Vingardion High escrita por Patch, Luna Bizuquinha


Capítulo 2
Clausum reseret!




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– Sr. Owteman, estes são seus aposentos. – disse o velho apontando para um quadro que se localizava em uma grande torre cilíndrica, na qual haviam muitos quadros: um ao lado do outro. A torre continha uma escada central, a qual subia até o topo. Por toda a parede da torre continha quadros com pinturas de quartos.

– Ótimo, agora tem um velho louco apontando para a pintura de uma cama e falando que tenho que dormir ali... O que vem agora? Um pincel? – respondi sarcasticamente.

– Meu nome é Arrowd Custos. Para entrar, basta dizer: Clausum reseret, e a porta se abrirá. Mas antes de se recolher, ainda tenho de te explicar algumas coi...

– Clausum reseret! – falei antes que ele terminasse – Boa noite senhor Custos!

Entrei no quarto e o portal se fechou. O aposento era grande, composto por três camas de madeira grossa nos cantos, um grande tapete vermelho no chão, sofás confortáveis no centro, uma lareira virada para os sofás. Também haviam três escrivaninhas. Muitos livros e pergaminhos sobre duas das escrivaninhas. As grandes janelas de madeira, tinham como paisagem um grande desfiladeiro, no qual olhando delas, parecia um buraco sem fim.

– Hey, você! É o novo companheiro de quarto? – disse uma voz atrás de mim.

– E quando eu pensei que ia ter algum tipo de paz, me aparece mais uma assombração! – pensei em voz alta.

– Assombração, você ainda não conheceu a irmã dele... hahahah – disse outra voz. – disse um dos meninos.

– Quem são vocês dois? – perguntei.

– Ih, alá Pietro! O menino acha que é um dos monitores para fazer perguntas... – zombou um dos garotos.

– É, ele deve estar pensando que somos qualquer um para ele falar assim, Hugo.

– Okay, sou Andrew Owteman. Cheguei aqui hoje, mas já não vejo a hora de fugir dessa droga de lugar!

– hahahahahahahahahahahaahahahaah – Riram os dois meninos.

– Como assim fugir, cara? Não há escapatória! Temos de completar o ciclo! – explicou o menino que identifiquei como Pietro.

– Isso é o que veremos! – Retruquei.

Os meninos pareciam ter a minha idade. Hugo era moreno, tinha cabelos lisos e pouco grandes. Tinha um corpo atlético, com um metro e oitenta e parecia ser bem humorado. Seus olhos eram de cor negra. Pietro era loiro, com o cabelo cacheado, parecendo um arcanjo desenhado em um quadro. Também continha um corpo atlético, continha um metro e noventa e um e ao contrário de Hugo, tinha um olhar maldoso em seus olhos azuis escuros.

– Então você é um Owteman? Ouvi dizer que tem poderes de guardiões do véu, que separam nosso mundo de um lugar onde as pessoas não tem habilidade nenhuma!? Isso é verdade? – Perguntou Hugo parecendo estar com uma grande curiosidade.

– Cara, não sei nada sobre as habilidades mágicas da minha família... – respondi em tom inexpressivo – ... mas se eu tenho esse tipo de poder, não hesitarei em utilizá-lo para sair deste lugar!

– Eu me preocuparia mais em meu primeiro dia de aula. Vão olhar para você esperando que utilize suas habilidades. – Orientou-me Pietro.

– E você utilizou as suas Pietro?

– Está brincando? Pietro não só utilizou, como torturou um garoto que o perturbou na hora do intervalo!!! – Respondeu Hugo.

– Ele mereceu. Ninguém o mandou fazer o que ele fez! – Falou Pietro em tom de superioridade.

– Sério, Pietro? Ele apenas esbarrou em você e deixou seus livros caírem. Não era preciso lançar uma maldição nele por tão pouco!

– Maldição? – Não hesitei em perguntar

– Não foi nada demais, cara! Eu apenas...

– Fez o menino vomitar um rio de baratas... Nada demais hein, Pietro?! – Interferiu Hugo em tom sarcástico.

Pietro olhou para Hugo com um olhar de ironia.

– Estou começando a pensar que é melhor não me meter com você hein, Pietro!? – Afirmei colocando as mãos para cima em sinal de rendição.

– Só tente não se meter comigo e nos daremos bem. Afinal, colegas de quarto devem ser companheiros, não? – Pietro perguntou sorrindo.

– Com certeza! – Hugo disse animado.

– Então, poderei me sentar com vocês no horário do intervalo amanhã?

Os dois meninos se olharam.

– Hahahahahahahaha...

– O que? Não entendi a graça! – Eu disse em tom sério.

– Sentar-se conosco no intervalo? Pensa que estamos em alguma praça? Temos de correr para os armários, pegar o material para a próxima aula e seguir em frente. No almoço, ficará com os membros de sua equipe de ciclo. Nos veremos no fim do horário das aulas. – Me explicou Hugo.

– Pelo menos com esse método de grupos, não existem a turminha dos populares na escola – Disse aliviado –, pois essa galera me enoja!

Pietro levantou as sobrancelhas louras.

– Cara, Pietro é um dos populares aqui. Isso existe em todo lugar. Mas até que ele é um cara legal, quando não está lançando maldições por aí... – Brincou Hugo.

– Hugo, você só me viu lançar dez maldições em todo o tempo que me conhece. – afirmou Pietro.

– Pois é. Isso porque a chamada para as aulas foram antes de ontem e apenas te conheci na amostra de habilidades ontem. Tem razão, você nem parece gostar de utilizar seus poderes! – disse Hugo caindo na gargalhada.

– Agora vamos para a cama, temos três minutos antes das luzes se apagarem. O toque de recolher já vai soar.

Os meninos foram para suas camas e fui para a que sobrou. Refleti um pouco sobre o que aconteceu no dia, pensando que tudo poderia ser apenas um sonho. Uma maneira de eu perceber que era feliz morando no Leblon, estudando em uma escola de filhinhos de papai e mimadinhos que só queriam aparecer.


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