Vingardion High escrita por Patch, Luna Bizuquinha


Capítulo 18
Volte para mim




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/449863/chapter/18

Ao passar pelo por portal, o qual podia ser identificado por uma leve distorção no ar, como se tivesse vendo o ambiente de dentro dágua, cheguei ao quarto de Margot, onde a mesma estava vestindo uma camisola de seda negra, com os cabelos ondulados e sua pele pálida, seus lábios quase sem cor e ela não parecia respirar.

Aproximei-me da cama lamentando o que poderia ter acontecido com ela, pensando que tudo poderia ter sido diferente se não tivéssemos brigado e ela poderia estar bem em uma hora dessas. Acheguei-me perto da cama, inclinei a cabeça sobre ela e dei-lhe um beijo em sua testa.

Ah Margot! suspirei alisando seus cabelos.

Um vento forte abriu a porta com violência. Quando olhei, Pietro e a mãe se aproximavam aparentemente com grande fúria. A mãe lançou uma das mãos para frente e fez com os dedos um gesto como se tivesse representando garras.

Fui lançado para a parede, meu pescoço começou a doer e senti meu sangue ferver, no mesmo momento que me sentia sem ar.

Eu lhe avisei para ficar longe de minha filha, Owteman! Vociferou a mulher.

S-se-nho-ra, e-ela f-foi enf-feitiçad-da! tentei explicar já sem ar.

O que ele disse mãe?

Sei lá, acho que pediu arrego! Você pediu arrego, Owteman? disse a mulher ironicamente Acho que arrego vai ser pouco para o que farei com ele!

A mulher abriu um pouco os dedos e consegui respirar um pouco. O bastante para falar o que estava acontecendo.

Margot me visitou em um sonho! Ela

Ah, claro! Ela também deixou um dinheirinho para você, já que ela resolveu ser a fada do dente? Margot não tem mais poderes para fazer isso, moleque! Responda o que quer tanto com minha filha, ou o matarei agora mesmo!

Ela foi enfeitiçada pelo cara do capuz! Ele está fazendo sacrifícios! Por favor, não me mate! falei apavorado.

Ih, eu acho que ele pirou, mãe! disse Pietro.

Que cara de capuz? Refere-se ao maníaco que está atacando em Vingardion High?

S-sim!

Está me dizendo que um bruxo está sacrificando bruxos e pegou a minha filha? disse ela mexendo no pescoço da menina.

Encontrou algo, mãe? perguntou Pietro eufórico.

Aqui! disse a mãe passando a mão sobre a nuca de Margot e recitando um feitiço que eu não entendia qual.

De repente, uma mancha amarronzada começou a se espalhar pelo corpo de Margot, enquanto a mãe dela pressionava a nuca.

Tenebass Sucsion El Toto Le Male! Recitou a mulher deixando apenas um dedo sobre a nuca da garota.

As manchas ficaram vermelhas na cor de sangue e começaram a recuar em direção ao dedo da senhora Tenebrarum. Ao sumir a última mancha para debaixo da ponta de seu dedo, ela recitou Destruction e tirou o dedo, deixando uma pintinha vermelha que logo se dissipou pela pele de Margot.

Momentos depois, Margot começou a corar e seus lábios começaram a ficar vermelhos como no sonho. Caí no chão quando a mãe dela me liberou do feitiço.

Você me foi útil, Owteman. Obrigada! disse a mãe dela sorrindo simpaticamente para mim Mas agora você precisa ir! disse a mulher passando a mão no ar, me envolvendo em uma fumaça vinho que se dissipou em questão de segundos e me vi em frente à casa de Margot.

Andrew? disse uma voz familiar atrás de mim.

Dulce! abracei-a quando a vi.

Vim ver como está Margot! Ela estava nas últimas e vim visita-la novamente hoje.

Olha, a mãe dela é pirada! Se eu fosse você não iria!

Nossa, a mãe dela é um amor! Me trata muito bem! disse a menina sorridente.

Me tratam muito bem também! disse Sophia chegando e se metendo na conversa.

A porta da frente da casa se abriu e a ninfa que eu havia visto mais cedo saia correndo com um semblante feliz, parecendo esperançosa.

Judith! chamou Dulce.

Dulce! Tenho boas notícias! disse a Ninfa A senhorita Margot acordou! Ela passa bem e neste momento está comendo como um grifo que sobrevoou Vingadion durante um ano inteiro!

Uma onda de felicidade tomou conta de mim. Não podia me conter de tanta alegria, pois afinal, minha querida Margot estava bem, fora de perigo.

Quando dei por mim, as meninas já haviam festejado, gritado, pulado e estávamos dentro da casa dos Tenebrarum.

Ao ver Margot comendo naquela mesa enorme de madeira, em uma sala que mais parecia um salão cheio de vasos de cristais, vestida em um vestido curto e branco, realçando todas as suas curvas, uma extrema vontade de agarrá-la e beijá-la foi tomando conta de mim.

