Entre o céu e o inferno escrita por Karollin


Capítulo 6
Capítulo 5 - Decidida


Notas iniciais do capítulo

♥ OI MEUS AMORES! DEMOREI UM POUQUINHO NÃO FOI? DESCULPEEEM-ME! Sério galera, 2° ano está tenso! SOS!

♥ Obrigada pro todos os maravilhosos reviews do capítulo anterior, irei respondê-los daqui a pouquinho, por isso não deixem de comentar ♥

♥ Boa leitura, espero que gostem ♥



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Lucy Heartphilia – Dance Hypinotic, New York – 02:34

Eu estava com medo. Como alguém consegue bater em uma parede com tanta força a ponte de marca-la? Assim que Natsu viu meu olhar apavorado, ele percebeu o estrago que havia feito e praguejou fitando Sting com uma raiva quase palpável. Se o rosado tivesse lasers no lugar dos olhos, tenho certeza que o loiro estaria partido em milhares de pedaços.

– N-Natsu? – gaguejei apreensiva.

Ele virou em minha direção. Seus olhos estavam mais negros do que o céu sem estrelas, seu maxilar estava travado, todos os seus músculos estavam tensos e havia uma veia em sua testa evidência. Tudo estava indicando que ele estava muito, muito irritado. Aquele não parecia o Natsu que eu achava que conhecia. Com aquela expressão ele parecia uma besta, um animal selvagem, um assassino.

Todas as células do meu corpo estavam protestando contra minha permanência ali e meus instintos me mandavam sair correndo sem olhar para trás. Naquele instante me senti totalmente indefesa. As pessoas ao nosso redor não percebiam o que estava acontecendo e permaneciam alucinadas em seus beijos e danças. Eu estava errada quando disse que nada acabaria com minha noite.

– Loirinha? – falou Natsu.

Seu olhar ficou mais brando e era possível notar que se sentia ao mesmo tempo incerto sobre o que fazer e culpado por ter agido assim na minha frente. Como ele pôde ser tão violento? Sting não havia feito nada a ele. O rosado largou a blusa do loiro e deu um passo em minha direção. Recuei institivamente.

– Luce? – repetiu.

Eu não queria mais vê-lo, sentia que corria um perigo imensurável estando ao seu lado. Quando será que ele vai repetir essa dosa de violência? Quando será que ele vai explodir daquela maneira? Eu não sabia, mas não iria querer saber. Dei as costas aos dois e corri abrindo caminho na multidão. Entre mim e a saída havia a pista de dança. Com muita dificuldade e após levar algumas cotoveladas, consegui chegar à escada.

– Lucy! – ouvi-lo gritar por cima da música, mas não olhei para trás.

Abri a porta que levava ao curto e mal iluminado corredor e atravessei-o sem olhar pra trás. Finalmente estava de volta ao barulho do trânsito. Mesmo sendo de madrugada, New York nunca parava. Agradeci ao quase silêncio, o som alto da música estava irritando meus ouvidos. O ar frio da noite limpou minha mente e, mesmo ele sendo poluído, inspirei profundamente. Fechei os olhos tentando me acalmar, mas a imagem do punho de Natsu marcado na parede sempre retomava a minha mente, como se tivesse sido pintada em minhas pálpebras. Alguém apertou meu pulso impedindo-me de continuar andando. Virei de supetão e ao ver o rosado ofegante fiquei tensa, tomada pelo medo.

– Espere. – pediu.

– Me solte. – ordenei com a voz um pouco trêmula.

– Não. – falou apertando ainda mais meu pulso.

Protestei com um gemido de dor devida à força excessiva do aperto. Isso fez ele me soltar um pouco assustado. Havia ficado uma marca avermelhada de seus dedos em minha pele branca.

– Desculpe. – murmurou respirando fundo tentando claramente manter a calma.

– Pelo que está pedindo desculpas? Por querer matar o Sting ou por me machucar? – questionei massageando meu pulso.

– Eu não ia matar ele, só dar um pequeno susto. – respondeu.

– Não quero mais você perto de mim. Quem sabe quando perderá a calma e me dará um ‘‘pequeno susto’’? Aliás, nem sei o motivo que me levou a aceitar vir aqui hoje. Não o conheço, você me matar e esconder o meu corpo pouco custa. – falei do modo mais frio e indiferente que pude.

Minhas palavras magoaram tanto a ele quanto a mim. Eu queria ficar perto dele, mas ao mesmo tempo tinha medo de suas atitudes. O que mais complicava as coisas era o fato de eu estar começando a realmente gostar dele. Natsu sempre se mostrou misterioso, como se estivéssemos jogando e agora ele havia tirado todas as minhas peças do tabuleiro deixando-me sozinha e desprotegida. Sentia-me exposta e vulnerável.

