Hakanai (Interativa) escrita por Wondernautas


Capítulo 9
Fubuki vs Envy: migalhas de sofrimento


Notas iniciais do capítulo

Olaaaaas. Tenho dois comunicados:

*Primeiro: gostaria de agradecer a Lis pela recomendação. Fico grato por isso e por saber que está mesmo se agradando com a fic. Em algum momento ainda não previsto, farei um capitulo especial em homenagem à sua personagem ^^

*Segundo: esse cap, na minha opinião, foi o melhor até agora. Esse arco deve ser o menor de todos e não está muito longe de acabar. Quem ainda não apareceu, pode ter certeza, vai brilhar nas próximas emoções *-*. E falo sério!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/452795/chapter/9

– Já é minha vez de novo! – exclama Fubuki, junto de Keiko, Anya e Martina.

Há pouco, o anfitrião do evento declarara os nomes da próxima W-battle. E, como era de se esperar, os chamados foram o dono do pequeno Star e Envy Scarlette Hellsin. Por isso, ele se vira para Anya e entrega seu cachorro, pedindo:

– Cuide do Star, por favor.

– Claro. – diz ela, sorrindo, ao receber o dócil animal

Sem demorar muito, Fubuki e Envy – que já estava próxima do grupo há alguns minutos – caminham para fora do camarim e se colocam em suas respectivas posições, de modo devido.

– Então terei que enfrentar ela... – pensa ele, ao se lembrar de quando a viu pela primeira vez e passar a fitá-la por alguns segundos, enquanto coloca suas cartas de metal no W-disk diante de si.

– WWW é um jogo muito divertido, não acha? – pergunta ela, aparentando estar bem animada, fazendo o mesmo que ele: duas das suas cartas de metal são prateadas e uma delas é dourada.

E os W-warriors surgem.

Pantera do Norte – VIDA: 2100/ MAGIA: 2000/ FORÇA: 2300/ AGILIDADE: 3000

Raposa do Norte – VIDA: 2100/ MAGIA: 2000/ FORÇA: 2100/ AGILIDADE: 2500

Lobo do Norte – VIDA: 2100/ MAGIA: 2000/ FORÇA: 2200/ AGILIDADE: 2800

Faraó – VIDA: 2600/ MAGIA: 2300/ FORÇA: 2000/ AGILIDADE: 1000

Cleópatra – VIDA: 2500/ MAGIA: 2400/ FORÇA: 600/ AGILIDADE: 1000

Esfinge – VIDA: 2800/ MAGIA: 2000/ FORÇA: 3000/ AGILIDADE: 000

– Você é um garoto interessante. – afirma Envy, tendo como carta metálica dourada a que representa a Esfinge.

Apesar do elogio, ele nada diz. Por alguma razão, no fundo, também vê algo nela que lhe desperta interesse. Apenas não saberia dizer exatamente o quê.

– Comecem! – declara o anfitrião.

– Aurora Boreal! – o dono de Star inicia com sua estratégia básica, erguendo o braço direito por alguns segundos, usando seu indicador para apontar para o céu.

A pantera, a rabosa e o lobo saltam para o alto: ao mesmo ponto indicado por seu usuário. Uma forte luz, em seguida, os envolve e se volta contra os W-warriors de Envy.

– Isso não vai funcionar tão rapidamente contra os meus W-warriors, pois eles têm boas pontuações em MAGIA! – afirma a garota, sem se abalar, lembrando-se da execução do Aurora Boreal durante a disputa entre Fubuki e Mika’il.

As feras de Fubuki retornam para o chão após o belíssimo show de suas luzes. No caso, o comentário de Envy se refere ao fato de que a Aurora Boreal é pura MAGIA. Quanto menor a pontuação do seu alvo em tal quesito, mais rapidamente é derrubado.

– Punição Egípcia! – determina ela, sem se preocupar com tal coisa por ora.

O Faraó de Envy movimenta seu braço direito, manuseando um longo chicote dourado. Então, tenta atacar, de uma só vez, todos os três seres do oponente. Porém, habilmente, eles desviam.

– Adaga Egípcia! – mais uma vez, clama a garota, mas agora para sua Cleópatra.

