Money Make Her Smile escrita por Clarawr


Capítulo 44
You hit me once, I hit you back, you gave a kick, I gave a slap


Notas iniciais do capítulo

POPULAÇÃO SE REVOLTA CONTRA DEMORA NA ATUALIZAÇÃO DA FANFIC MONEY MAKE HER SMILE: VEJA IMAGENS
Gente, eu não tenho nem cara para falar com vocês, sério. Eu não pretendia ter demorado tanto, mas aconteceram dez mil coisas no meio do caminho; eu fiquei sem saber o que colocar nesse capítulo (mesmo já sabendo o que vai acontecer até o final da fic, às vezes eu me enrolo pra escolher o que vai acontecer primeiro), demorei pra começar a escrever, fiquei sem internet, tive prova, reescrevi o capítulo 18 MIL vezes e até que enfim, aos tranco e barrancos, CONSEGUI POSTAR. Peço desculpas sinceras, eu não pretendia deixar vocês esperando por tanto tempo.
Bom, sobre o capítulo em si, foi meio difícil de escrever e vocês já vão entender porquê. Daqui pra frente cada vez mais as coisas vão se atropelar aqui na fic, porque estamos chegando ao final e um fato vai puxando o outro, meio que num efeito dominó. Eu espero que vocês gostem, mas não acho que vão gostar kkkkkk
Ahhhhh, como de costume: música do título: Kiss With a Fist, da Florence and the Machine e a do capítulo é Mirror, do Lil' Wayne com o Bruno Mars (eu acho essa música bem forte e profunda, e mesmo que a letra como um todo não se encaixe perfeitamente no contexto do capítulo, acho que ela dá conta do recado que eu quero passar)
Até as notas finais!



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“Look at me when I'm talking to you
You're looking at me but I'm looking through you
I see the blood in your eyes
I see the love and disguise
I see the pain hitting in your pride
I see you not satisfied

[…]

Uh, I see the truth in your lies
I see nobody by your side
But I'm with you when you're all alone
And you correct me when I'm looking wrong
I see the guilt beneath the shame
I see your soul through your window pane
I see the scars that remain”

 

 

— Ah, amiga, eu beijei mesmo. – Katniss disse distraidamente para o telefone. O silêncio estupefato do outro lado da linha demonstrava todo o espanto de Johanna com a aparentemente despreocupação da amiga. – Sabe por quê? Porque eu quis, e isso foi o suficiente.

— Eu estou passada. – Johanna falou, do outro lado da linha. – Quer dizer, não estou exatamente surpresa com o beijo em si, mas com como você está lidando com isso.

Katniss soltou uma risada leve.

— Você achou que eu fosse estar pirando e arrancando os cabelos, não é? Mas não. – Ela respondeu, e sua voz soava tão serena que Johanna por um momento considerou a possibilidade da amiga ainda estar bêbada. – Eu estou tranquila. Não estou desesperada para ligar para ele, nem para que ele me ligue. Não sei, Jo, acho que finalmente entendi o conceito de deixar acontecer naturalmente. E eu não me sinto exatamente na obrigação de dar nenhuma explicação sobre ontem se ele vier cheio de perguntas e de cobranças sobre o que aquele beijo significou.

— Você acha que ele vai fazer isso?

— Não sei. Ele vai fazer o que ele acha que vai me agradar, e talvez ele ache que voltar direto em um relacionamento sério é o que eu quero. Não sei o que vou dizer se ele ligar perguntando “e agora?”. – Katniss suspirou. Por mais que a coisa toda tenha sido leve, ela não queria falar demais naquilo justamente para não pesar, para não começar a pensar demais e perder toda aquela despreocupação que ela estava adorando experimentar. Resolveu mudar de assunto. – Mas eu não fui a única a protagonizar uma reconciliação. – O tom de voz de Katniss ficou levemente mais brincalhão. – E você e o Gale?

— Você sabe que essa é a pergunta que eu mais odeio ouvir no mundo, não sabe? – Johanna reclamou.

— Vocês voltam a se falar e você realmente espera que eu não vá fazer nenhum comentário a respeito? Não estou perguntando “E você e o Gale?” no sentido de “Quando vocês vão se agarrar?”. Quero só saber o que houve.

— A gente meio que conversou. Pedimos desculpas. Ele disse que sentia... – Ela hesitou, sem querer dizer “minha falta”, porque não foi exatamente aquilo que ele dissera, mas ao mesmo tempo sabendo que fora exatamente aquilo que ele quis dizer quando agarrou seu braço para que ela não virasse as costas e o deixasse sozinho no bar novamente. – falta de conversar comigo. E aí ele me chamou pra dançar e eu aceitei mais ou menos pelo mesmo motivo pelo qual você beijou o Peeta. Porque foda-se, sabe, Katniss? – Johanna desabafou. – Eu também estou cansada de ficar analisando cada frase, cada atitude, cada olhar e tirar significado dessas coisas sem nunca saber se eu realmente estou certa ou se tudo não passa de viagem. Eu não vou mais desperdiçar a minha sanidade com o Gale, e eu percebi que me afastar dele era muito idiota, porque eu fico sempre hiperconsciente de que ele não está mais por perto, o que me lembra os motivos pelos quais brigamos, que me lembram tudo que aconteceu antes e eu não quero manter mais essas coisas na cabeça. Eu já senti toda a raiva que tinha para sentir, então vamos em frente.

