Love Story escrita por Lady Rogers Stark


Capítulo 21
"Os seus olhos têm que ser só dos meus olhos, e os seus braços o meu ninho" - Vinicius de Moraes.


Notas iniciais do capítulo

Minha gente! Como estão? Espero que bem! Bem mesmo, mesmo e mesmo!

Muuuuito obrigada de coração a quem comentou no capítulo anterior! Fico imensamente feliz ao saber que as pessoas estão gostando da fic! E espero realmente que gostem desse capítulo novinho. O poema é grande comparado as frases e citações que coloco geralmente, mas é lindo, é lindo demais! Agora entendo o quanto o Brasil tem orgulho de Vinicius de Moraes, ele era muito bom no que fazia.

Bom, não enrolarei muito. Espero que gostem e boa leitura! Beijos e a gente se vê lá embaixo! Fui! ^_^



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Passou quase uma hora que fiquei no chuveiro, apenas sentada olhando para a parede a minha frente pensando no que fazer. Mas nada me veio à mente, não tive uma ideia sequer, apenas lembrei e relembrei os meus problemas, de novo. Eu devia fazer uma lista e tentar terminar tudo em um dia apenas, dar apenas uma tacada e ficar com a mente livre ao invés de ficar me remoendo.

Tenho que contar aos meus pais, ou melhor, conversar com eles, minha mãe me liga toda semana justamente quando não posso atender. Tenho que treinar mais no violino, outra coisa que me fugiu a mente esses últimos tempos. E o mais importante no momento, conversar com Steve e Andrew, separados, claro, e tentar resolver da maneira mais pacífica possível.

Meu deus... O que eu fiz? Eu fiz o certo ter oferecido a minha casa ao Andrew? Tudo bem, eu conheço ele já faz alguns meses, mas nunca sequer fiquei um dia inteiro com ele, quem dirá meses? E nem me refiro a que ele possa ter péssimos hábitos, mas apenas se ele poderia viver com Steve em paz? Sem provoca-lo ou algo do tipo.

Arg! Eu tenho que arranjar uma solução! Desliguei o chuveiro, me colocando de pé sentindo os músculos das minhas pernas doerem, e até um pouco a coluna. A conta de água deve vir uma pequena fortuna dessa vez. Enxugo o cabelo e o corpo, o penteio, visto uma roupa confortável e logo peguei o celular discando o número da minha mãe com uma coragem nunca vista em mim.

Espero atender e torcer para ela estar acordada, a essa hora deve ser cedo no Brasil, mas ela é daquelas que acorda cedo doida para fazer algo, tipo correr, mas isso não durou uma semana, acho que ela prefere ficar na frente da televisão a ficar suando num calçadão de praça. Já sei até de onde puxei o meu lado preguiçoso e focado.

Filha? Oi! Eu já ia te ligar! – ouvi sua voz, feliz em saber que eu estava ligando para ela. E agora, toda a culpa que eu deveria sentir por demorar tanto para fazer isso, caiu tudo em cima de mim. O choro ficou preso na garganta.

–Ei mãe – a cumprimentei com um sorriso no rosto, morrendo de saudades, mais uma vez – Tudo bem com você e o papai? – pergunto e ouço o barulhinho que a televisão faz quando desliga, algo que sempre me incomodou.

Estamos bem sim, aqui está fazendo um calor danado! – ela comentou soltando um risinho – O Fred até nos emprestou um ar-condicionado portátil emprestado! Está tudo geladinho! – ela contou animada. Logo lembrei, Fred, o vizinho do outro lado da rua! – Mas e aí? Como está? – pergunta e olho para a janela, voltou a chover.

–Chovendo, parecendo que um temporal está a caminho – brinco e nem percebo a burrada que eu fiz! – Mas não tem...

Você está dentro de casa, né Laura? A Defesa Civil daí falou isso? Como está o mar? Muito agitado? – ela me encheu de perguntas, tudo isso porque está extremamente preocupada comigo, agora imagino quando eu pronunciar a palavra “terremoto” e mais “estou em perigo”, é capaz de eu matar minha mãe do coração a vários quilômetros de distância.

–Isso, dona Teixeira, é filme demais! Não tem temporal nenhum, é apenas uma maneira de falar! – explico e ouço seus suspiros aliviados, até imagino ela com a mão no peito se sentindo mais aliviada e se jogando na poltrona.