A figura feminina ergue o braço esquerdo e, ao abaixá-lo velozmente, atira a adaga em sua mão contra seus alvos. O objeto, pequeno e dourado, se transforma em uma grande e ameaçadora serpente de mesma coloração. Os três animais brancos – virtuais, todavia – de Fubuki no campo, rápidos, desviam da investida outra vez. Em seguida, a cobra se transforma em uma adaga novamente, permanecendo caída em um canto da arena.

– Rugido Egípcio! – mais uma declaração de Envy.

Agora é a grande Esfinge. A estátua viva abre sua boca e, dela, centenas de pedregulhos são disparados contra os seres do adversário. Mesmo assim, como antes, os animais utilizam de ágeis movimentos para escaparem de cada uma das pedras.

– Ele está tentando ganhar tempo para que a Aurora Boreal faça efeito. – pensa a jovem, observando a face de concentração do oponente.

De repente, a cabeça da bela começa a doer. Levando a palma direita para a mesma, algumas lembranças falhas e desconexas surgem em sua mente no processo.

– O que isso significa? – imagina, tentando entender a razão de estar tendo tais confusas lembranças: até mesmo parecidas com as que teve encontrando-se com Muey Muong.

– Garras Boreais! – exclama Fubuki. – Ataquem o Faraó!

Os três animais se reúnem e, com uma incrível agilidade, se aproximam do alvo e atacam com suas garras cintilantes sem parar.

Envy, que abaixara um pouco seu rosto quando a dor começara, a ergue outra vez – mas mantem sua palma colada nela. Então determina para a Esfinge:

– Paralisação Egípcia!

Os olhos de pedra da criatura se tornam brancos por alguns segundos. Tempo suficiente para paralisar por completo os movimentos das feras de Fubuki, que ficam à mercê do próximo ataque de Envy:

– Florescência Egípcia!

Mais uma vez, a Esfinge entra em ação. Erguendo seu grande braço direito, a criatura tapeia o chão, fazendo pilares de terra – tão colossais quanto ela – surgirem do mesmo, em direção aos W-warriors de Fubuki. O Faraó salta para trás para não ser atingido e, paralisados, os animais são pegos em cheios e jogados para o alto.

– Ponte Boreal! – Fubuki reage, ao olhar para eles no céu e perceber que pelo menos parte dos movimentos dos três voltaram.

A Pantera do Norte é quem age. Com um rugido, cria uma espécie de arco-íris que chega até o chão – porém, esse possui somente branco. Os outros dois animais se remexem no ar e caem de pé – ou de patas – sobre a Ponte Boreal. Em seguida, a própria Pantera do Norte faz isso.

Então, o garoto pensa em fazer o próximo movimento. Contudo, ao notar que sua adversária não está se sentindo bem, questiona:

– Está passando mal?

– Não se preocupe. – pede ela, tentando disfarçar a expressão de quem sofre uma dor de cabeça daquelas.

Os flashes de sua memória vaga continuam a invadir sua mente. Envy tenta deixar isso de lado, mas não consegue: as lembranças insistem e se tornam cada vez mais fortes. Contudo, são coisas incompletas e sem nexo nenhum, que não garantem a ela nenhum entendimento.

– Mumificação! – exclama.

Bandagens, através de uma breve força luminosa, surgem ao redor da Cleópatra. Em seguida, o mesmo acontece com a Pantera do Norte de Fubuki. Segundos depois, ambas as criaturas são desintegradas, varridas da disputa. Por consequência, a Ponte Boreal se desfaz e os dois W-warriors restantes do dono de Star voltam para o chão.

– Você sacrificou sua W-warrior com uma técnica suicida!? – indaga ele, surpreso.

– Sim. E se eu pudesse, cometeria outros sacrifícios para que essas dores em minha cabeça tivessem fim! – grita, estranhamente nervosa. – Veja o que eu, Envy Scarlette Hellsin, a quinta Virtude, sou capaz de fazer!

– Então ela também é uma delas! – mentaliza ele, nem tão surpreso, na verdade: já esperava.

