Os soluços de Kumiko ecoaram pela casa durante horas aquela noite inteira. Amane entrou na casa para limpar na manha seguinte, estranhou não encontrar Kumiko tomando café e pronta para a academia, perguntou-se se ela já havia saído e passou a limpar os cômodos.

Ela acabou encontrando a menina depois de um tempo, Kumiko tinha adormecido na própria cama, em seu rosto ainda se via os traços de lagrimas secas, não parecia ter dormido a muito todavia estava claro que não acordaria tão cedo.

Não a acordou e foi embora. Era seu trabalho, enquanto isso na academia seu nome estava sendo sussurrado pelos cantos. Alguns tinham medo dela, outros estavam com vontade de provoca-la para ver se ela era mesmo boa daquele jeito ou apenas Satsuki que era fraco. Outros eram indiferentes.

O próprio Satsuki estava de volta aula. Ele já tinha uma piada pronta sobre o dia anterior para contar a Kumiko e irrita-la mas ela não apareceu na academia naquele dia, ele sabia que Masaaki era colega dela, então ficou de olho no rapaz pra saber se ia na casa dela, mas o Hyuuga foi pra casa depois do treino.

Nos próximos dois dias ninguém viu Uzumaki Kumiko. Ela se mantinha em casa, com os livros da academia e nos momentos que Amane tentou falar com ela a menina fugiu delicadamente do assunto. Ela passou a desenvolver a própria técnica naqueles dias. Passou-se uma semana, as coisas estavam se complicando na academia.

– Hokage – Sama! – O sensei dela exclamou aliviado quando o homem foi saber do progresso de Kumiko na academia – A menina lutou pela primeira vez, nunca vi nada tão brilhante, mas ela exagerou e machucou um colega. Desde então nunca mais apareceu na academia.

O que eles não sabiam era que um garotinho os escutava da janela aberta.

– Kumiko é destinada a ser um gênio com os pais que tem, todavia nunca vi criança tão hesitante. Ela me lembra muito Minato. – Hiruzen meditou pensativo. O outro pareceu confuso. – Minato é pai de Kumiko.

– O que?! – O homem arregalou os olhos e então deu um tapa na própria testa – Como pude não perceber? Ela tem a mesma atitude dele. Silenciosa, quando fala é gentil e absurdamente madura. Exceto quando se estressa, o que é raro demais.

– Kumiko não pode ficar sem vir a academia, entende? Ela foi criada longe do irmão por um motivo. Se esperar mais alguns anos eles podem acabar se topando. – Hiruzen não tinha começado aquilo atoa, ele lamentava muito ter que fazer aquilo, mas os irmãos Naruto e Kumiko não podiam se encontrar. Não até a vida do menino se normalizar e isso poderia demorar muitos anos.

– Eu compreendo. O perigo do garoto – O Sensei era apenas mais um preconceituoso da vila, mas o Hokage não tinha dito nada sobre isso.

– Pode entrar Satsuki. – O Hokage disse para a janela, o sensei olhou para a janela onde um menino moreno pulava – Estava escutando a conversa por quê?

– Apesar de implicar com a Kumiko – chan eu gosto dela. – O menino admitiu vermelho – Eu queria ajudar.

– Você pode ajudar. – Hiruzen sorriu, um sorriso animado se abriu no rosto do Uchiha – Eu posso-te dizer onde é a casa dela e você pode convencê-la a voltar, o que acha?

– Hokage – Sama, não acho que seja uma boa ideia – O Sensei interrompeu, o sorriso saiu do rosto de Satsuki por um momento. – Ela e Satsuki têm muitas diferenças.

– Oh, mas não acho que isso importe. – Ele deu um sorriso astuto – Acho que Satsuki pode nos ajudar.

[...]

“ Esse lugar é enorme” Satsuki pensou enquanto andava pelo local, percebeu a grande burrice que comenteu ao não perguntar ao Hokage qual era a casa dela. Como ele iria imaginar que Kumiko vivesse num complexo de Clã? Ele sequer sabia que existia um complexo tão afastado quanto o dos Uchihas.

Ele tentou entrar em muitas casas, então ele viu a central. Em geral aquele tipo de casa era para a família principal do Clã, ele entrou, mas a encontrou vazia, todavia tinha um grande sinal que morava alguém ali.

Resolveu esperar já que a menina deveria ter saído. Ele se lembrou da luta dos dois. Por que Kumiko não lutava? Era claramente ótima naquilo, o forte de Satsuki era o Taijutso e ele com certeza estava avançado, entretanto ela o havia vencido. Ela era sempre a melhor em tudo, chegava a ser frustrante. Quando foi lutar com ela Satsuki podia jurar que iria vencer.

–Satsuki – Kun! – Ele se virou vendo ela parada na entrada da cozinha, que era onde estava, com uma expressão estupefata – O que...?

– Vim te chamar de volta a academia. – Satsuki engoliu seu orgulho, ele que pedira para ajudar.

– Eu te machuquei. – Ela balançou a cabeça negando – Machuquei a arvore. Não quero machucar mais ninguém.

–Arvore? – Satsuki franziu a testa confuso, mas depois negou com a cabeça – Esquece. Mas é normal pessoas se machucarem, Kimiko.

– É Kumiko. – Ela corrigiu revirando os olhos. Duas coisas que odiava era quando erravam seu nome ou a irritavam por seu nome. Satsuki fazia os dois.

– Tanto faz. – Satsuki reprimiu o sorriso, adorava irritar aquela tampinha ruiva. Kumiko cerrou os olhos, os fechando. Após uma longa respiração para se manter calma ela abriu os olhos – Você vai mesmo desistir da academia igual uma criança medrosa?

– Eu sou criança. – Ela assinalou baixinho – E eu tenho mesmo medo de machucar as pessoas.

– Você é gentil demais – Ele bufou – O que vai fazer quando um inimigo tentar matar seu colega de time?

Ela arregalou os olhos assustada com a possibilidade. Lembrou de quando Masaaki a defendeu. Ela não fizera nada, apenas ficou se martirizando por não conseguir fazer nada. Por outra vez alguém se machucar por causa dela.

– Não sei. – Ela murmurou tremendo. Ela não podia ficar sem fazer nada. Ela tinha que poder ajudar. – Eu... não sei.

– Volta para a academia. Não quer tanto proteger a vila? Ajudar os outros? – Ele perguntou dando muito em que pensar para a menininha ruiva. Ela assentiu parecendo pensativa – Então para de se esconder.

– Eu... Vou voltar para a academia. Arigato Satsuki – san. Você não é um baka. – Ela murmurou sorrindo carismática, Satsuki gargalhou dela. Era dois anos mais nova que ele mas tinha hora que parecia mas velha, não era o caso. Ali ela parecia exatamente com uma criança de quatro anos.

– Sou sim, Kimiko! – Ele gritou antes de sair correndo da casa com ela atrás dele. Ele de divertia muito irritando a pequena Kumiko, mas mal sabia o quão séria a pequena brincadeira poderia ficar.

Naquele momento tudo que ele queria era ter ela de volta na academia. Estava muito feliz que isso iria acontecer.