Money Make Her Smile escrita por Clarawr


Capítulo 10
Don’t act like it’s a bad thing to fall in love with me


Notas iniciais do capítulo

CARALHO PORRA PUTA MERDA EU VOLTEIIIIIIIIIIIIIIIII
Olha, eu posso me explicar. Eu não queria ter demorado um mês para postar, mas eu tive provas e todo o processo de aprender toda a matéria do trimestre em duas semanas foi meio pesado. Mas mesmo assim, a culpa não foi totalmente minha. Eu estou com este capítulo pronto há pelo menos uma semana, mas acho que todo mundo aqui sabe todo o problema que aconteceu com o Nyah e etc, então, eu realmente queria ter postado antes mas, por questões externas a mim, não pude. Quero que saibam que eu já estava agoniada e com saudades isdusiouf.
Bom, sobre o capítulo não tenho muito o que falar além de que ele é o mais amorzinho da fic até agora. Ficou bem fofinho e meloso, porque eu fiz questão de deixar o mais fofinho e meloso possível IASUDIOASDJKSLD Bom, espero que gostem e para redimir esse tempão sem postar, esse é o maior capítulo da fic!!!!
Ah!!!! Música do título: Not a bad thing - Justin Timberlake (aliás, se estiverem aceitando um conselho: VEJAM O CLIPE DESSA MÚSICA, É DE VERDADE UMA DAS COISAS MAIS LINDAS DO PLANETA.) e a do capítulo é Halo da (rainha, monstra, dona do mundo) Beyoncé
Vejo vcs nas finais.
ps: Desculpem os erros de digitação/gramática. Eu só estava com preguiça de revisar mesmo.



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“Remember those walls I built?

Well, baby, they're tumbling down

And they didn't even put up a fight

They didn't even make a sound”

Finnick estava com a cabeça deitada sobre a mesa comprida que dividia com Marvel na sala de aula da faculdade. Os olhos teimavam em se fechar, mas ele ainda fazia um esforço heroico para se manter acordado, mesmo que isso não fizesse muita diferença porque com as míseras três horas e meia de sono que ele havia tido à noite ele nunca conseguiria processar as informações que seu professor histologia animal estava passando.

– Eu vou morrer. – Disse Finnick, a voz abafada pela mesa de madeira. – Eu não vou conseguir sobreviver ao dia de hoje.

– Calma, Finn. – Disse Marvel, enquanto anotava uma ilustração sobre mitocôndrias.

– Acho que vou matar genética hoje. – Finnick comentou, ainda de cabeça baixa.

– Você sabe que se fizer isso o Bezerra vai jogar na sua cara que você matou a aula dele o resto da faculdade, não é? – Ele disse, referindo-se ao professor de genética.

– Não estou nem aí. – Finnick rosnou. – A gente está na faculdade, pelo amor de Deus. Isso aqui não é Ensino Médio. Se eu estou matando a aula o problema é meu, quem não vai conseguir emprego sou eu, não sei porquê ainda se incomodam.

Marvel riu.

– Boa sorte, então.

Finnick esfregou as mãos no rosto e coçou os olhos.

– Como eu vou para o estágio nesse estado? – Ele perguntou quase que inaudivelmente, mais para si mesmo do que para Marvel.

Ele levantou os olhos para o relógio que ficava na parede esquerda da sala. Eram exatamente nove e quarenta e dois da manhã. A aula acabava às dez e aí ele tinha um pequeno intervalo até a bendita aula de genética começar, às dez e vinte. Finnick estava mesmo muito tentado a matar não só a aula de genética como o resto do dia inteiro de aula, mas ele precisava avaliar se o esforço valeria a pena. Seu estágio no Jardim Botânico do Rio de Janeiro começava às duas da tarde e ele costumava ir da faculdade direto para lá, que era quase do outro lado da cidade. Mesmo se ele matasse as aulas de todo o resto do dia, ele ainda não teria tempo de voltar para casa, dormir um pouco, ir para o Jardim e chegar na hora. Ele podia ligar para seu chefe e avisar que precisaria atrasar-se uma hora, mas mesmo assim ele só conseguiria dormir cerca de meia hora. Além do mais, ele não estava podendo faltar ao estágio se levarmos em consideração que 80% de sua renda mensal saía dali. Então voltar para casa não era uma opção.