Fubuki agora entende. Talvez pelo fato de WWW conectar os sentimentos dos jogadores de modo formidável. E quando a ligação, dos mesmos, com o jogo é alta e suas essências semelhantes, a compreensão mútua é quase inevitável. É por isso que ele compreendeu: o que lhe chamou a atenção em Envy foi o que vive no coração da mesma.

– Espírito Egípcio! – declama a jovem, enquanto suas dores se elevam cada vez mais.

Um brilho dourado envolve a Esfinge. Em seguida, abre a boca e dispara inúmeros feixes de luz contra os dois seres de Fubuki. Contudo, ainda assim, eles conseguem escapar.

– Os ataques dos meus W-warriors são bem lentos para acertá-los. Será que não posso vencê-lo? – imagina ela. – Porém, eu não posso perder aqui! Não enquanto o pessoal do orfanato estiver precisando de mim!

– Você é órfã como eu, não é? – pergunta o garoto, para a surpresa total dela.

Repentinamente, as memórias vagas que planavam na mente de Envy ganham clareza total. São imagens da época em seu passado de que pouco se lembra. O que está, agora, na cabeça da garota são imagens de uma pequena garota brincando com uma mulher e um homem em um jardim de rosas brancas. Entende que é ela mesma se divertindo com seus pais, em algum momento antes de ir para o orfanato Santa Cruz.

– Eu era, não sou mais. – afirma a jovem, enquanto as memórias continuam planando em sua cabeça. – Hoje tenho uma família, mas não posso esquecer do orfanato e das pessoas que, lá, me acolheram.

A “metralhadora de luzes” na boca da Esfinge cessa, pois chegara ao seu limite alcançável. Ainda assim, os dois W-players continuam se observando na arena de combate.

– É Caridade o que te representa. Não tenho dúvidas. – afirma Fubuki, com plena certeza do que fala.

– Como sabe se eu não disse? – questiona ela, ainda mais surpresa.

– Os nossos sentimentos estão sendo interligados por esta W-battle. – alega o garoto, quando passa a exibir um leve sorriso de aura relativamente tristonha. – Além disso, como também passei por coisas que você pôde ter passado, fica tudo mais fácil. Tenho certeza de que seu objetivo por aqui é ganhar aquele prêmio para levar para o orfanato que deve ter te acolhido.

De repente, lágrimas brotam nos olhos da Hellsin. Sentindo-se no dever de se manifestar de novo, o faz então:

– As pessoas, muitas vezes, pensam que sofrimento é ter uma doença séria, vegetar em uma cama de hospital ou perder alguém que ama. Sejam ricos ou pobres, tolos ou sábios, belos ou feios... Todas as pessoas no mundo estão à mercê dessas dores. Contudo...

– A solidão é o que mais fere. – ele a interrompe. – Estar sem ninguém quando seu coração clama por consolo te faz perder o sentido de viver.

Envy, apesar de ter perdido parte de sua memória por alguma razão, se lembra dos momentos que passou vivendo nas ruas sem ninguém. Fubuki, em um caso semelhante, jamais se esqueceu dos dias amargos passados como um morador de rua. Ela foi acolhida por um orfanato e ele passou a lutar pela vida ao lado do cão Star. Porém, por mais que um pouco de felicidade tivessem chegado às suas vidas, as manchas da solidão não foram apagadas facilmente.

– Faz todo o sentido você ser a Virtude da Caridade e querer agradecer aqueles que lhe acolheram. Eu, se pudesse, também faria o mesmo. – completa, se referindo agora à família de Yume que lhe tirou das ruas.

– Sim. – confirma Envy. – Nós, seres humanos, costumamos dar mais valor ao que temos quando perdemos. E damos ainda mais valor quando nunca tivemos nada e começamos a conquistar.

O sorriso de Fubuki muda. De algo triste, passa a ser feliz e compreensivamente radiante. Não há, no momento, hesitações ou temores em seu estado de espírito.

– E eu quero fazer mais por quem ainda não tem nada. Quero que elas possam se sentir aquecidas como eu me senti. – afirma ela, esbanjando mais e mais lágrimas. – Este torneio seria a maneira de abençoar tantas pessoas que clamam por alguém.

