Money Make Her Smile escrita por Clarawr


Capítulo 32
All I see is dollar signs


Notas iniciais do capítulo

Amanhã completaríamos dois meses sem atualizações em Money Make Her Smile. Façamos uma minuto de silêncio pela Experiência Quase Morte pela qual esta fanfic (e sua autora) passou.
GENTE, QUE HORRÍVEL!!! SÉRIO MESMO: QUE H O R R Í V E L. Mancada horrenda da minha parte, pois é. Sei que vocês estão mais ou menos cientes dos motivos que me levam a essas demoras lastimáveis, mas o fato é que os últimos dois meses foram piores do que eu poderia imaginar. Primeiro teve aquele pré ENEM básico e torturante, no qual eu surtei, tentei estudar ainda mais do que estava estudando e, no desespero, fiz uma PÉSSIMA prova (por favor não vamos nem falar sobre isso a palavra ENEM está proibida nos domínios dessa fanfic e seus comentários em respeito à autora). Depois, eu entrei em semana de trabalhos e testes, e depois em provas, que terminaram ontem. Eu tava com muita, muita, muita saudade de vocês, desses personagens, de me dedicar a essa história. É só quando te privam de algo que você realmente vê o quanto aquilo importa, e isso me fez pensar em como vai ser quando MMHS acabar.
Corte rápido: QUEM AQUI JÁ VIU MOCKINGJAY?????? EU JÁ VI!!!!!!!! Tomei tantos tiros que nem sei por qual deles começar a falar, mas acho que a morte de Vocês Sabem Quem superou qualquer expectativa minha. Bom, falo mais sobre isso nas finais (estão, se você quiser pular, pode ficar à vontade, porque eu basicamente só vou falar disso) pra não dar spoiler pra quem ainda não viu.
Sobre o capítulo em si: Estou trabalhando nele há muito tempo e fui obrigada a fazer várias pausas até conseguir finalizar. Isso foi bom porque tive ideias para um novo plot que vai ter início aqui. Posso assegurar que esse plot garantirá alguns barracos (hmmmmmmm) e arranca rabos, então acho que tá valendo. Talvez vocês achem o capítulo meio chato (eu, particularmente, achei), mas não quero influenciar a opinião de vocês.
Boa leitura!!!
Quem quiser comentar Mockingjay, cola comigo lá nas finais ♥
Ahhh, eu já ia esquecendo: Song of the Title (bilígue): Pour it up - Rihanna (música de arrastar a bunda no chão) e a do capítulo é Money, Money, do ABBA.



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“Money, money, money

Must be funny

In the rich man's world

Money, money, money

Always sunny

In the rich man's world

Aha-ahaa

All the things

I could do

If I had a little money

It's a rich man's world”

Sentado na cama do quarto de Annie, Finnick brincava com uma fina tira verde de tecido entre os dedos. Uma gravata que ele estava enrolando para colocar há mais ou menos uma hora, mas sabia que não ia demorar muito até ter que prender aquela coisinha irritante e sufocante em volta do pescoço.

O apartamento de Annie e Mags estava de cabeça para baixo. Funcionários do buffet contratado por Mags passavam apressados de um lado para outro, e Finnick havia desistido de ficar na sala depois de quase ter derrubado três bandejas de três garçons diferentes. Por fim, decidira que a melhor opção era mesmo ficar no quarto com Annie, esperando a morena terminar de se arrumar.

Para Finnick, ainda não fazia sentido ter um buffet contratado dentro de sua própria casa. Em sua vaga noção de organização de festas, se você vai oferecer algo em sua casa, você mesmo cozinha, ou compra pronto. Agora, um buffet? Com garçons? Com três garçons? Aquilo era absurdo demais, e ele provavelmente estaria rindo se não fosse parte daquele cenário bizarro de ostentação.

Sempre que se dava conta disso e a pontinha de reprovação lhe tingia os pensamentos, ele tentava se lembrar do que Annie dissera. Ela havia lhe explicado várias vezes, e até fazia sentido dentro da lógica de alguém que vivia a vida que Annie levava. Mas ele não conseguia deixar de se sentir assustado dede o momento em que pisara no apartamento e presenciara Mags ter um ataque porque a cozinheira do buffet contratado errara no molho do peixe que seria servido. Mags pedira molho de laranja, mas, por algum motivo, nas indicações do prato que a chef tinha acesso, o molho pedido era o com pimentões. Depois de testemunhar Mags dar um pito de cerca de vinte minutos na funcionária por esse motivo, ele percebeu que aquela era uma situação pela qual ele nunca tinha passado. E nunca passaria se não estivesse namorando a filha adotiva de uma empresária importante da alta sociedade carioca.