– Vou dormir na biblioteca. – Finnick concluiu.

Marvel fez um barulho engraçado de quem tenta segurar uma risada, chamando a atenção de alguns alunos em volta.

– Não acredito. – Ele disse. – Que vergonha.

– Não tenho outra opção. – Finnick respondeu e se não estivesse se sentindo tão cansado ele até riria de sua própria situação. – A gente sofre nessa vida de faculdade, né?

– Nem me fala. – Marvel respondeu e os dois voltaram a prestar atenção na aula. Ou pelo menos tentar prestar atenção – e manter os olhos abertos. – no caso de Finn.

Finnick sentiu uma vibração no bolso da calça. Distraído, resgatou o celular da calça e bateu o olho na tela inicial.

Uma nova mensagem. De Annie.

Finnick sentiu uma corrente de adrenalina perpassar seu corpo e endireitou os membros, sentando-se ereto na cadeira onde antes ele estava esparramado.

“Bom dia!” Era o que a mensagem dizia. Bom dia! Excelente dia. O dia não poderia estar melhor, não depois dessa mensagem.

Não que fosse uma surpresa. Depois da festa que os dois haviam ido juntos e apresentado os amigos, eles não passaram um único dia sem se falar. Mensagens para lá, telefonemas para cá. Até fotos de momentos do dia a dia eles mandavam um para o outro.

“Bom dia!” Ele respondeu, sorrindo enquanto digitava. Finnick optou por não acrescentar mais nada à frase para ver se Annie puxava algum assunto.

“Está na faculdade?” Annie perguntou.

Ele sorriu. Ela estava puxando conversa.

“Sim. Meu corpo sim, mas meu espírito está na minha cama.”

“Resposta errada. Como você quer levar um relacionamento assim, Finnick Odair? Era para você dizer que seu espírito está comigo.”

Finnick riu baixinho, mas não pode deixar de notar o uso da palavra “relacionamento” na fala de Annie. Relacionamento?

Será que era relacionamento no sentido literal da palavra ou ela estava apenas brincando? Mau uso de uma palavra impensada? Ou ela realmente queria que ele lesse nas entrelinhas e tomasse uma atitude mais efetiva para fazer da relação deles algo mais real?

Mulher tem dessas coisas.” Finnick pensou. “Elas falam as coisas pela metade e esperam que nós entendamos tudo.”

A questão é que Finnick nunca foi o tipo de cara que faz esforço para entender as indiretas de uma mulher, mas como se tratava de Annie ele realmente queria compreender o total significado de suas palavras para poder dar algum passo maior. Por ele, os dois já estariam namorando. Mas ele não queria apressar as coisas, aliás, ele vinha tomando muito cuidado para não dar nenhum passo em falso e perde-la.

Estava tudo muito bom como estava; aquele clima de eterna conquista apesar de os dois já estarem mais ou menos juntos e toda a sensualidade de um relacionamento que está prestes a se tornar mais sólido eram extremamente atraentes. Mas Finnick estava disposto a ir mais além; ele só tinha medo de assustar Annie e acabar perdendo-a.

Ele respirou fundo, sentindo menos sono com a apreensão.

“Se eu disse que meu espírito está com você na minha cama, melhora alguma coisa?” Ele digitou, sorrindo com o próprio atrevimento. Ele quase foi capaz de ver Annie sorrindo onde quer que ela estivesse ao ler aquela frase e esse pensamento colocou um sorriso em seu rosto também.

– Nossa, cara, você jogou baixo. – Ele ouviu a voz de Marvel e virou o rosto, dando de cara com o amigo espiando seu celular por cima de seu ombro.

– E você perdeu o respeito, né? – Finnick bufou. – Onde já se viu ficar olhando minhas mensagens por cima do meu ombro?

