Love Story escrita por Lady Rogers Stark


Capítulo 35
"Que mentir para si mesmo é sempre a pior mentira" - Renato Russo.


Notas iniciais do capítulo

Minha gente! Como vão? Espero que bem.

Ah... Como é bom postar toda semana... Aiai...

Bom, vamos ao capítulo. Ele é tristinho, mas as coisas vão melhorar. Eu já disse isso, eu sei, mas é apenas para destacar, ELAS VÃO MELHORAR! Então nada de drama, ok?

E vocês viram o titulo? Já era hora de colocar uma frase do nosso Renato Russo, né? Passou da hora, na verdade. Mas a frase em si? Já viu, né? A coisa tá feia...

Mas enfim! Vamos ao capítulo! Bora! Fui! Boa leitura!



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Passou exatos quarenta e três minutos fazendo cópias. Levei agora um carrinho com o dobro de papel de volta para a sala. Deixei cada documento onde estava antes, ainda bem que eram guardados em grupos e pilhas grandes, algo que tive o cuidado de continuar desse jeito. As cópias deixei numa caixa de escritório perto da minha mesa.

Ainda eram dez e quarenta da manhã. O que eu iria fazer o resto do dia? Jhones havia me avisado que eu poderia ir embora se eu quisesse. Ou era um teste aquilo? Isso realmente muda as coisas. Irei ficar, sendo teste ou não. Não quero arriscar uma reputação que ainda nem tenho.

De qualquer forma, sentei a bunda na cadeira e usei o computador para me distrair. Não havia nada para fazer. O escritório estava arrumado e limpo. Os livros organizados por assuntos. Os documentos agora estavam ainda mais organizados e copiados por segurança. Chupar o dedo sem fazer nada que não será.

Ocupei o meu tempo vendo vídeos no YouTube, usei o Facebook, ainda li alguns textos que me deram ideias para fazer com o Steve. Uma espécie de troca literária e poética. Isso, claro, quando ele chegar.

Fiquei um bom tempo no computador com uma internet mil vezes superior à que eu tinha no celular, além de ser grátis, é claro. Mas quando vi, não se passaram nem uma hora. O tédio estava me matando aos poucos. Sério que não tinha nada para eu fazer pelo meu chefe? Nem mesmo apontar um lápis? Ou trocar as pilhas da calculadora. Sei lá!

Deixei o escritório com as portas fechadas e fui para a sala onde fui várias vezes nesses dias. Bati na porta, mas ninguém atendeu. Eu poderia ter ligado. Mas então um barulho estranho e alto estava acontecendo lá dentro. Ouvi alguns gritos preocupados e ordenando alguma coisa que eu não entendia.

Colei a orelha na porta e pude ouvir um barulho mecânico e uma grande quantidade de ar saindo ou escapulindo. Talvez uma máquina ou projeto que tenha dado errado. Isso acontece. Não é mesmo?

De qualquer forma, esperei o barulho diminuir e bati na porta novamente. E com certeza, era melhor eu ter ligado a ter vindo aqui. Pelo pouco que eu vi, que dava para ver, com certeza daria muito trabalho para a equipe de limpeza limpar isso aqui.

Era um enorme laboratório avançado, e imagino que antes era limpo e grande parte era branco. Mas agora, grandes manchas pretas e gordurosas por todo lugar. Até mesmo no meu chefe em pé na minha frente. Sua camisa estava completamente suja. O óculos de proteção estava insuportavelmente sujo do que eu imaginava ser graxa.

—Laura, é você? – ele perguntou confuso e retirando a máscara. Eu não respondi, até porque o susto e a surpresa pelo o que aconteceu era demais. Mas então percebi que todo o seu rosto estava sujo, com exceção da área onde o óculos o protegeu. Como um bronzeado em todo o corpo, com exceção da área dos olhos onde o óculos protegeu e deixou branco, como a pele era antes.

—Sim, é... Sou eu sim – respondo gaguejando e me segurando para não rir. Isso sempre acontecia com os mais desavisados na hora de ir à praia. Isso aconteceu com o meu pai que dormiu com um prato de plástico na avantajada barriga. Mas não posso rir do meu chefe. Alguma coisa deveria ter dado muito errado e deve estar muito chateado.

—Ainda bem que você não foi embora – Jhones avisou e sorri minimamente. Ainda bem que eu não fui embora e não perder essa cena cômica! Foco, Laura! Foco!

—Certamente o senhor vai precisar de alguma coisa, não é? – pergunto num pequeno sorriso ao observar sua camisa. Antes era branca, mas agora dividia espaço com manchas pretas e algumas cinzas. Isso para não falar na calça, também muito suja.

—Sim. Quero que você vá comprar três calças, camisas e sapatos – ele pede e assinto com a cabeça logo animada por fazer alguma coisa. Mas estranho. Porque três? Não foi só ele que se sujou não?