A reunião pela qual Finnick observava Annie se arrumar contaria com a família Everdeen, Plutarch Heavensbee e Alma Coin. O encontro seria sobre a próxima coleção da loja de Mags, a Cherry Poison. Os Everdeen cuidariam da campanha, Plutarch controlaria os investimentos e Alma Coin, estilista renomada e mestre em criação de roupas femininas, seria, junto com Mags, o cérebro por trás do conceito da nova leva que em breve encheria as araras e prateleiras da loja.

Com os Everdeen e Plutarch, Mags já estava acostumada, e se eles fossem os únicos convidados para a reunião, Mags nem se incomodaria em oferecer um jantar com tanta pompa. O problema era Coin, recém chegada de Milão, o perfeito estereótipo da estilista esnobe e intragável, com seus sapatos Prada e sobretudos Dolce & Gabbana (mesmo que no Rio de Janeiro nunca fizesse frio o suficiente para que alguém sequer pensasse em vestir um sobretudo). Ela lembrava Meryl Streep como Miranda Priestly em “O Diabo Veste Prada”, com o corte de cabelo de sei lá quantos mil dólares e aquela boca sempre franzida em desagrado. Por intermédio de Plutarch, tinha topado vir na reunião sem nenhum compromisso de se meter com a criação das peças. Ela decidiria por entrar no projeto ou não se gostasse do que visse durante o encontro, e era justamente com isso que Mags estava tão apavorada.

Por um lado, ela queria muito que Coin aceitasse o convite e se envolvesse com sua marca. Seria um prestígio incalculável ter o nome Alma Coin assinando a nova coleção, o que atrairia muito mais investimentos e, consequentemente, uma taxa de lucro bem maior. Por outro lado, ela sabia que era muito provável que Coin já fosse àquela reunião com preconceito por estar lidando com uma marca brasileira relativamente desconhecida no mercado da moda nacional. O nome de Coin era grande o bastante para torna-la arrogante a ponto de não querer trabalhar com projetos pequenos.

A atmosfera no apartamento estava pesada, e Finnick sabia que era por causa da tensão com a futura presença de Coin. O silêncio pesava, e ele sabia que Annie estava preocupada por causa de Mags. Ele conhecia Annie bem o bastante para saber que ela tendia a absorver traços do clima ao seu redor, então não era de se esperar que ela estivesse falante e sorridente como costumava ser em outras circunstâncias. O nervosismo da tia a afetava. O nervosismo de qualquer pessoa que ela amasse a afetava.

– Você já usou uma gravata alguma vez na vida? – Annie perguntou, rindo levemente diante da cara de desagrado de Finnick ao encarar a peça em suas mãos

– Usei, sim! – Finnick respondeu, parecendo indignado. – Na festa de gala da minha formatura do ensino médio. – Ele disse, e Annie gargalhou.

– O que foi há, o quê?, uns 37 anos atrás? – Ela perguntou, caminhando na direção do namorado e tomando a gravata verde escura das mãos dele.

– Qual é, eu não sou tão velho assim. – Finnick reclamou, mas sorria enquanto Annie mexia habilmente os dedos para prender o delicado pedaço de pano no colarinho da blusa social branca que ele vestia.

Eles ficaram em silêncio por um momento enquanto Annie se concentrava, tentando lembrar-se dos passos que o autêntico nó de gravata exige.

– Será que faz diferença passar pra esquerda ou para a direita? – Annie se perguntou em voz alta, a testa franzida diante do tecido em suas mãos. – Acho que não. – Ela se atrapalhou, indecisa entre jogar o tecido para um lado ou para o outro. Acabou decidindo pela esquerda. – Ahhh, isso!! – Ela comemorou quando percebeu que a trama daria certo. – Pronto.

– Eu. Tenho. A. Melhor. Namorada. Do. Mundo. – Ele disse, intercalando cada palavra com um selinho nos lábios de Annie.

– Não por isso. – Ela respondeu, sorrindo. – Só preciso terminar a maquiagem.

– O que vai demorar mais ou menos umas quatro horas e meia. – Ele observou, ganhando um tapa no braço logo em seguida.

– Não me estressa que eu te enforco com a gravata. – Annie rebateu. – Não vou demorar, juro. Minha tia bota fogo no meu guarda roupa se eu me atrasar. Você sabe bem que as coisas não estão exatamente tranquilas por aqui hoje.

Ele esperou alguns segundos, para o caso de Annie querer adicionar alguma coisa. Um desabafo, talvez. Ela tinha dessas coisas. Soltar uma frase que denunciava o problema, mas se conter logo depois. E por fim desistir e desabafar o que quer que lhe estivesse fazendo mal.

Ele percebeu que esse não era o caso, então respondeu.

– Eu nem sei o que estou fazendo aqui. – Finnick comentou, coçando a nuca enquanto assistia Annie esticar as pálpebras e se contorcer para passar o delineador.

