.

Um homem caolho, o outro, policial e com cabelos crespos castanhos e totalmente fora de moda, e uma mulher. A mulher era o ponto alto do encontro até porque você, como um bom homem, não repararia nos marmanjos ridiculamente feios e direcionaria o olhar diretamente para a bela mulher. Loira, com um corpo bastante chamativo e que seduziria qualquer um, não muito alta, na verdade, meio baixinha. Porém isso pouco importava perto de toda aquela beleza que chegava a ser uma fofura só quando comparada aos seus metro e sessenta de altura. Vestia uma farda negra, e tinha uma face facilmente equiparada com aqueles marmanjos chatos e duros de matar em filmes de ação americanos. Ou seja, isso tudo já estragava a fofice da coisa e fazia com que fosse uma policial rigorosa e obcecada pelo trabalho.

Em relação ao outro marmanjo, o careca e com tapa-olho e aparentemente caolho – que na verdade escondia seu olho esquerdo para o bem alheio –, era careca e aparentemente caolho. Além do fato de ter uma velhice cômica e uma aura respeitável e ameaçadora.

A aura não só era ameaçadora, mas também enorme.

O que Rick – o cara com cabelos crespos – pôde notar de primeira não foi o corpanzil da mulher. E sim toda a aura respeitável e abominável do careca. Não que fosse abominável, mas era de certo ameaçadora. Rick estava sendo claramente ameaçado, não porque era mais bonito do que o cara em questão e tal estivesse com inveja. Era ameaçado porque estava na rua e isso era proibido, mesmo que tal não soubesse disso tudo. Não sabia nem da morte do presidente.

– Ora, ora, já estava na hora dos engraçadinhos metidos a revolucionários aparecerem – disse Molly, quase abrindo um sorriso.

O porquê de não ter aberto o sorriso por total era que preferia assim para ameaçar pessoas. O seu sorriso total era feio e não metia medo em ninguém, o que realmente metia medo era a feiúra. Porém Molly não gostava de considerar-se feio, e por isso preferia aquele sorriso geometricamente falando, como um triângulo isóscele que tinha como hipotenusa o número dois. Os catetos eram um, e um. Tanto o adjacente quanto o oposto.

Rick não entendeu direito, mas vendo que aquela aura realmente estava querendo lhe derrotar, decidiu também pôr-se em posição de batalha. Foi quanto quando percebeu a presença da mulher. Não que as mulheres fossem menos importantes do que os marmanjos que estavam prestes a te atacar, até porque aparentemente a sua vida estava em jogo. Mas as mulheres eram belas, ainda mais as conhecidas. E conhecia aquela mulher de farda negra, era uma de suas companheiras de trabalho.

Antes que pudesse reconhecê-la por completo, pagou pela imprudência de ter colocado uma mulher em primeiro lugar – o que é de fato algo imprudente demais, os amigos são muito mais importantes que elas. Sentiu uma dor na bochecha que foi aumentando, aumentando, e logo a dor espalhou-se por todo seu corpo e estava com as costas muito doloridas. Abriu seus olhos e viu atrás de si uma parede vermelha. Um condomínio, muito amistoso e que lhe dava certa atração.

Olhou para o cara feio em questão, ignorando desta vez a mulher conhecida, e viu um sorriso totalmente feio. Provavelmente iria rir daquela feiúra toda caso não estivesse em maus bocados. A dor que primeiramente sentiu foi o punho daquele feio, e a segunda, suas costas debatendo-se contra a parede. O punho fez com que a reação de seu corpo lhe levasse a uns dez metros, onde agora estava. Caído ao chão e tendo que usar todas suas forças para erguer-se.

– Seu velhote desgraçado – resmungou Rick e logo após cuspiu uma dúzia de cuspes de sangue ao chão.

– Quer tomar outro soco moleque? Volte já para casa ou então vai parar na UTI de um hospital bastante próximo daqui. E, pelo jeito, voltar para o hospital. Que merda de coleira é essa que está usando? – Indagou, em momento algum abaixando o punho.

– Ri-Rick? – Indagou Ino, reconhecendo o jovem companheiro de trabalho.

– O que está fazendo por aqui, Ino? Ainda mais, com essa farda negra. E com esse velhote que está caducando.

Antes que pudesse ver, sentiu outra dor e logo após outra que despedaçou a parede vermelha amistosa. A primeira dor não fora na bochecha, como anteriormente. Era uma dor estomacal.

Não conseguiu levantar de primeira e então demorou um pouco para poder reerguer-se.