– É que eu estou querendo aprender umas cantadas boas. Fala sério, como você consegue? Eu nunca ia pensar nesse de “meu espírito, eu e você na minha cama.”. A parada do espírito dá um romantismo e o resto tem a safadeza certa para a mulher derreter... – Marvel comentou, parecendo realmente impressionado. – Onde você aprendeu isso?

Finnick gargalhou.

– Sei lá. Eu só... sou assim? – Ele respondeu simplesmente.

– Se eu fosse mulher, eu dava para você.

– Você poderia dizer só um “quando crescer quero ser igual a você.” e ia ter o mesmo efeito.

– Faz uma vídeoaula disso? Sério, imagina quanta gente tímida que nem eu você ia conseguir ajudar? Usa o seu talento para o bem.

– Vou pensar no seu caso. – Finnick responde, sendo distraído novamente pela resposta de Annie.

“Você não presta, Finnick.”

O celular vibrou mais uma vez.

“Mesmo assim, parece um bom plano para essa noite. Mas que tal a gente substituir seu espírito pelo seu corpo de verdade?”

“Passo para te buscar às 20h30.” Ele respondeu. Talvez uma noite com Annie fosse tudo que ele precisasse no momento.

Bom, se Finnick não havia dormido muito na noite anterior, essa não dava indícios de que seria diferente.

Parece que Peeta ia ter de dormir no apartamento de Gale de novo.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Às dez horas em ponto, Finnick jogou sua mochila por sobre o ombro e rumou para a biblioteca, esperando conseguir dormir um pouco. Afinal, ele não queria acabar dormindo pelado em cima de Annie ou acabar cometendo um desatino tão broxante quanto esse por excesso de sonolência.

Finnick adentrou a enorme biblioteca do prédio de Ciências Biológicas da UFRJ e procurou um canto vazio e isolado entre as mesas lotadas de estudantes. Programou seu celular para despertar às 11h30 da manhã, abaixou a cabeça e sentiu seus olhos se fecharem e seus músculos relaxarem bem lentamente...

Um tranco na mesa o fez despertar assustado como se houvesse acabado de acordar no meio de um bombardeio.

– Ai, meu Deus, me desculpa! – Ele ouviu vagamente uma voz feminina fina e agitada.

Ele levantou os olhos para a origem do som e viu uma menina baixinha e magra. Ela parecia ter no máximo 16 anos, mas olhos grandes e expressivos – em um tom intermediário entre o azul escuro e o verde folha. – lhe davam uma aparência mais adulta. Ela tinha longos cabelos loiros com as pontas pintadas de azul escuro e usava várias pulseiras no braço direito. Estilosa. Ela chamava a atenção e Finnick não soube dizer se era por causa do cabelo, das pulseiras ou dos olhos. Ela formava um conjunto incomum.

– Nossa, me desculpa mesmo por ter te acordado. – Ela disse enquanto se abaixava para pegar um livro caído, que Finnick imaginou ser a origem do som que o acordara.

Ele riu da atrapalhação da garota.

– Não, tudo bem. – Ele respondeu, sacudindo a cabeça. – Acho que eu é que não deveria estar dormindo aqui.

– Eu é que sou uma desastrada mesmo, desde pequena. – Ela disse, levantando-se e olhando Finnick bem nos olhos. Ele reparou que ela tinha um piercing no nariz. Um argola preta.

Ele abaixou os olhos para o livro recém resgatado do chão que a menina agora carregava.

– “Histologia vegetal.”? – Ele perguntou, um tanto surpreso. – Você faz biologia?

– Faço. - Ela respondeu, esfregando o nariz.

Finnick franziu o cenho.

– Impossível. Eu também faço e nunca te vi por aqui.

Ela fez uma cara de quem se desculpa.

– É que assim, eu meio que não comecei oficialmente o período. – Ela disse, mordendo o lábio. – Eu tinha passado pra biologia só na UERJ e fiz um período lá, mas acabei entrando aqui na reclassificação e decidi vir pra cá.

– Você vai começar tudo de novo, então? – Ele perguntou.

