Rise of Lorien escrita por Sammy Martell


Capítulo 8
Capítulo Oito


Notas iniciais do capítulo

ARGH! Eu realmente odiei esse capítulo eu não teria postado se tivesse tempo para rescrever, mas eu vou viajar então, aproveitem.



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Sonhar é estranho, digo, meus sonhos são estranhos. Eu me lembro de quando estava no hospício, toda vez que dormia eu automaticamente me transportava para um campo tempestuoso, sem grama, sem animais. Só eu é a figura adormecida, eu nunca a identifiquei, mas sempre me senti conectada com ela de algum modo, mas em nenhum dos sonhos eu me aproximei dela. No entanto, dessa vez foi de um modo diferente.

Quando me vejo no campo eu cruzo os braços apenas para perceber que usava os pijamas de antes, o vento bate no meu rosto fazendo com que meu cabelo voe para trás e quando viro a cabeça para olhar por cima de meu ombro, sou obrigada a colocar algumas mechas castanhas atrás da orelha.

Não há ninguém atrás de mim, mas eu posso jurar que ouvi um gemido de dor, talvez esteja imaginando coisas.

Viro para frente de novo, mas para minha surpresa a "figura adormecida" está me encarando de olhos arregalados e a boca entreaberta.

Eu recuo rapidamente, meu pé esquerdo batendo em uma pedra. Eu não caio obviamente, mas a pedra se move para dentro de uma das fendas no campo deserto e mesmo com o vento e os trovões da tempestade, posso ouvir a pedra batendo nas paredes da fenda até que o som desapareça, porém eu não tiro os olhos da figura, que na verdade era uma garota.

Nenhuma de nós fala, mas ficamos nos encarando por um tempo até que, ao mesmo tempo, ambas quebramos o silêncio.

– Quem é você? – nos afastamos uma da outra mais um passo, com os olhos arregalados.

Ela faz menção de falar algo, mas imediatamente desiste. Talvez ela seja uma Garde ou não, mas quer saber? Que se dane.

– Quatro, Número Quatro. – me aproximo cuidadosamente, encarando seus grandes olhos verdes.

– Ahn...H, não desculpe, Nove. – ela responde rápido, balançando a cabeça no meio da sentença, como se não estivesse acostumada a usar seu número como nome.

Não deixo de perceber como é energética e, mesmo que confusa, seus olhos brilham com uma energia que os meus não têm e eu sinto inveja dela por um momento, mas também lamento por Nove e tenho medo de quando a guerra, temo que verei aqueles olhos jovens e brilhantes ficarem tão velhos e opacos quanto os meus.

– Onde estamos? – Nova se vira, procurando por algum sinal de vida.

Mas ela está tão indiferente que não parece ser afetada pelos ventos do campo ou pelas fendas.

– Um campo. – dou de ombros.

– Isso eu percebi. – seu tom é particularmente rude quando fala, mas prefiro ignorar.

Ambas voltamos a ficar em silêncio, a única coisa que pode se ouvir é o vento e os trovões da tempestade.

– Então. – tento fazê-la voltar a falar.

– Harley. - ela murmura.

– O que? – grito.

– Meu nome, pelo menos o que eu uso.

Não posso descrever o quanto o nome servia para ela. Eu não entendo como alguém que escolheu um nome aleatório entre vários, pode ter um nome tão perfeito para si mesma.

– Aparentemente o meu é Carollyn. – me aproximo mais dela.

– Aparentemente? – sorri.

– Eu perdi a memória. – dou de ombros, mesmo sabendo que isso não é uma coisa comum e simples.

Harley apenas levanta os polegares como se entendesse.

– Onde você está Carollyn?

– Eu não tenho certeza, acho que Londres.

Seus olhos se arregalam novamente e sua forma começa a ceder. Piscando várias vezes ficando cada vez mais transparente.

– Carollyn, você não pode ficar aí, continue se movendo, mas não saia do Reino Unido. E lembre-se: a Muralha... – ela é interrompida brutalmente, sendo literalmente jogada na realidade.