Vi-o recuar um passo para trás parecendo magoado e ao mesmo tempo desolado com minhas palavras. Mas o que ele queria? Para começo de conversa ele nunca respondeu às perguntas que eu o fazia. Para que eu confiasse nele, ele teria que ter confiado em mim e dito tudo o que eu havia questionado. Francamente, ele não tinha o menor direito de estar magoado comigo. Esse pensamento me fez ficar com mais raiva do que medo. Cruzei os braços diante do meu corpo dando chance para ele se defender.

– Você não entenderia. – falou em voz baixa.

– Tente me explicar então. - retruquei perdendo a paciência.

O silencio foi sua resposta. Dei as costas para ele voltando a caminhar nas ruas um pouco movimentadas da noite de New York.

– Não! – exclamou ao me ver afastar – Não posso perdê-la novamente, por favor!

Novamente? Ele nunca havia me perdido! Quero dizer nós nos beijamos e foi muito, muito bom, mas o que mais havíamos feito? Parei de caminhar e virei em sua direção. A máscara sempre presente de superioridade havia abandonado suas feições. Senti que era a primeira vez que o via. Graças à precária iluminação do poste, seus olhos estavam de um verde-musgo escuro, não pretos como costumava ser e demonstravam fragilidade. Ao me ver espantada, logo retomou sua expressão anterior, como se reprovasse sua recaída.

– Eu não vou lhe falar nada sobre mim agora, talvez com o tempo, quem sabe. Conviva com isso e se não aceita meu pedido de desculpas, pode ir andando todos os quilômetros que separam você do seu apartamento. À pé. Sozinha. À noite. – falou pausadamente com seu costumeiro sorriso sacana.

E ali estava o Natsu Dragneel que eu conhecia – ou não. Seus olhos ônix fitavam-me divertidos já sabendo a resposta que eu iria lhe dar. Senti vontade de rir de minha estupidez. Como eu havia cogitado voltar para casa sem nem mesmo saber o caminho e sem nenhum dinheiro para o táxi? Definitivamente essa foi a ideia mais idiota que tive hoje – como já passava da meia-noite contava como outro dia, o que tonava a ideia de vir aqui a mais estúpida de ontem.

– Vamos logo. – resmunguei caminhando na direção contrária, a caminho de seu carro.

Pela primeira vez em muito tempo, a curiosidade perdeu a luta em minha mente.

Natsu seguia atrás de mim em silêncio. Será que ele estava olhando para o meu traseiro? Senti meu rosto corar. Por que raios eu havia pensado nisso? Agora eu estava paranoica, sem saber como andar. Antes que eu acabasse caindo, o rosado segurou meu pulso delicadamente, porém de um modo firme e me puxou para um beco mal iluminado prensando-me na parede áspera e empoeirada da construção. Ofeguei ao sentir seu corpo pressionado no meu.

Seu aperto era suave, carinhoso, diferentemente do primeiro. Senti seu nariz passar por meu pescoço, o ar quente de sua respiração fazia-me ficar arrepiada, e seus lábios macios beijavam-no fazendo calafrios de prazer percorrer meu corpo.

– O fato de você estar ficando mole em meus braços quer dizer que estou perdoado? - questionou traçando uma trilha de beijos de minha orelha ao decote do vestido.

– Estou... Estou pensando no seu caso, Dragneel. – respondi controlando a voz para que ele não percebesse a nota de desejo nela.

– Deixe-me ajudá-la a tomar sua decisão então. – anunciou.

Sua boca veio a encontro da minha com voracidade. Minhas mãos se emaranharam nos cabelos róseos dele, puxando-o para mim como se houvesse algum meio possível de ficarmos mais perto. O aperto em minha cintura ficou um pouco mais forte, incentivando-me a fazer algo que nunca imaginara. Minhas pernas se enrolaram em sua cintura, a parede e seus braços fazendo o apoio que eu precisava. Sua língua se contorcia com a minha e ao passar do tempo o oxigênio se fez necessário. Ele desvencilhou sua boca e apertou os lábios contra a minha orelha.

– Estou perdoado? – questionou novamente ofegante.

– Sim. – gemi ao sentir sua mão passar por minha pele desnuda graças ao decote nas costas do vestido.