– Não sei ainda. Algumas matérias sim, mas as que eu me dou melhor acho que não preciso fazer duas vezes.

– Hoje é seu primeiro dia aqui?

– Sim. – Ela disse, em tom de confissão. – Primeiro dia e eu já esbarrando na mesa dos outros na biblioteca. Em um mês já vou ter explodido o laboratório.

Finnick sorriu.

– Você não tem aula agora?

– Não. Minhas aulas são à tarde, eu só cheguei mais cedo hoje porque é o primeiro dia mesmo. Você não tem?

– Tenho, mas entre dormir aqui e na aula, acho menos desrespeito com o professor dormir aqui.

A menina riu.

– Qual é o nome? – Ela perguntou.

– Finnick. E o seu?

– Cashmere.

– Bem vinda, Cashmere. Espero sinceramente que você não destrua o laboratório, porque acabaram de fazer obras nele.

– Obrigada. Prometo que tentar controlar a destruição. E acho que eu deveria te deixar voltar a dormir agora. – Ela disse, abrindo um sorriso tímido.

Finnick olhou seu celular e viu que o relógio marcava 11h11 da manhã. Concluiu que não fazia muito sentido voltar a dormir para acordar em 19 minutos, então pensou no que poderia fazer para matar esse tempinho que ainda lhe restava.

Ele olhou o caminho que Cashmere fazia até a mesa dos bibliotecários, provavelmente para alugar o livro que ela havia derrubado. Ele viu quando a menina tropeçou em seus próprios pés e quase esbarrou em outra pessoa que vinha caminhando na direção contrária a ela e riu.

Finnick se levantou e foi atrás dela. Tocou o ombro fino e ossudo da menina.

– Você já andou por aqui? – Ele perguntou. – Tipo, pelo campus?

Cashmere entregou o livro ao bibliotecário e sacudiu a cabeça negativamente na direção de Finnick.

– Eu tenho que ir embora às 11h30. – Ele disse. – O que você acha de ir comprar um lanche comigo por aqui? Eu te digo onde eles vendem o salgado e o refresco mais barato e ainda te apresento umas pessoas, se eu encontrar meus amigos por aí.

Cashmere olhou desconfiada para ele.

– Você está é com medo de eu cair por aí, bater a cabeça e morrer, não é?

– Pelo menos se eu estiver junto e algo assim acontecer, alguém vai saber onde está seu corpo.

Ela olhou para ele durante alguns segundo sem sorrir, mas subitamente abriu um sorriso largo.

– Vamos.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Finnick havia acabado de chegar do Jardim Botânico e tudo o que ele queria fazer era se jogar na cama e pôr os pés para cima por alguns minuto. Eram oito da noite e ele tinha que estar na porta da casa de Annie em exatos trinta minutos, mas não tinha forças para trocar de roupa e entrar no carro.

Optou, então, por tomar um banho rápido antes de sair. Quem sabe um jato de água gelada não o animava um pouco?

Não foi muito útil. Ele se ensaboou e lavou o cabelo, mas passou mais da metade do tempo total no box com a cara encostada nos azulejos frios da parede do banheiro. Quando finalmente arrumou forças para fechar o chuveiro abrir a cortina do box, deu de cara com Peeta urinando no vaso ao lado do box.

– Puta merda, Peeta, custava me esperar sair? – Ele perguntou, virando o rosto.

– Pro tanto que você demorou, achei até que tinha morrido aí dentro do box. Eu estava apertado.

– Mijasse numa garrafa e depois jogava na privada, seu nojento. – Finnick grunhiu, enquanto prendia a toalha na cintura e procurava o pente para desembolar os cabelos.

– Nossa, cara, você está com uma cara horrível. – Peeta comentou enquanto dava descarga.

– Eu sei. – Finnick respondeu. - Está muito ruim?

– Está. Mas não faz diferença. Você por acaso vai passar maquiagem para esconder as olheiras? – Peeta perguntou, irônico.

Finnick revirou os olhos, mas acabou rindo.

– Vai sair com a Annie? – Peeta perguntou.