— Boa. – Katniss elogiou. – Vamos deixar que eles esquentem a cabeça dessa vez.

— Combinado. – Johanna concordou. – Mas no fundo estou feliz porque a noite não foi o desastre que pensamos que seria.

— Foi bem melhor do que a gente esperava, não foi?

— Especialmente para você. – Johanna debochou, soltando uma risada maldosa.

Katniss revirou os olhos e sacudiu a cabeça, mas não conseguiu segurar o sorriso.

— Acho que me dei bem mesmo. – Ela riu. – O Cato também. Até onde eu vi ele estava se dando muito bem com a Clove. – Ela comentou, o nome de Clove trazendo lembranças desagradáveis e uma pontada de ciúmes. É, Katniss era honesta o suficiente consigo mesmo para admitir que não ficou totalmente indiferente à informação de que Peeta e Clove já tinham se envolvido, e era também honesta o suficiente para admitir que a fonte de sua irritação era ciúme, mesmo que fosse infantil e irracional.

O nome de Clove também despertou lembranças para Johanna. Aquela conversa no bar, os olhos orgulhosos de Gale, as falas em código, o plano secreto que ele não quis revelar-lhe. Mas não importava muito, porque mesmo que as coisas não estivessem totalmente como antes, foi o assunto Clove que os reaproximou.

— Pois é. Todo mundo saiu feliz do Señorita ontem, o que, considerando que as expectativas eram as piores possíveis, é surpreendente. – Johanna comentou.

As duas conversaram mais um pouco, relembrando os pontos altos da noite anterior e rindo das situações mais inesperadas e de todo o medo que sentiram antes dos meninos chegarem. Por fim, desligaram, porque por mais que quisessem, não eram mais adolescentes que dispunham de tempo para ficar fofocando no telefone por horas; ambas tinham uma vida para tocar, matérias para estudar, processos para analisar e campanhas para pensar.

Katniss ficou encarando o celular por alguns minutos e não conseguiu refrear o rápido desejo de rever alguma foto sua com Peeta. Tão rápido quanto surgiu a vontade, ela se lembrou que havia apagado todas as fotos dos dois de seu telefone em um acesso de raiva depois de ele ter voltado à sua casa para propor uma reconciliação, e agora se arrependia. Queria muito olhar uma foto sua com Peeta e não ter que recorrer apenas à memória para relembrar como os dois eram como casal, como tiravam fotos, como faziam essas coisas banais que os namorados fazem.

Atirou o celular no estofado e recostou a cabeça no encosto do sofá, sentindo a claridade do sábado penetrar suas pálpebras fechadas. O silêncio da casa penetrou seu ser, harmonizando com a paz que ela sentia, e Katniss sorriu, pensando que, no fim das contas, tinha mesmo tomado a decisão certa ao beijar Peeta na noite anterior.

~~

— Sortudo da porra! – Exclamou Cashmere para Finnick enquanto eles dois e Marvel enfrentavam a fila quilométrica do bandejão (o restaurante oferecido pela própria UFRJ que servia um prato fixo por dia pelo preço de dois reais aos estudantes que precisavam passar o dia inteiro na universidade) mais próximo do CCS (Centro de Ciência da Saúde) da UFRJ, prédio onde os três tinham suas aulas. – Três dias inteiros com várias modelos gatas e roupa bonita, eu queria muito ser você, Finnick.

Finnick não queria, mas acabou sorrindo do entusiasmo da amiga. Estar perto de Cashmere era bom por isso; sua animação natural para a vida sempre contagiava quem estava por perto, e por alguns minutos você até era capaz de esquecer porque queria tanto estar morto no segundo anterior.

Mas nem mesmo Cashmere era capaz de afastar aquilo de sua cabeça por muito tempo, e agora que tocara no assunto do evento que teria que enfrentar no próximo final de semana várias coisas voltaram à sua mente. O rosto de Annie banhado em lágrimas, o olhar frio e magoado que fora a última expressão que vira em seu rosto... Sacudiu a cabeça e tentou sorrir, mas sabia que a expressão tinha ficado meio distorcida e em nada combinava com os olhos desanimados que ele não conseguia iluminar desde o dia do término.

— Eu troco de lugar com você na boa. – Ele respondeu, semicerrando os olhos para o sol que refletia o piso branco e quase cegava todos que esperavam na fila.