Seu pequeno e pálido corpo cai inconsciente e pode atingir o chão, mas antes que aconteça eu a seguro, surpresa de ela ser tão leve, delicadamente coloco-a no chão, ajoelhando-me ao seu lado.

Minha forma começa a tremeluzir e percebo que eu provavelmente vou acordar também. De longe consigo ouvir uma voz fraca me chamando várias vezes, sem parar.

– Carol!

Eu abro os olhos me endireitando na cama. Drake, que estava sentando ao meu lado, pula de susto, ficando rapidamente de pé.

– O que diabos, Carol? Você nunca foi de dormir tanto. - ele brinca.

Eu não rio, encarando-o intensamente para que perceba que eu não sou Carollyn, quem quer que ela fosse.

Seu sorriso se desfaz e ele se vira para a porta, a cabeça levemente abaixada, como se estivesse desapontado.

– Eu fiz chá, se você ainda gostar de chá. – mesmo que murmure a última parte, consigo ouví-la.

– Drake... - começo.

O loiro faz um sinal com a mão, me interrompendo antes que fale algo.

– Não tente melhorar as coisas, eu entendi. Ela morreu, já entendi isso, só por favor, não tente ser ela. – ele balança a cabeça tentando espantar as lágrimas do rosto. – Vamos?

Assinto lentamente, rapidamente lançando minha mão para a sua, agarrando-a.

– Aonde vamos? – pergunto virando a cabeça.

– Como eu disse mais cedo eu fiz chá, mas deve estar horrível.

– Eu não acredito nisso até beber.

Vejo um pequeno sorriso brotar em seus lábios e quase que imediatamente, eu sorrio também sendo incapaz de entender como aquele garoto como qualquer outro no mundo ainda é capaz de me fazer sorrir, mesmo que existam tantos outros motivos para apenas me encolher e chorar em um canto.

Descemos para a cozinha, nossa vizinha, Alice está comendo alguns biscoitos enquanto lê o jornal.

– Eu não sabia que tinha te convidado, Alice.

– Você não convidou. - ela sorri - Eu estou aqui porque quero.

Drake revira os olhos e me dá uma xícara, e eu aceito, sentando-me em uma cadeira próxima à bancada.

Todos ficamos em silêncio por alguns minutos até que Alice joga o jornal na mesa bufando frustada. Drake levanta a cabeça, abaixando sua xícara enquanto forma as palavras, mas sou mais rápida e solto:

– O que houve?

Alice me encara como se fosse louca, seus olhos me fazem acreditar que não foi a melhor das perguntas a se fazer.

– Amnésia, entendi. - ela balança a cabeça. – As notícias continuam a não dizer nada sobre os Rebeldes.

Sinto algo se acender dentro de mim e por um momento eu me lembro, no entanto, como uma respiração no espelho, tudo some imediatamente, me abandonando no escuro novamente e eu me sinto vazia, de um jeito pior do que antes.

– Rebeldes? encaro a mesa tentando não chamar atenção para a dor óbvia em meus olhos.

Drake balança a cabeça.

– Há histórias de que quando um grupo de lorienos veio para a Terra, outros aliens seguindo, achando que se tratava de um planeta de riquezas diversas, porém esses aliens causaram muitos problemas aqui e foi fundado uma organização para combatê-los. Eles não tinham um nome na época ou pelo menos nunca foi registrado. Durante os séculos que se passaram eles construíram um grande exército que contava com uma tecnologia ilegal de Lorien, mas ao descobrirem que tal tecnologia era também considerada um perigo para seus sistemas, os Rebeldes nunca mais ajudaram lorienos sob nenhuma circunstância. - Drake suspira antes de continuar. - Nós acreditamos que eles podem nos ajudar a ganhar de alguma maneira.

Eu solto uma risada sem me importar com o que diriam. Ambos me olham com expressões confusas.

– O que? – Alice pergunta.

– Ajudar? - rio com desdém - Rebeldes você diz? Rebeldes não vão contra seus princípios, afinal são neles que se baseiam.