Não tinha chance com aquele velho, isso era um fato imudável.

Não conseguiu pensar em outra coisa além de que sua moral estava caindo cada vez mais.

Não conseguia imaginar a cena em questão, estava apanhando para um velhote. Um mísero velhote, que de corpo físico não teria chances contra ele, não caso estivesse utilizando cem por cento de sua força. Porém utilizar os cem por cento seriam impossíveis no momento, graças ao ferimento em sua perna e o seu pescoço em tratamento. Levantou cansado de sentir a dor no estomago e na cabeça e com dores extremas nas costas, sujas da tinta fresca da casa amistosamente vermelha. Levantou quase esbarrando em algumas pedras retiradas a partir da força da gravidade que fez com que Rick reagisse anteriormente – na segunda dor para ser mais preciso – e fosse lançado assim como diz Newton em sua segunda lei, Ação e Reação. A reação foi convertida em ação, que causou a reação da quebra de uma parte da amistosa residência vermelha.


Resumindo, Rick quase esbarrou numa pedra vermelha e novamente quase caiu. Só que desta vez conseguiu reequilibrar-se com a perna esquerda.

– Quem é esse careca, Ino? – Indagou, após tossir, vomitar e limpar o sangue ao redor de seus lábios.

– Olha o respeito, moleque – careca já era um adjetivo familiar para o careca em questão e por isso não se sentiu insultado, o que era a real intenção das palavras do homem das dores.

– Meu mestre, Rick – respondeu, logo após arregalando os olhos e dando seqüência em suas palavras com os olhos ainda arregalados – E o que você está fazendo por essas bandas, Rick? O que aconteceu com você, por que está com o pescoço com essa... Coleira?

– Sabe... Ontem eu fui seqüestrado por aqueles fugitivos e quando acordei já estava aqui, com o pescoço quebrado. E ao que tudo indica a senhorita nem ao menos se importou comigo – disse Rick, revoltado.

– Eu nem sabia onde você estava... Não poderia fazer nada sem saber sua exata localização.

– Isso é conversa para boi dormir, como ousou me abandonar, seu companheiro de trabalho? – Indagou Rick.

Molly sentia-se perdido na conversa entre os jovens, porém conseguiu entender um pouco através de sua linha de raciocínio. Era velho, porém não burro.

– Esse marmanjo estava na batalha de ontem contra os subordinados do suposto assassino? – Olhou-o com um olhar bastante peculiar.

– Estava, mas não fez muita coisa.

– E esse dano, foi causado por quem, rapaz? – Indagou Molly ao homem desmoralizado.

– Por um tal de Fruta – respondeu intrigado com o fato de estar com o pescoço quebrado, e isso estar praticamente escrito no seu rosto.

– O cara, - interrompeu Ino – com muita habilidade nos golpes – concluiu. – Não sabia que esse era o nome dele...

– Ah, entendo... – Entendeu Molly.

– Ele tem uma Okami Kenon, mas isso não vem muito ao caso. Graças a essa Okami Kenon minha perna está com uma ferida bastante intrigante e desmoralizante – disse Rick.

– Nossa – surpresa estava a jovem loira.

– Por essa eu já esperava, mas você sobreviveu contra esse Frota, que, ao que tudo indica, é um dos mais poderosos dessa facção? Sim, você sobreviveu e por isso ainda está vivo. Creio que tu não sejas um homem fraco, assim como aparenta ser.

A verdade era que Rick fugiu, porque, primordialmente, não tinha chance contra o homem da luva. A velocidade dele era descomunal, seu rigor, sua força, seu tempo de reação, sua dedução, seu físico, mental, intelectual – nem tanto – e principalmente o estratégico. Não que soubesse disso por conhecê-lo, porém a Okami Kenon é um objeto que permite ao ser humano a utilização quase-máxima de seu cérebro e de seu corpo em geral. Apenas para não ser cada vez mais desmoralizado pelas feridas, decidiu afirmar. Sobreviveu sim, após batalhar contra um usuário da arma suprema.

– Você apenas conseguiu me dar socos porque não estou em um bom dia, e por causa de minha ferida – disse Rick, gabando-se sem motivo algum para se gabar.

– Isso mais me parece desculpa esfarrapada, moleque – coçou a nuca. – Minha querida discípula, talvez, já que ele estava com os subalternos até agora a pouco, ele saiba mais do que nós juntos.

– Subalternos? Subalternos de quem?