— Será que se eu cortar o cabelo consigo me passar por você? – Ela divagou. – Se você me emprestar umas roupas e eu botar uns panos por baixo pra fingir que é músculo, talvez funcione. Ou quem sabe eles não estão procurando caras novas pras agências? Eu posso ir pra lá com você e talvez um olheiro esbarre comigo e me faça a nova Gisele Bündchen. – Ela comentou, jogando os cabelos para o lado e fazendo o típico “carão” das modelos, pesando as pálpebras e esticando os lábios em um discreto biquinho para a boca parecer maior.

Mas Finnick mal ouviu. Enquanto Cash e Marvel entraram em uma animada conversa sobre como seria a provável futura careira da loira no mundo da moda, Finnick ficara preso nas lembranças.

É claro que Coin adorou quando Finnick deu a notícia de que agora estava oficialmente solteiro, mas não demonstrou nada além daquele olhar brilhante assustadoramente semelhante ao das cobras. Finnick se perguntou se ela acreditara que ele fosse se rebelar ou que a condição fosse demais para ele, porque seus olhos pareceram brilhantes demais quando ela teve a confirmação que ele cumprira mais essa ordem. O que ela pensou? Que ele não fosse suportar ficar longe de Annie nem que fosse para protegê-la? Até ali, ele vinha provando que faria absolutamente tudo por ela, e isso dava cada vez mais munição para Coin fazer as mais cruéis exigências.

Mas ele ainda não havia desistido do dia em que se veria livre de tudo isso. Ele sabia que em algum momento se libertaria, porque não é possível que Deus ou qualquer coisa que esteja cuidando da vida na Terra lá dos planos superiores fossem deixar alguém viver acorrentado dessa maneira para sempre.

Assim como da primeira vez, Finnick passou alguns dias sem por o nariz para fora de casa depois de romper com Annie. Da primeira vez, ele foi chutado. Da segunda, fizera Annie acreditar que era um desgraçado sem coração para protegê-la de perder tudo que sua tia passara anos construindo. Ele não sabia qual das tristezas doía mais, mas talvez fosse mais fácil se recuperar da primeira, por saber que não era culpa sua. Quando você toma um fora, vem a insegurança, a sensação de não ser suficiente e todas essas coisas horríveis, mas chega uma hora em que você simplesmente para de culpar e enfia na cabeça que precisa seguir em frente. Dá até para ouvir umas músicas de superação tipo Irreplaceable da Beyoncé ou Take a Bow da Rihanna, e aos poucos você se reergue. Mas o segundo caso é diferente. Como se reerguer sabendo que você magoou a pessoa que mais ama no mundo inteiro? Porque ele conhecia muito bem a sensação. A saudade, a dor, a mágoa; ele se lembrava perfeitamente da sensação de querer chorar o tempo todo por receber o soco no estômago que a percepção de que nada do que acontecera nos últimos meses valera de nada dava. Ele se desesperava por saber que Annie estava triste e magoada, mas se desesperava mais ainda por saber que ela agora acreditava que ele nunca se importou com ela. Ele era perfeitamente capaz de imaginá-la questionando todos os momentos, todas as declarações e os planos, porque há algum tempo atrás foi a vez dele de fazer isso. 

— Puta merda, macarrão com almôndega. – Marvel resmungou quando eles chegaram perto o suficiente da entrada para verem o cardápio afixado na entrada. – Não acredito que fiquei quase três dias nessa fila e o almoço hoje não é caviar.

Cashmere soltou sua risada aguda e infantil, fazendo com que as pessoas mais próximas se virassem para olhá-los.

— Pelo menos a sobrancelha é doce de leite. – Ela argumentou. – Não dá para ganhar sempre. – Ela voltou os olhos a Finnick, que estivera calado nos últimos minutos e naquele segundo, seus olhos verde escuros pareceram disseca-lo. Um minuto de comunicação sem palavras se passou entre eles, e Finnick soube que a loira percebera que havia algo errado, e viria procurar por ele depois para conversar.

Finnick suspirou. A parte boa disso tudo é que ele percebera o quão bom eram os poucos amigos de quem ele se considerava próximo, porque nenhum deles deixou de perceber que havia algo acontecendo e nenhum ficou em silêncio diante da cara abatida que ele vinha ostentando desde que Coin começara a tomar conta de sua vida. A parte ruim é que ele nunca podia falar nada para ninguém, por mais que quisesse desesperadamente desabafar. Ele via todas aquelas pessoas o encarando com os olhos preocupados e cheios de cautela, dispostas a ouvi-lo, e se sentia irritantemente frustrado por não poder aproveitar os amigos tão bons que tinha. Então ele vinha evitando as conversas mais longas, porque sabia que invariavelmente a pergunta “como você está?” surgiria em algum momento e ele não estava mais disposto a ficar arranjando desculpas. Ele estava tão tenso que talvez acabasse soltando tudo o que vinha guardando a sete chaves, e isso podia ter consequências graves que ele não estava disposto a encarar.