–Assim você mata sua mãe do coração! – ela reclama e imagino que seus batimentos estariam tão fortes que se ela aproximasse o telefone do peito, eu conseguiria ouvir – E o que você queria que eu pensasse? Se tudo o que ouço na televisão nos Estados Unidos é desastre, bomba e desastres? – ela pergunta e reviro os olhos.

–Mãe, nunca vi ninguém ser assassinado, e nunca vi uma bomba explodindo numa cafeteria – respondo, mas sei que isso não seria suficiente para deixa-la calma – A única coisa que aconteceu mesmo foi eu ser assaltada, e...

–E você só me conta isso agora?! Há quanto tempo isso aconteceu?! Você e sua mania de me esconder as coisas, pior do que o seu pai. Ah, se ele ouve você falando isso! Pare de esconder as coisa de nós, Laura! Você tem que contar! Como você acha que eu fico?! – pergunta ela, me enxurrando de perguntas desesperadas e urgentes, e vejo que não é uma boa hora para jogar mais uma “bomba”.

–Meu deus... Isso já passou, foi algo simples, só fiquei assustada. Ele não me machucou, apenas me empurrou no chão, levou minha bolsa e só, acabou – respondo tendo que me sentar no sofá pois sei que a conversa vai ser longa.

–Só isso? E você me conta assim? Tão simplesmente, uma coisa que acontece todos os dias para você. Não é todos os dias não, né filha? – sua pergunta era justamente para se assegurar que foi a primeira vez que eu havia sido assaltada. Suspiro.

–Sim, mãe, é a primeira vez.

–Isso nunca aconteceu com você aqui, no Brasil, só foi você se mudar e aconte...

–Mãe, estou namorando – a interrompo e ela se cala, e só consigo ouvir os carros passando na rua, e ocasionalmente, buzinas.

Agora, pensando bem, nesse todo silêncio dela, não foi a melhor forma de contar, mas eu sabia que se eu continuasse a conversar aquilo com ela, a gente ficaria até tarde, e eu só ouvindo reclamação e bronca de que escondo tudo dos meus pais, mas não é proposital!

–Há quanto tempo? – pergunta ela, e vejo o medo da sua frase. Fico extremamente nervosa e me sinto pisando em ovos.

–Desde que cheguei aqui – respondo envergonhada e ouço seus suspiros.

–Laura, eu sou sua mãe, não deve esconder esse tipo de coisa de mim. Porque você esconde? – pergunta ela e suspiro passando a mão pelo rosto, agora, mais do que nunca, temendo ter magoado a minha mãe.

–Eu não sei... – digo sentindo a vontade de chorar voltar, e ela notou isso, com certeza – Vocês não estão fazendo parte mais do meu dia-a-dia, esqueço de contar, juro! A gente quase não está se falando, e está acontecendo tanta coisa na minha vida que não sobra espaço para pensar em mais nada – conto enquanto mordo o lado de dentro da bochecha, só faço isso quando estou muito nervosa.

–Então me conte desde o início, e não se preocupe com a conta de telefone, se eu tiver que pagar, eu pago – ela responde e dou um sorriso de lado percebendo que não há melhor amiga melhor do que a própria mãe.

Então contei, tudo, desde como conheci o Steve, até a apresentação quando conheci o Andrew e a Alicia, ou o jogo de beisebol quando Sam me beijou na câmera do beijo mesmo sabendo que eu era comprometida, contei também sobre a senhora Mags, e de como foi arrasador para mim perde-la, e terminando com o agora, brigando com o Steve porque eu quero ajudar o Andrew deixando-o morar comigo.

Em todo o momento ela não me interrompeu, apenas perguntava e escutava, bem atentamente, e sinto que no fundo ela estava se sentindo melhor sabendo que eu estava me abrindo para ela, e eu também estava, com uma sensação bem mais leve, como se grande parte dos problemas haviam sido diminuídos.

Por fim, quando terminei de contar, e ter percorrido toda a casa conversando com ela no telefone, ela suspirou e ouvi o gemido de esforço para se levantar do sofá. Sabia que agora seria a hora de eu escutar os conselhos dela, por isso, me sentei corretamente na cama esperando ela chegar a uma conclusão.

Se o Steve é tão importante para você, e se você acha que ele é realmente um bom rapaz, Laura, não o perca. Sei que a amizade do Andrew deve significar bastante para você, e sempre a ensinamos a dar valor a uma amizade, mas dessa vez, arranje outra solução, pois aposto que Steve deve ser do tipo orgulhoso e ciumento, acertei? – ela pergunta e assinto com a cabeça.

