Everything Can Change escrita por Isa Pevensie Jackson


Capítulo 29
Ânimo para recomeçar


Notas iniciais do capítulo

Gente é o último capítulo da primeira temporada, chorem! Kkkk, sem estresse, porque logo logo virá a segunda, que começará com fortes emoções, prometo. Beijos!
Pov Estela.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/452216/chapter/29

1 mês depois

– Sinto muito senhorita Cambridge, mas a quantidade de faltas e de ocorrências com o seu nome não me deixam outra alternativa senão expulsá-la de Oxford.

Quando o reitor disse isso, eu simplesmente paralisei. Não. Não podia ser verdade. Mesmo com tudo que eu sacrifiquei eu havia fracassado. Sabia que não teria uma segunda chance. Saí da sala sem falar nada, ainda absorvendo a idéia.

Entrei no carro e dirigi em alta velocidade até o apartamento que eu dividia com o Ben. Nós não estávamos namorando. Essa fase duvidosa tinha ficado para trás. Durante esse um mês, eu estava despedaçada. Todas as noites, as últimas palavras que o Pedro disse voltavam a minha mente.

“Só mais uma na minha vida.”

“Só mais uma na minha vida”

“Só mais uma na minha vida”

Eu sei que não era certa a minha reação, mas eu não conseguia. Tinha que sair todas as noites e me embebedar pra esquecê-lo. E foi por essas bebedeiras que eu faltava tanto. Além disso, não tinha nenhum amigo na universidade e as pessoas, principalmente garotas insistiam em me provocar, fazendo-me perder o controle e partir pra briga.

Quando meu pai souber o que eu fiz ficará extremamente decepcionado. Lágrimas vieram aos meus olhos. De repente, eu já chorava desesperadamente no carro, e não consegui enxergar mais nada. Só ouvi o som de uma buzina e senti o impacto em seguida.

– ~-

Pov Narrador

Ben, Paul e Mikayla saiam do colégio, planejando a festa de aniversário surpresa que fariam para Estela. Eles sabiam que precisavam dar um jeito de fazê-la se alegrar. Foi quando Ben ouviu seu celular tocar.

– Alô? – ele disse

– Alô? Ben? – disse uma voz feminina, trêmula – Aqui é a Marcela, mãe da Estela. Será que você e os outros podem vir para o hospital?

– Para o hospital? Por quê? – perguntou ele sentindo um aperto no coração

– É a Estela. Ela... sofreu um acidente de carro.

–O QUÊ? – gritou Ben – Calma Dona Marcela. Estamos indo. Tchau.

– O que aconteceu Ben? – perguntou Mikayla – Está pálido.

– A Estela. Ela...ela...ela sofreu um acidente de carro e está no hospital.

– Não pode ser! – disse Mikayla – E o que estamos fazendo aqui parados? Vamos logo pra lá.

Os três foram correndo para o carro de Ben e ele acelerou em direção ao hospital. Chegando lá, encontraram Marcela sentada na sala de espera, chorando.

– Dona Marcela? – chamou Mikayla

– Ah, Mikayla! – ela disse abraçando Mikayla – Ela...ela está fazendo uma cirurgia. Os médicos não sabem se ela vai sobreviver. Eu...eu sempre fui tão displicente com ela. E agora...posso não ter a chance de dizer o quanto a amo!

– Calma, Dona Marcela. – falou Mikayla – Estela é forte. Ela vai sair dessa.

Nesse momento, o médico saiu da sala de cirurgia e se dirigiu até onde eles estavam. Sua expressão era indecifrável.

– Então Dr.? Como está minha filha? – perguntou Marcela

– Olha, Sra. Spring, foi por muito pouco. Se o resgate tivesse demorado mais, não teríamos conseguido salvá-la. Mas, graças a Deus, correu tudo perfeitamente bem na cirurgia e a Srta. Cambridge não corre mais risco de vida.

– Obrigada Charles! – ela disse abraçando-o.

Os três adolescentes olhavam tudo confusos. Marcela e Charles permaneciam abraçados, com ele sussurrando alguma coisa no ouvido dela. Então Ben pigarreou, chamando a atenção deles.

– Com licença, mas será que o Sr. poderia dizer qual é o quarto da Estela?

– Ah, sim. Desculpe. A Srta. Cambridge está no quarto 402. No final do corredor.

– Obrigada Charles. – agradeceu novamente Marcela.