Finnick desviou o olhar dos olhos atentos de Cashmere, e essa foi a confirmação da qual ela precisava para ter certeza absoluta que ele estava escondendo algo grave.

Os três pagaram os dois reais que lhe dariam direito ao prato no Restaurante Universitário e pegaram suas bandejas, pratos e talheres para passar pelas funcionárias que serviriam suas refeições. Depois de encherem seus pratos, correram os olhos pelo enorme espaço em busca de uma mesa que pudesse abriga-los e sentaram, prontos para passar mais um animado almoço fazendo o que universitários fazem de melhor: reclamando de professores e da comida do bandejão. 

Depois de esvaziarem seus pratos (mesmo reclamando da comida), os três caminharam de volta até o CCS e, ao subirem as escadas da entrada principal do prédio, notaram uma figura conhecida sentada nos degraus.

Peeta se levantou e sorriu quando viu os três. Cashmere abraçou-o primeiro, soltando uma exclamação entusiasmada ao cumprimenta-lo.

— O que você está fazendo aqui? – Ela perguntou, sorrindo. – Não tem mais aula?

— Não. – Ele respondeu, satisfeito. – Fui liberado das aulas da tarde, aí resolvi fazer uma surpresinha pros meus amigos das biológicas. E tomar um açaí daquela barraquinha. – Ele apontou para a pequena lanchonete ao ar livre que preparava seu açaí preferido em toda Cidade Universitária.

— Ai, vamos. Quero comprar um mate também. – Cashmere comentou.

— Eu adoraria, mas preciso urgentemente mijar. – Marvel anunciou. – Vocês podem ir comprando enquanto eu vou ao banheiro lá dentro e eu volto para encontrar vocês.

— Vou com você. – Finnick anunciou, endireitando a mochila nas costas.

Os dois subiram as escadas que davam acesso ao prédio, enquanto Cashmere agarrava o braço de Peeta para que os dois caminhassem até a dita barraquinha. Os dois fizeram seus pedidos, e enquanto aguardavam para retirá-los, Cashmere percebeu que aquela era a oportunidade perfeita para obter mais informações sobre o que quer que Finnick estivesse escondendo e que tanto o angustiava, mas ele insistia em esconder.

— Peeta... – Ela começou, bebericando um pouco do mate em seu copo. – Está tudo bem com o Finnick? – Ela perguntou.

Peeta franziu o cenho, o olhar distraído tentando decifrar se o copo que o atendente segurava a poucos metros dele continha seu açaí ou se era o pedido de outra pessoa.

— Dentro do possível, sim. – Ele respondeu, e o balconista pousou o copo que segurava bem à sua frente. Era mesmo o pedido dele, afinal.

— Você não está achando ele meio... – Ela hesitou. – estranho? Eu não sei, tenho a sensação que tem algo acontecendo e ele não quer me falar...? – Sua conjectura era tão cuidadosa que a frase chegou a adquirir um tom de pergunta.

— Você sabe que ele terminou com a Annie? – Peeta perguntou, mas a suposição de Cashmere despertou algo em sua mente. Então ele não era o único a notar que havia algo errado, e não era o único do qual Finnick estava escondendo coisas. – Talvez seja isso.

Peeta não deixou de notar que havia algo estranho em relação ao término de Annie e Finnick, e jamais abandonou a sensação de incômodo que tinha sempre que pensava nisso. Ele se lembrava recorrentemente do dia que chegara em casa e pegara Finnick chorando com um olhar transtornado no rosto, quando ele, em um desabafo desesperado, soltara que pretendia terminar com Annie. “Eu vou perder a Annie”, ele dissera, a princípio. Mas depois disse que ele mesmo terminaria com ela, e quando Peeta questionou o porquê, ele respondera com uma simples frase enigmática “porque eu preciso”. E depois ele de fato terminou com ela, e apesar de ter passado quase três dias sem botar o pé pra fora de casa tamanha a tristeza, não fez nenhum comentário ou desabafo a respeito de como se sentia, ou dos motivos que o levaram a fazer aquilo. Diferentemente da primeira vez, quando depois de algum esforço Peeta e Gale foram capazes de arrancar alguma coisa de Finnick, dessa vez ele passara os três dia sem dar absolutamente nenhum pio, só se pronunciando quando era perguntado e mesmo assim dando respostas curtas e diretas.

— Não sei, Peeta. Eu sinto que tem algo por baixo disso. Você não achou nem um pouco estranho esse término assim do nada?

