Entre o céu e o inferno escrita por Karollin


Capítulo 7
Capítulo 6 - Visão


Notas iniciais do capítulo

♥ OI MEUS AMORES! Não demorei tanto, viram? Como foi o Carnaval? Fiquei o dia inteiro lendo e dormindo e passei as noites escrevendo ♥

♥ Lulu sua linda divosa, amei sua recomendação! Fico muito feliz que minha fic tenha ultrapassado suas expectativas ♥ SAUHSAUHSAHSA Obrigada pelos elogios ♥; Eu amo mistério, fico contente em saber que você também esteja gostando dele ♥ Awwn ♥ Melhor do site? *O* Obrigadaa ♥♥

♥ Obrigada por todos os maravilhosos reviews do capítulo anterior, irei respondê-los daqui a pouquinho, por isso não deixem de comentar ♥

♥ Postei uma nova fic: http://fanfiction.com.br/historia/481657/Jogo_de_seducao/ Espero vocês lá ♥

♥ Boa leitura, espero que gostem ♥



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Lucy Heartphilia – Beavor St, New York – 14:35

– Realmente precisamos desses disfarces? – perguntei.

– Claro que sim, oras! Onde já se viu perseguir alguém sem disfarces? – respondeu Levy parecendo ofendida.

Quando a baixinha falava assim parecia uma coisa pior do que realmente é, como se fossemos assassinas acompanhando os passos de nosso alvo. Tudo bem, estávamos seguindo Natsu desde a hora da saída graças a minha boca grande e sei que em todos os filmes de espionagem o perseguidor usava algo para que a vítima não o reconhecesse. Tudo bem, isso fazia sentindo. Mas realmente precisávamos usar aqueles óculos escuros, sobretudos pesados em um calor infernal e chapéu à moda antiga? Estávamos chamando ainda mais atenção!

– Para que eu fui dizer que gostaria saber o que o Natsu fazia além de me irritar? Antes tivesse mantido meus lábios bem fechados! – reclamei em voz baixa.

– Não seja pessimista Lu! Depois dessa loja ele com certeza irá para casa! – exclamou a pequena esperançosa.

Ela observava o rosado dentro de uma loja de ternos usando um jornal para tampar seu rosto. Estávamos em uma pequena lanchonete cujas mesas ficavam na calçada, conseguindo ter uma boa visão do ‘‘alvo’’. Tirei o chapéu utilizando-o como leque para tentar me refrescar sem êxito. Francamente como eu ainda ouvia e seguia os planos de Levy? Tudo o que ela propunha era furada, a prova disso foi minha ida àquela boate. Voltei com os pensamentos mais confusos de que quando saí do meu apartamento. Além disso, Natsu havia sofrido uma brusca mudança de comportamento sem nenhum motivo.

– Terra chamando Lucy. – falou a baixinha estralando os dedos diante de meu rosto – Nossa vítima acabou de se deslocar. Levante sua bunda daí agora ou o perderemos de vista.

A azulada estava mesmo gostando daquilo, acho que a fazia lembrar dos livros de ação, suspense e mistério que nós líamos. Para ela no momento não havia mais nada tão empolgante, mas eu já estava morta de vontade de chegar a minha casa, tomar um banho gelado e dormir em minha cama. Mas já sabia que isso era pouco provável de acontecer. Como Levy me implorou para seguirmos Natsu, eu tinha ligado para o chefe do restaurante onde eu trabalhava dizendo que chegaria mais tarde devido a uma situação urgente e inesperada.

Levantei-me a contragosto caminhando ao lado de minha amiga que, a cada esquina que passávamos, se escondia atrás da parede de qualquer construção para observar os dois lados. Ela estava certa, graças a minha demora havíamos perdido o rosado de vista. Eu sabia que se nos distraíssemos por um momento ele sumiria de nossa frente, como havia acontecido na primeira vez que encontrei Sting e o rosado parecia ter desaparecido no ar.

– Vamos desistir, Levy. Se eu ficar mais um minuto com esse sobretudo irei derreter, é serio. – implorei.

– Tudo bem, vamos nos reunir no covil para analisarmos as informações. – falou.

– Covil? Que covil? – perguntei confusa retirando o agasalho.

– Ora Lu, onde duas adolescentes podem se reunir para conversar? No shopping é claro! – exclamou sorrindo.

