Disenchanted escrita por Diana


Capítulo 17
XVII - A decisão de Annabeth


Notas iniciais do capítulo

Ei, gente linda!

Então, mais um capítulo aí pra vocês! Finalmente, Annabeth se decide...
E aí? Será que a sabidinha deixa a ideia de se tornar uma caçadora de Ártemis de lado?

Como de praxe, betado pela Srta With.

No mais, boa leitura!



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XVIII

A decisão de Annabeth


”Eu sou boa o bastante para você me amar também?”

Good enough, Evanescence

Percy nos guiou para fora do labirinto. Durante o trajeto, eu não soltei a mão de Annabeth uma vez sequer. Não queria sentir o desespero de perdê-la outra vez. A todo instante, eu a olhava. Queria ter certeza que ela estava ali. E queria ter certeza que ela tinha desistido da ideia maluca de virar uma caçadora.

O fio nos guiou de volta ao prédio onde Ariadne havia o entregue para mim. No topo do edifício, era possível ver o Sol de solstício se pondo. Mal sinal. Precisávamos chegar ao Olimpo. E rápido.

– E agora, o que faremos? – Thalia perguntou.

Já estávamos entrando em desespero silencioso quando ouvimos o som de asas. Olhei na direção de Long Island e vi três pégasos se aproximando. Havia pelo menos uns cinco. Vi o pégaso negro, Blackjack, que parecia ser o líder do bando, ‘conversar’ com Percy e vi Guido.

– Rápido, pessoal! – Percy disse e subiu em Blackjack, sendo seguido por Thalia.. Ártemis subiu em outro com sua caçadora.

– Ei, Guido. – Cumprimentei o cavalo alado e ele pareceu feliz por eu não tê-lo chamado de pangaré dessa vez. Quando chegasse ao Acampamento, ia garantir uns torrões de açúcar para ele. Montei-o e ajudei Annabeth a subir.

– Para o Empire State Building! – Percy disse e os cavalos foram a toda.

Annabeth se segurou em mim com uma força que eu não sabia que ela tinha. Me perguntei se ela tinha medo de voar. Segurei suas mãos com a minha, enquanto me segurava a Guido com a outra. Decidi que, enquanto estávamos a caminho do Olimpo, poderia iniciar uma conversa não muito agradável.

– Annie... – Chamei-a com cuidado, como se até mesmo minha voz pudesse machucá-la.

– Sim? – Annabeth apoiou o queixo em meu ombro.

– Então, caçar é o que você quer? – Joguei uma indireta. Ela era esperta. Annabeth suspirou antes de me responder.

– O quanto você ouviu? – Ela me perguntou preocupada. Engoli seco antes de responder.

– O suficiente para te pedir que não faça isso. – Eu queria muito me virar e olhar nos olhos dela, mas não pude. Não pude porque pude ouvi o soluço baixo. E eu odeio quando ela chora.

Após alguns minutos, avistamos o Olimpo. Raios e trovões no topo do edifício nos davam as boas vindas. Desmontei rapidamente e peguei Annabeth. Fiz com que ela me encarasse e limpei o vestígio de lágrimas de seu rosto. Me senti um monstro. Percebi que não tinha o direito de intervir na vida dela, por mais que isso me machucasse. Eu só não queria que ela tomasse esse caminho sem me explicar o por quê.

Ártemis adentrou ao salão principal, onde estava rolando a reunião anual dos deuses. Seguimos atrás dela. Nunca senti tanto poder reunido. Ganhei um olhar de aprovação do meu pai e um ameaçador de Atena.

Os deuses discutiram por cerca de uma hora, até se darem conta de que estávamos lá. Era a hora da nossa ‘recompensa’. E, por recompensa, não digo algo bom. Quer dizer, agora eles debatiam sobre o que fazer conosco. Era como se tudo fosse culpa nossa. Às vezes me perguntava se foi esse tipo de retribuição que deixou Luke tão zangado.

No final, eles foram até complacentes. Achei que tudo já estava acabado quando Ártemis decidiu tomar a palavra.

– Zeus pai, receio que agora é hora de acolher novas caçadoras. – Olhei para Annabeth em desespero. Ela estava à minha frente. Percy percebeu e pôs uma mão em meu ombro. – Aproximem-se.

Com horror, vi Thalia e Annabeth darem um passo à frente.

– Annabeth! – Eu gritei por ela, sentindo minha alma se esvair em cada letra. – Annabeth! – Chamei de novo por ela. – Annabeth!