– Você está aqui para eu não morrer de tédio. – Ela respondeu, a voz distorcida com o esforço de não errar o traço preto sobre os olhos. – Essas reuniões da Cherry são um saco. Antigamente era a Katniss quem me fazia companhia, mas agora que ela é praticamente uma publicitária e está metida de verdade com a campanha dessa coleção, acho que ela vai fazer parte da mesa dos adultos enquanto eu fico quietinha com você no canto mais escondido.

– Vou ficar parecendo um idiota. Não entendo nem de publicidade, nem de roupas, muito menos de dinheiro. Não vou poder ajudar com nada.

– Eles não vão precisar da sua ajuda. Eu vou. – Annie respondeu, agora piscando em frente ao espelho para ver o efeito do delineador, conferindo se precisava engrossar o traço ou se os olhos já estavam destacados o bastante.

A campainha berrou, fazendo-se ouvida em todos os cômodos do estonteante apartamento. Foi possível ouvir os grossos saltos de Mags batendo contra o chão à medida que ela caminhava para abrir a porta e, logo em seguida, os cumprimentos exclamados, deixando Annie saber que os convidados recém chegados eram os Everdeen. Annie suspirou aliviada, e depois de uma última jogada nos cabelos castanhos reluzentes, ofereceu a mão para Finnick, indicando que era hora dos dois saírem do quarto.

Annie forçou a maçaneta da porta para baixo e caminhou pelo curto corredor que ligava os quartos à sala de estar, com Finnick junto a si o tempo todo. Quando os dois chegaram à sala, Annie foi imediatamente abraçada pelos pais de Katniss – praticamente seus tios -, que logo depois cumprimentaram Finnick.

Finnick tentou sorrir amigavelmente para Haymitch, mas sabendo da maneira como ele agia com Peeta e de sua grande participação no término do namoro do amigo com Katniss, foi difícil que sua expressão cordial não parecesse uma careta. Haymitch também não fez questão de ser simpático. Ele não gostava mais dele do que de Peeta. Para ele, os dois não passavam de dois aproveitadores de mocinhas ricas.

Por fim, os dois se digiram a Katniss e decidiram que ficar com a morena era mesmo a melhor opção.

– Nossa, estou uma pilha. – Katniss comentou, colocando os cabelos atrás das orelhas.

– Fica calma. Você não vai apresentar a campanha sozinha, seus pais vão te ajudar. E eu tenho certeza que está incrível. – Annie tranquilizou a amiga.

– Trabalhei muito mesmo nisso. Sei o quanto significa pra Mags impressionar essa Coin.

– Nem fala. – Annie suspirou. – Ela falou disso a semana inteira, passou madrugadas revisando o projeto da coleção, desenhando moldes... Até no logotipo ela já pensou, e você sabe que ela sempre deixa isso nas costas dos seus pais.

A campainha tocou novamente e Annie sentiu seu estômago pesar com o nervosismo. Havia se deixado contagiar pela atmosfera de Mags.

Ou talvez fosse só um pressentimento inconsciente do que estava por vir.

Mags, que usava um longo macacão estampado com formas geométricas de cores fortes e grossos saltos marrons, levantou-se para abrir a porta. Annie, sentada no sofá, conversando com Katniss e Finnick, reconheceu a figura de Plutarch quando esta abraçou sua tia, mas estranhou ouvir duas vozes vindo da soleira da porta. Plutarch não vinha sozinho?

Não, ela constatou, quando viu a figura alta e loira abraçar longamente sua tia enquanto Plutarch entrava no apartamento e se dirigia para cumprimentar os Everdeen.

Annie parou de sentir a taça de champagne em sua mão direita, e parou de sentir o aperto da mão de Finnick sobre sua mão livre enquanto encarava Cato abraçar sua tia no meio de gigantesca sala de seu apartamento.

Ela trocou um rápido olhar com Katniss e sentiu-se tonta por um instante. O QUE ELE ESTÁ FAZENDO AQUI?, ela quis gritar, mas sentiu seu corpo todo pesar dolorosamente com a surpresa.

Não conseguiu encarar Finnick. Depois do incidente com Clove, eles haviam tido uma conversa honesta sobre o tempo em que estiveram separados, abrindo o jogo sobre as pessoas com quem ambos haviam se envolvido enquanto tentavam esquecer um do outro. Annie contou sobre Cato, e Finnick contou detalhes de sua história com Clove, além daquele vergonhoso quase beijo em Cashmere (o que arrancou muitas gargalhadas de Annie, secretamente satisfeita de saber que não precisava sentir ciúmes da loirinha espevitada). Mas, mesmo sabendo que não fizera nada de errado, Annie sentia-se terrivelmente culpada só de encarar Cato, especialmente no mesmo ambiente que Finnick.