Beijamo-nos outra vez. Sentia como se meu sangue fosse trocado por magma, fervente e arrematador. Eu tinha a impressão de estar queimando, uma queimação muito prazerosa. Ouvi o som de alguma coisa de vidro cair e se partir em centenas de pedaços perto de nós. Interrompemos nosso beijo e olhei para a origem daquele barulho. Um adolescente estava apoiado na parede a poucos metros com a cabeça abaixada completamente bêbado. Então, ele vomitou.

– Esse filho da puta quebrou totalmente o clima. – resmungou Natsu.

Dei uma risada nasal e desci minhas pernas percebendo que ele estava excitado. Isso me surpreendeu, nunca havia de fato feito algum homem ficar daquela maneira – não que eu soubesse, é claro. Natsu percebeu que eu havia notado e começou a rir.

– Olhe só como você me fez ficar, loirinha! E graças àquele bêbado maldito terei que me aliviar sozinho. – brincou.

Dei uma risada tímida ajeitando meus cabelos e meu vestido. O que havia de errado comigo? Como eu era capaz de sentir isso com um cara que mal responde a minhas perguntas? Não sei nem o que ele gosta de fazer – além de me irritar é claro! Suspirei sentindo-me cansada. Comecei a andar de volta ao carro do rosado e ele abriu a porta do passageiro, convidando-me a entrar.

Sentei-me no banco mais relaxada do que na primeira vez que estive nele. O caminho foi silencioso e eu não possuía a menor vontade de quebra-lo, necessitava pensar no que havia ocorrido e em meus sentimentos em relação ao rosado. Natsu permaneceu concentrado no trajeto, ficando sério. Pude perceber que ele parecia se arrepender amargamente de algo pelo vinco que havia se forçado em sua testa e pelo fato de seus lábios estarem apertados em uma linha fina e rígida.

Chegamos à porta de meu prédio em pouco mais de vinte minutos, eu havia marcado no relógio. Antes que eu saísse do carro, Ntasu segurou meu braço pela terceira vez naquela madrugada. Virei-me em sua direção e senti seus lábios colarem nos meus. Sua língua entrelaçava-se com a minha em movimentos lentos, sua mão pousou em minha nuca puxando-me para mais perto. Entretanto, não tardamos a nos separar. Aquele beijo parecia ser de despedida e não gostei nem um pouco daquilo. O rosado era um mar de mistérios que eu ainda não havia desbravado e ele não iria sair da minha vida até eu ter todos os meus questionamentos respondidos.

– Não acredito que estou cometendo o mesmo erro de novo. – sussurrou quase inaudivelmente.

Eu ter ouvido aquilo foi uma coincidência, pois no exato momento em que ele proferiu aquela frase eu estava levemente inclinada em direção ao carro fechando a porta com delicadeza. Fingi não ter escutado nada e dei um pequeno aceno coma mão antes de entrar na recepção. Estava intrigada. Tudo naquela noite havia sido incrivelmente misteriosa e questionável. A começar pelo fato do Dragneel deixar implícito que já havia me perdido uma vez – o que nunca havia ocorrido, já que eu o conheci há poucos dias.

– Boa noite, Lucy. – cumprimentou James dando-me um pequeno susto.

– Boa noite, senhor James. – disse sorrindo – Estou morta de cansaço, podemos deixar para conversar mais tarde, por favor?

– Claro, senhorita. Bom descanso. – falou voltando sua atenção à novela.

Retirei os saltos sentindo o piso frio em contato com meus pés cansados e doloridos. A sensação era maravilhosa. Segurei meus sapatos em uma mão e com a outra apertei o botão do meu andar. Caminhei pelo corredor retirando a chave do apartamento de um bolso interno de meu vestido. Abri a porta com um suspiro e assustei-me com uma pessoa pequena pulando em cima de mim, derrubando-me no chão com força.

– Levy, sua louca! – exclamei levantando-me.

– Ai meu Deus! Como foi sua noite com o Natsu? Ele beija bem? Tem pegada? Descobriu alguma coisa dele? Aposto que vocês quase se comeram em um beco, se não tiver sido no beco, algum motel barato também serve! – tagarelou empurrando-me para dentro de minha moradia e fechando a porta logo depois para não acordar os vizinhos.

– Vai com calma, sua doida! Não teve nada de mais – senti meu rosto corar – e pode esquecer essa ideia de ‘‘se comeram’’. Nós só nos beijamos! E sim, ele tem pegada – murmurei essa última frase sentindo-me corar ainda mais.

– Eu não acredito! Sua safada! – berrou histérica.

– Até parece que sou eu quem tem essas libertinagens na cabeça! Vamos dormir, estou morta de cansaço. –pedi.

– Você não vai se safar de mim tão fácil assim, Lu! – exclamou Levy rindo.