– Vou. – Ele respondeu.

– Pergunta da Katniss. – Peeta pediu.

– Quê? – Finnick perguntou. – Por que eu perguntaria da Katniss?

– Porque você é um bom amigo e quer ver o seu irmão aqui se dando bem.

– Até parece. – Finnick disse, soltando uma risada pelo nariz. – É capaz da Annie achar que eu estou de olho na amiga dela.

– Fala para a Annie que eu estou a fim da amiga dela. Bota ela no esquema. Imagina ter a melhor amiga da Katniss jogando no mesmo time que eu?

Finnick gargalhou.

– Se manca, Peeta. Não é assim que as coisas funcionam. O máximo que eu posso fazer é arrumar um outro lugar para todos nós irmos juntos de novo. E depois você se vira. – Finnick disse, abrindo a porta do banheiro e voando para o quarto, onde se vestiu em tempo recorde e catou as chaves do carro de Peeta na mesinha de cabeceira.

– Boa noite para você e seus livros. – Finnick disse, apontando para as dez mil apostilas de plantas de prédios e construções do curso de Arquitetura de Peeta que repousavam preguiçosamente em cima da mesa da sala.

– Joga na cara que você vai transar hoje, joga, seu filho da mãe. Daqui a pouco é minha vez. – Finn ouviu vagamente a voz do amigo do corredor onde ele havia chamado o elevador que descia até a garagem.

Finnick entrou no carro e chegou à Ipanema em tempo recorde, considerando o horário e o congestionamento. Ele se identificou na portaria, pegou o elevador e apertou o botão do 13º andar do prédio.

– Oi. – Annie cumprimentou e tocou seus lábios nos dele. – Entra.

Annie usava um short verde escuro e uma blusa de renda cor de marfim. Ela estava descalça e os longos cabelos castanhos caiam por sobre seus ombros e suas costas até quase a cintura. O único adorno que ela usava era um par de brincos dourados compridos em espiral.

O sono e o cansaço sumiram completamente da cabeça de Finnick. Ele estava ali e ela estava ali também, então ele não se permitiria deixar qualquer outra coisa estragar o momento dos dois juntos.

Ele entrou e ela fechou a porta.

– Minha tia está em um jantar com as amigas e só volta de madrugada. – Annie comunicou, sorrindo.

– Isso é interessante. – Finnick comentou.

– E eu estou com saudades de você. – Ela disse, passando os braços ao redor do pescoço dele.

Finn enlaçou a cintura fina de Annie e trouxe-a para mais perto. E se pudesse, ele traria para mais perto ainda. Tudo que ele queria era sumir com qualquer distância e qualquer empecilho que os separasse.

Era engraçado, mas eles nunca mais tinham estado juntos de verdade – se é que vocês me entendem. - depois daquela primeira vez, naquele dia em que eles se conheceram. Será que seria diferente agora que eles estavam envolvidos de um jeito que nenhum dos dois jamais havia cogitado? Os dois sentiam como se fosse a primeira vez, e de uma certa forma era mesmo.

Dizem que sexo é a segunda melhor coisa do mundo. Só perde para sexo com amor.

A terceira, é claro, é chocolate.

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Eles não haviam trocado nem uma mísera palavra desde que ambos caíram, exaustos, um de cada lado da cama do quarto de Annie. O único ritual que cumpriram foi o mais romântico – e mais odioso, dependendo do ponto de vista. – do pós-sexo: eles passaram esse tempo todo de silêncio abraçados, enroscados um no outro. Sentindo um ao outro; respirações sincronizadas e dedos acariciando cabelos e braços.

Depois de muito, muito tempo mesmo, Annie rompeu o silêncio.

– Estou me sentindo uma adolescente.

– Isso é bom? – Finnick perguntou preguiçosamente. – Acho que é um elogio você me falar que estar comigo te faz se sentir como uma adolescente.

– Sei lá. Eu estou... – Ela respirou fundo. – feliz.

Ele sorriu beijou a lateral da cabeça de Annie.

– Acho que sei do que você está falando.