Annie quis desmaiar. Fugir dali, se trancar no banheiro, se enterrar no estofado do elegante sofá violeta onde estava sentada ao lado de Finnick. Mas sabia que precisava agir educadamente, porque tinha que manter o clima amigável para não estressar Mags ainda mais. Além do mais, imaginou que, com a sorte que estava tendo, Alma Coin podia chegar naquele exato instante, e tudo precisava estar perfeito quando a maldita entrasse no apartamento.

Menos de um segundo se passara enquanto Annie quase estourava um aneurisma dentro de seu cérebro, e Cato ainda não havia se soltado do abraço que trocava com Mags. Annie sabia que ele viria falar diretamente com ela assim que soltasse sua tia, então, um tanto trêmula, levantou-se e passou a mão na parte de trás do vestido que usava para desamassá-lo.

Mags estava de costas para ela, e Cato de frente. Ela viu o exato instante em que os olhos do loiro se abriram e se fixaram nela, enquanto ele ainda segurava as costas de Mags. Um sorriso imperceptível distorceu seus lábios enquanto seus olhos azuis fitavam Annie, levemente apertados nos cantos.

Depois do que pareceu o tempo que a Pangeia demorou para começar a se separar, Cato caminhou na direção dos três jovens, obviamente indo na direção de Annie primeiro.

– Cato! – Ela cumprimentou, tomando cuidado para que seu tom transitasse entre o adequadamente animado e casualmente desinteressado.

– Quanto tempo. – Ele respondeu, abraçando Annie pela cintura.

Ela não respondeu a afirmação. Parecia errado se levassem em conta que na última vez em que se viram ela ainda era solteira. E não havia sido apenas um jantar entre amigos.

– Oi, Cato! – Katniss pulou na frente do loiro, tentando ao máximo adiar o momento em que os dois rapazes teriam de se cumprimentar.

– Kat! – Ele a abraçou também, esfregando as costas da morena. – Tudo bom?

– Tudo ótimo, e você? – Ela respondeu, sorrindo entusiasmada para o loiro.

– Melhor impossível. – Ele sorriu abertamente, parecendo ignorar a presença de Finnick, que ainda tinha os dedos entrelaçados nos de Annie.

Então, parecia chegada a hora. Annie olhou de Cato para Finnick, seus olhos verdes desesperados por um acontecimento que a salvasse de ter que fazer as apresentações, mas não houve nenhuma intervenção divina para tirá-la daquela situação.

– Cato, esse é o Finnick, meu namorado. – Ela começou, e cada palavra parecia ser tirada a fórceps de sua garganta. – Finnick, esse é o Cato Heavensbee. – Não pareceu adequado acrescentar “cuja boca eu já beijei”. – Ele é filho do Plutarch. – Ela disse, enquanto os dois apertavam as mãos, parecendo perfeitamente cordiais. – Eu não sabia que você vinha. – Annie comentou, pensando que essa era a variação mais educada do “que merda você está fazendo aqui?” que ela sentia vontade de soltar desde que pusera os olhos em Cato.

– Meu pai achou que ia ser bom pra mim ajudar com a Cherry. Ele disse que era um negócio de amigos, mas se eu não tomasse conta direito do dinheiro da Mags ele me dava uma surra de cinto. – O loiro comentou, rindo.

Annie acompanhou a risada, mas seus olhos arregalados traíam sua exasperação. Cuidar do dinheiro de Mags? Ele ia ficar responsável pela Cherry? Trabalhando com as finanças da loja e com Mags enquanto a nova coleção era lançada? Isso era pior do que ela jamais imaginara. Significava ter Cato muito mais perto, por muito mais tempo que ela gostaria.

– Você vai cuidar dos investimentos na Cherry? – Katniss perguntou pela amiga, sabendo que Annie provavelmente estaria com a voz esganiçada demais para verbalizar a questão e poupando a amiga de dar bandeira acerca do quanto estava nervosa.

– Não sozinho, meu pai não abriria mão de trabalhar com a Mags nunca. – Cato sorriu como se sua frase carregasse uma espécie de mensagem subliminar. - Acabei de me formar em Economia, e como eu pretendo trabalhar com meu pai, achei que a Cherry era o melhor lugar para começar.

Katniss abriu a boca para fazer um comentário educado e mentiroso como um “que incrível!”, mas foi interrompida pela campainha tocando novamente.

Annie e Mags prenderam a respiração, porque sabiam quem estava atrás daquela porta. A responsável por todas as crises nervosas da semana. A sala toda ficou em silêncio por um instante, e os olhares pousaram em Mags, como se esperassem uma reação da dona da casa.

Mags, por sua vez, apenas sorriu e caminhou a passos largos e elegantes até a porta, destrancando-a e abrindo-a para encarar o que quer que a esperava do lado de fora.