Nenhum dos outros dois fala nada, evitando contato visual. A mesa fica silenciosa e eu me arrependo de ter dito aquelas palavras, por algum motivo acredito ter magoado Drake ao destruir suas esperanças.

– Me desculpe. – murmuro me levantando lentamente.

Eu me retiro rapidamente do cômodo, descendo as escadas e pegando o casaco no cabide, tentando me recuperar do que acabara de acontecer, os Rebeldes, eu conheço eles, não me lembro, mas eu sei que já ouvi esse nome antes.

Saio do prédio, olhando para os dois lados da rua, verificando se não há nenhum mog ou algo desse gênero por perto.

Ouço a porta abrir atrás de mim, me viro para encontrar Alice. Ao vê-la, viro-me novamente para a rua, deslizando as mãos para meus bolsos e suspirando.

– Eu já vou voltar, só preciso de um tempo.

– Não vim aqui para te incomodar, eu só queria te entregar isso.

Descendo as escadas calmamente, Alice estica o braço para que veja o telefone em sua mão, a primeira coisa que percebo é que o telefone é de, ao menos, 2007, provavelmente não acessa a internet e não tem muita utilidade a não ser ligar para alguém.

– O que... – indago.

– Atenda.

Ao tirar o telefone de sua mão percebo que está vibrando, mas ainda assim tenho medo de atender, por mais que Drake confie naquela mulher, eu vivi algumas experiências que me provaram que nem todos os aliados são realmente confiáveis.

Elevo o telefone até que alcança a minha orelha e sinto a voz feminina e suave chamar.

– Callista?

Sinto algo se formar em minha garganta, não permitindo que minha voz saia e mesmo que as palavras se formem, não consigo libera-las, no entanto, não entendo o motivo pelo qual minha voz fica presa.

– Querida?

Callista. Eu conheço esse nome, Callista, Hayden, Draco, Morgana, Klaus, tantos nomes, mas nenhuma lembrança, o que isso quer dizer?

– Quem é você? – sussurro, incapaz de falar em um tom mais alto.

– Preciso falar com você. – a voz diz suavemente, de modo quase doentio.

– Já está falando.

– Pessoalmente.

– Não.

A linha fica silenciosa por um momento.

– Que assim seja. - a estranha não demonstra nenhuma emoção – Vou continuar em contato com você, posso precisar me comunicar e caso queira um favor, estarei disposta a ajudá-la por um certo preço.

– O que? Que preço? Ei! – ela desliga o telefone me interrompendo.

Eu bufo de frustração, fazendo menção de lançar o celular longe, porém Alice segurou meu braço para me parar.

– Acredite em mim, você vai precisar de um favor dela.

–Não, eu não vou. – afirmo colocando o telefone em sua mãe e marchando para dentro da casa.

Não me incomodo em olhar para Drake, apenas subo para meu quarto me trancando lá dentro.

Minhas mãos estão tremendo e minha testa suando, mesmo que esteja o típico frio de Londres, eu continuo nervosa e os nomes me bombardeiam. Preciso organizar tudo antes que isso me incapacite.

Minhas mãos correm por gavetas escancaradas procurando um caderno e uma caneta e para minha sorte, Carollyn era uma pessoa organizada. Não, Quatro, você é Carollyn, lembre-se de como machucou Drake quando você esqueceu.

Balanço a cabeça espantando os pensamentos e voltando a focar no caderno e caneta em minhas mãos.

Com as mãos ainda tremendo, escrevo palavras soltas seguidas por uma interrogação, as ideias em minha mente se organizando a medida que escrevo trêmula, todas as dúvidas que guardo dentro de mim.

Ao acabar a última frase, fecho os olhos e adormeço sem retirar nem mesmo o sapato ou trocar de roupa, eu preciso de um tempo para pensar, sozinha.


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Notas finais do capítulo

Entãooo. Espero que tenham gostado mais do que eu. Sei que foi horrível, mas me perdoem, ok? Vou tentar melhorar, prometo.

Kisses Sammy



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