Vingardion High escrita por Patch, Luna Bizuquinha


Capítulo 19
Rixa entre Famílias




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Ao chegar no penhasco, parei aos pés de uma pequena árvore. A lua estava linda e a noite estava da mesma forma que eu havia visto no sonho. Só faltava Margot chegando por trás de mim.

De repente, senti algo se movendo atrás de mim, mas ao olhar não era Margot, mas a pequena árvore se transformando em uma linda garota. Os cipós foram se enrolando no tronco, transformando-se enfim em um vestido curto, verde que deixava em evidência as belas curvas da menina. As folhas desciam e se transformavam em cabelos, também verdes, porém ondulados. A pele da linda menina era um tom de verde mais próximo do azul, seus olhos eram um verde fluorecente. Uma flor rosa em seu cabelo era algo que dava para se notar facilmente. Suas lindas curvas se formaram e ali estava ela. Com aquelas vestes verdes e seus pés descalços.

– Hmm, por acaso te conheço? – perguntei não entendendo o por quê daquela menina estar no jardim dos Owteman.

– Você não, mas sou uma das ninfas da mansão Owteman! – apresentou-se sorridente.

– Ninfas? Uma das? Como assim, gente?

– Nós somos responsáveis pelas estações, vegetação dentre outras atividades deste mundo. Auxiliamos os dominadores. Cada uma de nós fica em uma determinada área do reino. Como os Owteman construíram sua casa aqui, em minha área, acaba que fiquei responsável pelo jardim de vocês. Sou uma ninfa vegetal! – disse sorridente.

– Tão nova e já é responsável por nosso jardim! – disse puxando o saco dela.

– Obrigada pelo nova, mas eu tenho setecentos e trinta anos. Antes que pergunte, nós que somos criaturas místicas e praticamente espíritos da natureza. Por isso custamos envelhecer!

– Entendo! Tábata é um ser místico também... Outro dia ela me disse que ela não envelhece como o pessoal normal.

– Mas sem querer ser rude, ou intrometida, o que te traz aqui no meio da noite? – perguntou a Ninfa.

– Precisava pensar. Minha tia está exigindo que eu fique longe de uma garota, de quem gosto muito...

– E por acaso esta garota seria uma Tenebrarum? – perguntou a Ninfa me fazendo uma cara de desafio.

– E se por acaso for? O que sabe sobre isso? Aliás, como sabe disso? – Indaguei.

– Nós Ninfas, sabemos de tudo o que se passa por aqui. Meio que ficamos sem nada para fazer as vezes. Daí conversamos entre nós. – disse a Ninfa sorridente.

– Então, como vocês são fofoqueirinhas mesmo, pode me dizer o por quê da proibição?

– Olha, creio que você sabe que os Tenebrarum aprontaram bastante seiscentos anos atrás, certo?

– Certo!

– Então, o patriarca deles, o chefão, como muitos dizem por aí, o que foi banido...

– O pai de Margot, sei... – interrompi.

– Sim, este mesmo! Ele foi quem matou seu tio avô, marido da senhora Eleonor. Na guerra, seu avô e seu tio avô utilizaram da magia dos cristais para neutralizá-lo e lançá-lo para outro mundo. Quando pensaram que ele estava fraco o suficiente, seu avô abriu o portal, enquanto o seu tio avô o mantinha preso. Mas ele lançou um feitiço que prendeu o senhor Willian Owteman em uma teia de magia negra, a qual foi se fechando e imprensando-o contra si mesmo. Seu avô lançou o senhor Tenebrarum portal adentro e o feitiço desapareceu, mas os machucados não curavam nem com a mais poderosa magia de cura dos cristais. Três dias depois, um coma levou-o à morte.

– Caramba, mas isso já faz muito tempo! Não foi Margot quem lançou a magia e a guerra já terminou! Precisamos por um fim nessa rixa que todos tem contra eles. Eles fazem parte de Vingardion, não são intrusos!