E ele sabia mesmo. Não era fácil colocar em palavras, mas também não era necessário. Chega um momento em que você começa a entender os sentimentos de uma pessoa com tanta clareza que é quase como se eles também fossem seus. Finnick sentia que uma parte de seu peito estaria agora eternamente destinado a sentir o que Annie sentia e que essa ligação não poderia mais ser quebrada, nunca mais.

Em outros tempos, isso talvez o assustasse. Mas isso o fazia sentir-se completo de alguma maneira. E a plenitude é incrivelmente irresistível uma vez que você a atinge.

– Annie... – Finnick começou, hesitante. Ele não fazia ideia se ela estava tão envolvida quanto ele, mas de repente tê-la por perto não era suficiente. Ele precisava tê-la ligada a ele, ele precisava de algo mais palpável e menos efêmero e se sentiu ridículo por essa urgência ter explodido tão repentinamente em seu peito.

Acho que isso é o que eles chamam de amor, não é?

– Eu... Eu não sei como falar isso, nem por onde começar.

Ele abaixou a cabeça – já que ela estava com a cabeça apoiada em seu peito. - para olhá-la nos olhos. Finnick sentia como se Annie tivesse muito escondido naquele mar esverdeado que ela chamava de olhos e que ele podia perder-se ali com muita facilidade. Mais que isso, ele queria perder-se ali.

Ela ficou em silêncio. Annie meio que sabia onde ele queria chegar, porque também tinha essa parte em seu peito especialmente destinada para sentir o que Finn sentisse. Só que se para ele isso não era motivo de medo, para Annie era um perfeito estopim para uma crise de pânico.

Finnick era o cara errado para ela em todos os sentidos possíveis. Ele não podia dar-lhe o tipo de futuro com o qual ela sempre sonhou e era completamente diferente do tipo que ela imaginava ser seu príncipe encantado. Ele era só um futuro biólogo. O ator, empresário e/ou cantor milionário com quem ela se imaginava não havia aparecido. Ao invés disso, haviam mandado-lhe um estudante universitário que passava metade de seu dia estudando e a outra metade trabalhando em um laboratório.

Mas se era tão errado, por que ela se sentia tão bem ao lado dele?

Desde que havia tomado contato com as coisas boas da vida – também conhecidas como dinheiro, jóias e restaurantes caros. Ah, carros conversíveis também entram na conta. – Annie havia jurado para si mesma que nada tiraria seu foco de conseguir uma fortuna para si mesma. E funcionara bastante bem nos últimos anos. Ela conhecia diversos milionários e vinha trilhando um caminho que não apontava para nada além do sucesso na alta sociedade do Rio de Janeiro. E era com isso que Annie sonhava desde que Mags a tirara daquele buraco onde ela passara os primeiros 5 anos de sua vida: Sucesso. Reconhecimento. E ambas as coisas incluíam uma gorda conta bancária e cartão de crédito sem limites.

Mas vinha sendo realmente difícil manter esse pensamento quando ela tinha Finnick Odair lutando para fazer parte de sua vida. Ela havia tentado construir diversas barreiras e convencer-se de que aquilo só serviria para atrasar sua vida, mas cada parede que ela ergueu havia sido derrubada por um sorriso, por uma mensagem engraçadinha ou por um olhar doce de Finnick.

Annie era forte. Ela se considerava forte, pelo menos. Não se desviava de seu caminho fácil. Mas a vida havia se encarregado de fazê-la passar pela mais difícil das provações: Resistir a Finncik Odair. Então, ao mesmo tempo que ele era uma das coisas mais bonitas que a vida havia colocado em seu caminho, Annie também sentia que ele a afastava de tudo que ela sempre pensou ser seu destino.

– Eu gosto muito de você, Annie. – Ela ouviu sua voz baixa confessar, hesitante. – De verdade. E tem sido difícil conviver com isso ultimamente sem saber se você sente o mesmo.

Vinha sendo difícil para ela conviver com esse sentimento também, mas por outros motivos.