~~

– Como uma das coisas que a Cherry mais prezou durante toda a sua história foi o atendimento individualizado às clientes, minha proposta para essa coleção, que tem como tema o Zodíaco, é que os papeizinhos de seda que embrulham as roupas compradas sejam personalizados com os símbolos do signo de cada cliente. – Katniss disse, mostrando em seu tablet o projeto de estampa para alguns papéis. – E que os papéis de seda tenham cores e estampas que tenha a ver com as características do signo. Esse aqui, por exemplo, – Ela parou em uma imagem e deu zoom para poder explicar os detalhes. – é o de Touro, meu signo. – Ela sorriu. – Aqui a gente tem vários símbolos de touro, pequenininhos, com um fundo meio acobreado porque Touro é um signo de terra, que tende a gostar de tons sóbrios, porém sexies. Esse aqui, - Ela passou algumas fotos até achar o que queria. – é o de Leão. Repara que ele está todo em cores vibrantes, laranja e amarelo, porque Leão é um signo de fogo e o símbolo do signo está maior aqui no meio porque os leoninos costumam gostar do centro das atenções.

– Eu gostei disso. – Mags comentou, balançando a cabeça em aprovação. – Mas eu queria alguma coisa mais pessoal também. Você não acha que rolaria a gente colocar na sacola um desenho do mapa astral da cliente, com algumas características? Tem como fazer isso pelo computador e é rápido pra imprimir.

– Sim, mas a gente precisaria ter um gasto a mais com papel especial, porque não vamos imprimir os mapas em papel A4 e colocar junto com as compras. Você acha que vale a pena? – Katniss respondeu. – Porque o ideal seria que o papel também tivesse decoração personalizada, que tenha a ver com o mapa da cliente, e aí são muitas combinações possíveis. Fica difícil achar um programa de computador que gere isso na hora.

– Os papéis podem ser impressos com estampas que remetam só ao signo mesmo. – Cato rebateu. – O signo que você nasceu, no caso.

– O solar. – Annie disse.

– Isso. – Ele assentiu, agradecendo. – Porque aí a gente reduz a só 12 estampas diferentes. No máximo colocar o símbolo do ascendente e da lua, que pelo que eu entendi são os mais importantes. Aí a gente fica com 12 estampas e 12 símbolos para decorar. Não fica tão difícil assim.

– A gente calcula o quanto gastaria a mais com papel especial e eu entro com esse dinheiro. – Plutarch disse, anotando algumas coisas em seu caderno, que ele não largara desde o início da reunião. – Isso não é um problema.

Claro que não. Dinheiro nunca era, não para ele.

– Não gosto dessa ideia dos papeis terem só 12 opções para estampa. – Coin, que se mantivera quieta durante os aproximados 30 minutos que a reunião durara ate o momento, se pronunciou. – Ou você faz algo personalizado, ou não faz. Fica pobre. – Ela disse, franzindo a boca logo em seguida. – Criar uma estampa para cada signo qualquer loja de departamento faz. E, se eu não estou enganada, a Cherry não é uma loja de departamento. – Ela ironizou, passando os dedos pelos macios e elegantes cabelos grisalhos.

Finnick e Annie trocaram um olhar. Logo em seguida, um garçom passou com uma bandeja lotada de taças de cristal cheinhas de pro seco dentro.

A cabeça de Finnick girou, e por um instante de descontrole, ele sentiu vontade de dar um tapa naquela bandeja e derrubar todas aquelas taças tilintantes de encontro ao chão. Ele queria ver aquelas tacinhas irritantes despedaçadas no chão, o barulho do cristal se partindo arranhando os ouvidos de todos os presentes. Meu Deus, eles estavam em casa! Quando você está em casa, se você quer beber algo, você levanta a sua bunda do sofá e vai pegar. Não tem um garçom te servindo dentro da sua própria casa. Era esse tipo de doideira que o dinheiro enfiava na cabeça das pessoas.

Era tanto dinheiro e luxo envolvido que ele se sentia tonto. Só o jantar onde se discutia a estrutura da campanha da Cherry gastara mais do que todos os seus almoços do mês juntos. Bem mais, aliás. Era a personificação do que ele sempre criticou: as quantias exorbitantes de dinheiro que só tinham como objetivo arrecadar mais dinheiro e manter o capital girando nas mãos dos ricos. Os investimentos que não tinham outra razão além de se multiplicar.

Ele era obrigado a admitir que toda a situação tinha um certo glamour. O mundo dos negócios era atraente sob certo aspecto. Era difícil assistir Katniss, sua amiga, apresentar com tanta empolgação a campanha que exigira tanto de seu esforço e manter o pensamento de que aquilo tudo estava tremendamente errado. Provavelmente a paixão de Katniss ao falar sobre seu trabalho era o único fator que segurava Finnick de odiar mais a situação na qual se encontrava. Ele sabia que sua amiga não era uma agente maligna do capitalismo, e sabia que, assim como ela, existiam vários outros jovens que acreditam que seu trabalho tem um significado real.