Rick estava desinformado sobre as notícias da morte do presidente e tudo mais, já que estivera desmaiado desde o dia anterior. A jovem e seu mestre, percebendo isso, tiveram que explicar coisa por coisa sobre o que já estava na boca do povo. Foi uma conversa longa e desnecessário que não revela nada demais para os leitores que já sabem que o presidente morreu, Xupa é o suposto assassino e [i]blá, blá blá[/i]...

– E o que esse tal de Xupa tem a ver com o meu seqüestro?

– Então, a facção que seqüestrou você, a mesma a qual batalhamos ontem, é liderada por Xupa, que é um Imperador Solar assim como o meu querido mestre – A jovem loira revelou.

Molly nunca quis se gabar pelo cargo que executava e o quão grande era sua influência militar e popular no povo. Porém, era impossível não fazer pose quando toda sua importância era revelada.

Um Imperador Solar. Diabos, de fato aquele velhote era alguém respeitável e poderoso, como já demonstrava a sua aura respeitável, poderosa, ameaçadora e ao mesmo tempo sagaz – adjetivos que não esperava que usasse ao definir um Imperador Solar. Por que Rick não havia percebido até agora que aquele rosto era familiar, já que aparecera tanto, só que um pouco mais jovens, em livros de História do ginásio? Simples, Rick nunca levou História a sério e sempre a considerou uma matéria [i]decoreba[/i].

– Isso me surpreende. Sabe, isso é uma enorme coincidência.

– Então, gostaríamos, que... Dissesse tudo o que sabe, sobre, os outros membros da facção – disse Molly, enchendo sua frase de vírgulas.

– Não sei muita coisa sobre os golpes e afins, mas posso dizer o quanto eu pude ver. Talvez Ino reconheça algumas pessoas de ontem, já que eu me lembro de quase nada.

– Prossiga – exigiu o caolho.

– Pois bem, não sei se eram seis ou sete – matemática não era bem o seu forte, como já dito -, porém não chegava a ser um número enorme. Estavam todos hospedados em um hotel, aparentemente alguns com feridas graves. Um deles não tinha um braço, ao invés disso uma metralhadora estava presente. Não que isso fosse importante, ou é? Pólvora é para fracos.

– Concordo, mas só um pouco, pólvora é sempre necessária para aqueles que não possuem força. Nem todos os fracos não são fortes, há fracos por opção.

– Ok, mas chega de burocracia, meu caro Comandante – encheu-se de ironia ao se dirigir ao caolho. – Posso prosseguir?

– Sou superior a você, em relação aos cargos e creio que em matéria de força também. Prosseguir é uma ordem, e você deve prosseguir porque é uma ordem minha meu caro – disse.

– Entendo, então prosseguirei.

– Prossiga.

– Estou prosseguindo, poderia não apressar-me?

– Tenho todo direito de apressar-te, pois sou superior a você de todas as formas. Creio apenas que não sou mais fraco que tu e outros adjetivos negativos a parte – provocou Molly que não ia muito com a cara do marmanjo desmoralizado.

– Está me provocando, velho? – Desde o inicio, a intenção de Rick era provocar o velho já que tal havia o desmoralizado com alguns socos espetaculares.

– Prossiga.

– Continuando, ele era praticamente um amador e aparentemente seu nome era Falcão. Uma espécie de aposentado prematuro da fórmula um que preferiu virar traficante, ou algo assim. Bem, foi isso que eu pude deduzir com a minha inteligência.

– Posso deduzir, também, com a minha inteligência, que o senhor não é tão intelignete assim e provavelmente confundiu fórmula um com [i]fórmula truck[/i]. – O caolho divertia-se com as provocações.

Já estava começando a de fato irritar Rick.

– Mestre, já chega de criancice – pediu a jovem.

Acalmou-se ao ver que sua colega de trabalho o defendia.

– Certo, parei de palhaçada, prossiga.

– Tinha um senhor com pinta de cirurgião dormindo. Bem, não sei se ele faz parte do grupo ou apenas estava ali trabalhando. Se for a segunda opção, é de fato um vagabundo que vive dormindo no trabalho – fez uma pausa para conseguir mais fôlego. – Havia mais dois, um jovenzinho de óculos que não parecia ser nada de mais e outro... Que parecia ser bastante viciado em entorpecentes.

– Como pode dizer que ele é viciado em entorpecentes? – Indagou Molly.

– Ele dormiu com um cigarro na boca.

– Bem... Não tinha mais alguém, Rick? – Questionou Ino, estranhando um pouco.