Mas então minha pergunta foi respondida. Vi passando outros dois homens atrás. Talvez colegas. Mas esses dois estavam com jalecos de cientistas e brancos, ou era brancos. O que raios aconteceu para todos ficarem tão sujos desse jeito?

E enquanto eu pensava no que aconteceu, Jhones me dizia seus tamanhos, de camisa, de calça e de sapato. Peguei o celular para anotar tudo, mas logo em seguida eu terminava de escrever, o segundo já falava seus tamanhos também para que eu comprasse para ele. Digitei furiosamente no celular e mais rápido. Ainda bem que o terceiro foi mais compreensivo e repetiu os números quando percebi que me confundi toda.

Saí da porta da sala imediatamente. Andei em passos rápidos até o escritório, peguei o cartão que Jhones disse para eu usar para pagar pelas roupas e peguei um táxi no lado de fora. Tinha um shopping por perto, mas pedi ao motorista a loja de roupas mais perto que tiver. Sei que ele ficou na dúvida, mas quinze minutos depois, me deixou na porta de uma.

Eu tinha que demonstrar que eu estava sendo ágil e ligeira, não poderia demorar. Jhones e seus colegas estão tendo que vestir roupas completamente sujas enquanto eu não voltar com limpas! Eu tinha que escolher e rápido, e algo me dizia que escolher bem também.

Então comprei três camisas sociais, uma branca, azul clara e uma verde. Calças pretas também sociais. E sapatos de couro, um vermelho, um cinza e o outro preto. Eu não fazia ideia se era para levar cinto também. Eu não conseguia ver graças aos jalecos que eles usavam e a barriga avantajada de Jhones. Mas acabei levando três também.

Voltei para a empresa cansada, bastante cansada. Tinham quatro sacolas, e pesadas. Bati na porta e foi um dos colegas que me atendeu, aquele que foi educado comigo e repetiu seus números para que eu pudesse anotar direito. Deixei as sacolas com ele e voltei para a sala. Me joguei na cadeira deixando o cartão em cima da mesa.

Ainda bem que aqui tinha ar-condicionado. Eu estava morrendo de calor, por mais que lá fora estivesse ventando bastante, eu havia suado um pouco. Afastei o cabelo solto e o deixei de lado, da mesma maneira que Steve... Ah Steve...

Olhei o celular com o coração pesado e sentindo uma ligeira vontade de chorar. Nenhuma ligação perdida ou uma mensagem deixada. Nada. Ele não havia dado nenhum sinal de vida ainda. Por mais que eu soubesse que seria desse jeito. Quando ele vai para uma missão, as primeiras horas ele fica incomunicável, e só um bom tempo depois que ele me liga.

Me dói verdadeiramente quando ele vai embora. Não por ele não se despedir, mas sim por eu não conseguir me acostumar com isso. Não consigo. Não estou acostumada a despedidas. Por isso que quando fui embora da casa dos meus pais e do meu país, doeu bastante e ainda faz falta. Não estou acostumada com a ausência dele, e nem quero ficar.

E enquanto eu lutava para não começar a chorar no meio do meu expediente, alguém bate na porta. Levo um pequeno susto e consigo me recompor em tempo recorde. A tristeza passa para dar lugar a surpresa. Andrew estava do outro lado da porta de vidro com um sorriso animado. Abro a porta e ele entra olhando brevemente ao redor.

—Você parece péssima – ele comenta e assinto com a cabeça risonha consertando o cabelo brevemente. Eu sabia que eu estava feia, mas ele precisava falar isso?

—Tive que sair para comprar roupas para o meu chefe e os caras que estavam trabalhando com ele – conto e volto a ficar sentada na cadeira sentindo o ar batendo em cima de mim e melhorando bastante o meu bom humor.

—Não vou perguntar o porquê, não quero saber! – ele avisa e rio dele com o que seja lá o que ele pensou, mas aposto que não foi por terem se sujado com graxa. Pego o celular e fico rodando com ele enquanto Andrew se apoia na minha mesa – Vamos ao cinema hoje? – ele perguntou e assinto com a cabeça em seguida, mas lembro que terei que voltar ao shopping com a Alicia para procurar o vestido dela.

—Não pode ser amanhã? Hoje tenho que comprar o vestido da Alicia – respondo e ele assente com a cabeça concordando – Mas para assistir que filme? – pergunto curiosa e tentando lembrar de quais filmes estavam em cartaz, mas eu não fazia ideia de um sequer.

—É um filme de aventura com comédia – ele responde com desleixo – Nem sei! Foram os caras estagiários que estavam falando – Andrew acrescenta e concordo.

—E você é o quê? – pergunto risonha ao ele retratar os estagiários com tanto desprezo. Ele ri e se coloca de pé pronto para voltar ao trabalho. Deixa um abraço carinhoso e saí da sala se despedindo brevemente.

