Percy Jackson e as alianças de prata. escrita por Ana Paula Costa


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal, para me desculpar pelo atraso do capítulo 3 estou postando o 4 ainda hoje.
Espero que gostem, não se esqueçam de comentar e recomendar.



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Depois que o gorila se desfez em pó imaginei que o problema terminaria. Eu já estava com os anéis e minha espada, os macacos estavam tão assustados que não tiveram coragem de sair da árvore- Ou pelo menos era o que eu pensava.

Caminhei me arrastando até um banco, onde deitei. Se minha mãe visse uma cena dessas me deixaria de castigo por um mês. Ela odiava quando pessoas bem vestidas e que evidentemente não precisavam passar por situações dessas se deitavam num banco de praça ou qualquer outro lugar inadequado. Mas eu realmente estava precisando descansar.

Minhas pernas doíam, meus braços latejavam. Tive que me controlar para não dormir. Depois de poucos segundos de medingagem me sentei, meu estomago roncou alto.

Do outro lado da rua havia lanchonete que cheirava tão bem quanto à comida da minha mãe. Teteei os bolsos procurando alguns trocados que pudessem pagar um X- burguer e batatas fritas.

De repente o silêncio da praça desapareceu. Milhares de olhos esbugalhados me encaravam sem piscar. Guardei Contracorrente no bolso para que seu brilho não chamasse a atenção dos macacos e andei até a lanchonete, de olho em quais quer movimentos deles.

A lanchonete era bem convidativa. Apesar de ainda ser dia sua decoração o fazia perder a noção do tempo. As paredes eram revestidas de madeira sem cor assim como o assoalho. As cortinas das pequenas janelas em forma de U invertido eram de Chita, um tecido quadriculado muito parecido com flanela. As luminárias eram antigas, mas chiques, como Vintage. Aquele era um bom lugar para se levar sua namorada.

– Mesa para um?- perguntou uma mulher de avental e cabelos curtos assim que entrei.

Fiz que sim.

A garçonete me deixou na última mesa, a mais afastada da entrada, mas com vista direto para a praça e infelizmente, para a arvore com muitos macaquinhos que ainda me obervavam.

Bufei. Eu estava exausto, com fome e louco para voltar para casa. Chamei o garçom e pedi uma coca-cola e um X-burguer.

Enquanto esperava peguei a caixinha do bolso. Ela estava suja e esfolada. Aquilo me chateou. Tive tanto cuidado para escolher o par de anéis mais bonitos da loja para depois ser roubado e ter a caixa de veludo destruída. Verifiquei os anéis, as pedras estavam em perfeito estado, mesmo tendo sido jogada para todos os lados as pedras azuis estavam todas em seus lugares. Isso me fez sorrir um pouco. Talvez meu dia não tenha sido de todo horrível.

Olhei para o relógio na parede. O ponteiro menor marcava uma hora da tarde.

O garçom chegou trazendo apenas a coca-cola, ele a abriu, a serviu num copo e se retirou com um meio sorriso.

Tomei mais goles do que queria ter tomado. Mas minha fome era tanta que não me contive. Já estava na segunda lata quando o lanche chegou.

A garçonete vinha trazendo o delicioso X- Burguer de dois hambúrgueres em uma bandeja de prata, tão brilhante que poderia ser vista de longe.

–Perdoe a demora- Ela se desculpou colocando o prato em minha frente. Meu estomago roncou- Dia difícil.

–Entendo- Concordei.

A garçonete começou a anotar meu pedido em um bloquinho de papel, ela levantava os olhos desconfiada para o outro lado da rua e uma ruga surgia entre seus olhos todas as vezes que ela abaixava. A bandeja de prata brilhava ainda mais perto da janela.

Segui seu olhar até o ponto que observava. Os macacos espalharam-se pelo gramado da praça e corriam em direção à lanchonete do outro lado da rua. Seus enormes olhos acompanhavam o pisca pisca de algo que vinha de dentro. A bandeja.

Guardei os anéis as presas. Destampei contracorrente e me afastei da mesa,relutante em deixar meu X-Burguer.

–Já pode fechar a conta- Olhei para a janela, depois para a garçonete.

–Nunca vi tantos cachorros juntos... - ela deu de ombros- Devem ter escapado de algum canil. Vou chamar o gerente.

Ela se afastou levando a bandeja e a deixando sob uma mesa ainda mais iluminada pelo sol. O reflexo atravessou os vidros da janela e atingiu os olhos dos macacos, que gritaram batendo em seus peitos peludos.

Me despedi do X-burguer e corri para a saída que ficava nos fundos, a tempo de ouvir os gritos quando os macacos entraram pelas janelas. Um deles comeu meu Hambúrguer.

–Hermes vai receber a conta- resmunguei

–O senhor também. - Um homem muito alto e engravatado segurou meus ombros- Já vimos muitos espertinhos como você, rapaz. Não vai pagar a conta?

A lanchonete estava virando um caos. Os macacos se penduraram nos pendentes das luminárias, puxavam as toalhas de mesa dos clientes e jogavam a comida para o alto. Talheres eram roubados e escondidos nas caudas, copos e pratos muito brilhantes também era o alvo do assalto. Anéis, colares e bolsas também entraram na lista.

–Olhe- apontei para trás e o segurança se virou. Um macaco pulou sobre sua careca polida e o deixou cego até que se livrasse do animal. Aproveitei a oportunidade para fugir. Desci a rua e virei a esquina sem olhar para trás, não sabia se estava sendo seguido por algum segurança ou pelos macacos, mas também não queria saber. Continuei correndo até minhas pernas começarem a latejar novamente. O músculo atrás dos meus joelhos estava em chamas. Eu não me dera conta de quanto tinha corrido até passar em frente ao estacionamento do complexo de lojas, que agora era ponto dos repórteres e noticiários, fora os policiais e bombeiros.