— Achei. – Peeta admitiu, enfiando a colher no montinho roxo macio e cavando uma quantidade de açaí para levar à boca. – Da primeira vez também foi, mas agora foi ele quem terminou tudo. E eles pareciam muito bem. Eu não entendi nada, e ele não quis me explicar... – Peeta hesitou, mas resolveu dividir suas dúvidas com Cashmere porque sabia que ela estava tão preocupada quanto ele. Por isso, contou dessa conversa truncada que tivera com o amigo. Esse foi o único momento em que Finnick deixou algo escapar, e mesmo que fosse confuso e enevoado, se havia algum lugar por onde começar esse quebra cabeça, era pelas poucas informações contidas ali. 

Peeta contou rapidamente sobre a conversa, os olhos disparando constantemente por sobre o ombro para conferir se Finnick não estava voltando com Marvel. Cashmere ouviu tudo, atenta, os olhos expressivos parecendo ficar cada vez maiores a medida que ela absorvia as informações que Peeta lhe passava. Enquanto Peeta descrevia a conversa, ambos foram capazes de sentir a desconfiança ganhando força, porque quando colocadas em voz alta as palavras faziam cada vez menos sentido, e a sensação de que Finnick estava metido em problemas graves só aumentava.

Peeta terminou de contar tudo milagrosamente antes dos outros dois voltarem. Cashmere queria desesperadamente falar para não perder tempo, mas não conseguia se arrastar para fora de um silêncio aturdido, mergulhado em preocupação. Havia mesmo algo acontecendo, isso estava cada vez mais claro, e eles precisavam fazer algo para ajudar Finnick.

— Acho que nós dois concordamos que tem alguma coisa muito errada acontecendo. – Cashmere disse, e Peeta assentiu. – E nós vamos precisar descobrir o que é.

— Como? – Peeta perguntou.

— Já que perguntar não adianta... – Ela hesitou, já vendo Finnick e Marvel no surgirem no topo das escadas do prédio e sabendo que tinha segundos para passar a mensagem antes que a conversa se encerrasse de vez. – Vamos ter que apelar.

— Como assim?

— Eu estou falando de espionar, Peeta. – Ela disse, os olhos grudados nos dois que vinham caminhando lentamente na direção da barraca e em breve estariam perto o bastante para ouvir o assunto. – Pegar o celular dele quando ele não estiver olhando, ouvir a conversa por trás da porta, até segui-lo quando ele sair de casa, se for preciso.

Peeta não teve tempo de responder, mas a sobrancelhas erguidas e a boca entreaberta já denunciavam que ele não era muito fã do plano. Mas ele tinha que admitir que essa parecia mesmo ser a única opção que lhes restava; ele só precisava decidir por onde e como começar. Nunca tivera talento para espião, era sempre o último a saber de tudo e era lento demais para captar as pistas e investigar na direção certa. Ele não trabalhava muito bem com as indiretas e as informações pela metade, mas agora teria que se esforçar porque não teria muitas coisas com as quais trabalhar além disso.

— Ele viaja hoje. – Ela continuou. – Vamos ter uma boa oportunidade de revirar o apartamento e encontrar alguma pista.

Peeta assentiu, meio aéreo. Uma ideia cutucava o fundo de sua mente, lutando para sair, e ele se esforçava para dar a devida atenção até ela se tornar algo concreto em sua mente. Seus olhos se enevoaram e bem enquanto ele tentava arrancar a ideia em formação de onde ela se escondia, a voz de Marvel, que tinha voltado do banheiro com Finnick, estourou em seus ouvidos.

— Eu sei que não parece, mas a gente ainda estuda.

— Infelizmente. – Cashmere completou, virando o rosto na direção do amigo e abrindo um sorriso deslumbrante. Nem parecia que estava em uma discussão tão tensa com Peeta há poucos segundos. – Vamos para a aula?

Os outros dois concordaram, embora a vontade de matar os próximos tempos de aula fosse comum aos três, mesmo que as aulas fossem diferentes. Eles se despediram de Peeta, que continuava pensativo tentando não deixar a ideia escapar, e entraram no prédio, prontos para começar a segunda parte do dia.

~~

Peeta já estava em casa quando Finnick chegou em casa, entrando apressado para organizar as últimas coisas que levaria na viagem para o tal evento de moda que participaria. Não era um São Paulo Fashion Week, mas chegava perto. Ele não tinha ideia de como agir ou do que esperavam dele, mas Coin o assegurara que era só ele ser ele mesmo e “desfilar pelos corredores dos estandes com aquele rosto incrível” que todas as portas que não só se abririam como se escancarariam para recebê-lo no mundo da moda.

Peeta estava na mesinha precária da sala, analisando com atenção um desenho em perspectiva que precisava trazer pronto e colorido para a próxima aula. Obviamente não pretendia fazer de fato o desenho naquele momento, estava apenas fingindo estar ocupado para que Finnick não o notasse.