– Menino Owteman, sua amiga Margot estava chocada pelo exílio do pai. Ela era muito poderosa e conseguiu quebrar uma das barreiras dos cristais sozinha. Ela pegou o corpo de Willian em pleno velório e o dissipou no ar com sua magia negra. A senhora Owteman jurou um dia banir todos os Tenebrarum deste mundo. Nunca tinha visto ela tão fora de si. Um duelo entre as duas foi lançado. O poder era tanto que ninguém conseguia interferir. Por ter mais experiência, creio eu, a senhora Owteman conseguiu enfraquecer Margot e os ministros entraram em ação, fazendo uma lavagem cerebral na cabeça dela.

– Mas, gente, isso foi a muito tempo! Nós não somos mais inimigos, certo?

– Errado, menino Owteman, os Owteman e os Tenebrarum não são famílias que convivem bem. Na verdade, após os quinhentos e noventa e sete anos de prisão dos Tenebrarum, o conselho deu a chance à eles para que fizessem parte da sociedade de Vingardion. Como são uma família poderosa, eles vivem nesta área do reino.

– Mas eles fazem parte de algum grupo específico?

– Na verdade, a senhora Tenebrarum faz parte do conselho de ministros hoje em dia. Ela participa das reuniões, assim como a dona Eleonor Owteman.

– Mas então porque elas ainda tem essa rixa?

– Existe um juramento de vingança feito pelo senhor Tenebrarum. Este juramento fez com que Eleonor ficasse de olho na família e, segundo ela, o véu vem sendo mexido de fora por alguém que não foi possível identificar ainda. Se ele voltar, pode ser que a esposa esteja ajudando, utilizando algum atributo dos cristais para trazê-lo de volta.

– Não acho que isso possa estar acontecendo. Tia Eleonor está virando uma velha neurótica, isso sim!

– De qualquer forma, menino Owteman, é melhor que obedeça sua tia avó. Ela é poderosa e não vai medir esforços para te afastar daquela família. Seja bom para ela e ela aprenderá a confiar em você! Vocês são da mesma linhagem, devem estar unidos.

– Tentarei, Ninfa, eu tentarei!

– A propósito, meu nome é Lignum! – disse a linda Ninfa sorrindo.

– Foi um prazer Lignum! Obrigado por me esclarecer algo. Sabendo dessas coisas, creio que posso aprender a lidar com todo esse povo.

– O prazer foi todo meu, menino Owteman. Se precisar de esclarecimento, estou sempre por esta área. Agora, eu não entendi uma coisa...

– O que? – perguntei.

– Contei uma história sobre seu tio avô e não se surpreendeu. Achei que iria te chocar com essa notícia sobre aquela família terrível!

– Acho que nada mais me surpreende neste mundo... Tenho visto de tanta coisa... A alguns meses atrás eu nem acreditava em magia... Agora, aqui estou, conversando com uma linda Ninfa!

A Ninfa sorriu e seu rosto corou.

– Acho que devo voltar à meus aposentos agora! – falei.

– Espere! Uma tradição das Ninfas é jamais dar uma informação, ou algo sem ter nada em troca. Afinal, tudo vem com um preço!

– Ah, é? E o que você quer em troca? – perguntei.

A Ninfa me surpreendeu com um beijo quente, fazendo com que todos os sentidos de meu corpo se excitassem. Sem que eu pensasse, minhas mãos foram se envolvendo naquela cinturinha maravilhosa e minha língua roçava na dela. Um beijo foi o preço, um beijo quase tão quente quanto o beijo do sonho.

Ao terminar o beijo, a Ninfa sorriu e em um instante, um vento soprou, levando-a consigo, fazendo-a se transformar em tiras de grama.

Voltei para meu quarto não entendendo nada. Vi um livro sobre criaturas mágicas na prateleira e fui ler um pouco sobre as Ninfas. Lá, realmente estava escrito que elas eram seres um pouco salientes e que em suas trocas de informação, sempre pediam um beijo como o mínimo...

Fechei o livro sorrindo e deitei-me em minha cama, pensando que Vingardion poderia me surpreender muito ainda e que minha aventura estava apenas começando.

– Como disse o senhor Justos assim que cheguei: Bem vindo a Vingardion!


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