–ALI!- Uma repórter apontou para minha direção- O dono do cachorro!

Corri ainda mais, praguejando por não ter estacionado mais perto.

Esbarrei em algumas pessoas que atravessavam a rua. Meu carro estava parado em frente a joalheria, Tyler estava na calçada.

Ele acenou e me olhou de cima a baixo quando me aproximei. Tyler torceu o nariz e fez cara feia.

–Cara... caiu num bueiro?- Perguntou ele fazendo força para não rir

–Quase isso- Respondi dando de ombros- Será que você pode dar uma força aqui?- Tirei a caixinha de veludo do bolso. Tyler pulou para trás.

–Não me diga que quem fez isso...- Ele apontou para minhas roupas

–Não! Nada disso, ela ainda não sabe. Me refiro a caixa de veludo.

Tyler pegou a caixinha nas mãos e a examinou. Ele apertou os fundos amassados e franziu a testa para as manchas- Cara, ainda bem que está na garantia... e as joias?- perguntou enquanto abria.

–Com elas tudo certo. O problema é a caixa.

Tyler me chamou para dentro. Ele dissera que sua amiga balconista estava na hora de almoço e ainda não voltara e que ele estava morrendo de fome. Disse que também estava, e enquanto ele buscava as outras caixas de veludo para que eu escolhesse, contei o que acontecera. Ele riu a maior parte do tempo, e eu me senti feliz por poder compartilhar isso com alguém.

–Está de brincadeira, um macaco? Sério mesmo?- Ele enxugou as lágrimas do rosto

–Estou dizendo, esse dia não está sendo nada fácil- peguei uma das caixinhas de cima da mesa. Ela era como a primeira, só que vermelha.

–veja essa aqui- Tyler mostrou uma caixa de veludo azul com fecho- bonita não?

– muito bonita. Mas você não tem algo mais... huum...

–Já entendi- Tyler deu a volta na loja e se abaixou sobre uma escrivaninha, abriu um dos compartimentos e tirou uma caixa de papelão, de dentro dela uma caixa bem menor, de veludo vermelho sangue, em forma de coração.

–Esta aqui é a mais bonita que temos, e a mais procurada. Achei melhor guarda-la para uma ocasião especial- Ele sorriu e me entregou- Ou para alguém que mereça.

Sorri e apertei sua mão- Muito obrigado- Meu estomago roncou. Lembrei do lanche que eu deixara na lanchonete- Que tal sairmos para almoçar? Disse que só voltaria para casa depois do almoço...

–Eu adoraria, mas tenho que esperar Kyoko voltar

Como se estivesse esperando a deixa, Kyoko entrou saltitando pela loja carregando um embrulho do McDonalds. O cheiro era tão bom e suculento que minha boca se encheu de água.

–Então vamos- disse Tyler desesperado.

Fomos a uma padaria ali perto, Tyler disse que eles tinham o melhor Cheese burguer da cidade, e eu que era quase um gastrônomo dos Fasts Foods não poderia deixar de experimentar.

Peguei o cardápio e dei uma olhada nos presos. Meus dez dólares que sobraram estavam no bolso na calça.

–Esse lugar é conhecido por seu excelente preso, cara- Tyler deu um tapinha no cardápio- Garçom!

Um cara de dreadlocks nos atendeu.

– O número seis. Com muito queijo.- pedi

– Número quatro e cinco, dois hambúrgueres em cada, queijo cheddar e... vocês tem aqueles molhos...

– Temos molho de salada, molho barbecue, molho Ingles...- O garçom lia de sua prancheta.

–Barbecue. Muito Brabecue- Tyler passou a mão na barriga e olhou para mim- Estou com muita fome.

–E para beber?

–Coca.

O garçom- Freddy, dizia seu crachá- se afastou com os olhos arregalados. Eu apostaria um ingresso para o jogo dos NewYorkers que esse cara nunca tinha atendido um cliente tão exigente.

–Cara... Você come!- disse quando o garçom se afastou.

–Quando se trata de comida não podemos economizar... falando nisso, onde pretende leva-la esta noite?

Pensei em todos os restaurantes de Nova York. Eu não podia levar Annabeth ao Minetta Tavern ou o Momofuku Ssam Bar, Até porque carne de porco e lugares apertados não eram lugares para se levar sua namorada.

–Estou pensando na lanchonete na frente da praça ai de baixo- comentei. Os lanches chegaram com rapidez. Dei a primeira mordida, o queijo se esparramou por minha boca. Meu estomago roncou de alegria.

–O Junggles?- falou Tyler de boca cheia- Ótima escolha, mas se você quiser fazer bonito vá arrumado. Aquela lanchonete é premiada.

Concordei. Eu já tinha ouvido falar da tal lanchonete que estava quase se tornando um restaurante chique. Minha mãe vivia pedindo para que meu padrasto nos levasse para jantar lá.

–Vai passar em casa antes, certo?

–Com toda certeza- Respondi

–Ainda bem, porque com essas roupas...

– Estou me preparando pra bronca que vou levar.

Comemos e rimos durante o almoço que graças aos deuses consegui pagar com apenas dez dólares.

Com uma nova sacola da joalheria, me despedi de Tyler e fui até o carro. Guardei a multa no bolso e entrei. Dei a partida a primeira vez, o motor roncou, fez um som falho e parou.

Tentei mais uma vez, o motor emitiu um novo som e parou. A terceira vez foi à mesma coisa.

Bati no volante- Obrigada deuses!


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Notas finais do capítulo

Deuses! Não me matem!!!
Pessoal, eu AMO o Percy, mas a história tem que ter humor :D
Amanhã posto a continuação.
bjos