Repentinamente, Fubuki dá as costas para ela. E, para a surpresa de todos, ergue seus braços e começa a gritar:

– Ei vocês! Este não deve ser o espetáculo que esperavam, não é?

– O que o Fubuki-chan está fazendo!? – Yume se pergunta, ao voltar de onde tinha ido e se reagrupar com Keiko, Anya e Martina: todas no camarim, observando a pausada W-battle.

– Está expondo o que sente. – afirma Ketsui, nos braços de sua dona.

Todos os presentes estão surpresos. Pelo visto, um “mero menino de rua” tem a intenção de passar uma lição de moral...

– Vocês ficam aí, se queixando dos seus pequenos problemas e aproveitando seus longos momentos de alegria! Vez ou outra, podem ver nos olhos dos seus filhos, pais, parentes e amigos a verdadeira felicidade! Mas e aqueles que perderam tudo o que tinham!? Como ficam!? – enquanto vai falando, Fubuki vai olhando para o rosto de pessoa diferente na arquibancada: não há ninguém que não presta atenção em suas palavras agora. – Sei que há até quem sonha em ser pai ou mãe e reclama quando um filho biológico não pode vir, mas o engraçado é que são poucos, entre tais, que pensam em adotar. No fundo, no fundo, o sangue acaba sendo mais importante para o amor em suma maioria: deprimente! Se nem ao menos pessoas hipócritas assim se dão ao trabalho de nos entender... Por favor então, não venham nos falar de sofrimento!

Por alguns segundos, ele se cala. E ninguém ousa dar nenhum pio sequer. Apesar disso, após um suspiro, o garoto, revoltado, decide encerrar:

– Me recuso a fazer parte do show que garante o entretenimento para a “galerinha”... Para a provável maioria de vocês, que não olham para nada além do seu pequeno e seleto mundinho.

Na sequência, o garoto se vira para o anfitrião do evento – ele tão bobo quanto os espectadores. Ao erguer a palma direita ao alto, Fubuki declara:

– Eu me ren...

O Faraó e a Esfinge de Envy se tornam migalhas e desaparecem. A Aurora Boreal das criaturas do seu adversário fez efeito. E, surpreso, Fubuki muda seu foco de olhar para ela.

– Eu perdi... – pensa a jovem, no mesmo momento em que sua dor de cabeça some por completo, tal como as memórias que lhe invadiam. – Sakura-chan, Eli-chan... Pessoal...

– Fubuki venceu. – afirma o anfitrião.

Para ele, nem é preciso gritar. O silêncio reina de tal forma que um comentário em tom normal, agora, pode ser ouvido por qualquer pessoa presente neste estádio.

– Fracassei... – diz Envy, para si mesma, em um tom bem baixo, quase como um sussurro. – Eu...

– Eu vou vencer! – exclama Fubuki, ao aparecer perante sua adversária, fazendo-a erguer sua pasma face. – Por você e por aqueles que você luta!

Ela não havia percebido, mas ele veio caminhando em sua direção com um sorriso ainda mais brilhante do que aquele que exibiu antes de suas palavras de dura repreensão ao público. Com seus olhos entre lágrimas, ainda, Envy usa sua mão direita para secá-los. E, vendo que a intenção de Fubuki é fazer com o prêmio o mesmo que ela pretendia fazer, entende: a verdadeira vitória não se resumia a ganhar a W-battle, mas levar ao orfanato – seu amado antigo lar – a ajuda que precisa.

– Obrigada... – agradece, sorrindo também.

Os jovens se ladeiam e caminham em direção ao camarim. E quando entram, Yume corre para ele, abraçando-o com muita força.

– Fubuki-chaaaaaaaan!!! – grita ela, freneticamente comovida por tudo.

– Yu-Yume... Você vai esmagar os meus... Ossos! – fala, com dificuldade, sentindo o seu corpo ser compresso pelo que deveria ser uma prova de afeto.

– Coitado. – alega Ketsui, bem próxima e assentada ao chão, de olhos fechados, movimentando o rosto horizontalmente. – Conquistar o carinho de Yume-hime pode custar bem caro.