– Sim, eles estavam alojados em um hospital daqui a algumas quadras. Nem é muito longe daqui – disso todos já sabiam, porém Rick não sabia de tamanha sabedoria.

– Bem, e onde estaria Xupa Cabrinha? E aquele outro que, segundo a minha jovem discípula, tinha um grande espírito de luta? Está falando gente aí meu caro... Rick.

– Apenas posso afirmar que eles não estavam lá. Segundo o piloto de fórmula truck, digo... Fórmula um – graças ao erro teve que aturar um sorriso, feio, de Molly – o patrão não estava lá. E o patrão, segundo vocês, é Xupa Cabrinha. E ele também não sabia a localização do patrão.

– Interessante, então parece que o patrão realmente desapareceu. Ou seja... Estamos de folga, até que o patrão dê as caras novamente – abriu um meio sorriso de hipotenusa seis.

– Mas mestre... Essa é a chance que nós precisamos – disse Ino.

– Chance? Que nós precisamos? Do que está falando?

– Sem Robin e sem Xupa, eles apenas poderiam defender-se com o Frota, até porque o resto é praticamente inútil! Essa é a grande chance de derrotarmos todos os subalternos do suposto assassino para que nós depois possamos decapitá-lo sem interferências! Caso pegarmos eles de surpresa agora, apenas eu e você somos o suficiente para derrotá-los.

Rick sentiu-se excluído.

– Nossa real ordem não é derrotar os subordinados, e sim o líder deles. Isso que os patrões da política ordenaram-me.

– Porém, mestre, você deve saber que é óbvio que eles irão defender o seu líder, já que é o que os subordinados devem fazer.

– Sim, mas enquanto Xupa está ausente, não temos motivo para matá-los – repetiu Molly.

– Apenas digo que devemos fazer isso para nos adiantarmos. Se o caminho estiver vazio na hora da batalha, será muito mais fácil – insistiu a jovem.

– Obstáculos. Você os considera obstáculos? Se sim, não há motivo para querermos ultrapassar os obstáculos. Todos cruzam um caminho em busca do final, onde normalmente se encontra um pote de ouro em meio a um arco-íris de flores. Nosso pote de ouro sumiu, tentar atravessar os obstáculos seriam algo sem sentido e ridículo, sem motivo algum. Nosso pote pode reaparecer, é claro, porém podemos muito bem cruzar os braços perante as pedras que impedem nossa passagem. Quebrá-las agora ou depois não faz a menor diferença, e infelizmente meu problema estomacal me impede de fazer delas cimento para construir uma casa.

Demorou um pouco para que a jovem desvendasse aquela metáfora.

– Mas essa é uma grande chance.

– Aliás, creio que, quando nosso pote de ouro reaparecer, precisaremos de mais... Equipamento para fazer das rochas uma mesa de mármore. Não que seja necessário equipamento pesado, já que poucas daquelas rochas são de fato diamantes. Precisaremos de reforços. Mesmo que nós sejamos três, digo, dois e meio – referia-se a Rick com certa petulância, o que irritava cada vez mais o jovem –, eles ainda são três e meio. Podem até tornarem-se quatro, ou cinco! Isso caso treinarem enquanto cruzarmos nossos braços.

– E quem seria nosso reforço? – Indagou Rick.

– Digamos que eu conheço alguém, que conhece alguém... Que tem um poder descomunal, e que pode valer por dois... Daí sim nós estaríamos preparados para o que der e vier – disse o caolho.

– Caso quebrássemos as pedras agora, não precisaríamos de reforços.

– Minha cara, para que tanta insistência? Quer tanto batalhar contra esses supostos cúmplices de assassinato? Acalme a periquita, paciência é uma dádiva que deus nos deu.

– Deus não existe – retrucou Rick.

– Vamos logo, mestre.

– Certo... – fez uma pausa. – Vocês sabem o porquê de eu ter de fato aceito esse pedido de não só do senador como também dos patrões da política? Quero lutar contra Xupa Cabrinha, rever um antigo amigo e ao mesmo tempo poder lutar, algo que não faço há tempos, seria acertar dois coelhos com uma só pedra.

– Pode lutar contra Xupa Cabrinha depois, Comandante...

Um silêncio pôs-se no clima e fez dali um momento de tensão. Parecia não acabar, assim como a comicidade de Molly ao pôr a mão esquerda no queixo, um ato de reflexão. Procurava um argumento criativo para a resposta de Rick em meio aquela insistência de sua discípula.

O motivo era óbvio e inclusive um pouco trivial.

– Não teria graça.


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