Suspiro sozinha novamente. Seria bom sair com os meus amigos hoje e amanhã. Manterei a minha cabeça ocupada. Não pensarei no mistério de para onde Steve havia ido. Irei me divertir, focar no trabalho e treinar também.

Mas foi aí que me toquei. O teste é no sábado, hoje é quinta. Steve já sumiu por uma semana. Será que isso vai acontecer de novo? Não, não é? Eu esperava que ele pudesse estar presente para fornecer todo o apoio que eu precisasse. Ou ele iria faltar? Me deixar na mão? Não, Steve não faria isso. Não deixaria isso acontecer. Tenho certeza.

E quando saí com Alicia, ela conseguiu me distrair bem. Nos divertimos e rimos ao lembrar do dia anterior e a possível namorada incrivelmente linda do Jhones. E encontramos um lindo vestido para ela usar. Ainda bem. E ainda deu para comprar um para mim. Era bastante bonito, algo simples, e não extravagante como era o dela.

No dia seguinte, trabalhei, e bastante. Mas consegui chegar em casa com energia para ir ao cinema com Andrew. Adorei o filme. Muito divertido e a companhia do Andrew era ótima. Ainda fomos e jantamos fora. Voltamos para casa e treinamos por uma hora ou duas antes de dormir para o grande dia.

O café da manhã foi recheado de conversas de como será o teste, já que tudo o que sabíamos era apenas boatos. Mas eu torcia que fosse algo simples, por mais que eu soubesse que estava me enganando e torcendo por algo que não irá acontecer.

Liguei para a minha mãe assim como o lembrete do meu celular, que eu mesma escrevi, me pediu para fazer. Dona Teixeira me pediu para tocar com o coração, para eu me manter calma e concentrada. Não deixar ninguém me prejudicar, até porque a única pessoa que poderia fazer isso, era eu mesma.

Pegamos um ônibus e descemos bem em frente ao teatro. Não havia muita gente. Percebi que aquela fila de meses atrás para fazer o primeiro teste acabou pois muita gente foi eliminada. Havia trinta, quarenta pessoas, nada que eu não tivesse enfrentado para apresentar um trabalho de escola no Brasil.

Alicia chegou bem na hora, faltando poucos minutos para todos entrarem e começarem a serem chamados para fazer o teste. Ainda bem que sobrou alguns minutinhos de sobra para ela fazer o afinamento do violino. Se ela conseguisse ouvir o som com atenção mesmo com todo aquele barulho da rua, seria muito bom.

Entramos no teatro. Procurei ficar bem no meio. Andrew ficou no meio e ficamos uma de cada lado. Eles conversavam, enquanto eu procurava sinal de telefone. Não tinha nenhum, ou quase nenhum sinal. A internet nem funcionava direito aqui, o que não me surpreendia. Talvez fosse uma antena para isso, para que as pessoas que assistissem a peça, prestassem atenção aos atores e a história, e não ao celular.

O palco era grande, com luzes de holofotes direcionadas diretamente ao candidato. As cortinas vermelhas estavam recolhidas nas laterais. A mesa do diretor e do maestro estavam apenas algumas fileiras mais acima. Não tinha muita conversa alta, apenas a música do violino do candidato que estivesse tocando.

Mas eu sentia que alguma coisa estava faltando. E estava. Steve não estava aqui. E não havia mandado nada durante esses dois dias. Nem mesmo Tony sabia, já que perguntei a ele quando nos encontramos no saguão. Ele disse que assunto da S.H.I.E.L.D, apenas a S.H.I.E.L.D sabe.

Percebi que havia acontecido algo muito parecido com o primeiro teste. Steve havia se atrasado, coisa boba, mas havia chegado bem a tempo. Será que isso vai acontecer de novo? Será que ele vai chegar bem a tempo, faltando segundos para eu colocar o arco sobre as cordas e começar a tocar?

Para de mentir para si mesma, Teixeira.

“E como um anjo caído,
Eu fiz questão de esquecer,
Que mentir para si mesmo é sempre a pior mentira.
Mas não sou mais tão criança a ponto de saber tudo”.

Renato Russo.


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Notas finais do capítulo

Eita nóis...

Tadinha da Laura... Apenas isso, coitada. Ela não merecia isso. Meu deus.

E eu só quero explicar uma coisinha. Vocês viram que a frase final está em itálico, né? Então, isso foi um pensamento dela para si mesma. Se auto-recriminando por enganar a si mesma. Ok?

Mas o que vocês acharam? Acho que esse eu não sou muito merecedora de carinho e amor... Acho que só pedra, mas eu juro que as coisas vão melhorar!

Beijinhos e até semana que vem! (como é bom dizer isso, nossa...).



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