Como Envy veio ao lado direito de Fubuki, parara junto dele quando a outra garota “o atacou”. E, vendo a cena, libera algumas leves risadas. Nisso, Yume desata o abraço e o pobre garoto solta um profundo suspiro de alívio, curvando-se por alguns segundos. Anya, Keiko, Martina e a gata “pavio curto” assistem a tudo.

– Você e o Star-chan nunca mais vão estar sozinhos! – declara a jovem Agamenon, com uma plena certeza em sua voz. – Vou abraçar muuuuuuuuuuuuuuito o papai até convencê-lo a deixar vocês viverem conosco de verdade!

Ketsui, com os olhos já bem abertos, se espanta. Saltando para a cabeça da dona, questiona, abaixando sua cabeça um pouco para olhá-la nos olhos:

– Como é que é!? Terei de morar sob o mesmo teto que aquele pulguento!?

Ao ouvir isso, Star, nos braços de Anya, late duas vezes como quem tenta se defender.

– Amargo é você, serzinho inferior! – repudia a felina, dirigindo seu olhar para o cão, como se estivesse falando com ele. – Não tenho que conviver com pulguentos!

Todos, exceto os dois animais, começam a rir – rir seria uma tarefa meio “complicada” para o cachorro, já que nem falar ele sabe... Em poucos segundos, Martina dirige seu olhar para Fubuki ao parar de rir – antes dos demais. E articula:

– Eu estava mesmo com a razão ao seu respeito!

Com isso, todos param de rir também. É então que a voz de outra pessoa ecoa:

– Por favor, me ajudem!

Todos se viram em direção à tal voz. É Yuni. E, aflita, a recém-chegada clama:

– Eu preciso de ajuda! Tenho que salvar a Lucy-kun custe o que custar!!

/--/--/

Longe dali, no refúgio de Misuro Asachi...

– Até quando vou ficar aqui? – Lucy, presa no salão escuro no qual foi deixada pelo vilão, se pergunta, andando lentamente de um lado para o outro. – Será que vou conseguir sair daqui com vida?

– Provavelmente não. – responde uma voz masculina.

A garota para de andar. O fazia para ver se encontrava, no local, alguma maneira de fugir. Ainda não tentara encarar o portão de ferro, mas pela aparência do mesmo, será impossível passar por ele. Porém, ao ouvir o timbre de Muey Muong, se vira de imediato para o mesmo. O aliado de Misuro, ladeado à direita por uma mulher, vem na direção da jovem.

– Misuro-sama pretende quebrar o selo que lacra os 21 Shadows e tomar o poder de cada um deles. Isso, é claro, quando o Hakanai escolhido conhecer as sete Virtudes. – explica o homem que, se bem analisado, parece um sacerdote com as vestimentas que usa.

Ao se aproximar o suficiente, a dupla para a poucos metros perante Lucy. A mulher que veio acompanhando Muey é dotada de longas madeixas púrpuras que alcançam sua cintura, olhos dourados, pele pálida. Debaixo do esquerdo, há uma cicatriz que vai até seu queixo.

– Esta é Mai Ushiromiya. – afirma o homem, ainda de máscara como quando aparecera no torneio: na realidade, está exatamente do mesmo jeito de quando o fez. – Ela cuidará do treinamento para desenvolver e aprimorar sua Hakanai.

– Isso mesmo. – a mulher se manifesta, sorridente. – E se não conseguir isso em um mês, terei de matá-la.

Os olhos de Lucy se arregalam. Mai acaba rindo, mas prossegue pouco depois:

– Olha, eu costumo mentir por pura diversão, mas desta vez é verdade: se não conseguir ter sua Hakanai sob seu controle em um mês, morrerá.

Ouvindo isso, a garota engole seco. Como quem tenta se proteger, coloca as duas mãos à frente do seu corpo. No fundo, sabe que é em vão. Desse modo, encarando-a, Muey Muong determina:

– Suas chances de sobreviver são mínimas. Tem apenas duas escolhas: cooperar conosco e viver ou nos desafiar é ser morta sem piedade.

Na sequência, mantendo seu sorriso sádico, Mai questiona, com as mãos na cintura:

– E aí? Qual vai ser??


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!