Vingardion High escrita por Patch, Luna Bizuquinha


Capítulo 1
Bem vindo à Vingardion High!




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Em uma noite como outra qualquer, eu estava em um entediante jantar de família, no qual havia aquelas tias que nunca vimos na vida e parentes que vivem distantes...

– Andrew, coma o resto do pavê! A titia fez com tanto amor – comenta uma dessas insuportáveis pessoas...

– Olhe como você cresceu– continua... – eu te pegava quando era apenas um bebezinho! Você se lembra?!

A vontade que temos de responder a uma pergunta dessas é absolutamente nula. Porém a gente faz um esforço e apenas sorri.

Meus pais e eu morávamos na zona sul da cidade do Rio de Janeiro. Um bom lugar para se viver. Principalmente se você gosta de calor e praia.

Minha vida era normal e tediosa até que eu completasse quinze anos. Neste jantar, notei algo além das pessoas chatas que eu só havia visto em fotos. Notei que minha casa estava decorada com algumas velas negras e vermelhas por toda a volta da mesa.

Nosso apartamento era grande, havia três quartos, sendo duas suítes, uma sala de jantar, uma sala de televisão, uma grande cozinha e uma sala vazia que contava apenas com um quadro de uma porta na parede.

Todos estávamos na mesa quando a tia Eleonor – uma das mais velhas tias de meu pai – olhou bem para os olhos de meu pai e falou:

– Está na hora, Guto. Não podemos mais deixar para depois.

Meu pai olhou para baixo com um gesto de tristeza e concordou balançando a cabeça.

Sem entender nada, olhei para minha mãe– que estava junto a meus avós– e ela estava chorando.

– O que está havendo aqui? Quem morreu e onde é o enterro?– perguntei sentindo uma leve raiva por achar que estavam escondendo algo de mim.

– Acompanhe-nos Andrew– disse Eleonor

– Não sem ant... – Tentei responder, mas fui interrompido.

– Eu disse acompanhe-nos!– repetiu tia Eleonor com severidade.

Fomos andando até o quarto vazio, onde notei mais velas pretas e vermelhas posicionadas na frente das janelas do cômodo e uma no centro da sala, logo em frente à pintura da porta.

Comecei a ficar assustado. Achei até que poderia ser algum ritual de sacrifício, no qual fazia parte de alguma crença que eu não participava.

Dei mais três passos e estava no centro da sala, quando meu pai e tia Eleonor deram as mãos e seguraram nas minhas.

– Succendunt ignem, et generat lucem! – disse tia Eleonor de forma parecida a de uma oração.

As velas no cômodo se acenderam. O fogo era azul e ia quase até o teto.

–Flamma mystici audi me, et auferent ianuam – Ouvi novamente aquela forma de falar, mas só que agora quem recitava era meu pai.

A sala começou a ser tomada por uma sombra, na qual consumiu toda ela e eu conseguia apenas ver meu pai, tia Eleonor, a chama formando um caminho em direção à pintura e a pintura da porta se transformando em um túnel da largura do grande quadro horizontal.

Tia Eleonor me empurrou pelo túnel adentro e acenou para meu pai que ficara para trás.

Dentro do túnel, olhei para trás e vi tudo ficando escuro e onde antes conseguia ver meu pai, agora via uma parede se fechando e uma pintura de porta se formando.

– O que está acontecendo tia Eleonor? Porque estamos aqui? E como conseguiram fazer isso?– perguntei assustado por tudo o que havia acontecido.

– Você sabe pouco sobre nossa família, Andrew. Isto está para mudar. O que posso te adiantar é que não estamos mais na terra. Estamos em uma dimensão paralela, onde aprenderá tudo o que precisa para nossa família. – respondeu ela em tom sério.

– E quanto aos meus pais?– perguntei novamente.

– Seus pais estão na sua casa. Eles sabiam que esta hora chegaria. Cumpra sua missão aqui e poderá voltar para casa.

– E onde estamos?

– Vingardion High!

Após ela falar, saímos em um grande pátio, com um gramado verde e muitas árvores frutíferas. O túnel atrás de nós se transformara em parede. Uma grande parede com tijolos de pedra do tamanho de carros.

Ao olhar para cima me deparei com um grande castelo. Muito parecido com um castelo mal assombrado, mas algo me dizia que não era apenas uma aparência sinistra nele. Depois do que passei para chegar ali, tinha certeza de que muitas coisas rolavam por ali.

Caminhamos por uma varanda no castelo, que dava de entrada para uma enorme porta. Ao atravessarmos a porta, subimos uma escadaria de pelo menos mil degraus.

Ao entrar numa sala parecida com um escritório, encontramos um velhinho baixo, com uma bengala de madeira, que tinha uma coruja na ponta.

– Legal a bengala!– falei tentando descontrair

– Isto é um cajado, meu jovem Andrew. Com ele posso saber onde qualquer um está dentro dos limites de Vingardion High.

– Andrew veio para seu primeiro ano aqui, por isso, cuide bem do meu sobrinho e instrua-o como se deve.

– Claro senhora Owteman, seu sobrinho será conduzido da melhor forma e se tornará um grande mago, assim como seu irmão.

– Assim espero!– disse tia Eleonor– Estou o deixando agora em boas mãos. Ele ainda não conhece todas as regras, por isso, precisa de um orientador. Espero que vocês possam se dar bem.

– Eu posso apostar que nos daremos. Serei um bom conselheiro. – disse o velhinho.

– Andrew, estudará em Vingardion por dez anos de sua vida. Seu corpo continuará desse jeito, pois aqui você não envelhece. Essa dimensão deixa você exatamente com a idade que você chegou. Porém, ela lhe ensinará a utilizar os poderes da nossa família.

– Tia, mas eu não sei nada sobre isso! Eu nem quero estar aqui! Quero estar junto a meus pais e continuar com minha vida!

– A escolha não é sua, querido. Em breve retornará para casa. Enquanto não aprender sobre tudo o que precisa, não estará pronto para voltar. Vejo você de volta em sua formatura.

– Por favor tia, não me deixe aqui!

– Queria ter o poder para isso! Ventus qui me, et assumpsit me: operiet relinquam vestigia!

Enquanto tia Eleonor recitava a última frase, uma ventania entrava pelas grandes janelas do escritório e um pequeno tornado se apoderou do corpo de Eleonor. Quando o vento se dissipou, ela havia desaparecido.

– Bem vindo à Vingardion High sr. Andrew Owteman! – disse o velho.

– E como é que eu faço para sair? – respondi em tom sarcástico.


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