Depois da conversa com Cash, Peeta matou um tempo sentado nas mesas da barraquinha onde comprara seu açaí, pensando. Aquilo que o angustiava começava a ganhar forma em sua cabeça, e ele logo entendeu porque a ideia relutara tanto a vir. Era drástica e Finnick talvez ficasse muito chateado com ele, mas ele não via outra saída. Parecia mais eficiente do que o plano de espionagem de Cash e ele conseguiria respostas diretas de Finnick. Talvez Finnick mentisse. Se ele não se sentisse satisfeito com a resposta, ele poderia voltar ao plano de fuçar a vida de Finnick; mas ele pelo menos teria algum lugar por onde começar.

Ouviu Finnick bater a porta do quarto e percebeu sua deixa. Levantou-se calmamente, mesmo que estivesse se sentindo quente e agitado de nervosismo, e caminhou até a porta do apartamento, olhando pelo corredor e vendo Finnick lutar com a bagagem pesada.

— Já pode me oferecer uma ajuda aqui, Peeta. – Finnick rosnou enquanto tentava resgatar os itens que caíam de sua mochila, que estava com o bolso mais externo aberto.

Peeta engoliu em seco. Ele não tinha talento para isso. Tudo o que sabia de coação envolvia os seriados policiais americanos nos quais o FBI sempre vence o bandido por meio da tortura psicológica e arranca a confissão. Com um monte de provas a seu favor, que os faziam ter a mais absoluta certeza de que estavam em cima do verdadeiro culpado.

E ele não estava diante de um criminoso, mas sim de seu melhor amigo. E não tinha nenhuma prova para apoiá-lo, só sua intuição.

— Larga essa merda aí no chão, Finnick. – Ele disse, a voz surpreendentemente firme e severa. – Eu preciso falar com você.

— Tem que ser agora? Eu estou atrasado, daqui a pouco a Coin começa a me pentelhar.

— Tem que ser agora, sim. – Peeta confirmou. – Eu quero saber o que há de errado com você.

Finnick franziu o cenho por um instante, mas logo depois bufou e revirou os olhos.

— Agora não, Peeta. Eu preciso correr, meu voo sai em menos de uma hora.

— Ótimo. Quanto mais rápido você começar a falar, mais rápido você sai. Porque você não vai sair daqui enquanto não me contar o que está acontecendo com você. – Peeta deu o ultimato, tirando os braços cruzados nas costas e exibindo a chave do apartamento, escondendo-a na palma da mão em seguida.

Finnick franziu ainda mais as sobrancelhas e sua boca se entreabriu. Ele encarou Peeta por uns segundos, tentando averiguar se o amigo falava sério, mas Peeta não se moveu nenhum milímetro e seu rosto permaneceu com a expressão serena e séria inalterada.

— Que porra é essa, Peeta? – Ele caminhou até o amigo, arrastando a mala de rodinhas que Coin lhe dera de presente para a ocasião. – Eu preciso sair. Me deixa passar.

— Então me conta o que você está escondendo.

Eles se encararam por um momento, Finnick ainda incrédulo, Peeta parecendo um segurança de shopping em frente à porta com os braços cruzados na frente do corpo.

— Dá licença. – Finnick pediu, ríspido, tentando enfiar o braço por trás do corpo de Peeta para destravar a maçaneta, mas o amigo se mexeu para impedi-lo e sua mão ficou debilmente presa entre o ombro de Peeta e a parede.

Finnick recolheu o braço e Peeta ergueu uma sobrancelha como quem diz “Viu? Eu falei que não estava brincando”.

— Não tem nada acontecendo! Eu não sei porquê você cismou com isso. – Finnick respondeu, exasperado.

— Talvez porque um dia eu te peguei chorando naquele sofá – Ele apontou na direção da sala. -, dizendo que ia precisar terminar com a Annie e você não quis me dizer porquê. Talvez porque uma semana depois você tenha mesmo terminado com ela, mesmo que ela seja o amor da sua vida, como você já me disse várias e várias vezes. Talvez porque você está cada vez mais distante, trancado no quarto, estressado com tudo. – Peeta tagarelou, aproveitando para botar para fora a irritação com o amigo por ele estar lhe escondendo informações tão relevantes de sua própria vida.

— Eu só estou com muita coisa na cabeça. – Finnick respondeu, impaciente. – Monografia, esses desfiles, fim de semana no Señorita.

— Eu não engulo essa.

— Peeta, me deixa sair. Eu vou perder meu voo. – Finnick implorou.

— É só você falar. Sem mentir. – Peeta deu de ombros, e Finnick sentiu a irritação acertar seu peito em um golpe cruel. Por que Peeta era sempre tão teimoso?

— Não tem nada para falar. – Finnick resmungou, empurrando o ombro de Peeta para tirá-lo da frente da porta, mas ele não se mexeu. – Sai, Peeta! – Finnick aumentou o tom de voz e o nível de irritação aumentou junto.