– E eu quero muito saber se você está disposta a me aguentar por mais tempo e ir além na nossa relação... – Ele disse. – ou seja lá o que seja isso que a gente tem.

Ela respirou fundo.

– Você quer tornar tudo mais sério, não quer? – Ela perguntou, em um tom de voz cuidadosamente composto para não deixar suas dúvidas transparecerem.

– Eu estou parecendo uma menina, não estou? – Ele disse e soltou uma risada nervosa. – Sabe, eu nunca me incomodei muito com rótulos. Essa coisa de namorado, ficante, ou sei lá o quê. Eu sempre pensei: “Se está tudo bem e nós dois estamos nos divertindo, por que cobrar um nome, uma definição?” Eu sempre achei isso muito chato de verdade. Mas acho que agora eu entendo. Eu quero dar um nome para o que a gente tem porque se alguma forma isso vai fazer tudo mais real.

– Você quer só dar um nome para o que nós temos ou você quer me pedir em namoro? – Annie perguntou diretamente, sorrindo.

– Eu quero te pedir em namoro. – Ele admitiu. – Mas como não sei se você vai aceitar, por enquanto eu aceito só batizar o nosso relacionamento.

– Não é melhor tentar a sorte? – Annie perguntou. – Mesmo se eu recusar, você pode chamar o que nós temos do que quiser. Rolo, paquera, Anderson, namoro... – Ela disse e em seguida abriu aquele sorriso de quando ela se esforçava para não rir da própria gracinha que Finnick tanto amava.

– Quer namorar comigo, Annie Cresta? – Ele sussurrou em seu ouvido subitamente.

Nesse exato instante, Annie entrou em colapso. Em parte porque ficava realmente difícil raciocinar direito com Finnick pelado ao seu lado chamando-a por seu nome completo e em parte porque ela viu acontecer aquilo que ela mais temia, mas ao mesmo tempo mais desejava que acontecesse. Ela sabia que isso estava prestes a acontecer e já tinha passado muito tempo pensando sobre como reagir quando o momento chegasse, mas nunca fora capaz de chegar a nenhuma conclusão.

Finnick viu os olhos da garota ficarem subitamente tristes.

– Eu só... – Ela disse. – Não quero que você cometa um erro gastando seu tempo comigo. – O que em parte era verdade, porque apesar de tudo era inegável que ela gostava de verdade de Finnick e não sabia se seria capaz de dá-lo aquilo que ele merecia.

– Você acha que não vale a pena investir em nós dois? – Agora era Finnick quem parecia triste e Annie sentiu algo se apertar em seu peito. Os dois se encararam, os olhos de um fixos no do outro, verde no verde. E nesse momento, a ideia de recusar lhe pareceu absurda e tudo abruptamente se tornou muito simples em sua mente.

Ela amava Finnick. Finnick a amava. Ele a fazia se sentir bem e, querendo ou não, agora era parte de sua vida. Parte essa que ela não pensava mais em viver sem.

Recusar implicava abrir mão de sua presença e ela não tinha a menor vontade de saber como seria estar sem ele.

– Nós nunca saberemos se não tentarmos, não é? – Ela começou. – Além do mais, gastar meu tempo com você não vai ser um sacrifício tão grande assim.

Ele voltou a sorrir e Annie sentiu um calor preencher e inflar seu peito.

– Eu aceito. – Ela disse, bem baixinho.

– Aceita? – Finnick perguntou, sabendo a que ela estava se referindo.

– Aceito. – Ela repetiu, sorrindo. – Aceito, sim, namorado.


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Notas finais do capítulo

HMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM VOU FALAR NADA QUERO SÓ VER O QUE VCS VÃO FALAR SOBRE ISSO HEIN HEIN Ê LELÊ SADIJSIODUSIDOUO
Ah, gente, queria somente comentar uma coisa sem importância: DIA 19 FOI MEU ANIVERSÁRIOOOOO ASDIOUAOSIDU a Clarinha de vocês completou 16 anos, idade de gente madura responsável sensata coerente inteligente (não). Aceitando os parabéns.
Beijo e um cheiro no cangote



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