– Vamos dar uma pausa para o jantar? – Mags perguntou, com aquele sorriso afável de anfitriã generosa no rosto.

Após os múrmuros de concordância dos convidados, todos se encaminharam para a sala de jantar do apartamento, um anexo da já gigantesca cozinha. A mesa já estava posta, os pratos servidos, os talheres e taças brilhando de tão polidos. Tudo prata pura, claro. O brilho da louça irritou Finnick enquanto ele sentava em seu lugar, encarando o prato elegantemente montado com uma posta de peixe e arroz com brócolis.

O jantar transcorreu calmamente, e a conversa na mesa caminhava em torno dos assuntos discutidos na reunião, mesmo que o objetivo geral da refeição fosse dar uma pausa e arejar a mente.

– Annie ficou tão quieta durante a reunião. – Coin observou abruptamente, fixando seus olhos mordazes no rosto de Annie, que sorriu simpaticamente em resposta.

– Você também. – Ela rebateu, e todos na mesa puderam sentir a levíssima alfinetada que a resposta de Annie dirigiu à Coin. – Na verdade, eu ajudo minha tia com os conceitos da coleção. Como vocês estavam discutindo a campanha e essa não é a minha área, eu acabei sem ter muito o que dizer. – Ela explicou, tentando amenizar o clima ruim.

– Passei pelo mesmo problema. – Coin respondeu, sorrindo docemente para Annie.

– Ela que deu a ideia do tema ser Zodíaco. – Mags se intrometeu.

– É mesmo? – Coin disse, mexendo lentamente a cabeça na direção de Mags e depois voltando a olhar nos olhos de Annie. – Gostei da escolha. Está em alta, mas ninguém fez nada sobre isso ainda. Boa percepção, Annie.

– Obrigada. – A morena respondeu, levando uma garfada de comida aos lábios.

– E Finnick... – Ela direcionou o olhar para o loiro, que ergueu os olhos de seu prato, surpreso por estar sendo mencionado. – Você faz o que mesmo?

– Estou terminando a faculdade de Biologia. – Ele respondeu, encarando Coin.

– Você caiu de paraquedas aqui hoje, então. – Ela comentou, com um sorriso amigável nos lábios.

– Mais ou menos. – Finnick respondeu. Ele não iria dizer que estava ali só por causa de Annie. Não queria passar ainda mais a impressão de inútil.

Ela estreitou os olhos no canto e seus lábios se esticaram em um sorriso milimétrico, como se ela já estivesse se divertindo por antecipação com as reações que seu futuro comentário desencadearia.

– É uma pena a Cherry não ter roupas masculinas. Porque eu estou olhando para o rosto perfeito para uma campanha publicitária. – Ela comentou, os olhos fixos no rosto de Finnick.

Finnick sentiu a comida errar o caminho na garganta, o quase engasgo ardendo no céu da boca. Sua cabeça se encheu de pontos de interrogação e ele ficou sem saber o que dizer, ainda sentindo a comida engasgada descendo pelo lado errado. Ele agarrou sua taça cheia de pró seco e engoliu o líquido quase todo de uma vez.

– Obrigado. – Ele respondeu.

– E ainda é tímido. – Coin comentou, soltando uma gargalhada até certo ponto sádica. – Dá até para ver, sabe? O que a lente ia tirar de você. Esses olhos, um cabelo despenteado... – Ela enumerou, e não deu pra saber se ela estava enumerando as características de Finnick que ficariam melhor na câmera ou as que ela mais tinha gostado. – Você ia fazer um estrago, garoto. Ninguém nunca te disse que você daria um excelente modelo?

Finnick quis que o semi engasgo que ele tivera há poucos segundos tivesse sido uma obstrução completa em sua glote, que ele tivesse ficado sem ar e estivesse agora roxo e sem ar a caminho do hospital para uma cirurgia de desobstrução das vias respiratórias. Qualquer coisa menos ouvir aquelas coisas de Coin, daquele jeito, naquela situação.

Annie, a seu lado, tentou com muito afinco manter a expressão neutra, mas seu olhar escorregou para o rosto de Katniss como um pedido de socorro.

Ela não queria fazer o papel de namorada louca e insegura que surta com qualquer bobagem. Não dava para ser assim com Finnick, a não ser que ela estivesse empenhada em enlouquecer. Ela sabia que onde quer que passasse, Finnick fazia mesmo um estrago – para usar a expressão de Coin -, e não era culpa dele. Assim como ela também fazia. Namorar alguém atraente como Finnick exigia cabeça boa e pouco possessiva, características que Annie sempre se orgulhou de dizer que tinha.