Daquele segundo em diante, se perguntados, nenhum dos dois saberia explicar exatamente o que aconteceu. A última coisa que Finnick se lembra de ter feito conscientemente foi soltar um berro gutural de “me dá essa chave aqui!”. Em seguida, imprensou o amigo contra a porta, cavando seus braços cruzados em busca da chave seguramente enfiada entre seus dedos.

Peeta se virou de costas para proteger sua posição diante da porta, mas Finnick segurou firmemente em seus ombros e usou toda a sua força para arrancá-lo da frente da entrada. Peeta se curvou para baixo e Finnick se grudou nele, tentando desesperadamente alcançar suas mãos firmemente aninhadas no peito. Os dois soltavam grunhidos involuntários enquanto brigavam, e Finnick atirou todo o seu peso em cima da coluna de Peeta, que gritou de dor mas conseguiu jogar o cotovelo para trás, sem saber exatamente que parte do corpo do amigo atingiria. Ouviu o gemido de dor de Finnick e presumiu que tinha atingido algo importante a ponto de retardá-lo por alguns segundos e relaxou.

Uma fração de segundo antes de acontecer, ele percebeu que relaxar fora um erro. Viu os olhos de Finnick, ainda curvado sobre o próprio peito e recuperando o fôlego do último golpe, brilharem de raiva e no segundo seguinte, o amigo corria em sua direção, atirando-se em cima dele novamente e imobilizando seu braço contra a porta.

— Me dá essa merda aqui! – Finnick gritou, apertando o braço do amigo com força para obriga-lo a abrir a mão que guardava chave. Peeta soltou um gemido de dor e seus dedos afrouxaram por um mísero segundo...

Sabendo que ia perder a luta, em uma inspiração súbita, encaixou a abertura do chaveiro no dedo indicador, girou para ganhar impulso e atirou a chave para longe, para o fim do corredor antes que Finnick pudesse alcança-la. O chaveiro quicou pelo corredor, atingindo quase a altura da porta do quarto, a alguns passos dos dois. 

Eles se olharam por um instante e a corrida estava apostada. Finnick estava mais perto e logo se pôs em movimento, mas Peeta agarrou sua camisa com a maior força possível, e, com a força de seu puxão somada à força do impulso que Finnick deu ao se jogar para frente e correr, o tecido não aguentou.

O “rip” alto e agudo do algodão cedendo assustou os dois; Peeta ficou segurando um pedaço do pano marrom e Finnick ficou com manga pendurada já que a costura entre o corpo da camiseta e a manga havia se desfeito.  

Os dois se encararam, incrédulos e a pausa fez a consciência dos dois ressurgir. Eles tinham mesmo acabado de brigar como dois homens das cavernas?

— Você rasgou a minha blusa. – Finnick balbuciou, a voz vazia do choque. – Seu desgraçado, você rasgou a minha blusa! – Ele repetiu, agora a voz divida entre a indignação e a raiva.

Peeta se preparou para um segundo round, mas Finnick simplesmente arriou os ombros e soltou uma gargalhada histérica.

— Vai tomar no seu cu, Peeta! – Ele disse, no meio das gargalhadas.

Mas o riso de Finnick não tinha nada a ver com ter achado graça do ponto no qual os dois chegaram. Aquelas gargalhadas tinham algo de levemente descontroladas, tresloucadas. E Peeta percebeu que não estava errado em sua avaliação quando, subitamente, os cantos dos lábios de Finnick viraram para baixo e uma lágrima escorreu de por seu rosto. Os olhos deslumbrantemente verdes se entristeceram como Peeta jamais vira, e Finnick soltou um rosnado de frustração e desespero.

— Eu não acredito que eu acabei de cair na porrada com o meu melhor amigo. – Ele murmurou, os olhos se perdendo no corredor à sua frente, a chave reluzindo no piso preguiçosamente agora que nenhum dos dois lutava desesperadamente para alcança-la ou protege-la. – Eu estou ficando louco mesmo.

Ele levantou os olhos e encarou Peeta, que o fitava cautelosamente, com medo de interferir na aparente crise nervosa do amigo. Caminhou lentamente até a mochila que ficara jogada no chão mais perto da porta. Enquanto tateava o conteúdo em busca de uma nova blusa, sentiu o celular vibrar no bolso da frente e já até sabia quem era.

— Estou descendo. – Ele respondeu, sem nem esperar que Coin dissesse nada do outro lado da linha. Tentou controlar a voz ofegante para que a desculpa que daria em seguida colasse. – Meu carregador sumiu, estou procurando por ele.

Coin disse algo sobre eles não poderem mais esperar, mas ele não ouviu. Sua cabeça ainda tentava processar a ideia de que fora capaz de brigar com Peeta daquele jeito, como um animal brigando por território. A luta era quase um branco em sua cabeça, mas ele se lembrava perfeitamente da raiva que sentira enquanto tentava furiosamente alcançar aquela porta. Raiva de Peeta por não deixa-lo em paz, mas com certeza aquilo não era o suficiente para provocar a violência que ele acabara de descobrir em si mesmo. O acúmulo de sentimentos que ele vinha guardando e de situações pelas quais ele vinha sendo forçado a passar cobravam seu preço, e pela primeira vez ele sentiu medo real de perder sua sanidade.