~♥~

– Você acha que ele estava procurando alguma fantasia para o Haloween? – perguntei incrédula – Mas ainda faltam três semanas!

Levy olhou-me como se a resposta fosse óbvia. Ela já estava perdendo a paciência comigo e pude comprovar isso com o jeito que ela suspirou rolando os olhos.

– Exatamente! Faltam só três semanas, todo mundo já está procurando fantasias. Fiquei sabendo pelo Gajeel que haverá uma festa a fantasia na casa da Lisanna, talvez o Dragneel queira te convidar e esteja procurando a roupa certa – falou – Ele ficou extremamente sexy naqueles ternos.

Senti meu rosto se aquecer a medida que eu corava. Ela estava certa, o rosado havia ficado muito irresistível naquela roupa que ele havia experimentado em uma das lojas. Confesso que se ele me convidasse para a festa seria difícil ouvir meus instintos e os alertas em minha mente com ele por perto.

– Vamos aproveitar que estamos aqui para procurarmos uma também? – perguntou com os olhos brilhando de empolgação.

– Não tenho escolha, tenho? – questionei com um sorriso nos lábios.

– É claro que não. – afirmou divertindo-se – Vamos às compras!

Saímos da praça de alimentação indecisas a qual loja ir. Estávamos no Mahattan Mall, um shopping enorme, mas que ficava longe de nossa escola e do apartamento em que eu morava. Entretanto Levy havia insistido para irmos nele, pois havia muitas lojas baratas e boas. Passamos diante de um brechó e Levy parou, fascinada com uma orelha de coelho felpuda e branca.

– Olha só isso! É exatamente do que eu precisava! – exclamou – Eu vou de coelhinha da playboy e aquelas orelhas ridículas e amassadas que encontrei já estavam me dando nos nervos.

– Coelhinha da playboy? É sério Levy? – perguntei incrédula.

– Ao usar essa fantasia espero que pelo menos Gajeel não fique com aquela cara irritada durante todo o tempo. Não é todo mundo que deu sorte de ficar com um parceiro comunicativo. Sério, ele parece um adolescente com alma de um velho rabugento! – explicou puxando-me para dentro da loja.

O brechó era repleto de roupas em cabides e em manequins. Havia vários acessórios pendurados pelo teto, e vários pares de sapatos estavam no chão desordenados. A loja era relativamente pequena e a única palavra que a descrevia era caótica. Atrás do balcão, uma velhinha com o rosto repleto de rugas e um sorriso dócil nos cumprimentou contente.

Levy logo foi conversar com a velhinha, mas não prestei atenção a sua conversa. Meus olhos fitavam com interesse um vestido que aparentava ser bem antigo. O espartilho era vinho de mangas compridas e a saia era preto de veludo. O decote era generoso: o formato quadrado e o apertado espartilho garantiam o destaque dos seios e a cinturinha fina.Havia também detalhes em dourado na bainha e nos ombros.

– Magnífico. – murmurei admirada.

– É lindo mesmo. – falou uma voz atrás de mim.

Virei o corpo deparando-me com Natsu. Ele usava a mesma roupa de cedo: uma blusa negra, calça jeans, all star e uma corrente com um pingente dourado em forma de asa.

– Estava me seguindo? – questionei irritada.

– Sim, você e aquela sua amiga baixinha estiveram me seguindo o dia inteiro e eu não reclamei. – respondeu colocando as mãos no bolso e balançando os ombros.

– Como você sabia? – perguntei abismada.

– Digamos que é bem fácil perceber duas pessoas de sobretudo nesse calor. – explicou sorrindo desdenhosamente.

– Lu! – chamou-me Levy – Experimente esse vestido, aposto que ficará ótimo em você!

A baixinha não parecia ligar para a presenta do Natsu ali, afinal, ela queria encontrá-lo. Já podia imaginá-la me obrigando a seguir o rosado novamente com ela – dessa vez, sem casacos. Peguei o vestido e fui para o provador que consistia em um pequeno cômodo com um grande espelho na parede. Ao olhar para o espartilho, percebi que teria que ter ajuda para fechá-lo.

– Levy, você poderia me ajudar aqui? – perguntei alto.

– Claro, abra aí. – respondeu.