~ # ~

Meu fim de semana foi tomando quase que inteiramente pelas incessantes perguntas da Levy. Sua curiosidade conseguia ser maior até do que a minha e por isso tive que aguentar seus questionamentos até domingo à noite quando, finalmente, ela se convenceu de que não havíamos feito sexo nem no carro de Natsu nem em algum motel barato.

Cheguei à escola um pouco cansada pela noite mal dormida e sentei-me na minha mesa que ficava no fundo da sala. Não me surpreendi pelo Natsu ainda não estar lá, afinal era segunda de manhã e provavelmente ele ainda mal havia levantado da cama.

Levy me fez admitir que estava desenvolvendo emoções, mesmo contra minha vontade, pelo rosado. Isso me assustava, mas eu tentava clarear minhas ideias. Para mim, aquilo que sentia por ele era apenas atração e não algo a mais. Afinal, eu não sabia quase nada sobre ele e não era segredo que o Natsu possuía um físico invejável e o ar de mistério só o deixava mais sexy ainda.

Como naquele momento.

Dragneel entrou na sala com a mochila preta em um dos ombros, os fios róseos estavam bagunçados e ele parecia ter dormido muito pouco à noite, menos até que eu. Ele usava uma camisa de botões azul clara, cujo os dois primeiros estavam abertos, sua calça jeans era preta e usava all star da mesma cor. Meu olhar se fixou na figura agarrada a seu braço. Lisanna estava usando uma minissaia jeans e uma blusa rosa com um generoso decote. Ela falava algo com o rosado, que não parecia minimamente interessado em suas palavras. Quando ela balançou o cabelo, notei uma marca arroxeada em seu pescoço. Um chupão. Arregalei os olhos sentindo uma pequena pontada em meu peito. Somei dois mais dois e logo concluí que a noite dos dois havia sido muito mais interessante que a minha. Como dizia Levy, parece que eles haviam feito sexo em um motel barato.

Natsu se sentou ao meu lado desgrudando finalmente da albina, porém não dirigiu o olhar para mim nenhuma vez, tampouco conversou comigo. Bufei irritada e saí da sala, indo direto para o banheiro feminino. Já havia me acostumado com o luxo daquele lugar, por isso não parava para analisar mais cada detalhe dali, até porque eu já havia praticamente os decorado.

– Você não deve se iludir com o Natsu. – falou uma voz perto de mim.

Levantei o rosto assustada ao ver Lisanna parada na porta com os braços cruzados diante do corpo.

– E por que não? – questionei confusa.

– Porque ele não é estúpido, não cometerá o mesmo erro duas vezes. Até porque não haverá ninguém para limpar a pele dele desta vez. – respondeu confundindo-me ainda mais.

– Do que você está falando? Está louca? – perguntei franzindo o cenho.

– Posso lhe garantir que estou em meu perfeito estado mental. E, se você tiver um pingo de inteligência, se afastará dele. – afirmou.

– Eu não irei me afastar dele. - retruquei já nervosa.

Quem essa garota pensa que é para mandar em mim? Agora mais do que nunca estou decidida a ficar próxima do Natsu - em grande parte para irritar a albina.

– Tudo bem, faça o que quiser. Só não pense que ele desenvolverá algum tipo de sentimento por você, afinal você é só o último degrau que ele precisa passar para alcançar seu objetivo. – falou praticamente cuspindo as palavras, com a expressão retorcida de raiva.

– Então acho que não precisa se preocupar, já que ele não desenvolverá algum tipo de sentimento amoroso por mim você manterá seu posto como putinha particular dele. – disse virando as costas e passando por ela.

Eu não perdia a paciência com facilidade, mas a Lisanna realmente havia conseguido me tirar do sério com uma facilidade espantosa. Mas ao contrário do que ela pensava, aquela conversa só me tornou ainda mais decidida a me aproximar do Natsu, de desvendar os mistérios que o rodeavam. Em grande parte eu faria aquilo só para irritá-la, mas ela não precisava saber disso.

Meus lábios se contorceram em um pequeno sorriso. Natsu, Natsu... Definitivamente irei descobrir seu segredo.


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Notas finais do capítulo

♥ Vish mainha! As coisas agora vão começar a ficar claras... os mistérios estão próximos de serem revelados u-u BWAHAHAHA O que será que gerou essa mudança de atitude no Natsu? Gostaram dessa Lucy decidida? *U*

♥ Comentem, galera, é rápido, fácil e o melhor: grátis! UASHUSA Se estiverem gostando tanto da história quanto eu estou gostando de escrevê-la recomendem! Quem sabe o cap não sai antes? ♥