Ela sequer olhou para trás. Ela continuou com sua postura orgulhosa indo em direção à Ártemis e Zeus. Já ia correr para alcançá-la e impedi-la, quando Grover e Percy me seguraram.

Com um empurrão, me livrei dos dois e quase alcancei Annabeth. Quase. Pois nessa hora quem me impediu não era alguém que eu poderia simplesmente bater de frente. Quem me segurou e me arrastou para fora do conselho olimpiano foi meu próprio pai, Ares.

– Pare de se envergonhar, criança! – Ele sussurrou, raivoso, no meu ouvido enquanto me levava para fora da sala.

Ares me conduziu para fora da sala até uma fonte de água. Eu estava bufando de raiva. Nunca havia conhecido, até então, o sentimento de fraqueza. De não conseguir. Eu gritei e esmurrei a pedra sentindo minha mão quase se quebrar. Meu pai revirou os olhos e se recostou ao mármore branco, cruzando os braços.

Ignorei a dor e já ia dar outro soco quando uma mão doce parou a minha. Era a princesa Ariadne. A princesa apenas balançou a cabeça negativamente. Percebi que seus olhos estavam vermelhos. Meu pai nos deixou. Acho que ele já tinha tido sua cota de sentimentalismo do dia.

Ariadne se sentou à fonte e me aninhou em seus braços divinos, tentando me acalmar. Eu já não tinha forças para mais nada. Percebi que uma deusa se importava mais comigo do que a garota que eu amava. Fechei os olhos com força. Eu não ia chorar. Não ia, como meu pai disse, me envergonhar ainda mais.

– Está tudo bem, criança. Está tudo bem. – Ariadne sussurrava enquanto me apertava cada vez mais forte. Parecia uma mãe confortando uma filha. Meio sem jeito, saí do abraço que ela gentilmente me ofertou e fiz a única coisa que me passou pela cabeça.

– Obrigada, princesa. – Disse-lhe e retirei o novelo da mochila. Devolvi-lhe o fio mágico que nos ajudara.

– Sinto que ele não pôde te ajudar tanto assim. – Ariadne o pegou e tristemente olhou para mim.

– Ela quem escolheu. Ela me trocou por uma vida imortal ao lado da filha de Zeus. – Dei de ombros, me fiz de forte. Mas era só encenação e Ariadne sabia disso.

– Por que não diz isso para ela? – A princesa me perguntou e sugestivamente olhou por cima do meu ombro. Me virei e me dei de cara com Annabeth caminhando com Percy em nossa direção. A loira me encarou com um olhar triste e eu virei o rosto. Não conseguiria encará-la.

– Princesa Ariadne. – Ela se curvou em respeito. – Poderia deixar-nos a sós por um instante?

– Claro, filha de Atena. – Ariadne sorriu e se retirou. Virei-me para a fonte de água. Tentei deixar toda raiva que sentia se espalhar por mim. Era a melhor forma de evitar a fraqueza. Era a melhor forma de evitar as lágrimas que teimavam em querer escapar.

– Clarisse. – Pude ouvir a voz fraca de Annabeth me chamando. Não me virei. – Clarisse, por favor, quero conversar com você.

– Não tenho nada a tratar com você. – Disse com desprezo e já estava prestes a sair dali a passos largos quando Annabeth me barrou.

– Você tem que entender! – Seus olhos cinzentos me desarmaram, mas eu já não queria saber de nada.

– Foi sua escolha, não tenho que entender nada. – Dei um passo para o lado, mas ela se moveu na mesma direção. – Sai da minha frente! – Gritei com ela, tentei soar ameaçadora, mas não consegui.

Que droga! Ela me afetava. Sentia meu coração brigar comigo. Sentia tudo ruir. Eu queria tanto abraçá-la e beijá-la. Queria tanto provar o corpo dela de novo. Amá-la. Não consegui reter minhas lágrimas quando imagens da nossa primeira vez invadiram meus pensamentos.

Antes de cair no choro literalmente, dei um empurrão nela e em Percy, mas acho que ela esperava essa atitude, pois segurou meu pulso e me virou para ela, colando nossos lábios.

Eu podia sentir o seu corpo tremendo sob o contato com o meu. Podia provar o gosto das lágrimas dela se juntando às minhas, deixando uma mensagem triste. A beijei com tudo, cedi. Por uma última vez, cedi a ela. Porque, por mais que não aceitasse, aquele era nosso último beijo.


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Notas finais do capítulo

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