Meninas, Andrew! Obrigada por virem me ver! disse Margot sorrindo simpaticamente.

As meninas abraçaram-na rapidamente chorosas.

Eu achei que não fosse mais viver! Disse Dulce enquanto chorava.

Eu sabia que você superaria amiga! Você é Margot, né? disse Sophia jogando os cachos para o lado.

Margot sorriu e jogou os cabelos para o lado. Margot sempre será Margot!

Abracei Margot como nunca imaginei que abraçaria uma menina, afinal, sou tímido. Agarrei-a pela cintura e beijei-a. Dulce e Sophia ficaram de queixo caído com o que acontecera.

Ãh? disseram na mesma hora.

Margot me afastou dela com os braços, seu rosto estava vermelho e inexpressivo.

Pode me dizer por que diabos fez isso? perguntou.

Margot, você, nós nos beijamos no sonho, lembra-se?

O queee? Você sonha com Margot?! disse Dulce assustada.

Hehe, Andrew anda tendo sonhos salientes com Margot! disse Sophia caindo na gargalhada e fazendo uma cara de saliência.

Andrew, você pode me explicar o que aconteceu aqui? perguntou Margot.

O que aconteceu aqui? perguntou Pietro ao chegar no cômodo.

O Andrew beijou Margot a força! Dedurou Dulce.

Não! Não foi à força, nós nos beijamos porque, por que Sei lá por quê!

Pietro franziu a testa e me deu um soco na cara. Revidei socando-o, mas errei quando ele se esquivou. Pietro lançou uma das mãos para mim e me jogou na parede, no teto e no chão. Senti uma tremenda dor após bater em todos os lados da sala, mas ao olhar para Pietro, eu consegui ver uma bola de raios roxos se formando em sua mão.

Hoje saberá o que é Pior que a morte, Owteman! Eu já lhe disse para ficar longe da minha irmã! disse em tom frio.

Ao lançar a magia em mim, senti algo me puxando para o chão antes que ela chegasse até mim.

Quando dei por mim, estava na sala de estar de tia Eleonor.

O que lhe deu o direito de pensar que poderia ir até a mansão dos Tenebrarum? perguntou tia Eleonor em um tom seco.

Tia, eu apenas pensei

Não pense! Eles não são amigos, são pessoas que não podemos confiar! Mandamos o patriarca deles para a terra e não foi atoa! Nunca mais chegue até lá!

Mas tia, como sabia que eu estava lá?

Eu criei o portal, você apenas o guiou para onde queria ir. O resto, eu saberia, pois minha magia estava sendo utilizada. Andrew prometa-me que não se meterá com essa gente!

Não posso fazer isso, tia!

Estou ordenando, Andrew! exaltou-se Eleonor.

Por que eu tenho de me separar deles? Margot é do meu grupo e sinceramente não quero ficar longe dela!

Está gostando Não, eu não posso acreditar! Você está querendo se aliar aos inimigos! Eles quiseram dominar Vingardion e ameaçaram a paz de todo o reino! Por causa deles, muitos perderam os poderes! Andrew, se não o fizer, serei obrigada a retirar seus poderes antes de manda-lo para a terra!

Então por que nunca fez isso? gritei duvidando dela.

Por que perderíamos todos nossos poderes e eles seriam passados para outra família. Cuidar do véu entre os dois mundos não é algo fácil. Enquanto treinassem alguém para nos substituir, o véu ficaria frágil, tornando possível a vinda de quem foi banido.

Você está preocupada com seus poderes no final das contas! Não com a segurança dessa porcaria de véu! Você está pouco se lixando para todos, é uma anciã e não está nem aí para ninguém, sua velha rabugenta! gritei.

Tia Eleonor apontou o dedo para mim e fui lançado contra a parede, em seguida, me levitou até a frente da lareira, onde a mesma acendeu as chamas que chegavam perto de mim como se estivessem vivas.

Não sabe nada, moleque insolente! Ou fique quieto e obedeça, ou darei um jeito com que faça a minha vontade na marra! Não preciso do conselho dos cristais para tomar atitude contra um garoto rebelde. Eu mesma lidarei com você sem precisar usar mais de um dedo de minhas mãos disse Tia Eleonor em um tom de voz que eu jamais havia visto ela usando. Sua voz parecia ter mudado e tinha um tom super severo.

Não tive reação nenhuma a não ser me calar. Momentos depois, a chama se apagou e ela me colocou de volta no chão. Fui para o meu quarto e me tranquei lá dentro. Não entendia o que havia de mal em estar perto de Margot, afinal, a guerra havia acabado seiscentos anos atrás. Parei para refletir um pouco e esfriar a cabeça, já que agora eu estava mal com a velha.

Mais tarde, quando a noite caiu, saí de fininho para o jardim e caminhei em direção a onde eu havia encontrado Margot em meus sonhos com esperança de refletir melhor e achar um jeito de solucionar esta briga entre famílias.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!