Abri a porta permitindo a baixinha entrar e a fechei rapidamente ao ver fios róseos refletidos no espelho. Despi-me um pouco envergonhada e coloquei a roupa. A azulada me ajudou com o espartilho e, meu Deus, aquele troço apertava demais! Apesar de minha cintura ter ficado fina e meus seios levantados, eu mal conseguia respirar direito. Agora eu sabia o que as mulheres do século XV se sentiam ao vestir aquelas coisas.

Olhei para minha imagem no espelho e arfei. O vestido havia ficado maravilhoso em mim, parecia que já até tinha o usado antes! Apesar de ele ser quente e me apertar, decidi que aquela seria minha fantasia de haloween.

Saí do provador com Levy para ver se ele não me machucaria quando eu andasse. Deparei-me com Natsu olhando para mim com os olhos arregalados e a boca levemente aberta. Ele me encarava como se estivesse vendo outra pessoa e vi-o se aproximar de mim afoito. Seu dedo quente encostou em minha bochecha acariciando-a carinhosamente. Sua mão foi de encontro a minha cintura, puxando-me para mais perto de seu corpo.

– Você está linda. – falou com os olhos ônix brilhando.

E então, antes que eu pudesse sequer balbuciar um agradecimento, ele selou nossos lábios. Minha visão foi tomada por uma escuridão e eu senti tudo girar. Por fim, parecia que eu estava caindo de uma altura grande.

O salão de baile era esplêndido e luxuoso. As paredes eram de cor creme e havia várias janelas altas no lugar, permitindo que o ar frio da noite entrasse amenizando a temperatura do lugar. A decoração era requintada e pomposa para mostrar toda a riqueza dos donos dali. Eu podia jurar que aqueles detalhes eram feitos em ouro e prata. Uma música clássica e instrumental soava pelo ambiente e vários casais dançavam calmamente valsa com sua melodia.

Notei no centro daquelas pessoas um homem de cabelos róseos segurando uma jovem sorridente de cabelos loiros. Ele estava com um paletó preto que deixava a mostra sua bufante camisa branca, sua bermuda era colada ao corpo e chegava aos joelhos. Usava também uma longa meia branca que não deixava aparecer nenhum pedaço de sua pele e nos pés havia um sapato envernizado negro. Já a mulher usava um vestido rosa de manga comprida bufante e fechada nos pulsos. O espartilho era branco e deixava sua cintura fina e seus seios fartos eram evidenciados com a peça. Os fios loiros estavam presos em um coque bem trabalhado no alto da cabeça e havia uma telinha de linhas douradas incrustadas de pedras preciosas por cima do penteado.

– Se ele quer casar com a senhorita deveria entender-se com a família e não estar agora daqui a dedilhar seu corpo com tal luxúria. – resmungou uma mulher morena alta para uma amiga.

– Duvido que o conde aprovaria tal matrimônio. Ele é um fidalgo que não tem quaisquer bens. – respondeu a loira.

Olhei espantada para as duas mulheres ao meu lado. Ambas olhavam a cena com olhar reprovador. Fiquei de frente para elas, mas elas não se incomodaram. Estralei meus dedos diante de seus rostos, mas elas não esboçaram nenhuma reação. Ninguém prestava atenção em mim, era como se eu não estivesse presente. Aproximei-me mais do casal franzindo o cenho. As pessoas que rodopiavam pareciam em atravessar, como se não poder ser vista não fosse perturbador o suficiente.

Porém, antes que eu conseguisse visualizar melhor os dois, senti minha cabeça rodar e saí do meio da pista de dança buscando algo em que escorar. Eu estava confusa e o ar parecia não chegar a meus pulmões. Inspirei diversas vezes e os pontinhos negros desapareceram de minha visão. Infelizmente não consegui afastar muito do casal e, quando passei os olhos pela multidão procurando um meio de sair dali, encontrei uma garota observando o rosado e a loira. Ela possuía os cabelos platinados presos em um penteado elaborado e usava um vestido longo e preto. A saia era de veludo com detalhes em seda cor vinho e o espartilho era negro com alguns adornos vermelhos. Lisanna. Não podia ser a Lisanna, não é? Afinal parecíamos estar em um baile de época.