E foi por isso que decidiu que abrir o jogo com Peeta. Porque percebeu que precisava fazê-lo antes que a pressão o desintegrasse ou o levasse a fazer coisas piores do que socar seu melhor amigo.

— Eu estou sendo chantageado. – Ele confessou, tomando mais cuidado que o necessário enquanto desenterrava uma camiseta pólo branca com listras azuis da mochila.

Peeta o encarou, aturdido, mas Finnick teve o cuidado de não encará-lo de volta. Suspirou e contou brevemente sua atual situação enquanto tirava a blusa rasgada, atirando-a no sofá da sala e substituindo-a pela outra.

Peeta não conseguiu apreender completamente as rápidas informações que o amigo lhe passava, ainda estava chocado demais com a primeira frase para dar espaço para o resto entrar. “Eu estou sendo chantageado”. Como alguém correto como Finnick podia ser chantageado? Não havia nada para ser usado contra ele.

Então, aos poucos, enquanto Finnick tagarelava, ele entendeu. Não se trata muito do quão correto você é, se trata de você ter ou não alguma vulnerabilidade. A de Finnick era Annie, e isso foi o bastante para coloca-lo naquela escravidão.

O celular de Finnick vibrou em cima do sofá, fazendo com que os dois voltassem os olhos ao aparelho. O nome de Coin piscava na tela e a testa dele se encheu de rugas. Era como se ele envelhecesse 30 anos cada vez que o nome de Coin era mencionado.

— Preciso ir agora. – Finnick disse, voltando ao corredor, fechando a mochila e encaixando a alça da mala no pulso.

— Finnick... – Peeta murmurou, o peso do problema do amigo finalmente se assentando no fundo de seu estômago e causando uma sensação ruim de impotência e frustração. De todas as pessoas do mundo, Finnick era a que menos merecia. Ele próprio merecia aquilo mais que o amigo; ele tinha bem mais coisas erradas pelas quais poderia ser chantageado na consciência.

— Deixa pra lá, moleque. – Finnick deu de ombros e um sorriso triste se abriu em seu rosto. – Eu vou resolver isso. Só não vai ser agora.

Peeta olhou para o amigo enquanto a dor de Finnick começava a se tornar sua também, como sempre acontecia quando algum deles estava afundado na merda, fosse pelo motivo que fosse.

— Nós vamos. – Ele respondeu.

Finnick assentiu condescendentemente, como um pai assente quando seu filho diz ser capaz de voar ou de falar com plantas.

— Quando você voltar, eu já vou ter um plano pronto. Pode me cobrar. – Peeta insistiu, e o sorriso de Finnick se alargou.

— Só não conta isso para ninguém, tá? – Ele pediu, e Peeta assentiu, mesmo que soubesse que talvez precisasse contar se quisesse ajuda para bolar um bom plano. – Eu espero não me foder por ter contado para você. Ou foder a Annie.

Ele ajeitou a mochila nas costas, que se curvaram como se, além da bagagem, carregassem todo o peso do mundo e abriu a porta, arrastando o resto da bagagem para ir ao encontro de Coin mais uma vez.


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Notas finais do capítulo

Gente, foi HORRÍVEL escrever essa luta do Finnick com o Peeta. Foi uma das coisas mais difíceis de escrever, quase tanto quanto os términos Fannie e Peeniss. É sério, doeu muito, eles são praticamente irmãos! Pra quem vê/viu Supernatural: isso me lembrou a cena que o Sam e o Dean brigam muito feio pela primeira vez (eu não me lembro em que temporada kkkkkkkk), sabe, dói de verdade ver pessoas que se amam tanto em uma situação tão errada assim. E tentei deixar mais leve, até engraçado e eu cheguei até rir enquanto escrevia algumas partes, mas acho que foi mais de nervoso do que por qualquer outra coisa. Ficou pesado, pelo menos para mim. O capítulo é importante e tal, mas não posso dizer que seja tranquilo de ler.
Massssss, como eu prezo muito o bem estar de vocês, para o próximo capítulo planejo trazer cenas menos lamentáveis. E prometo também não demorar muito a postá-lo, porque com essa confusão de escrever e reescrever até a internet voltar, eu acabei quase finalizando o que será o próximo capítulo (e que ia ser esse). É isso. Tô triste, mas pelo menos o Finnick conseguiu botar para fora para pelo menos uma pessoa tudo o que ele está passando. Quem sabe esse não vai ser o primeiro passo para a resolução do problema? ;)
Um beijão e um carinho na orelha. Vejo vocês em breve.