Os quatro, então seguiram até o quarto, onde encontraram Estela Cambridge deitada, inconsciente na cama. Marcela novamente irrompeu em lágrimas, segurando a mão da filha. Ben também se aproximou e passou a mão pelo cabelo castanho da melhor amiga, vulgo irmã. Porém, Estela remexeu-se e suas orbes verdes encaram as pessoas ao redor.

– ~-

Pov Estela

Acordei com alguém segurando minha mão e passando a mão no meu cabelo. Encarei os rostos e me surpreendi ao ver minha mãe, Ben, Paul e Mikayla perto da cama.

– O que aconteceu? – perguntei – Só me lembro do barulho de uma buzina e então tudo ficou preto.

– Você estava dirigindo, perdeu o controle da direção e bateu em um caminhão. Por sorte, o socorro chegou a tempo e os médicos conseguiram salvá-la. – disse minha mãe

– Por quê está aqui? – perguntei seca – Desde quando se importa comigo?

– Eu sempre me importei com você! – falou ela – Sei que errei ao deixá-la de lado por causa do meu casamento. Mas estou sinceramente arrependida, filha. Eu te amo, minha querida.

– Não acredito em você. – continuei, fria

– Estela, por favor. Eu sei que estava errada. Estou tão arrependida.Por favor, pense pelo menos. – ela suplicou – Mas vou respeitar a sua vontade de não me ver. Vou deixá-la com seus amigos, por enquanto.

E saiu, parecendo se controlar para não desabar. Ben me encarou. Seu olhar era de censura.

– O que foi? – perguntei – Você não quer que eu a perdoe, não é?

– Ela é sua mãe, Estela. – respondeu Ben – Estava preocupada com você.

– Mas ela nunca se preocupou comigo!

– Ela disse que se arrepende. – ele retrucou – Eu vi o estado em que ela estava quando soube que sofreu um acidente. Ficou com medo de não ter dito a você que te amava.

Fiquei em silêncio. Não era tão fácil perdoá-la. Durante anos eu morei com ela e ela me tratou com tanta indiferença, que parecia que eu era um empecilho na vida dela. Agora, ela vem com uma conversinha de que se arrepende. Mas, ela parecia REALMENTE abalada e sincera no que dizia.

– Todos merecem uma segunda chance, Estela. – interveio Mikayla – Também te perdoamos por nos deixar de lado, aquela vez.

– Mas... – tentei

– Mas nada! – interrompeu Ben – A Mikayla está totalmente certa. Sua mãe merece uma segunda chance. Pelo menos de se aproximar minimamente de você.

– Está bem. – cedi – Eu vou tentar.

– Assim que se fala, Estrelinha. – disse Ben, sorrindo – Agora, você tem idéia do susto que deu na gente, Estela Cambridge? Ficou doida de vez, é?

Meus olhos marejaram ao lembrar o por quê de eu ter dirigido que nem uma louca e perdido o controle. Lembrei das palavras do reitor de Oxford, do motivo que me levou a tomar certas atitudes, da pessoa que me humilhou.

– Eu...eu fui...expulsa de Oxford. – contei, já chorando

– Como assim, Estela? – questionou Mikayla

– É que eu faltei muitas aulas porque saía pra beber, porque queria esquecer certas coisas. E, quando eu ia pra aula, acabava me metendo em brigas.

– Então era por isso que as vezes não dormia em casa. – concluiu Ben – Por quê não me contou?

– Não queria atrapalhar sua vida. – respondi – Você acabou de começar a namorar a Lindsay. Ela ia ficar chateada se soubesse que você estava tão preocupado comigo.

– A Lindsay sabe que você é minha melhor amiga. E sabe que eu me preocupo muito com você. No começo, ela tinha ciúmes, mas já superou.

Abaixei a cabeça, envergonhada por mais uma vez tê-los decepcionado. Mikayla deu um passo na minha direção e me abraçou delicadamente, sendo imitada por Paul e Ben.

– Obrigada por não me odiarem. – agradeci

– Não precisa agradecer. – disse Paul – Você sabe que te amamos e queremos o melhor pra você.

– Agora, você pode voltar a estudar com a gente. – berrou Mikayla

– Sim, - concordei – vai ser ótimo.

– Viu? – disse Ben – Não é o fim do mundo. Agora que tudo foi resolvido, podemos falar dos outros.

Eu ri. Era tão bom ter meus melhores amigos sempre do meu lado. Nossa amizade, diferente de amores e namoros, era eterna. Não importava o que acontecesse. Sempre íamos ter uns aos outros. E isso me dava ânimo para recomeçar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então?