Mas nem toda a cabeça boa do mundo daria conta de assistir a futura estilista da Cherry dando descaradamente em cima de seu namorado, dentro da sua casa.

Katniss ergueu suavemente as sobrancelhas, os olhos cinzentos suaves, pedindo calma à Annie, que sabia exatamente o que a amiga queria dizer, porque era o que a parte sensata de sua cabeça sussurrava. Coin era estilista, portanto era natural que olhasse as pessoas imaginando-as como modelos. Era o seu trabalho: além de criar as roupas, escolher os melhores cabides, quer dizer, modelos, para exibi-las. Talvez fosse esperar demais que ela se contivesse ao dar de cara com um potencial rosto de outdoor. Porque Annie sabia que Finnick tinha potencial para isso, mas sabia também que aquilo não tinha nada a ver com ele. Sabia que ele riria da sugestão de Coin assim que os dois estivessem a sós.

– Não acho que eu tenha talento para isso. – Finnick respondeu, tentando sorrir educadamente para Coin.

– Você devia experimentar, de qualquer forma. Talvez você se surpreenda. – Seus olhos extremamente vivos pareciam destilar um milhão de indiretas e ela lembrou um pouco Clove nesse momento. Todos os presentes entenderam que ela havia deixado algo no ar, só estavam agora tentando decifrar o que.

Para Annie, fora uma cantada em seu namorado, mas ela estava tentando não ser radical.

– Mas como a Cherry é uma loja feminina, precisamos de rostos femininos para essa campanha. – Seu olhar se fixou no rosto de Annie e depois no de Katniss. – Você já fotografou, Annie? Como modelo, quero dizer.

– Quando eu era menor. – Annie respondeu, tentando livrar a voz do tremor da raiva que ameaçava consumi-la por dentro. Ela se jogava inteira para cima de Finnick e agora vinha falar que ela também servia de modelo? Mas como ela era fofa!

– Seu rosto também é interessante. Quer dizer, a sua beleza é muito óbvia de se enxergar – Annie ficou em dúvida se isso era um elogio ou uma cutucada. Apostou na segunda opção. -, mas eu também consigo ver uma aura boa para a câmera em você. E em você. – Ela apontou para Katniss. – Aliás, quem melhor para modelo da coleção do que as próprias criadoras da campanha?

Apesar de já estarem olhando uma para a outra, Annie e Katniss trocaram um outro olhar.

– Não. Não, não. Eu não sou a pessoa pra ficar na frente da câmera. Eu mal consigo tirar uma selfie sem me achar um desastre.

– Não seja boba. Quando você se olhar nas fotos, vai descobrir uma coisa em você que nem sabia que existia. – Coin assegurou, e de repente sua voz ganhou um contorno muito grave. Como se ela acreditasse mesmo no poder de uma câmera para a auto descoberta de uma pessoa. – Independente do que ficar decidido aqui, coloque essas duas para fotografar a campanha. – Essa parte ela disse para Mags, que olhou ternamente para a filha adotiva, sorrindo de lado. – Melhor do que olhar um catálogo de modelos e escolher uma máquina de fazer caras e bocas é ter as pessoas que conhecem essa coleção anunciando-a. Você não vai se arrepender.

– Eu sei que não. – Mags respondeu, olhando amorosamente para Annie e Katniss. – Obrigada pelo conselho.

~~

– Merda. – Finnick praguejou, depois de esbarrar em um dos garçons mais uma vez. Felizmente, o homem já parecia ter memorizado que Finnick era o Derrubador Oficial de Bandejas e tomou um extra cuidado ao passar perto do loiro. – Desculpa, moço. – Ele disse, cansado. – Me dá um negócio desse, pelo amor de Deus. – Ele pediu, se referindo à taça cheia de champagne que ele acabara de retirar da bandeja.

A reunião oficial já havia acabado, mas os convidados não pareciam ter intenção de ir embora, agora que estavam metidos em conversas mais amenas sobre coisas aleatórias.

– Um pra mim também. – A voz firme de Coin surgiu atrás de Finnick, que se virou involuntariamente na direção do som. Foi recebido com um sorriso caloroso da parte de Coin. Ele não sabia bem porque, mas tinha a impressão que aquela expressão não era comum no rosto dela.

Automaticamente, por educação, Finnick retirou um taça da bandeja e a entregou nas mãos de Coin.

– O perfeito cavalheiro. Obrigada.

– De nada. – Ele respondeu, bebendo mais. Já havia perdido as contas de quantas taças botara para dentro, mas não se sentia nem ao menos tonto.

Coin olhou em volta rápida, mas teatralmente, como se estivesse prestes a falar algo que os outros não pudessem ouvir. Um segredo para Finnick. Só para ele.

– Ainda não desisti de te convencer a fotografar alguma coisa. – Ele confidenciou, os olhos fixos em Finnick enquanto sorvia um pouco da bebida.