Seus olhos azuis fitavam o homem com extrema raiva e mágoa, mas após um vento um pouco mais forte que os demais atravessar as janelas, ela desviou sua atenção para o céu e sua expressão se tornou preocupada. Sem aviso, uma ventania levou poeira para dentro do salão, agitando as cortinas grossas e levantando um pouco os vestidos das mulheres.

– Eles descobriram.

– Lucy? senti alguém me sacudir.

Abri os olhos sendo cega pelo clarão repentino da luz. Pisquei algumas vezes para acostumar-me com a luminosidade. Sentei-me sentindo um grande aperto na cintura que dificultava meus movimentos. Notei que ainda vestia o vestido e o espartilho me impedia de me movimentar com destreza. Percebi que eu ainda estava no brechó e Levy me encarava com os olhos preocupados. Busquei Natsu e o encontrei em pé olhando-me de modo sombrio e intenso, como se eu houvesse descoberto um de seus segredos e agora ele quisesse me fazer manter a boca fechada.

– O que aconteceu? – perguntei sentindo minha cabeça doer.

– Você apagou do nada quando Natsu a beijou! – falou, havia alívio em sua voz – Sabe, desmaiar durante um selinho do deus grego não é uma forma boa de sedução.

Essa última frase ela havia falado tão baixo que tenho certeza que somente eu a escutei. Estava confusa demais para me envergonhar e corar. Levy se levantou estendendo a mão para mim ajudando-me a ficar de pé. Bati as mãos no vestido, pensando que essa era a ação apropriada para a situação. Infelizmente eu não havia ligo o ‘‘Guia do que se fazer quando você acha que foi transportada para o passado ao beijar um cara bonito.’’

– Você está bem? –questionou preocupada.

– Sim, acho... Acho que o espartilho estava apertado demais, só isso. – respondi dando um débil sorriso.

– Vamos tirar logo essa coisa antes que você caia morta e eu seja acusada de homicídio doloso. – retrucou empurrando-me para o provador.

Com a ajuda de Levy, consegui retirar o espartilho permitindo que o ar voltasse novamente em grandes quantidades para meu pulmão. Assim que ela saiu do provador, encostei-me na parede do quartinho tentando entender o que havia ocorrido. Aquilo havia sido real ou foi somente uma alucinação causada pela falta de ar? Arrepiei-me e senti um frio gelar minha espinha.

– Parece que eu não posso mais confiar em minha mente. – murmurei abalada.

– Está tudo bem aí, Lu? – perguntou Levy em voz alta.

– Sim. – menti – Já estou saindo.

Retirei o que restava do vestido tendo cuidado para não estragar a belíssima peça. Vesti novamente minha calça jeans e minha camiseta vermelha. Calcei minhas sapatilhas respirando fundo e massageei minhas têmporas para melhorar um pouco a dor de cabeça. Peguei o vestido e saí do provador. Antes que eu pudesse dar mais um passo, Levy pegou-o da minha mão.

– Você tem que levar esse! Conheço uma mulher que é costureira, ela pode tentar dar um jeito nesse espartilho. – tagarelou animada – Dê-me seu cartão de crédito para eu pagar lá no caixa.

Abri minha bolsa e entreguei-a meu cartão sem resistência. Se eu não o levasse, sabia que ela iria me azucrinar durante dias até que eu voltasse e comprasse aquele vestido. Assim que ela se afastou em direção ao balcão, olhei para Natsu. As semelhanças entre ele e o homem daquela visão eram assustadoras, mas o rosado tinha uma cicatriz no pescoço que o outro não possuía. Assustei-me um pouco com o modo com que ele me olhava. Seus orbes ônix fitavam-me de modo sombrio, como se tivesse se controlando para não explodir toda sua raiva. Virei-me para ficar próximo da azula, mas antes que eu desse um passo na direção dela, Natsu segurou meu braço.

– O que você viu? – perguntou-me com a voz controlada.

Com essa pergunta, eu soube que tudo aquilo havia sido real.


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Notas finais do capítulo

♥ BWAHAHAHAHHA Ao invés de desfazer os nós eu estou embolando-os ainda mais BWAHAHAHA E aí, quais são suas suposições sobre o Natsu? u-u

♥ Comentem, por favor! Sabem, eu adoraria receber uma recomendação *U* Quem sabe assim eu desvendo alguns mistérios? u-u