–Mas ele não deveria aprender a confiar em mim? – pergunto me referindo ao loiro, e ouço seus múrmuros concordando comigo.

Sim, mas se uma amiga dele, daquelas bem bonitas e cheias-de-si, pedisse a ele para morar com ele, você concordaria? – ela pergunta me fazendo ficar no lugar dele, e murmuro que não, decepcionada.

–Então o que você sugere? Deixar o Andrew de mão com ele já tendo arranjado um emprego? Um dos bons? – pergunto.

Laura, vou fazer uma pergunta que o Steve também fez: O que é mais importante para você? O amor do Steve, ou a amizade do Andrew? – ela pergunta fazendo tudo parecer ainda mais pesado do que antes.

As cartas que recebi pelo correio eram todas de contas a pagar, ou propagandas, como remédios para o colesterol, ou brinquedinhos ridículos, como óculos raio-x e tênis-mola. Suspirei entediada e levei tudo de volta ao apartamento e fechando a porta, joguei na mesinha e me joguei no sofá ligando a televisão sem nada para fazer, era domingo.

Passaram-se dois dias, e Steve não havia dado sinal de vida. Ouvi sua porta fechando várias vezes, torci todas as vezes que o seu destino fosse bater na minha, mas nunca era. Já cheguei a ficar na frente da porta e quase bater várias e várias vezes, mas nunca a coragem apareceu.

Eu sentia a falta dele, esses dois dias foram um verdadeiro inferno, qualquer coisa me fazia querer chorar, e a saudade me fazia sentir como se a gente não se visse por dois meses, ao invés de dois dias apenas.

Porque era tão difícil pedir desculpas a ele?

Eu também não havia chegado a uma conclusão definitiva quanto ao Andrew vir morar comigo, pois minha mente dizia que era melhor não, porém algo me dizia que já era tarde para recusar, eu havia feito o convite e ele aceitou e estava contando comigo. Ele não tem outra saída!

O que eu espero que dê certo é conversar com o Andrew e deixar as coisas claras, do tipo colocar limites e obrigações, e nem é do tipo lavar a louça e colocar a própria roupa para lavar, mas sim respeitar o meu espaço e que eu tenho um namorado ciumento do outro lado da parede da sala.

Por isso, mandei uma mensagem ao Andrew o convidando para comer alguma coisa naquela mesma cafeteria que eu fui com a Alicia no dia em que choveu e ele nos levou ao apartamento da senhora Mags para esperar a chuva passar. Ele concordou logo em seguida.

Me arrumei rapidamente, e como estava bem frio, várias blusas e manga comprida e casacos quentes, e mais luvas e toucas. Lavei o cabelo e o deixei solto, e fiz a maquiagem, apenas um delineador com a boca rosa. Peguei o celular, a carteira e o guarda-chuva e saí de casa fechando a porta. Desci as escadas e ouvi outra porta fechando, era a do Steve, com certeza.

Meu coração acelerou e senti a vontade de descer ainda mais rápido aproveitando que eu estava de tênis, mas eu sabia que eu tinha que encontra-lo e conversar com ele pelo menos. Por isso, tentei me manter calma e continuar a descer as escadas normalmente. Quando ouvi seus passos se aproximando, percebi que era outra pessoa. Suspirei ao mesmo tempo decepcionada e aliviada.

“Se você quer ser minha namorada
Ai, que linda namorada
Você poderia ser
Se quiser ser somente minha
Exatamente essa coisinha
Essa coisa toda minha
Que ninguém mais pode ser
Você tem que me fazer um juramento
De só ter um pensamento
Ser só minha até morrer
E também de não perder esse jeitinho
De falar devagarzinho
Essas histórias de você
E de repente me fazer muito carinho
E chorar bem de mansinho
Sem ninguém saber porquê
Porém, se mais do que minha namorada
Você quer ser minha amada
Minha amada, mas amada pra valer
Aquela amada pelo amor predestinada
Sem a qual a vida é nada
Sem a qual se quer morrer
Você tem que vir comigo
Em meu caminho
E talvez o meu caminho
Seja triste pra você
Os seus olhos têm que ser só dos meus olhos
E os seus braços o meu ninho
No silêncio de depois
E você tem que ser a estrela derradeira
Minha amiga e companheira
No infinito de nós dois.”

–Vinicius de Moraes.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Digam! Confesso que esse capítulo não foi o melhor de todos, mas sempre tento fazer o melhor para vocês! Espero recompensar no próximo (que nem fiz ainda)...

Comentem e digam o que acharam! Beijos! Até daqui a duas semanas!