– Já, já você perde a paciência. – Ele respondeu, um sorriso irônico no rosto.

– Eu sou teimosa. – Ela respondeu.

– Eu também. – Ele rebateu, erguendo uma sobrancelha.

– Vou ficar por perto por bastante tempo. – Ela respondeu, casualmente, embora a frase soasse mais como uma ameaça. – Vou assinar a coleção com a Mags. – Ela disse, abaixando o tom de voz ainda mais.

Finnick ergueu as sobrancelhas e sorriu.

– Isso é ótimo! – Ele exclamou. – A Mags vai ficar muito feliz.

Coin abaixou a taça e afiou o olhar ainda mais intensamente na direção do rosto de Finnick.

– Eu gostei do que vi hoje. – Ela disse, e o duplo sentido de suas palavras era tangível no ar. – Acho que posso dar algumas contribuições interessantes. Além do mais, acho que tenho coisas a fazer por aqui. – Ela completou, e seu olhar pareceu ainda mais cortante, se é que isso era possível.

Finnick entendeu o recado. E entendeu também que estava prestes a se enfiar em uma confusão.


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Notas finais do capítulo

E ESSA COIN LOUQUÍSSIMA NO FINNICK?? DESRESPEITO?? AFRONTA?? ELA DEU OU NÃO DEU EM CIMA DELE?? ALIÁS, A PRINCIPAL PERGUNTA SERIA: FARÍAMOS OU NÃO O MESMO??
Bom, acho que você perceberam que a bicha Coin está completamente alucinada no rostinho do nosso anjo Finnick. Clove, Coin, eu... A pergunta que não quer calar: QUEM MAIS VAI CAIR PELO NOSSO LOIRO???? ATÉ QUANDO FINNICK ROUBARÁ NOSSOS CORAÇÕES?
Bom, amigos, eu enrolei, mas acredito que a hora de falar chegou. Venho tentando evitar tocar nesse assunto, porque ainda me dói muito, mas talvez se eu falar melhore.
O QUE FOI ESSE FILME???????? GENTE, ACABOU. THG ACABOU. SEM MAIS PRÉMIERES, GRACINHAS JEN JOSH E LIAM, WOODY E LIZ ENLOUQUECENDO A GENTE COM HAYFFIE, SAM E JENA E NATALIE COM AS VOZES MAIS LINDAS DO MUNDO (o sotaque da sam e da natalie e a voz da jena são a minha fraqueza): A C A B O U. Vocês também tem a impressão que ainda ontem eu tava me comendo de ansiedade pela estreia de catching fire?? Passou tudo tão rápido, meu Deus... Eu ainda lembro de mim e dos meus amigos mandando fazer camisa pra estreia de cf, os micões na de mockingjay parte 1... Eu pensando "ahh, mas ainda falta muito tempo pra acabar" e quarta feira eu vi o Finnick e a Prim morrerem. Nem parece que já passou.
Eu AMEI o filme, com certeza foi mega fiel (como sempre). A gente nunca precisou se preocupar com cortes escrotos nas adaptações de thg porque o francis sempre fez tudo muito bem. Mas eu achei que passou muito rápido????? Como eu disse no twitter: algumas partes muito importantes passaram rápido, como se eles tivessem sido obrigados a cortar um pouco o filme pra não ficar tão longo, e aí às vezes aconteciam certas coisas e eu pensava "peraí, era pra isso ter sido mais impactante.". Tipo a morte da Prim, que eu achei que ficou em segundo plano até a cena com o Buttercup (que aliás, cortou meu coração. Jennifer Lawrence, que atriz........), sendo que no livro é o sofrimento pela morte da Prim que, além de terminar de destruir a sanidade dela, guia todas as ações da Katniss daí pra frente. Achei que isso ficou meio picotado, mas talvez eu só esteja sendo chata. No fim das contas, chorei muito, passei muita vergonha (eu achei que já estava velha demais pra me desesperar por personagem de saga, mas ver o finnick morrer me provou que eu não amadureci nada desde a fangirl de 14 anos que leu a saga pela primeira vez em 2012) e, como sempre, sofri por essa saga que não se cansa de me dar tiros.
E vocês, o que acharam??? Ansiosa pelos comentários de vocês.
Um beijo de língua e um arranhão na nuca. VOCÊS SÃO D+.
P.S.: Vou demorar muitos anos para superar os gritos do Finnick. Eu já comecei a passar mal desde que eles entraram no esgoto, aí quando o Finnick surgiu matando 857542 bestantes com o tridente e depois com a faca e MESMO ASSIM não conseguiu sair de lá, eu achei que fosse ter uma embolia. Ele caindo da escada e aqueles troços atacando ele meu deus............................................... VEJO VOCÊS NA SALA DE ESPERA DA TERAPIA :)))))))